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FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS-AEMS

Curso de Biomedicina

Beatriz Fernanda Ferreira

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO A GESTANTE EM SELVÍRIA (MS)

TRÊS LAGOAS
2014
I

Ficha catalográfica
Ferreira, Beatriz Fernanda.

Avaliação do programa de proteção a gestante em Selvíria (MS).


Três Lagoas, 2014, 64 p.
Orientadora: Maria Angelina da Silva Zuque
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Biomedicina. Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS.

1.Gestante. 2. Pré-natal. 3. Programa de Proteção a Gestante. 4. Transmissão vertical.


ZUQUE, M.A.S. I. Faculdades Integradas de Três Lagoas – AEMS. II. Título. Monografia.
Beatriz Fernanda Ferreira

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO A GESTANTE EM SELVÍRIA (MS)

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Curso de Biomedicina das Faculdades
Integradas de Três Lagoas-AEMS como
requisito para obtenção do titulo de
Licenciado/Bacharel em Biomedicina

Orientadora: Maria Angelina da Silva Zuque

TRÊS LAGOAS
2014
Beatriz Fernanda Ferreira

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO A GESTANTE EM SELVÍRIA (MS)

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao curso de Biomedicina das Faculdades
Integradas de Três Lagoas/AEMS, como
requisito para obtenção do título de graduação
de Biomedicina, orientada pela Professora
Mestre Maria Angelina da Silva Zuque.

Aprovado em ___ de _______________________ de ______________.

Banca Examinadora

Profª Mestre Maria Angelina da Silva Zuque ________________________


Orientadora Assinatura

Profª Mestre Fabrícia Tatiane da Silva Zuque ________________________


Arguidor (a) Assinatura

Profª Mestre Flávia Renata da Silva Zuque ________________________


Arguidora Assinatura

Profª Mestre Aline Rafaela da Silva R. Machado ________________________


Arguidora Assinatura
Dedicatória

Dedico este trabalho a minha irmã


Michele Cristina Ferreira, que é
muito especial para mim, pois sempre
acreditou que fosse possível realizar este
sonho. Obrigado por estar ao meu
lado me incentivando e me
encorajando durante toda minha
trajetória acadêmica.
Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, pois Ele sempre foi essencial em minha vida,
me deu forças nas horas mais difíceis e no momento certo colocou pessoas na minha
vida para me ajudar a vencer os obstáculos, foi Ele que me guiou desde o começo para
que eu conseguisse concluir este curso, sem Ele não teria conseguido.
Outras pessoas que também me ajudaram muito nesta trajetória acadêmica, e que eu
nunca vou me esquecer, foram os meus professores, amigos e meus familiares, cada
uma destas pessoas contribuíram de certa forma para a minha formação e sou muito
grata por isto.
Em especial quero agradecer a minha orientadora professora Me. Maria
Angelina da Silva Zuque pela paciência, dedicação, disponibilidade de tempo, de
material, incentivo e por ter sido uma grande amiga durante o período que foi
minha orientadora.
Dentre as grandes amigas que eu fiz durante a minha trajetória acadêmica, a
pessoa se destacou como a minha melhor amiga foi Paula Fernanda Passianoto
Megid, amiga para todas as horas, que me ensinou muitas coisas, sem falar o quanto
ajudou na minha formação acadêmica, não tenho palavras para descrever nossa
amizade, pois nem com todas as palavras no mundo conseguiria descrever tudo o que
a gente passou juntas, porque mais do uma amiga, ela se tornou uma irmã para
mim, que eu nunca vou me esquecer.
Agradeço também ao meu marido Everson Jacson Orequio Parreira pela
compreensão e a paciência que teve comigo durante o término deste trabalho, o
simples fato de você estar do meu lado me apoiando, me fez muito feliz e contribuiu
muito para conseguir enfrentar os obstáculos que tive durante a conclusão deste curso,
sei que não foi fácil aguentar esta fase da minha vida, mais com muito amor e
carinho nós conseguimos, sei que dias melhores viram, e minha maior felicidade é
saber que você estará do meu lado sempre.
Epígrafe
Epígrafe

“Lute com determinação, abrace a


vida com paixão, perca com classe e
vença com ousadia, porque o mundo
pertence a quem se atreve e a vida é
muito para ser insignificante.”

Charles Chaplin
Resumo
RESUMO

A atenção materno-infantil no Brasil é reconhecida como prioritária. A introdução do


Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) ampliou as ações de
atenção ao pré-natal e aponta o caráter preventivo em relação a várias doenças
infecciosas que pode ser transmitidas verticalmente, durante ou depois da gestação.
Para reduzir a incidência da transmissão vertical de doenças infecciosas, a
Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso do Sul criou o Programa Estadual
de Proteção à Gestante (PEPG), que detecta 12 doenças com risco desta forma de
transmissão. O objetivo geral do estudo foi descrever o desfecho dos exames
laboratoriais realizados no atendimento pré-natal pelo PEPG em Selvíria (MS). Foi
realizado um estudo transversal descritivo no município compreendendo o período
de 2012 a 2014. Foram utilizadas informações secundárias do banco de dados da
Secretaria Municipal de Saúde e da Unidade de Saúde da Família I. Foram
identificadas 215 gestantes entre 14 e 45 anos. Deste total, a maioria (54%) tinham
entre 21 a 30 anos, 28% eram menores de 21 anos, e 18% maiores de 30 anos.
Através do PEPG foi detectado no período do estudo: sete casos de sífilis materna,
um de sífilis congênita, um de HIV materno, quatro de clamídia e dois casos de
toxoplasmose. Dos casos identificados 100% foram tratados e acompanhados pela
Unidade de Saúde da Família. Os resultados apontam a efetividade da atenção
básica no município em questão, evidenciando que a adoção do PEPG no pré-natal
contribui para a promoção e prevenção de doenças infecciosas por transmissão
vertical.

Palavras chave: Gestante; Pré-natal; Programa de Proteção a Gestante;


Transmissão vertical.
Abstract
ABSTRACT

The maternal and child care, in Brazil, is recognized as a priority. The introduction of
the Integral Assistance Program for Women's Health (HWPAI) extended the actions
of attention to prenatal and points the preventive against several infectious diseases
that can be transmitted vertically, during or after pregnancy. To reduce the incidence
of vertical transmission of infectious diseases, the Secretary of State of Mato Grosso
do Sul created the State Program for the Protection of Maternity (MPPS), which
detects 12-threatening diseases this form of transmission. The overall objective of
the study was to describe the outcome of laboratory tests carried out in prenatal care
by PEPG in Selvíria (MS). This was a descriptive cross-sectional study in the
municipality covering the period from 2012 to 2014 were used secondary information
of the Municipal Database Health and the Family Health Unit I. We identified 215
pregnant women between 14 and 45 years. Of these, the majority (54%) were
between 21-30 years, 28% were under 21 and 18% over 30 years. Through PEPG
was detected during the study period: seven cases of maternal syphilis, a congenital
syphilis, a maternal HIV, chlamydia four and two cases of toxoplasmosis. Cases
identified 100% were treated and monitored by the Health Unit of the Family. The
results show the effectiveness of primary care in the city in question, showing that the
adoption of PEPG prenatal contribute to the promotion and prevention of infectious
diseases through vertical transmission.

Keywords: Pregnancy; Prenatal care; Program to Protect Pregnant; Vertical


transmission.
Lista de tabelas
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Síndromes desenvolvidas pela C. trachomatis segundo os 36


sorotipos........................................................................................................................
Tabela 2: População residente segundo o sexo e faixa etária. Selvíria. 45
2009........................................................................................................................
Tabela 3: Número e percentual de gestantes atendidas. Selvíria. 2012 a 50
2014...................................................................................................................................
Tabela 4: Doenças detectadas pelo PEPG. Selvíria. 2012 a 2014.................... 51
Lista de figuras
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Coleta por punção digital............................................................ 21


Figura 2: Sífilis congênita precoce............................................................. 29
Figura 3: Manifestações da SC tardia........................................................ 29
Figura 4: Evolução clínica da infecção congênita pelo 33
citomegalovírus.......................................................................................
Figura 5: Pirâmide populacional. Selvíria. 2009.................................... 45
Figura 6: Vista aérea de Selvíria............................................................. 46
Sumário
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 14
1.1 Justificativa........................................................................................ 17
1.2 Objetivos............................................................................................. 17
1.2.1 Objetivo geral................................................................................. 17
1.2.2 Objetivos específicos..................................................................... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 18
2.1 Ações Programáticas Pré-Natal....................................................... 19
2.2 Programa Estadual de Proteção à Gestante (PEPG) .................... 21
2.3 Toxoplasmose.................................................................................. 22
2.4 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ...................................... 24
2.5 Rubéola.............................................................................................. 25
2.6 Sífilis................................................................................................... 27
2.7 Doença de Chagas............................................................................ 30
2.8 Citomegalovírus................................................................................ 32
2.9 Clamídia.............................................................................................. 35
2.10 HTLV................................................................................................ 37
2.11 Hipotireoidismo............................................................................... 38
2.12 Fenilcetonúria Materna.................................................................. 39
2.13 Hepatite B........................................................................................ 40
2.14 Hepatite C......................................................................................... 41

3 CASUÍSTICA E MÉTODOS...................................................................... 44
3.1 Local do estudo................................................................................. 45
3.2 Métodos.............................................................................................. 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 48
5 CONCLUSÃO.......................................................................................... 54
REFERÊNCIAS............................................................................................ 56
14

Introdução
15

Introdução
1 INTRODUÇÃO

A gravidez é influenciada por múltiplos fatores, desde os de natureza biológica até


as características sociais e econômicas da população, além do acesso e qualidade
técnica dos serviços de saúde disponíveis à população (SERRUYA; LAGO, 2001). É
um momento de grande importância na vida de cada mulher, ocorrem grandes
transformações fisiológicas e psicológicas, que vão fazer da gestação uma
experiência única, importantes para o amadurecimento da identidade feminina, e
deverão influenciar fortemente na relação materno-infantil além de passar da
condição de filha para mãe (QUEVEDO, 2010).

