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Fisiologia Do Exercício - Atividade Física PDF
Fisiologia Do Exercício - Atividade Física PDF
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação................................................................................................................................... 4
Introdução...................................................................................................................................... 7
Unidade úNICA
Fisiologia do Exercício................................................................................................................... 9
Capítulo 1
Limiar Anaeróbico (metabólico e ventilatório) e Limiar de Compensação Respiratória:
conceito, determinação e aplicação. Testes ergoespirométricos e
suas características................................................................................................................ 9
Capítulo 2
Consumo máximo de oxigênio. Mensuração e aplicabilidade. Outras variáveis
ergoespirométricas no exercício físico: produção de dióxido de carbono,
quociente respiratório, equivalentes respiratórios, pulso de oxigênio e ajustes
cardiorrespiratórios........................................................................................................ 21
capítulo 3
Atividade física como finalidade diagnóstica, prescrição de exercício
e tratamento....................................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 46
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
O presente Caderno de Estudos e Pesquisa foi elaborado com o objetivo de propiciar conhecimentos
acerca do contexto educacional com foco na Fisiologia do Exercício. A cada capítulo pensamos
nas horas que você dedica ao trabalho destinado às atividades educativas, bem como às práticas
desenvolvidas no cotidiano de um ambiente universitário. Lembrando sempre de que você é
protagonista da história que estamos construindo a partir de agora.
Este caderno lhes fornecerá uma visão integrada da fisiologia, as principais adaptações fisiológicas
durante o exercício que acometem o indivíduo durante a performance física. Desta forma, dotamos
de conhecimento o futuro profissional para que possa iniciar uma carreira respeitada e promover
o entendimento da complexidade do corpo humano e a importância fundamental da fisiologia no
âmbito profissional.
Bons estudos!
Objetivos
»» Aprofundar no estudo da Bioenergética: vias de produção de ATP, vias anaeróbicas
e aeróbicas, potências bioenergéticas nas atividades desportivas.
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»» Distinguir a Limiar Anaeróbico (metabólico e ventilatório) e limiar de compensação
respiratória: conceito, determinação e aplicação. Testes ergoespirométricos e
suas características.
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Fisiologia do Unidade úNICA
Exercício
Capítulo 1
Limiar Anaeróbico (metabólico e
ventilatório) e Limiar de Compensação
Respiratória: conceito, determinação e
aplicação. Testes ergoespirométricos e
suas características
O conceito de Limiar Anaeróbio (LA) tem sido alvo de inúmeras pesquisas cientificas desde a
década de 1950. Fisiologista do exercício, preparadores físicos, técnicos desportivos e médicos
tem encontrado no LA uma maneira prática a prescrição de exercícios, acompanhados dos efeitos
do treinamento e predição da performance desportiva, além do uso recente no diagnóstico de
cardiopatas e reabilitação cardíaca.
Apesar de indiscutível sua aplicabilidade prática, o LA se constituiu num dos temas mais polêmicos
e controversos no campo da fisiologia do exercício, principalmente em relação à sua terminologia,
fundamentação fisiológica e metodologia.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Sintetizando, as reações químicas que ocorrem nesse processo podem ser descritas da seguinte
forma: a produção aumentada de ácido láctico nas células musculares em atividade alcança, por
meio da membrana celular, a corrente sanguínea, na qual, tamponada pelo sistema do bicarbonato,
forma lactato de sódio e ácido carbônico; este último, por ser altamente volátil, dissocia-se em gás
carbônico e água.
O início da acidose metabólica e o excesso de gás carbônico seriam os responsáveis pelo estímulo
dos centros respiratórios que desencadeariam o aumento desproporcional da ventilação que, por
sua vez, em conjunto com níveis elevados de gás carbônico, provocaria a elevação do quociente
respiratório (R).
Em resumo, o limiar anaeróbio, que quando caracterizado exclusivamente em função das trocas
respiratórias, recebe a denominação de limiar ventilatório, pode ser definido como a intensidade
de esforço, ou o consumo de oxigênio, acima da qual a produção de ácido láctico supera sua
própria remoção, provocando hiperventilação. Indivíduos não treinados apresentam, em geral,
limiar anaeróbio em torno de 50% a 70% do consumo máximo de oxigênio. Atletas treinados
utilizam maior fração do VO2 máx, podendo elevar o limiar anaeróbio até cerca de 85% do
VO2 máx.
