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- A "ideologia alemã" é um texto que não chegou a ser publicado na época que foi
produzido. A primeira vez que foi publicado foi em 1932, através do instituto Marx-
Engels em Moscou. O texto foi arquivado e sofreu a crítica voraz dos ratos -
literalmente. Há partes do manuscritos que estão perdidas por conta disso.
A filosofia hegeliana é dialética. Ela não nega a diferenciação entre espírito e natureza,
sujeito e objeto, etc. Estes elementos estão em constante relação, tranformando uns aos
outros e se transformando no processo. Contudo, o processo de realização do espírito é
também o processo de superação (dialética) destas dicotomias. A palavra utilizada em
alemão para falar desta superação é "Aufhebung", que significa ao mesmo tempo
"superar", "aniquilar" e "conservar". Por isso, algumas pessoas atribuem a Hegel a ideia
de que a lógica de "tese" sendo seguida por uma "antítese", culminando em uma
"síntese". Contudo, esta formulação é de outro filósofo (Fichte).
- O grupo que fez esta primeira leitura de Hegel foi chamado de "Velhos hegelianos" ou
"Hegelianos de direita" pelo grupo que o sucedeu. Os chamados "jovens hegelianos" ou
"hegelianos de esquerda". Eles mantinham a filosofia da história hegeliana, mas
acreditavam que a dialética ianda não estava completa. Esta sensação se dava por um
lado pelo papel da religião (vista como fonte de irracionalidade) na sociedade prussiana;
por outro, na ausência de liberdades (especialmente religiosas e políticas) da sociedade
prussiana. O grupo começou então a escrever críticas à religião e ao sistema político
prussiano. Karl Marx participou deste grupo, mas começou a se afastar dele conforme
sua crítica se deslocava da religião para a propriedade de capital enquanto elemento de
estruturação do poder do "estabilshment".
- "A ideologia alemã" é uma crítica que antagoniza e radicaliza esta filosofia. Ela é uma
primeira redação de princípios filosóficos que vão se contrapor àqueles princípios de
entendimento do mundo do grupo de jovens hegelianos. Por isso, é um marco no
sentido da construção de um entendimento materialista do mundo, criticando e
contrapondo o entendimento idealista hegeliano.
- As críticas que aparecem no texto seguem neste sentido: embora Bruno Bauer,
Feuerbach etc fossem compreendidos como radicais e materialistas, Marx e Engels os
criticam por serem pouco radicais e materialistas.