A gestante quando não é adequadamente acompanhada, notadamente quando já


existe a superposição de estados patológicos prévios, o processo reprodutivo
transforma-se em situação de alto risco tanto para a mãe quanto para o feto
(LAURENTI, BUCHALA, 1997; BRASIL, 2011). Por estas razões é necessário uma
serie de cuidados com a saúde e a qualidade de vida durante a gestação, para que
ocorra de forma tranquila e saudável (COSTA, et al., 2013).

No Brasil, a atenção materno-infantil tem sido reconhecida como prioritária. A


introdução do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) ampliou
o elenco de ações de saúde destinadas à parcela feminina da população,
destacando a atenção pré-natal pelo seu impacto e transcendência no resultado
perinatal (OSIS, 1998). Em 2004 o Ministério da Saúde (MS) instituiu a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, ampliando o acesso e a melhoria
da qualidade das ações já garantidas (BRASIL, 2004).

Segundo o Ministério da Saúde (MS), no Brasil, o pré-natal é uma etapa


fundamental na gravidez, e foi organizado para atender às necessidades das
gestantes por meio da utilização de conhecimentos técnico-científicos e recursos
adequados e disponíveis para cada caso, assegurando a continuidade no
atendimento, o acompanhamento e a avaliação dessas ações sobre a saúde
materna-perinatal (BRASIL, 2000; 2011).
16

Introdução
Segundo a literatura, o pré-natal, aponta o caráter preventivo em relação a várias
doenças e a diminuição da mortalidade materna e perinatal. Permite o
acompanhamento com consultas médicas e monitoramento para identificar possíveis
situações de risco para a saúde da gestante e do concepto (COSTA, et al., 2013).
Também prepara a gestante para o parto, previne o abortamento e o risco de parto
prematuro entre outras vantagens. Além disso, o diagnóstico precoce das doenças
infecciosas é uma economia ao sistema de saúde (LIMA, 2008). Observa-se, porém
na prática que muitas mulheres são desinformadas, e o serviço de assistência ao
pré-natal perde a oportunidade de conhecer a prevalência de algumas doenças.

A ocorrência de casos de doenças infecciosas na gestação, no país, mostra a


importância do conhecimento da transmissão vertical destas doenças para a saúde
materno-infantil (REICHE, et al., 2000; FIGUEIRO-FILHO, et al., 2007). A
transmissão vertical poder ser congênita ou perinatal. Sendo congênita a
transmissão da infecção para o feto no decorrer da gestação, e a perinatal quando a
doença pode ser adquirida no momento do parto ou após o nascimento, por meio do
leite materno (MUSSI-PINHATA; YAMAMOTO, 1999; REICHE, et al., 2000).

Com a finalidade de reduzir a incidência da transmissão vertical de doenças


infecciosas, em 2002, a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul
(SES/MS) criou o Programa Estadual de Proteção à Gestante (PEPG). Esse
programa, por meio de exame de sangue, detecta as seguintes doenças:
toxoplasmose, HIV, rubéola, sífilis, Doença de Chagas (DC), citomegalovírus,
clamídia, HLTV, hipotireoidismo, fenilcetonúria materna, hepatite B e hepatite C.
Desta forma, também previne complicações e agravos para a mãe e o bebê
(SES/MS, 2002; FABBRO, et al., 2008).

Qual o impacto da implantação do PEPG nos municípios do estado na transmissão


vertical de doenças infecciosas em pequenos municípios?

Considerando o risco desta via de transmissão, o estudo foi desenvolvido com


objetivo de descrever o desfecho dos exames laboratoriais realizados no
atendimento pré-natal pelo Programa Estadual de Proteção a Gestante (PEPG) em
Selvíria (MS).
17

Introdução
1.1 Justificativa

Uma vez que não existem estudos no referido município e mediante a ocorrência da
transmissão de doenças infecciosas durante a gestação, neste estudo, a autora
pretendeu caracterizar a realidade do atendimento pré-natal pelo Programa Estadual
de Proteção a Gestante (PEPG) em Selvíria, município de pequeno porte, como
forma de identificar e reduzir esta via de transmissão.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral do estudo é descrever o desfecho dos exames laboratoriais


realizados no atendimento pré-natal pelo Programa Estadual de Proteção a
Gestante (PEPG) em Selvíria (MS), no período de 2012 a 2014.

1.2.2 Objetivos específicos

 Descrever o PEPG no atendimento de Pré-Natal e seus desdobramentos.


 Descrever as doenças detectadas pelo PEPG.
 Identificar e quantificar as gestantes com doenças infecciosas detectadas
pelo PEPG em Selvíria (MS).
 Identificar se estas gestantes e seus filhos foram tratados e
acompanhados conforme normatização do Ministério da Saúde do Brasil.
18

Revisão de literatura
19

Revisão de literatura
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Ações Programáticas Pré-Natal

Nas primeiras décadas do século XX, a saúde da mulher foi incorporada às políticas
nacionais de saúde, sendo limitada inicialmente, às demandas relativas à gravidez e
ao parto. Nas décadas de 30, 50 e 70, os programas materno-infantis, traduziam
uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade biológica e no seu
papel social de mãe e doméstica.

A ocorrência de mortes maternas era questão fundamental, e a discussão de


propostas efetivas para melhorar esta assistência foi recorrente, incorporando na
agenda da saúde os direitos da mulher (CAMPBELL, 2001). A assistência pré-natal
também foi fortalecida por um conjunto de importantes conferências internacionais
ocorridas nas duas últimas décadas, que estabeleceram metas em vários campos,
com prioridade para a saúde.

Em 1984, o Ministério da Saúde (MS) elaborou o Programa de Assistência Integral à


Saúde da Mulher (PAISM), marcando, uma ruptura conceitual com os princípios
norteadores da política de saúde das mulheres e os critérios para eleição de
prioridades nesse campo (BRASIL, 1984). Posteriormente a implementação do
PAISM foi influenciado pelo processo de construção do SUS, baseado nos princípios
e diretrizes contidos na legislação básica da saúde: Constituição Federal de 1988,
Lei nº. 8080 e Lei nº. 8142 Normas Operacionais Básicas (NOB) e Normas
Operacionais de Assistência à saúde (NOAS), editadas pelo Ministério da Saúde
(BRASIL, 2006; 2011).

A Ação Programática Pré-Natal destaca-se dentre as áreas priorizadas pela Política


Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. A atenção básica na gravidez
estabelece princípios de prevenção, promoção da saúde e condução clínica das
intercorrências que ocorrem durante o período gestacional e pós-parto. Preparando
este binômio (mãe/filho), para um parto humanizado que favoreça o direito de
cidadania mais elementar, dar à luz, através de uma assistência de boa qualidade
que tem como produto final um bebê saudável sem prejudicar a saúde da mãe
(BRASIL, 2006).
20

Revisão de literatura
Durante o pré-natal, as ações de saúde devem abranger todas as etapas
necessárias ao adequado acompanhamento das gestantes, garantindo um
atendimento que englobe: a promoção da Saúde, visando habilitar as gestantes para
que aumentem o controle sobre sua condição e melhore sua saúde, prevenção de
doenças e agravos, adotando o enfoque na redução dos fatores de risco para o
período gestacional, através da promoção de saúde e proteção específica e
assistência, garantindo o reconhecimento precoce de intercorrências e a adoção de
medidas de tratamento em conformidade com o nível de atenção, com a garantia da
referência aos demais níveis de assistência do sistema (BRASIL, 2006).

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) ao identificar uma gestante, busca


compreender os múltiplos significados da gestação para a grávida e seu contexto
familiar e social e ainda, prevenir a morbimortalidade materna e perinatal. Também
os fatores que influenciarão ainda no período de lactação e nos cuidados com a
puérpera e seu filho. A ação das equipes de Saúde da Família visa minimizar a dor,
ficar ao lado, dar conforto, esclarecer, orientar, imunizar, intervir nas intercorrências,
restabelecer danos e evitar o surgimento de outros, que porventura possam surgir
caso não haja uma intervenção eficaz e eficiente (BRASIL, 2011).

Por isso, no momento em que a equipe de Saúde da Família entrar em contato com
a gestante, deverá buscar a compreensão de como esta sendo a gestação para
aquela mulher e sua família, quais as dificuldades encontradas naquele momento,
quais as duvidas, os medos e emoções que surgiram com a gestação. Com isso a
historia que cada gestante traz, deverá ser acolhida integralmente, tornando esta
fase muito importante, tanto para a gestante como para a equipe que a acompanha
(BRASIL, 2000; 2011).

A gestante ao procurar a assistência pré-natal, acredita que será beneficiada com


este atendimento e deposita a sua confiança nesta equipe, e compartilha suas
historias e experiências de vida, esperando obter ajuda para entender todas as
transformações que ocorrem nesta fase. É o momento em que a assistência pré-
natal discute e esclarece as dúvidas da gestante e do parceiro (BRASIL, 2000).
21

Revisão de literatura
Toda a gestação necessita de cuidados especiais, que devem ser oferecidos por
uma assistência pré-natal de qualidade. Para uma gestação saudável é necessário o
inicio do acompanhamento pré-natal, o mais precoce possível, para que ocorra uma
gestação livre de complicações (GAIOSO, et al., 2014).