O limiar anaeróbio tem sido largamente utilizado na prática, tanto no diagnóstico de aptidão
física como, e principalmente, na prescrição de treinamento tanto para indivíduos sedentários
como para atletas, das mais diferentes modalidades. Em termos de aplicação prática, a expressão
do limiar anaeróbio em velocidade de corrida quando o teste é realizado na esteira e em carga
na bicicleta tem se mostrado extremamente útil. Para o treinador ou preparador físico, saber
que seu atleta deve manter determinada velocidade para fazer um treinamento essencialmente
aeróbio representa, efetivamente individualizar o trabalho em bases científicas. Por outro lado, a
evolução do limiar anaeróbio tem se mostrado um indicador bastante útil para aferir o progresso
do treinamento.
O limiar anaeróbio tem se mostrado melhor preditor de desempenho que o VO2 máx para exercícios
de longa duração. Com o objetivo de analisar as correlações entre o ritmo de corrida na maratona e
os indicadores fisiológicos de desempenho, submetemos um grupo de 234 atletas do sexo masculino
e 63 do sexo feminino a teste de avaliação em esteira rolante para determinação do VO2 máx e
limiar anaeróbio imediatamente antes da corrida de uma maratona (maratona de Nova Iorque).
Correlacionando a velocidade média desenvolvida na prova por cada atleta com o VO2 máx e com o
limiar anaeróbio obtidos no teste, obtivemos respectivamente para o sexo masculino r = 0,75 e r =
0,82 e para o sexo feminino r = 0,83 e r = 0,87, sendo o VO2 máx expresso em ml/kg/min e o limiar
anaeróbio em velocidade em km/h.
Outra aplicação prática importante do limiar anaeróbio é a utilização do seu valor expresso em
frequência cardíaca, o que possibilita, pela monitorização contínua desta variável fisiológica,
diagnostica preciso da natureza aeróbia ou anaeróbia das mais diferentes modalidades esportivas.
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
A ergoespirométrica é, portanto, um método que cada vez mais acrescenta qualidade ao diagnóstico
da aptidão física e à monitorização do treinamento de atletas, permitindo, inclusive, que se introduza
o conceito básico do treinamento científico que é o respeito à individualidade biológica do atleta.
O limiar anaeróbio indica até que ponto o sistema oxidativo está sendo suficiente
para gerar energia para a atividade física e em que ponto as fontes energéticas
anaeróbias começam a entrar em ação de maneira mais expressiva. Sempre que as
Fontes Anaeróbias entram em ação por mais de 10 segundos temos formação de
ácido láctico de maneira acentuada.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Testes ergoespirométricos e
suas características
Tradicionalmente, o teste ergométrico ou “stress testing”, estuda a atividade elétrica do coração e suas
repercussões clínicas, aferindo a adequação entre a demanda e a oferta de oxigênio ao miocárdio.
Para a atividade física, seja para iniciantes ou indivíduos com atividade regular, é o teste que
discrimina a intensidade de exercício aeróbio a ser prescrita, considerando-se, obviamente, as
informações da ergometria tradicional, implícitas no procedimento, associada às informações sobre
o mecanismo de transporte de gases envolvidos.
Na avaliação fisiológica de atletas, das mais variadas modalidades, é o teste que se impõe pela
quantidade de informações e pela facilidade de execução. É utilizado para o diagnóstico das
necessidades energéticas específicas nas diferentes modalidades, para o diagnóstico das capacidades
funcionais individuais (avaliação dos índices de aptidão física, obtenção de médias de referência,
cálculo dos desvios percentuais e diagnósticos geral da aptidão física), no treinamento específico, ou
seja, num determinado esporte coletivo, como por exemplo, no futebol, diferenciam o treinamento
para grupos de funções táticas distintas (zagueiros, laterais, volantes ou atacantes) e ainda na
evolução dos índices de aptidão física com a reavaliação periódica, o diagnóstico individual da
evolução e a periodização do treinamento.
Aspectos fisiológicos
A partir da década de 1970, em função da evolução tecnológica que facilitou a análise dos gases, o
emprego dos testes cardiorrespiratórios ganhou destaque na área de pesquisa, e também na área
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Tipos de ergômetros
Ergômetros são instrumentos utilizados no teste de esforço com a finalidade de mensurar o trabalho.
A ergometria fornece a medida do trabalho, com volume de oxigênio (VO2) estimado, enquanto a
ergoespirometria fornece a medida do trabalho com VO2 máximo.
