Revi 1 D.

Civil IV

>Posse<

^Conceito- É o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à

propriedade.
☆ Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

*Teoria Objetiva de Ihering (adotada pelo CC)- Posse é o exercício de

algum dos poderes inerentes à propriedade.

Teoria Subjetiva de Savigny (p/ fins de usucapião)- Faz-se necessário ao

possuidor possuir como se a coisa fosse sua, ou seja, ter uma posse que
além de contemplar a apreensão física da coisa é acompanhada da
vontade de ser dono.
Art. 1.238. Aquele que, por 15 anos, sem interrupção, nem oposição,
POSSUIR COMO SEU um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim
o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório
de Registro de Imóveis.

^Elementos constitutivos- Animus dominus, considerando possuidores

mesmo aqueles que têm apenas a apreensão física da coisa, 
desacompanhada da vontade de ser dono, como é o caso do locatário e do
usufrutuário.

-Sujeitos da posse- Podem ser

possuidoras as pessoas, naturais e jurídicas, de direito público e de direito
privado.
-Objeto- Bens, ainda que incorpóreos (ou seja, direitos), somente sendo
admitido quando há repercussão patrimonial.
-Natureza jurídica- A corrente mais aceita é a eclética, que considera a
posse ao mesmo tempo fato e direito, conforme sustentado por Savigny.

>Classificações

^Quanto ao surgimento da posse:

•Posse originária- Quando a aquisição se dá sem que tenha se

estabelecido
qualquer relação jurídica com o possuidor anterior.
•Posse derivada- Quando o possuidor anterior, em razão da celebração de
negócio jurídico com o atual possuidor, transmite a posse do bem.

^Quanto à titularidade da posse (art. 1.197 do CC):

☆ Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a
sua posse contra o indireto.

•Posse direta- Será de titularidade daquele que tem a coisa em seu poder.
Exs.: locatário, usufrutuário etc.

•Posse indireta- Consiste em uma espécie de senhorio sobre a coisa, que

não implica em poder físico. Exs.: locador, nu-proprietário etc.

^Quanto aos vícios subjetivos da posse (art. 1.201 do CC)

☆ Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o

obstáculo que impede a aquisição da coisa.

De boa-fé- Que não contém vício objetivo ou obstáculo na aquisição ou,

ainda, caso exista estes que impeçam a aquisição, o possuidor não tem
ciência destes.

Posse de má-fé- Exige-se a reunião de 2 elementos: o elemento objetivo

(vício ou obstáculo na aquisição) e o elemento subjetivo (o conhecimento
destes).

☆Extra
•{Composse}
Art. 1.199. Se 2 ou + pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos
outros compossuidores.

^Quanto aos vícios objetivos da posse (art. 1.200 do CC)

☆ Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
•Posse justa- Aquela que não foi adquirida mediante a prática de um dos
vícios objetivos da posse.

•Posse injusta- Aquela adquirida em razão da prática de um dos vícios

objetivos da posse.

#Tipos de vícios na posse:

'Violenta- É a posse injusta adquirida mediante o uso da força ou mesmo

da ameaça de uso da força, quando esta for a causa da aquisição da
posse.

'Clandestina- É posse injusta adquirida às ocultas de quem exerce a posse

atual, de maneira discreta, sem ostensividade.

'Precária- É a posse injusta que surge como resultado do abuso de

confiança do possuidor que decide unilateralmente reter indevidamente a
coisa objeto
da posse por prazo superior ao avençado.

☆Extra
•{Interversio possessionis
Princípio da permanência do caráter da posse}

Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo

caráter com que foi adquirida.