2.2 Programa Estadual de Proteção à Gestante (PEPG)

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul (MS) em parceria


com o Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (IPED/APAE), criou e implantou nas unidades básicas de
saúde dos municípios do estado o Programa Estadual de Proteção à Gestante
(PEPG). O objetivo é facilitar o acesso da gestante ao pré-natal ampliando o
atendimento a gestante e o seu acompanhamento nesse período, além de
diagnosticar e reduzir a incidência das doenças infecciosas por esta via de
transmissão (SES/MS, 2002).

O PEPG realiza 16 exames que detectam doenças infecciosas por transmissão


vertical, e previne complicações e agravos para a mãe e o bebê, reduzindo a
morbimortalidade materno-infantil (SES/MS, 2002). A triagem pré-natal é realizada
em duas fases, a 1ª a partir da oitava semana de gravidez e a 2ª entre a 28ª e a 30ª
semana gestacional. São coletadas gotas de sangue da polpa digital da gestante,
Figura 1, em um papel filtro S&5903 para a realização do teste ELISA, e enviado ao
laboratório do IPED/APAE em Campo Grande (MS) (SES/MS, 2002; FIGUEIRÓ-
FILHO, et al., 2007).

Figura 1: Coleta por punção digital.

Fonte: IPED/APAE
22

Revisão de literatura
Na 1ª fase após informação, aconselhamento e assinatura de Termo de
Esclarecimento e Consentimento (TCLE) colhem-se o sangue por punção digital, e
as amostras são encaminhadas para análise, para detectar as seguintes doenças:
Toxoplasmose, HIV, Rubéola, Sífilis, Doença de Chagas, Citomegalovírus, Clamídia,
HLTV, Hipotireoidismo, Fenilcetonúria Materna, hepatite B e Hepatite C. Na segunda
fase, por volta do oitavo mês de gestação, os exames realizados são para detectar
Toxoplasmose, Sífilis e HIV (SES/MS, 2002).

Os testes com resultados positivos ou indeterminados coleta-se nova coleta de soro,


e encaminha ao Laboratório Central (LACEM), do estado, para testes confirmatórios
por: ELISA, Western-Blot e PCR. Os casos confirmados são encaminhados aos
serviços de referências municipais do PEPG, onde é proporcionado
acompanhamento e tratamento destas gestantes (FIGUEIRÓ-FILHO, et al., 2007).

Desta forma, em Selvíria, a atenção básica de saúde responsabiliza-se na captação


de gestantes para consulta de pré-natal precocemente e também pela adesão aos
exames do PEPG, e encaminhamento para serviço de referência quando
necessário, contribuindo desta forma para a redução de doenças por transmissão
vertical.

2.3 Toxoplasmose

Toxoplasmose é uma zoonose causada por um protozoário intracelular obrigatório


chamado Toxoplasma gondii (T. gondii). Pode infectar os seres humanos e animais
de sangue quente, sendo que os hospedeiros definitivos são os felídeos (GOULART,
et al., 2013). A toxoplasmose possui grande distribuição geográfica e sua frequência
esta ligada a vários fatores como: hábitos alimentares, faixa etária, padrões culturais
e tratamento adequado da água (ENGROFF, et al., 2014).

A doença constitui um grande impacto sobre a saúde publica, devido aos seus
vários mecanismos de transmissão, pois pode ser transmitida pela ingestão de água
e alimentos contaminados com oocistos presentes nas fezes de felídeos, ingestão
de carne crua ou mal cozida, manipulação de terra contaminada e por via
transplacentária (PRADO, et al., 2011).
23

Revisão de literatura
No homem a infecção na fase aguda é normalmente assintomática ou com leves
sintomas, por exemplo, mal-estar geral e fadiga, mas a infecção pode apresentar
grandes problemas para a saúde de mulheres grávidas e pacientes
imunossuprimidos, pois podem desenvolver sintomas clínicos graves, como doença
ocular e linfadenopatia (ENGROFF, et al., 2014).

Na transmissão por via transplacentária, o protozoário infecta o feto e pode


desenvolver complicações neurologias, auditivas, oculares e até mesmo morte fetal,
sendo que a infecção fetal depende do período de gestação em que a mulher foi
infectada. Quando a infecção materna ocorre no primeiro ou segundo trimestre da
gestação a possibilidade de transmissão é de 9% a 27%, mas o feto pode
desenvolver a infecção de forma grave, podendo ocorrer o aborto espontâneo e
morte neonatal. Já nas infecções ocorridas no terceiro trimestre, à possibilidade de
transmissão é maior (60%) e as consequências para o feto não serão tão graves
(SARTORI, et al., 2011).

O diagnostico materno é fundamental para a prevenção da infecção congênita. Na


presença da infecção aguda da gestante, essas deverão receber acompanhamento
e tratamento medicamentoso para reduzir as possibilidades de contaminação e
sequelas nos recém-nascidos. Caso a gestante ainda não foi infectada deve receber
instruções sobre as formas e fatores de risco da infecção por toxoplasmose.
Também é necessário ser informada sobre os métodos utilizados para a prevenção
desta zoonose, além do acompanhamento sorológico (SARTORI, et al., 2011).

Embora no Brasil ainda não exista um padrão-ouro para o tratamento da


toxoplasmose, é recomendado o uso de Espiramicina ou Pirimetamina em
gestantes. No tratamento com Pirimetamina deve ser acrescentado ácido folinico
para diminuir a supressão da medula óssea. Durante o tratamento deve ser
realizada uma monitorização da hemotoxidade. O tratamento reduz a possibilidade
de sequelas da doença no recém-nascido. Em vários países o tratamento do recém-
nascido é realizado até o primeiro ano de vida (CLAP/SMR, 2010).
24

Revisão de literatura
2.4 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) pertence ao grupo dos retrovírus, e o seu


material genético é formado por RNA, replica utilizando uma enzima chamada
transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral em DNA, onde é
integrado ao gene do hospedeiro possibilitando sua replicação (DIÓGENES, et al.,
2005; MELO; BRUNI; FERREIRA, 2006).

Foram identificados em humanos o HIV tipo 1 e tipo 2. Sendo que o primeiro possui
maior prevalência e é capaz de causar doenças mais severas no hospedeiro, devido
a uma produção maior de partículas virais, comparado ao HIV tipo 2 (PEREIRA,
2010).

A preferência do HIV é maior por células T-CD4+, apesar de infectar outras células
como os macrófagos e os monócitos. As células T-CD4+ tem um papel fundamental
na resposta imunológica especifica contra o antígeno e fornece estímulos para a
diferenciação de outras células, para conter a infecção. O vírus faz com que ocorra
uma redução no numero destas células e a perda da funcionalidade do sistema
imunológico resultando na doença aids (MALAQUIAS, 2012).

A doença é caracterizada por imunossupressão, que predispõe os indivíduos


infectados a infecções oportunistas e neoplasias (MELO; BRUNI; FERREIRA, 2006;
ANDREATTA, 2012). A aids é um problema de saúde pública em razão da
magnitude e do caráter pandêmico com um elevado número de óbitos e pessoas
infectadas (ZUQUE, 2011; MALAQUIAS, 2012).

Existem várias formas de transmissão do HIV e entre elas a transmissão vertical,


uma via de exposição de múltiplas causas e a influência dos fatores associados com
a transmissão do vírus varia com as populações estudadas. A transmissão vertical
do HIV pode ocorrer no período intra-útero, intraparto e após o parto através do
aleitamento materno (BRAMBATTI; CARVALHO, 2005; BRASIL, 2011). Esta forma
de transmissão vem afetando mais de 2,5 milhões de crianças no mundo (GINESTE,
2002; CLAP/SMR, 2010).
25

Revisão de literatura
Crianças infectadas por esta via têm evolução mais rápida e severa da doença do
que as infectadas por outras vias. Isto acontece devido à imaturidade do sistema
imunológico no momento da infecção. A maioria das crianças com HIV manifesta os
sintomas clínicos a partir dos três anos de vida, entretanto aproximadamente 20%
morrem até os dois anos, com sinais de imunodeficiência grave ou encefalopatia
(ANDREATTA, 2012).

Esta forma de transmissão da doença determina uma infecção crônica e fatal, mas
atualmente pode ser prevenida para aproximadamente 2% com o uso de
antirretrovirais (ARV’s) combinados com a cesariana eletiva e quando a carga viral é
menor do que 100 cópias/ml ao final da gestação (BRASIL, 2010a; ANDREATTA,
2012).
Diante do aumento dos casos de transmissão vertical o Ministério da Saúde e as
secretarias estaduais e municipais de saúde estabeleceram ações de prevenção
para minimizar a transmissão desta doença, e implantaram programas que
disponibilizam os testes de rastreamento do HIV e de outras DST’s além do
tratamento adequado das gestantes infectadas (ZUQUE, 2012).

2.5 Rubéola

A rubéola é uma doença exantemática aguda, de etiologia viral. Apresenta alta


contagiosidade, geralmente tem curso benigno, acometendo principalmente
crianças. Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco da infecção em
gestantes, que poderá produzir a infecção no feto e causar a denominada síndrome
da rubéola congênita (SRC) (BRASIL, 2005).

Clinicamente é caracterizada por exantema máculo-papular e puntiforme difuso,


iniciando-se na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para
o tronco e membros. Considera-se um caso suspeito de rubéola todo paciente que
apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhado de linfoadenopatia
retroauricular, occipital e cervical, independentemente da idade e situação vacinal. O
caso confirmado de rubéola pode ser definido por laboratório, vínculo epidemiológico
e clínico (BRASIL, 2005; 2009a).
26

Revisão de literatura
A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) ocorre quando a gestante adoece de
rubéola e o vírus é transmitido pela via transplacentária (PENNA, et al., 2011). É
uma importante complicação em especial no primeiro trimestre, pode comprometer o
desenvolvimento do feto e provocar aborto espontâneo, natimortalidade ou
nascimento de crianças com anomalias simples ou combinadas (BRASIL, 2009b).