Escada de máster
É o instrumento mais antigo; pode ter um ou dois degraus (com 30 e 50 cm); não depende de
energia elétrica; é de baixo custo e portátil. O ritmo de subida e descida deve ser constante. Mantém
o tórax móvel, o que dificulta a aferição da pressão arterial (PA). A carga padronizada sobrecarrega
indivíduos menos preparados e não exige o suficiente dos mais preparados.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Esteira rolante
É mais fisiológica, por reproduzir o movimento de caminhada, além de oferecer vantagens como
regulação de velocidade e inclinação. Porém é mais cara, ocupa mais espaço e produz ruídos. Pode
gerar insegurança ao paciente e, por isso, deve ser feito um treinamento e adaptação, além de um
controle de parada instantâneo, se necessário. O cuidado com o posicionamento do paciente deve
ser constante, a fim de evitar joelhos fletidos, tronco inclinado para frente, olhar para o solo, andar
a passos curtos e apoiar nas barras laterais.
Procedimentos/realização
Devido às diversas indicações e aplicações do teste ergométrico, não existe um único protocolo aceito
universalmente. A escolha do protocolo ideal vai depender do objetivo e das condições de aplicação.
Sala de testes
Deve ser específica para realização dos testes, com temperatura entre 21 e 24ºC, umidade relativa entre
40 e 60%, além de possuir equipamentos para primeiros socorros. A temperatura pode influenciar no
resultado, pois se elevada, desloca o sangue perifericamente e se baixa, aumenta o tempo de dissipação
do calor.
Avaliadores
Os avaliadores devem ter amplo conhecimento e experiência na prática do teste, incluindo as
contraindicações, os critérios de interrupção do teste e as manobras de urgência rotineiras. Ao
menos um dos avaliadores deve ser médico, sendo indispensável sua presença nos testes com
pacientes acima de 35 anos. Os profissionais não médicos só podem fazer o teste ergométrico para
avaliar aptidão física em indivíduos abaixo de 35 anos de idade.
Preparo do paciente
Em testes com finalidade diagnóstica, os medicamentos são suspensos, sempre que possível, 48
horas antes de sua realização. Não é indicado praticar esportes pelo menos 48 horas antes do teste,
para evitar fadigas musculares. Não se deve fumar no dia do teste, pois o cigarro possui substâncias
que podem alterar variáveis cardíacas como frequência e pressão. Chás estimulantes e café devem
ser evitados. A insulina também deve ser evitada, pelo fato do exercício ser hipoglicemiante. Não
usar medicações extras; a dipirona, por exemplo, pode exercer efeito hipotensor. Recomenda-se
não fazer o teste em jejum, alimentar-se duas horas antes, usar roupas leves e tênis.
Uma ficha de identificação deve ser preenchida, depois realizado exame físico, como palpação de
pulsos arteriais, inspeção e palpação do precórdio, ausculta cardíaca e pulmonar. O eletrocardiograma
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Intensidades e métodos
O objetivo do teste, a população a ser testada, a disponibilidade de tempo e material são os fatores
que determinarão o melhor método e protocolo a ser utilizado.
Protocolo máximo
É quando o indivíduo chega à exaustão voluntária sem, no entanto, atingir o consumo máximo de
O2 ou a frequência cardíaca máxima (FC máx) estipulada, ou ainda quando o indivíduo interrompe
a atividade pelo aparecimento de sintomas clínicos e alterações eletrocardiográficas importantes.
Protocolo submáximo
Quando se atinge a FC determinada previamente, sem atingir a FC máxima. Existem diferentes
métodos, cada um com uma equação diferente para estimar o VO2 máx. Estas equações devem ser
utilizadas apenas em pessoas saudáveis e sedentárias, devido à margem de erro de 10 a 20%. Em
atletas e pacientes é necessário que se faça a medição direta dos gases respiratórios, por meio da
ergoespirometria.
Método de Bruce
É o mais utilizado e serve para todas as pessoas. Realizado em esteira rolante, com protocolo de
intensidade máxima. Consiste de 5 estágios de 3 minutos cada, variando a inclinação e velocidade.
Inicia-se com inclinação de 10% e velocidade de 2,73 km/h (1,7 milhas/h). Cada estágio aumenta 2%
a inclinação e 1,36 km/h (0,85 milhas/h) a velocidade, até a exaustão do indivíduo.
Método de Astrand
Realizado em bicicleta ergométrica, em intensidade submáxima. São utilizadas duas cargas
diferentes com 5 minutos de duração cada, sendo a FC registrada no 4º e 5º minutos finais de cada
carga, devendo estar entre 120 e 170 bmp.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Método de Fox
Realizado em bicicleta ergométrica, com intensidade submáxima. Mantém-se uma carga de 150 W
por 5 minutos, com registro da FC no 5º minuto.
Método de Balke
Realizado em esteira rolante, com intensidade máxima. Inicialmente, caminhar a 5,5 km/h com
aumentos sucessivos de 2% na inclinação a cada 2 minutos, até o máximo que o indivíduo suportar
ou apresentar algum sintoma.