A infecção pode resultar em malformações de vários tipos, dependendo da fase em


que a viremia instalou-se. O vírus, ao infectar o feto, produz infecção crônica que
pode representar importante fonte de disseminação do vírus por um período superior
a um ano de idade (PENNA, et al., 2011). Um caso suspeito de SRC é todo recém-
nascido, cuja mãe foi caso confirmado de rubéola ou contato de um caso confirmado
de rubéola durante a gestação, e/ou toda criança de até 12 meses de idade que
apresente sinais clínicos compatíveis com infecção congênita pelo vírus da rubéola,
independentemente da história materna (PENNA, et al., 2011).

As manifestações clínicas da SRC podem ser transitórias (púrpura, trombocitopenia,


hepatoesplenomegalia, icterícia, meningoencefalite, osteopatia radioluscente),
permanentes (deficiência auditiva, malformações cardíacas, catarata, glaucoma,
retinopatia pigmentar) ou tardias (retardo do desenvolvimento, diabetes mellitus). As
crianças com SRC frequentemente apresentam sinais ou sintomas múltiplos, mas
podem ter apenas uma malformação, sendo a deficiência auditiva a mais comum
(BRASIL, 2009b). A confirmação da SRC deve ser laboratorial com coleta de
espécimes clínicos (swab de nasofaringe e urina) para a identificação viral (PENNA,
et al., 2011).

Estima-se que a cada ano nascem no mundo mais de 100.000 crianças com SRC
(ROBERTSON, 2003). O Brasil realizou a Campanha Nacional de Vacinação contra
a rubéola em 2008, para eliminar a rubéola e a SRC. Foram vacinadas cerca de 70
milhões de pessoas. Foram confirmados 10.654 casos de rubéola entre 2007 e
2008, com 50 casos de SRC e 25 de ICR. Em 2009 não confirmou nenhum caso da
doença, indicando o impacto da campanha de vacinação, mas foram confirmados 12
casos de SRC e 7 de ICR, de mães que adoeceram em 2008, indicando estado de
alerta para novos casos de rubéola, devido à existência de crianças eliminando o
vírus por, pelo menos, 18 meses após o nascimento (PENNA, et al., 2011).
27

Revisão de literatura
A estimativa de custo, em termos da atenção médica de um caso de SRC, durante
toda a vida, gira em torno de 120 e 200 mil dólares (BRASIL, 2009b). Os custos
diretos e indiretos são elevados e incalculáveis, principalmente para a família e para
a criança que tem a doença. Isso em razão da cronicidade e gravidade das
manifestações, da necessidade de procedimentos diagnósticos e tratamento
especializado (CUTTS, VYNNYCKY, 1999) além da questão psicológica familiar a
ser superada.

A vacina é a única forma de prevenção da doença, e o risco para indivíduos


suscetíveis permanece em razão da circulação do vírus da rubéola em várias
regiões do mundo e da facilidade em viajar por esses lugares. O controle é feito por
meio da vacinação dos suscetíveis na rotina da rede básica de saúde, bloqueio
vacinal, intensificação e/ou campanhas de vacinação. É preciso manter um alto nível
de imunidade na população, com coberturas vacinais elevadas, iguais ou superiores
a 95%, permitindo a eliminação da transmissão do vírus (BRASIL, 2009 b).

Precisa de atenção ao fato de que quando a vacinação é iniciada e as coberturas


não são satisfatórias (<95%) pode haver deslocamento da faixa etária dos casos,
com elevados níveis de incidência em adultos e consequentemente o aumento do
risco da ocorrência de casos de SRC (BRASIL, 2005).

Os desafios enfrentados pela vigilância epidemiológica é interromper a transmissão


endêmica do vírus da rubéola e alcançar a meta de eliminação da rubéola e da SRC
no país (PENNA, et al., 2011).

2.6 Sífilis

A sífilis se mantém como problema de saúde pública até os dias atuais, apesar do
tratamento eficaz e de baixo custo. É uma doença infecciosa causada pelo
Treponema pallidum, e pode ser transmitida sexualmente, por transfusão sanguínea,
transmissão vertical, e por via indireta (objetos contaminados) (DAMASCENO, et al.,
2014). Apresenta grandes taxas de transmissão vertical no Brasil, e dependendo da
fase gestacional e do estagio clinico da doença, pode chegar a 100% a transmissão
do T. pallidum para o concepto (SONDA, et al. 2013).
28

Revisão de literatura
A gestante infectada, não tratada ou inadequadamente tratada, pode transmitir o T.
pallidum para o feto por via transplacentária em qualquer fase da gravidez, a doença
é denominada de sífilis congênita (SC). A transmissão será maior nas fases iniciais
da doença, quando há mais espiroquetas na circulação materna (SPARLING, 1993)

Mães com sífilis primária ou secundária, não tratadas, representam o maior risco de
prematuridade, morte perinatal (18-40%) e infecção congênita (70-100%), quando
comparadas àquelas com sífilis latente (23-40%). Entretanto qualquer estágio da
sífilis materna não tratada pode infectar o feto (SARACENI, LEAL, HARTZ, 2005).

Os principais fatores que determinam à probabilidade de transmissão é o estágio da


sífilis na mãe e a duração da exposição do feto no útero. Esta infecção pode resultar
em aborto espontâneo, prematuridade, óbitos fetais ou neonatais (DOMINGUES, et
al.. 2014). Sua ocorrência evidencia falha dos serviços de saúde, particularmente da
atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico precoce e o tratamento da gestante são
medidas relativamente simples e bastantes eficazes na prevenção dessa forma da
doença.

O Plano Operacional para Redução da Transmissão Vertical da Sífilis e do HIV, foi


implantado para rastrear e combater a sífilis congênita no Brasil, com investigação
da sífilis no primeiro e no terceiro trimestre da gestação (SONDA, et al. 2013).
Portanto para diminuir a incidência da SC é fundamental a gestante realizar os
exames na gravidez, para o diagnóstico precoce e tratamento adequado durante
este período impedindo a transmissão da infecção para seu filho (SANTOS,
ORLANDI, 2012).
Quando a criança apresentar sintomas antes de dois anos de idade, a doença é
classificada em SC precoce, e se as manifestações clínicas aparecerem depois de
dois anos de idade, em SC tardia. Na SC precoce o RN pode apresentar
prematuridade, baixo peso, hepatoesplenomegalia, lesões cutâneas, periostite,
osteocondrite, icterícia, anemia, linfoadenopatia generalizada, síndrome nefrótica,
convulsões, meningite, trombocitopenia, leucocitose ou leucopenia, lesões palmo-
plantares, Figura 2.
29

Revisão de literatura
Figura 2: Sífilis congênita precoce

Fonte:http://www.febrasgo.org.br

A SC tardia é um problema a saúde, pois pode apresentar manifestações clínicas


irreversíveis como lesões oculares, surdez neurossensorial, defeitos na dentição,
anomalias ósseas e no sistema nervoso central, Figura 3 (MUSSI-PINHATA,
YAMAMOTO,1999; CLAP/SMR, 2010).

Figura 3: Manifestações da SC tardia

Fonte: http://www.medicinanet.com.br

O tratamento da sífilis na gestação é realizado com penicilina G. Benzatina de


acordo com o protocolo do Ministério da Saúde (MS). A droga é capaz de atingir
níveis séricos bactericidas no feto, sendo eficaz nos casos de transmissão
transplacentária. Na sífilis primária serão aplicadas 2.400.000 UI/IM, e na
secundária, 4.800.000 UI/IM em duas doses, com intervalo semanal e na terciária,
7.200.000 UI/IM, em três doses, com intervalo semanal.
30

Revisão de literatura
Entretanto, há possibilidade de falhas terapêuticas em até 14% das vezes, que pode
estar relacionado à hemodiluição gestacional, presença de coinfecções ou
esquemas terapêuticos inadequados (BRASIL, 2009, 2013).

O MS avalia como tratamento inadequado para sífilis materna a aplicação de


qualquer outra terapia não penicilínica incompleta. O tratamento é considerado
adequado quando completo com penicilina, instituído pelo menos 30 dias antes do
parto e o parceiro devendo ser tratado concomitantemente com a gestante; qualquer
alteração nos requisitos supracitados configura tratamento inadequado (BRASIL,
2009, 2013).

Diante da perspectiva da SC devem-se incentivar as estratégias de prevenção, com


o objetivo de informar a população geral, principalmente os mais vulneráveis
(prostitutas e usuários de drogas) sobre a necessidade do uso regular do
preservativo, e também sobre outros fatores de risco que estão envolvidos na
transmissão da sífilis (AVELLEIRA, BOTTINO 2006; SONDA, et al., 2013).

2.7 Doença de Chagas

A Doença de Chagas é uma zoonose e tem como agente etiológico o Trypanosoma


cruzi. Os triatomíneos, insetos hematófagos, são responsáveis pela principal forma
de transmissão. O parasita pode Infectar animais vertebrados como o homem,
mamíferos domésticos e silvestres (BOTELHO, 2008). Seu ciclo biológico apresenta
varias formas evolutivas nos hospedeiros, que vão desde o ovo até sua forma adulta
(VASCONCELOS, et al., 2013).
O quadro clínico varia de acordo com a fase em que ela se encontra. A infecção
possui duas fases: a fase aguda, onde a doença apresenta vários sintomas
inespecíficos, alta parasitemia e na maioria dos casos é assintomática, e a fase
crônica, onde há uma baixa parasitemia com longos períodos assintomáticos, no
entanto o parasita já esta presente em diferentes tecidos do organismo, podendo
desenvolver sinais relacionados à forma cardíaca e digestiva da doença, e ainda
acometer o sistema nervoso central (ROTTA; SIQUEIRA; PEDROSO, 2013).
31

Revisão de literatura
Na década de 70 a transmissão da doença pela via vetorial foi responsável por 80%
dos casos de infecção chagásicas (BOTELHO, 2008). Com isto a Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA) implantou campanhas direcionadas ao combate dos
triatomíneos e a melhoria das habitações, reduzindo assim a transmissão por esta
via. Entretanto com redução da transmissão vetorial, outras formas de transmissão
se tornaram importantes, como as vias transfusionais, transplacentárias, e orais.
Outros mecanismos de transmissão menos comuns são, acidentes em laboratórios,
contato com animais infectados, leite materno e transplantes de órgãos (ROTTA;
SIQUEIRA; PEDROSO, 2013).