Onde: inclinação = %
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
O médico responsável deve avaliar os riscos e benefícios do teste ergométrico, sendo contraindicações
absolutas angina instável, pericardite, choque cardiogênico, obstrução coronariana grave, embolia
pulmonar, arritmias ventriculares severas, bloqueio atrioventricular completo, miocardite,
insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e crises hipertensivas.
Parâmetros avaliados
Diferentes parâmetros devem ser avaliados durante o teste ergométrico para que se tenha uma
correta interpretação. As medidas devem ser feitas em repouso (controle), durante o esforço e ao
término do teste.
Frequência cardíaca
Para maior precisão deve-se medir pelo traçado eletrocardiográfico. Porém, o mais usual é a ausculta,
palpação das artérias periféricas e uso de frequencímetro.
Pressão arterial
É determinada pelo método auscultatório da artéria braquial. A PAS é bem determinada e definida,
já a PAD tem uma determinação falha e, por isso, eventualmente, registram-se dois valores.
Duplo produto
Representa o trabalho imposto ao miocárdio. É um índice que mostra a correlação com o consumo
de oxigênio, devendo ser mensurado simultaneamente ao VO2.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Tem por valores normais em repouso 70 a 120, na transição e durante a atividade física acima de
200 e durante atividade física desgastante acima de 300. Quanto maior o duplo produto, maior é o
trabalho imposto ao miocárdio e maior o consumo de O2.
Ventilação
A ventilação pulmonar por minuto é um importante parâmetro, pois permite calcular o consumo
de O2 (VO2) e a produção de CO2 (VCO2); avaliar fatores limitantes do desempenho, como dor ou
fadiga dos músculos respiratórios; fornecer informações sobre a intensidade de esforço, permitindo
avaliar os limiares aeróbio e anaeróbio. Porém, sua mensuração requer uso de gasômetro, máscaras,
válvulas respiratórias e tubos.
Quando não é possível dispor dos equipamentos necessários utilizam-se equações subjetivas (método
indireto) correlacionando carga, idade e peso do paciente, para estimar o VO2 máx durante o esforço.
Outras variáveis
Em situações clínicas especiais ou de pesquisa também poderão ser avaliados outros parâmetros
como débito cardíaco, lactato sanguíneo, saturação de O2 e concentração hormonal.
Deve-se realizar o ECG completo, com as 12 derivações em repouso, pois durante a atividade não é
possível obter todas as derivações.
Interpretação clínica
Pressão arterial
O comportamento normal da pressão arterial em um esforço dinâmico é representado pelo aumento
progressivo da PAS e manutenção ou redução da PAD.
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
A PA elevada ao repouso pode ser uma contraindicação à execução da prova de esforço, devido ao
aumento dos riscos de intercorrências durante os testes. A elevação da PA durante o teste pode ser
um sinal para sua interrupção.
A PASmáx é menor nos cardiopatas, devido a uma incompetência do sistema cardiovascular, na qual
dois ou três ramos coronarianos encontram-se acometidos; ela não responde à altura. Desta forma,
a resposta da PAS é o parâmetro mais importante a ser avaliado, por estar relacionada ao índice de
mortalidade destes pacientes. Se os pacientes apresentarem redução da PAS durante o esforço ou
uma elevação insuficiente para a carga de trabalho, teremos uma evidência de isquemia miocárdica
e piora do prognóstico. Aumento da PAD acima de 180 mmHg durante o esforço também pode ser
indicativo de doença coronariana.
Frequência cardíaca
A FC tem um aumento proporcional à intensidade do trabalho e ao consumo de oxigênio, sendo
este aumento relacionado à condição física aeróbia do indivíduo. Em cardiopatas, a aceleração da
FC é mais lenta nos primeiros segundos de uma carga. A redução da FC ao se aumentar uma carga
é indicação de suspensão do teste, pois indica isquemia do nodo sinoatrial. Existem casos em que
a FC não aumenta de modo suficiente para o aumento da carga, como em atletas, indivíduos sob a
ação farmacológica, portadores de Síndrome do Nodo Sinusal, com limitação na resposta do marca-
passo cardíaco.
Resultados
O valor de um teste ergométrico depende de sua capacidade de identificar a existência de uma cardiopatia.
São quatro os possíveis resultados de um teste de esforço com exercícios progressivos.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
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Capítulo 2
Consumo máximo de oxigênio.