A infecção congênita passa despercebida em mais de 60% dos casos de crianças


assintomáticas, no entanto, crianças sintomáticas podem desenvolver as
manifestações clinicas precocemente ou tardiamente. A hepatoesplenomegalia e a
esplenomegalia representam sinais importantes de acometimento neonatal, podendo
surgir outras manifestações como icterícia, equimose e convulsões decorrentes de
hipoglicemia, insuficiência cardíaca, meningoencefalite, além de abortos
prematuridade, retardo do crescimento intrauterino e deformações congênitas
(BOTELHO, 2008; ROTTA; SIQUEIRA; PEDROSO, 2013).

Em recém-nascidos, quando detectada, deve-se iniciar imediatamente o tratamento


especifico com Benzonidazol, ele é considerado obrigatório em todos os casos de
infecção congênita por causa da sua alta eficácia e segurança, no entanto não é
indicado para gestante, devido a sua toxidade. Este tratamento também possui
grande eficácia em paciente com infecção aguda ou crônica recente (BRASIL, 2010;
ROTTA; SIQUEIRA; PEDROSO, 2013).

A doença é confirmada por meio de exames sorológico, e que podem apresentar


diferentes resultados dependendo da fase em que a doença se encontra. Na fase
aguda recomendam-se os exames parasitológicos de sangue, pesquisa a fresco dos
tripanossomatídeos e exames sorológicos como hemaglutinação indireta (HAI),
imunofluorescência indireta (IFI) e o ELISA. Já na fase crônica são realizados
apenas os exames de (HAI), (IFI), ELISA e a hemocultura. Os exames são
fundamentais para o diagnostico da Doença de Chagas e para a diferenciação da
fase clinica que ela se encontra (COSTA, et al., 2013).
32

Revisão de literatura
Não há medidas preventivas para a infecção congênita, no entanto é recomendada a
detecção precoce do parasita, junto com o tratamento especifico, pois o tratamento
da infecção congênita na fase aguda tem altas taxas de cura, chegando a quase
100% (CLAP/SMR. 2010; COSTA, et al., 2013).

2.8 Citomegalovírus

O citomegalovírus (CMV) é um vírus DNA do grupo β-herpes vírus humano, que tem
a capacidade de se replicar por longos períodos de tempo no organismo do
hospedeiro e fazer com que ocorra o aumento das células devido às inclusões
intracelulares (CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; CLAP/SMR,
2010). É considerado um dos principais patógenos oportunistas que afetam o ser
humano no mundo, sendo que sua prevalência aumenta com a idade, fatores
socioeconômicos, culturais e também com a localização geográfica (CARVALHO;
ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; MATOS; MEYER; LIMA, et al., 2011;).

O vírus pode ser transmitido de várias formas, possibilitando desta forma uma ampla
disseminação. Pode ser por meio do contato com fluidos biológicos (secreção
cervical/vaginal, sêmen, urina, sangue, saliva, e leite materno de portadoras do
vírus), por vias transplacentárias, transfusão sanguínea e transplante de órgãos
(CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; MATOS; MEYER; LIMA, et al.,
2011).

A infecção congênita pode resultar de uma primo-infecção materna ou uma infecção


recorrente. Os leucócitos infectados atravessam a placenta pelo cordão umbilical e
se instalam no epitélio tubular renal do feto, local onde ocorrerá a replicação do
vírus. A evolução clínica da infecção congênita pelo CMV encontra-se na Figura 4
(CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014).
33

Revisão de literatura
Figura 4: Evolução clínica da infecção congênita pelo citomegalovírus.

Fonte: adaptado de Raynor.

Na infecção primária é maior o risco de transmissão intrauterina. Os sintomas


clínicos no feto são mais graves. Pode apresentar icterícia, hepatoesplenomegalia,
microcefalia, calcificação cerebral, petéquias, coriorrinite, anomalias do sistema
nervoso central, prematuridade e crescimento intrauterino restrito. Mesmo os recém-
nascidos assintomáticos poderão apresentar alterações de desenvolvimento
neurológico e auditivo. No caso de reinfecção por outra cepa, a infecção primaria
pode fornecer uma imunidade parcial, e às manifestações clínicas da infecção
recorrente pode ser mais branda (CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al.,
2014; OLIVEIRA, et al., 2011)

A infecção perinatal pode ocorrer durante o trabalho de parto pelo acometimento das
membranas amnióticas, aspiração de liquido amniótico contaminado, contato com
sangue e secreções genitais, ou após o parto, pelo leite materno (MATOS; MEYER;
LIMA, et al., 2011).

Na infecção materna os sintomas são inespecíficos e semelhantes à mononucleose


infecciosa, não sendo possível o diagnóstico, é necessário exame laboratorial para
concluir o diagnostico. Depois de confirmado, é investigada a possibilidade de
transmissão fetal, através de técnicas invasivas e não invasivas (OLIVEIRA, et al.
2011).
34

Revisão de literatura
A maioria dos casos de infecção pelo CMV, os indivíduos evoluem de forma
assintomática, no entanto o vírus não é eliminado do organismo, passa para um
estado de latência, podendo ser reativado por qualquer fator que altere o sistema
imunológico, ou também por uma reinfecção por outra cepa. Se houver reativação
ou reinfecção, o indivíduo poderá ter sintomas clínicos graves, assim como numa
infecção inicial em recém-nascidos e em pacientes imunocomprometidos
(CLAP/SMR, 2010; MATOS; MEYER; LIMA, et al., 2011).

Estudos realizados sobre o tratamento de infecção congênita constataram a eficácia


da globulina hiperimune (GIH) em gestantes com infecção primária. Foi demonstrado
à redução de conceptos infectados em mulheres com amniocentese positiva para
CMV e no caso de mulheres sem sinal de comprometimento fetal o GIH teria efeito
preventivo, também foram observados casos de regressão de anomalia fetais
cerebrais (OLIVEIRA, et al., 2011).

No tratamento pós-natal, tem sido indicado o uso de ganciclovir em crianças com


infecção sintomática, alguns estudos demonstram os benefícios deste medicamento
devido à melhora no desenvolvimento neurológico e a parada da progressão da
perda auditiva, comparado às crianças que não receberam este tratamento
(CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; OLIVEIRA, et al., 2011)

Avanços de técnicas de diagnóstico e tratamento representam ainda um grande


desafio para os pesquisadores, porque não há métodos padronizados e totalmente
efetivos. A prevenção é o melhor método para reduzir o risco de infecção congênita.
As medidas educativas devem ser estimuladas, e algumas medidas para gestantes
soronegativas são: lavar as mãos cuidadosamente após contato com fluidos
corporais de crianças, após trocar fralda, não utilizar os mesmos talheres e
utensílios, evitar contato íntimo com bebês (beijar na boca ou bochechas) e evitar
trabalhar com crianças menores dois anos e meio (CLAP/SMR, 2010; OLIVEIRA, et
al., 2011).

As mães portadoras do CMV não devem deixar de amamentar seus filhos, devido
aos benefícios de leite materno, somente deverá ocorrer à suspensão no caso de
doença aguda materna ou se o bebê apresentar alto risco de doença (CARVALHO;
ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014).
35

Revisão de literatura
2.9 Clamídia

A infecção pela bactéria Chlamydia trachomatis é um importante problema de saúde


pública mundial, pela magnitude que a infecção causa no sistema reprodutivo
feminino. São bactérias imóveis, gram-negativa e intracelular obrigatória pertencente
à família Chlamidiaceae, que é composta por varias espécies, dentre elas a
trachomatis tem como hospedeiro exclusivo os seres humanos, esta espécie possui
sua capacidade metabólica limitada e é considerada parasita energético, pois utiliza
o ATP que a célula hospedeira produz (PINTO, 2012).

É um patógeno de transmissão sexual, com sintomas clínicos semelhantes aos


causados pela Neisseria gonorrhoeae e maior ocorrência entre indivíduos com
menos de 25 anos (PINTO, 2012). Estudos demonstram que os fatores de risco de
transmissão estão relacionados ao comportamento social, dentre eles à atividade
sexual precoce, múltiplos parceiros, ser solteiro, relações sexuais sem uso de
preservativos, uso de anticoncepcionais por mulheres jovens, tabagismo e falta de
conhecimento sobre as DST’s (VAZ, 2014).

Estudos demonstram que a real prevalência desta infecção é desconhecida devido


ao grande percentual de mulheres assintomática. O problema encontra-se na
ausência de diagnostico e tratamento destas mulheres, pois esta infecção pode
evoluir para sérias complicações e provocar sequelas irreversíveis como
esterilidade, obstrução tubária e gravidez ectópica (BENZAKEN, et al., 2010; VAZ,
2014).

Como na maioria das vezes a infecção se desenvolve de forma assintomática, a


bactéria pode ascender para a porção superior do trato genital ocasionando uma
doença inflamatória pélvica (DIP) local, onde permanece por meses no organismo
sem causar sintomas. Entretanto existem casos em que a infecção pode apresentar
sintomas como: corrimentos discretos, dor pélvica crônica, disúria, polaciúria,
dispareunia (dor durante o ato sexual), sangramentos intermenstruais ou após o ato
sexual (FLORES et al., 2011; PINTO, 2012).
36

Revisão de literatura
Podem ser reconhecidos 15 sorotipos da C. trachomatis que causam diversas
infecções. A Tabela 1 demonstra as infecções que cada sorotipo desenvolve em
homens, mulheres e recém-nascidos (VAZ, 2014).

Tabela 1: Síndromes desenvolvidas pela C. trachomatis segundo os sorotipos.

Fonte: ANVISA 2013

Pelo fato da ocorrência de transmissão vertical da C. trachomatis é importante à


detecção na gestação, pois pode ser transmitida ao recém-nascido durante o parto
(FLORES, et al., 2011). A infecção na gravidez também aumenta os riscos de
morbimortalidade devido a rupturas prematuras de membranas, baixo peso ao
nascer, pneumonia intersticial atípica, bronquite, otite media, trabalho de parto
prematuro, endometrite pós-parto, conjuntivite neonatal e óbito fetal (VAZ, 2014;
FILHO, et al. 2010).

Para diagnóstico e monitoramento da Chlamydia trachomatis a metodologia mais


adequada é o PCR, pelo fato de possuir alta especificidade (100%) e sensibilidade
(100%), comparada com o teste de imunoensaioenzimático com especificidade
(100%) e sensibilidade (58,8%) (HERKENHOFF, 2012).

O tratamento vem sendo realizado com vários antibióticos, mas a azitromicina tem
apresentado melhores resultados em relação a outros fármacos como: tetraciclinas,
macrolídeos e fluoroquinolonas (MAIA, 2011). No entanto existem medicamentos
contra indicados na gestação como: eritromicina, doxiciclina, floxacina, levofloxacina,
quilonas e tetraciclinas. O tratamento das gestantes pode curar a infecção e prevenir
a transmissão ao bebê além de aliviar os sintomas. Quando não tratada, a infecção
poderá persistir por meses (CLAP/SMR. 2010).
37

Revisão de literatura
No Brasil são poucos os serviços de saúde que dispõem da pesquisa desta bactéria
como parte da consulta de pré-natal. Há necessidade de rastrear as gestantes
assintomáticas, pois o diagnostico e tratamento precoce, pode melhorar os
resultados da infecção sobre a saúde materno-fetal (FILHO, et al. 2010).

A prevenção contra este patógeno é realizada através da mudança dos


comportamentos sociais. Também o tratamento dos parceiros infectados é
fundamental para minimizar os riscos de reinfecção (CLAP/SMR, 2010; MAIA, 2011).

2. 10 HTLV

O HTLV é um retrovírus pertencente à família Retroviridae e existem dois tipos de


vírus, o HTLV-I e o HTLV-II. Ambos possuem tropismo por linfócitos T, entretanto o
HTLV-I infecta preferencialmente linfócitos T CD4+ e o HTLV-II infecta os linfócitos
TCD8+, provocando infecções crônicas, com longos períodos de latência (SANTOS,
et al. 2005). Infectam principalmente animais vertebrados, e podem causar doenças
como câncer, imunodeficiência e doenças neurológicas. A sua prevalência
aumentam em mulheres, pessoas com mais de 40 anos, indivíduos de baixa renda e
com pouco nível de escolaridade (MELLO, 2014).

Estima-se que 15 a 20 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo HTLV-I,


e é considerado endêmico no sudeste do Japão, África, Austrália, Alasca, América
do Sul, Ilhas do Caribe, melanésia e em algumas ilhas Japonesas (FABBRO, et al.
2008). No Brasil cerca de 2,5 milhões de pessoas estão infectadas pelo HTLV-I, o
que torna o país com o maior numero absoluto desta infecção. Já o HTLV-II é
endêmico somente em alguns grupos populacionais da África e da América. No
Brasil possui uma prevalência muito significativa em populações indígenas (MELLO,
2014).

A forma de transmissão do HTLV pode ser por meio do contato sexual, materno-
infantil, transfusão de sangue e objetos contaminados (agulhas e seringas
compartilhadas por usuários de drogas). Pelo contato sexual, é mais comum ocorrer
à transmissão do homem para a mulher (60,8%) do que, da mulher para o homem
(0,4%).
38

Revisão de literatura
Na transmissão vertical a principal forma é o leite materno, podendo ocorrer também
pela via transplacentária, contaminação do feto na passagem do canal do parto e
pelo contato íntimo materno-infantil (FIGUEIRÓ-FILHO, et al. 2005).

O HTLV-I esta associado com a leucemia/linfoma de células T em adultos (risco de


aparecimento 2 a 4%) e a paraparesia espástica tropical (1%). Outras doenças
também relacionadas são as dermatites infecciosas em crianças, uveítes, artralgias
e polimiosite. Em relação ao HTLV-II, ainda não foram definidas associações dele
com doenças em seres humanos (FIGUEIRÓ-FILHO, et al. 2005).

Quanto ao diagnostico para ambos é realizado por exames sorológicos como o


ELISA (ensaio imunoenzimático), Aglutinação de partículas, IFI (imunofluorescência
indireta) e WB (Western Blot). Estes exames são baseados na pesquisa de
anticorpos presente no individuo infectado (BRASIL, 1998).

Ainda não existe vacina para prevenir a infecção pelo HTLV-I, e a qualidade de vida
das pessoas que possuem doenças associadas a este vírus, é muito ruim. Os custos
financeiros para o individuo, sua família e o sistema de saúde também são muito
altos. Por isto é fundamental que a saúde publica realize campanhas com o objetivo
de aconselhar a população mais vulnerável, sobre medidas importantes de
prevenção, para diminuir os índices de transmissão desta doença (BRASIL, 2013).

2.11 Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é uma doença metabólica devido a não produção dos hormônios


T4 e T3 ou produção apenas sob quantidades elevadas de hormônios TSH. Neste
último caso, a doença se manifesta de forma subclínica, no entanto quando a
quantidade de TSH estiver alta e os níveis de T3 e T4 estiverem baixos, a doença
pode desenvolver manifestações primarias.

Sua prevalência no mundo é de 4 a 10%, sendo que, 3 a 18% desenvolvem para a


forma sintomática, possuindo maior porcentagem as mulheres e idosos (SOUZA, et
al., 2012).
39

Revisão de literatura
Em gestantes o hipotireoidismo primário possui uma prevalência de 0,3% a 0,7% e o
subclínico em torno de 2,5 %. O rastreio destas mulheres tem sido utilizado para
detectar precocemente esta doença, com o objetivo de prevenir prejuízos no
desenvolvimento fetal. Pois quando o hipotireoidismo não é tratado durante a
gestação, pode causar pré-eclâmpsia, hemorragia após o parto, disfunção cardíaca,
baixo peso, desenvolvimento neurológico anormal, abortamento espontâneo e morte
fetal. Desta forma qualquer sinal de disfunção tireoidiana durante a gestação, é
obrigatório o tratamento desta gestante (SILVA, COSTA, 2013).

O diagnostico é realizado através de exames laboratoriais, normalmente a dosagem


do TSH sérico é suficiente, no entanto outros exames também podem ser
necessários, como a dosagem do T3, T4 e T4 livre (BOTELHO, 2008).

O tratamento é realizado com levotiroxina e recomendado para pessoas com níveis


séricos de TSH acima de 10 mUI/mL ou pessoas com sintomas clínicos de
hipotireoidismo, com o TSH entre 4,5 a 10 mUI/L e anticorpos tireoidianos positivos.
As doses devem ser iniciadas de acordo com a idade, o grau de disfunção
tireoidiana e das condições gerais da saúde de cada indivíduo. O tratamento é
essencial e seguro para as gestantes e seus conceptos (SILVA, COSTA, 2013).

2.12 Fenilcetonúria materna

A Fenilcetonúria (PKU) materna é uma aminoacidopatia, constitui um grupo de erros


congênitos (hereditário) do metabolismo e causa o aumento de fenilalanina (Phe)
plasmática em gestantes. Isto ocorre devido a uma deficiência da enzima hepática
fenilalanina-hidroxilase que não consegue converter o aminoácido Phe em tirosina.

A elevada concentração deste aminoácido no organismo pode causar graves danos


cerebrais, como a produção inadequada de norepinefrina e serotonina, ou síntese
reduzida e degradação aumentada de mielina (FIGUEIRO-FILHO, et al. 2004).
Gestantes não diagnosticadas e nem tratadas na gravidez, podem desenvolver
manifestação clinica como restrição do crescimento intra-uterino, retardo mental,
malformações cardíacas congênitas e microcefalia (FIGUEIRO-FILHO, et al., 2004).
40

Revisão de literatura
O diagnostico precoce é realizado principalmente através da dosagem de Phe, logo
depois da confirmação, deve se começar o tratamento, para evitar a instalação de
sequelas neurológicas (ALMEIDA, 2007).

As mulheres com Fenilcetonúria devem ser alertadas e educadas sobres


complicações causadas por esta doença, principalmente na gestação. Deve ser
realizada uma dietoterapia como tratamento, pobre em fenilalanina (Phe) para
controlar os níveis plasmáticos deste aminoácido no organismo, este tratamento é
de extrema importância durante a gestação (BOTELHO, 2008).

Devido às manifestações materno-fetais causadas por esta doença, torna-se


essencial o diagnostico e tratamento precoce durante a gravidez, e também a
identificação de mulheres com Fenilcetonúria em idade reprodutiva (FIGUEIRO-
FILHO, et al., 2004).

2.13 Hepatite B

O quadro clínico da hepatite B pode variar desde uma infecção assintomática até
formas fulminantes. Ela é a principal causa de hepatite crônica, cirrose e carcinoma
hepatocelular. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 2
bilhões de pessoas no mundo já foram infectadas pelo vírus da hepatite B, e
aproximadamente 400 milhões de pessoas atingem a forma crônica da doença
(TAUIL, 2012).

A doença pode ser transmitida através do contato com fluidos corporais (ex: sêmen,
fluido vaginal ou saliva), transfusão de sangue, relação sexual, objetos
contaminados (agulhas e seringas), objetos inanimados (ex: toalhas, escovas de
dente ou barbeador), de pessoa a pessoa e por transmissão vertical. O vírus possui
várias formas de transmissão devido a sua capacidade de sobrevivência no meio
ambiente. O sangue é o que contem a maior concentração do vírus, sendo em torno
de 100 vezes mais infeccioso do que o HIV e 10 vezes a mais do que a hepatite C
(SÃO PAULO, 2003).
41

Revisão de literatura
A transmissão vertical da hepatite B é de grande importância epidemiológica, pois as
chances de uma pessoa adulta contrair a infecção e evoluir para a forma crônica da
doença, são de 5 a 10%. Já os recém-nascidos com mães portadoras do vírus
possuem um risco maior de aproximadamente 90% de chances de desenvolverem a
forma crônica da doença e 20 a 25% de evoluirem para doença hepática avançada,
cirrose e hepatocarcinoma (FERNANDES, et al., 2013; KUPEK, OLIVEIRA, 2012).

Para prevenir este tipo de transmissão, durante o pré-natal deve ser realizada a
triagem sorológica próxima a 30ª semana de gestação, se o exame apresentar
resultado positivo, a gestante deve ser orientada sobre sua condição, como será
realizado o seu tratamento e os métodos utilizado para prevenir a transmissão para
o seu concepto (SANTOS; ORLANDI, 2012).

No Brasil uma das principais medidas para prevenir a doença, é por meio da
vacinação contra a hepatite B. A vacina tem o objetivo de eliminar esta infecção da
população geral, não havendo contra-indicação nem para as gestantes. Outra
medida fundamental é a realização de exames sorológicos periodicamente, pois com
a identificação do agente etiológico, é possível adotar medidas de prevenção e
controle adequado desta doença (BOTELHO, 2008; FERNANDES, et al. 2013).

2.14 Hepatite C

A hepatite C é um grave problema de saúde pública em razão das altas taxas de


cronicidade da doença, seu potencial evolutivo para cirrose e hepatocarcinoma,
assim como o fato de ser a mais frequente etiologia diagnosticada em casos de
transplante hepático. Estima-se que 3% da população mundial esta contaminada,
sendo relevante o número de pessoas que desconhece o fato de albergar o vírus
(STRAUSS, 2001).
A hepatite C acomete cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil, e a infecção
crônica pelo vírus C apresenta uma característica marcante de evoluir, ao longo dos
anos, com pouca ou nenhuma manifestação clínica que chame a atenção para sua
existência (OLIVEIRA, 2014).
42

Revisão de literatura
A principal via de transmissão é a parenteral, mas é importante ressaltar que, em
percentual significativo de casos, não é possível identificar a forma de infecção. A
transmissão sexual é pouco frequente – menos de 1% em parceiros estáveis – e
ocorre principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com pratica sexual
desprotegida. A transmissão vertical é rara quando comparada a hepatite B.
Entretanto, já se demonstrou que gestantes com carga viral do HCV elevada ou co-
infectadas pelo HIV apresentam maior risco de transmissão da doença para os
recém-nascidos (BRASIL, 2008).

O quadro clínico agudo é diversificado, variando desde formas subclínicas ou


oligossintomáticas até formas de insuficiência hepática aguda grave. A maioria dos
casos cursa com predominância de fadiga, anorexia, náuseas, mal-estar geral e
adinamia. Nos pacientes sintomáticos, o período de doença aguda pode se
caracterizar pela presença de colúria, hipocolia fecal e icterícia. As
aminotransferases (ALT/TGP e AST/TGO) são marcadores sensíveis de lesão do
parênquima hepático, porem não é específica para nenhum tipo de hepatite
(BRASIL, 2008).

A cronificação ocorre em 70% a 85% dos casos, sendo que, em média, um quarto a
um terço destes pode evoluir para formas histológicas graves ou cirrose no período
de 20 anos, caso não haja intervenção terapêutica. O restante evolui de forma mais
lenta e talvez nunca desenvolva hepatopatia grave. É importante destacar que a
infecção pelo HCV já é a maior responsável por cirrose e transplante hepático no
Mundo Ocidental (BRASIL, 2008).

A hepatite crônica é assintomática ou oligossintomática na grande maioria dos


casos. De modo geral, as manifestações clínicas aparecem apenas em fases
adiantadas de acometimento hepático. Muitas vezes o diagnóstico e feito ao acaso,
a partir de alterações esporádicas de exames de avaliação de rotina ou da triagem
em bancos de sangue (BRASIL, 2008).

Para o diagnóstico laboratorial, os testes de função hepática, especialmente os


níveis séricos da ALT/TGP e AST/TGO, apesar de serem indicadores sensíveis do
dano do parênquima hepático, não são específicos para hepatites.
43

Revisão de literatura
Os exames específicos para o diagnostico do tipo de infecção são os sorológicos e
os de biologia molecular (BRASIL, 2008).

Quanto ao tratamento da hepatite C aguda, particularmente, necessita de avaliação


para indicação ou não de tratamento. Para a hepatite C crônica deve-se seguir
conforme descrito no Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas – Hepatite Viral C,
contido na Portaria nº 34/SVS/MS de 28 de setembro de 2007 (BRASIL, 2007).

As medidas de prevenção devem ser informadas aos pacientes e aos comunicantes


para esclarecer as possíveis maneiras dele ter se infectado, buscando contribuir
para a diminuição da disseminação da hepatite C (BRASIL, 2008).
44

Casuística e métodos
45

Casuística e métodos
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS

3.1 Local do estudo

O município de Selvíria está localizado no Leste de Mato Grosso do Sul, situado a


410 km da capital Campo Grande, e faz divisa com o estado de São Paulo. A sua
população estimada em 2011 era de 6.303 habitantes, segundo dados do
IBGE/2010. A população estimada segundo o IBGE, residente do município
encontra-se na Tabela 2, Figura 5 e Figura 6.

Tabela 2. População residente segundo o sexo e faixa etária.


Selvíria. 2009
Faixa Etária Masculino Feminino Total
Menor 1 63 60 123
1a4 252 239 491
5a9 304 301 605
10 a 14 276 296 572
15 a 19 269 288 557
20 a 29 555 584 1.139
30 a 39 489 486 975
40 a 49 470 428 898
50 a 59 320 322 642
60 a 69 184 173 357
70 a 79 117 104 221
80 e + 40 37 77
Ignorada - - -
Total 3.339 3.318 6.657
Fonte: IBGE, Censos e Estimativas.

Figura 5: Pirâmide populacional. Selvíria. 2009


Pirâmide Etária

80 e +

70 a 79
Faixa Etária (anos)

60 a 69

50 a 59
Masculino
40 a 49
Feminino
30 a 39

20 a 29

10 a 19

0 a9

15 10 5 0 5 10 15
Percentual da População

Fonte: IBGE, Censos e Estimativas.


46

Casuística e métodos
Figura 6: Vista aérea de Selvíria.

www.cidades.ibge.gov.br

Em relação à atenção básica, o município possui três unidades básicas de saúde,


unidade I, II e III, sendo duas Estratégias de Saúde de Família na área urbana e
outra na área rural. Segundo o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB,
2010) em 2009 cerca de 88% da população era coberta por ESF, e a cobertura de
pré-natal neste ano foi de 99, 3 %.
A atenção básica é considerada a porta de entrada para a assistência em saúde
incluindo o pré-natal, neste sentido o município procura incluir as gestantes no
atendimento de pré-natal buscando precocemente as gestantes para cumprir as
metas do referido programa.

A mulher ao suspeitar da gravidez é acolhida na ESF conforme o protocolo de pré-


natal. A enfermeira solicita os exames para confirmar a gravidez, sendo confirmado
preenche o cartão da gestante, cadastra no SIS-pré-natal, solicita os exames
preconizados, faz o teste do dedinho (PEPG) e agenda a consulta médica.

Infelizmente o município não realiza parto e as gestantes se vêm obrigadas a buscar


esta necessidade em Três Lagoas que é sua referência, ou procurar outros
municípios na hora do parto.

3.2 Métodos

Foi realizado um estudo transversal descritivo com uma abordagem quantitativa para
analisar o desfecho dos resultados de exames laboratoriais do atendimento pré-natal
do Programa Estadual de Proteção a Gestante (PEPG) na rede de atenção básica à
47

Casuística e métodos
saúde no município de Selvíria (MS) no período de 2012 a 2014. Para o estudo
foram utilizadas informações secundárias do banco de dados da Secretaria
Municipal de Saúde e de uma Unidade de Saúde da Família. Foram coletados dados
de variáveis de pessoa, tempo e lugar. Após a coleta os dados foram consolidados e
analisados com o emprego das estatísticas descritivas por meio de construção de
tabelas e quadros e comparação à luz das recomendações do PEPG.
48

Resultados e discussão
49

Resultados e discussão
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O pré-natal é considerado o primeiro passo para o parto e nascimento humanizados,


e requer dos profissionais envolvidos, o estabelecimento de uma efetiva
comunicação junto às gestantes e seus familiares, para contribuir efetivamente no
autocuidado (RIOS, VIEIRA, 2007).

Desde 2000, com a implantação do Programa de Humanização do Parto e do


Nascimento (PHPN) os municípios brasileiros têm como desafio atender as
recomendações mínimas do pré-natal, entre elas, favorecer e promover o início
precoce do cuidado pré-natal, estabelecer a cobertura universal, garantir a
periodicidade das consultas, implementar ações preventivas e curativas por meio de
uma rede de saúde integrada e efetuar, no mínimo, seis consultas, além da
realização de procedimentos clínico-laboratoriais e a promoção de atividades
educativas (BRASIL, 2000a)

É conhecido que a qualidade da atenção pré-natal representa uma das prerrogativas


governamentais na atenção à saúde materna e perinatal. Nesse sentido, conhecer
as características do processo de atenção pré-natal, contribui para identificação das
prioridades assistenciais, para o estabelecimento de ações adequadas, para
prevenção, diagnóstico e manuseio clínico de possíveis problemas obstétricos
(ZAMPIERI, ERDMANN, 2010).

Segundo o Ministério da Saúde a assistência pré-natal deve ser iniciada no primeiro


trimestre de gestação, com consultas agendadas mensalmente para proporcionar
cobertura universal, de modo planejado, permitindo o acompanhamento efetivo.
Preconiza ainda a realização de uma consulta no primeiro trimestre, duas no
segundo e três no terceiro (ANDREUCCI, CECATI, 2011). O PEPG preconiza a
realização dos exames em duas fases, a 1ª a partir da oitava semana de gravidez e
a 2ª entre a 28ª e a 30ª semana gestacional (SES/2002). O atendimento é para
todas as gestantes independentes de ser cliente do SUS ou rede privada.
50

Resultados e discussão
Recomenda-se o incentivo da assistência pré-natal por meio de campanhas
coletivas, busca ativa domiciliar por meio dos agentes comunitários, ampliar a
cobertura de áreas com a ESF, disponibilizar atendimentos de qualidade e o
estabelecimento de vínculo entre profissionais da saúde e gestantes (CÉSAR, et al.,
2011; ROCHA, SILVA, 2012).

No período do estudo, realizaram o acompanhamento pré-natal na rede de atenção


básica 215 gestantes. As mulheres no período investigado eram jovens, a maioria
delas 82% (n=176) tinha a idade inferior a 30 anos, conforme a Tabela 3.

Tabela 3: Número e percentual de gestantes atendidas.


Selvíria. 2012 a 2014
Faixa etária N° %
(em anos)
< 21 60 28
21 a 30 116 54
> 30 39 18
TOTAL 215 100

Observa-se em pequenas cidades por questões religiosas, culturais, etc. que o


casamento pode ocorrer muito cedo, mas também a gravidez entre jovens pode
acontecer pela falta de informação sobre a sexualidade e contracepção correta.
Associam-se ainda os fatores sociais, com estímulo da vida sexual das
adolescentes. A esta situação soma-se à falta de acesso a serviços adequados,
levando grande parte dos adolescentes a iniciar vida sexual sem praticar a
anticoncepção, resultando, em gravidez precoce e indesejada (DÍAZ & DÍAZ 1999).

Entre os aspectos sociodemográficos que podem interferir no pré-natal, a literatura


aponta a baixa escolaridade materna que pode trazer prejuízos para a qualidade da
assistência pré-natal merecendo atenção especial (RASIA, ALBERNAZ, 2008;
COUTINHO, et al., 2010; DOMINGUES, et al., 2012). A aumenta o risco obstétrico e
dificulta a adesão de mulheres ao pré-natal, o que contribui para inadequação do
processo de cuidados no pré-natal (RASIA, ALBERNAZ, 2008; MENDOZA-SASSI, et
al., 2011; CESAR, et al., 2011) e autonomia da população, o que por vez é
influenciada diretamente pelo nível de escolaridade (CARVALHO, ARAÚJO, 2007).
51

Resultados e discussão
Sobre a existência de iniquidades sociais é consenso entre os pesquisadores, que
expõe as mulheres que necessitam de cuidados pré-natais, a situações de risco,
principalmente em função da baixa qualidade dos serviços oferecidos em contextos
socioeconômicos desfavorecidos. Essa situação leva à baixa qualidade na atenção
pré-natal e, contribui para elevação dos índices de mortalidade materna e perinatal
(RASIA, ALBERNAZ, 2008; MENDOZA-SASSI, et al., 2011).

Embora não tenham sido investigadas essas dimensões no estudo, acredita-se na


necessidade de estudos futuros que tenham como objetivo a descrição desses
indicadores, de modo a contribuir com a qualidade da atenção pré-natal. Também a
literatura aponta a necessidade de adequações relacionadas à qualificação de
recursos humanos para o atendimento, construção de áreas físicas adequadas para
as ações necessárias ao cuidado das gestantes (DOMINGUES, et al., 2012).

As doenças detectadas pelo PEPG encontram-se descritas na Tabela 4. A idade


materna para o adoecimento variou de 16 a 35 anos no período, sendo que a
maioria 67% (n=10) com idade ente 20 a 30 anos, 20% (n=3) maiores de 30 anos e
13% (n=2) menores de 20 anos.

Tabela 4: Doenças detectadas pelo PEPG. Selvíria. 2012 a 2014.


Doenças infecciosas 2012 2013 2014 TOTAL
Notificados no
SINAN
Sífilis materna 1 1 3 5
HIV materno 1 1
Não notificados no
SINAN
Clamídia 1 3 4
Toxoplasmose 2 2
Sífilis materna 2 2

Dentre as observações acerca do rastreamento das doenças de transmissão


vertical, observou-se resultado de VDRL positivo em 2012, 2013 e 2014. Estes
resultados sinalizam que devem ser avaliadas as medidas de prevenção e de
disseminação de informações sobre formas de transmissão da doença.
52

Resultados e discussão
Relacionado à sorologia de toxoplasmose, no período encontrou-se dois casos, o
que acaba demonstrando, que existem gestantes suscetíveis à doença e que
deveriam ter os exames repetidos durante a gestação levando em consideração a
forma de transmissão da doença e o risco da transmissão vertical, notadamente no
primeiro trimestre da gravidez.

No período investigado foi identificado quatro casos de clamídia e um caso reagente


para o HIV, em relação a este último, levando em consideração a vulnerabilidade
feminina e a interiorização da doença, é interessante o município investir em práticas
educativas específicas para as mulheres como forma de prevenção da doença, além
de encaminhar o caso par tratamento.

Quanto às doenças identificadas pelo PEPG os enfermeiros cumprem o preconizado


pelo programa, com recoletas para confirmar e o tratamento adequado no próprio
município, por meio de protocolo, ou encaminham para referência se necessário. Do
total de casos 100% foram tratados, e acompanhados pela ESF, sem abandono de
tratamento.

A estrutura organizacional para atenção pré-natal é reconhecida pelo Ministério da


Saúde como ponto fundamental para garantir uma prática segura. É recomendado
um ambiente facilitador para as ações integradas de saúde que considerem
aspectos relacionados à planta física, aos recursos humanos e materiais, ao apoio
laboratorial, ao acesso ao medicamento, aos instrumentos de registro e ao sistema
de referência e contra referência (ROCHA, SILVA, 2012).

Em municípios pequenos existem dificuldades no acesso a rede de saúde em


relação à área rural, nem sempre a estrutura física é a mais adequada, além da falta
de profissionais da área da saúde. O município do estudo não realiza parto, sendo
as parturientes encaminhadas para município de referência.

Estudos descrevem que a falta de recursos humanos, aptos e treinados para o bom
atendimento da mulher, e a falta de infra-estrutura adequada, equipamentos
disponíveis para o exame da gestante, medicamentos básicos e outros,
comprometem a qualidade da assistência durante o pré-natal e expõem a gestação,
o parto e puerpério a riscos e consequências adversas (BRASIL, 2000a).
53

Resultados e discussão
A literatura demonstra que, embora haja evidências da melhoria da cobertura da
assistência pré-natal no Brasil (DOMINGUES, et al., 2012) ainda persistem questões
relacionadas à dificuldade de acesso, à baixa qualidade da atenção pré-natal, aos
déficits para garantir o vínculo entre pré-natal e parto, às inaceitáveis taxas de
mortalidade materna e perinatal, bem como à carência de orientações às gestantes
relacionados ao parto, à amamentação e aos cuidados com o recém-nascido
ANDREUCCI, CECATI, 2011).

Somados a esses aspectos, outros indicadores como o início tardio da assistência


pré-natal e o baixo número de consultas, podem dificultar o diagnóstico e o
tratamento precoce das doenças de transmissão vertical (BRASIL, 2009).
54

Conclusão
55

Conclusão
5 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos, considerando que a atenção básica deve ser a porta de


entrada das mulheres na assistência pré-natal, demonstraram a efetividade da
atenção básica no município em questão, e evidenciou que a adoção do PEPG na
atenção pré-natal contribui para práticas de saúde seguras que promovam a
prevenção de doenças infecciosas por transmissão vertical, a saúde e a qualidade
de vida das pessoas.

A rede básica de saúde do município tem atendido dentro das suas limitações os
requisitos organizacionais e assistenciais para o acompanhamento pré-natal. È
importante manter o acesso precoce das gestantes ao pré-natal e monitorar o
cumprimento dos protocolos assistenciais preconizados para garantir uma prática
segura de cuidados à saúde durante o pré-natal.

Sugere-se aos profissionais, gestor e comunidade a implementação de ações


educativas com enfoque na promoção da saúde para a melhoria da qualidade de
vida no pré-natal, caracterizando-o como um marco de felicidade na vida do casal.

Cabe aos gestores avançar, propor soluções definitivas como o melhoramento da


infraestrutura das unidades de saúde, investir em capacitação técnica continuada
das equipes de saúde. Além disso, a implementação de uma gestão participativa e o
controle social, poderão contribuir para a promoção da saúde individual e coletiva
das mulheres durante o ciclo gravídico.
56

Referências
57

Referências
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