Mensuração e aplicabilidade. Outras
variáveis ergoespirométricas no exercício
físico: produção de dióxido de carbono,
quociente respiratório, equivalentes
respiratórios, pulso de oxigênio e
ajustes cardiorrespiratórios
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Como a composição química dos lipídios difere dos carboidratos, uma vez que estes contêm
consideravelmente mais átomos de oxigênio em proporção aos átomos de hidrogênio, quando
um lipídeo é catabolizado para produção de energia o oxigênio é requerido não apenas para
oxidação de carbono a dióxido de carbono, mas também para oxidação de átomos de hidrogênio,
portanto, mais oxigênio é necessário para queimar gordura. Quando o ácido palmítico, um
típico ácido graxo, é oxidado a dióxido de carbono e água, 16 moléculas de dióxido de carbono
são produzidas para cada 23 moléculas de oxigênio consumidas, de acordo com a fórmula
a seguir:
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
O VEO2 reflete a necessidade ventilatória para um dado nível de VO2, portanto, apresenta-se como
um índice da eficiência ventilatória. Pacientes com uma relação inadequada entre a ventilação e a
perfusão pulmonar (alta fração de espaço morto fisiológico) ventilam ineficientemente e têm altos
valores para o VEO2. Atletas, por outro lado, tendem a apresentar valores mais baixos de VEO2.
O VECO2 representa a necessidade ventilatória para eliminar uma determinada quantidade de CO2
produzido pelos tecidos em atividade. Da mesma forma que o VEO2, reflete a ventilação do espaço
morto, mas é fortemente influenciado pela PaCO2. Uma vez que o CO2 metabólico é um forte estímulo
para a VE durante o exercício, esta reflete o comportamento do VCO2 e vice-versa. Após uma queda
no início do exercício, o VECO2 não aumenta durante o esforço submáximo.
Pulso de oxigênio
O pulso de oxigênio (pulso de O2) é uma medida indireta do transporte de oxigênio cardiopulmonar.
É calculado dividindo-se o consumo de oxigênio (ml/min) pela frequência cardíaca. Os valores
normais em repouso variam de 4 a 6, podendo atingir valores de 10 a 20 com o esforço máximo.
O pulso de oxigênio pode ser definido como o produto do volume sistólico (VS) pela diferença
arteriovenosa de oxigênio. Os ajustes circulatórios que ocorrem durante o exercício (aumento
da diferença arteriovenosa de O2 e do débito cardíaco e redistribuição do fluxo sanguíneo para o
território muscular em atividade) aumentarão esse índice que, em uma dada carga de trabalho, é
mais elevado no indivíduo bem condicionado e saudável, estando reduzido em qualquer condição
que afete negativamente o volume sistólico (disfunção ventricular esquerda secundária à isquemia,
infarto etc.) ou em condições que reduzam o conteúdo arterial de O2 (anemia ou hipoxemia).
Ao avaliarmos a Vd/Vt, a tensão arterial do CO2 é estimada a partir da pressão expiratória final desse
gás, muito embora, a pressão expiratória final do CO2 tenda a superestimar a tensão arterial do CO2
durante o exercício, resultando em valores Vd/Vt erroneamente altos. Por outro lado, quando o
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
espaço morto estiver elevado, a pressão expiratória final do CO2 estará reduzida, levando a uma
subestimação do CO2 arterial e, consequentemente, a uma subestimação do Vd/Vt. O cálculo da
tensão arterial do CO2 por meio de técnicas ventilatórias pode ser problemático em pacientes com
doença vascular pulmonar ou de vias aéreas. Dentro dessas limitações, o espaço morto estimado
por técnicas ventilatórias fornece uma indicação da contribuição do espaço morto para a ventilação.
Quando uma medida acurada do Vd/Vt for importante, o sangue arterial deve ser obtido diretamente
para quantificar a pressão do CO2 arterial.
Reserva ventilatória
A reserva ventilatória representa a relação entre a ventilação máxima de exercício e a ventilação
voluntária máxima em repouso (VE máx/VVM). A maioria dos indivíduos saudáveis atinge uma VE
máx de 60% a 70% da VVM no pico do exercício. Indivíduos normais têm uma reserva ventilatória
substancial (20% a 40%) no pico do exercício, sendo limitados por outros fatores. O atleta altamente
treinado, por atingir elevados níveis de débito cardíaco máximo, tende a utilizar uma maior fração
da reserva ventilatória.
A aplicação prática desta variável para o atleta ainda carece de maior consistência.
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
gás carbônico aos pulmões, pelo retorno venoso, seria responsável pela origem das informações
aferentes ao bulbo cerebral.
O volume de ejeção sistólico também aumenta quando se realiza um exercício em posição ortostática.
Não existe, entretanto, consenso a respeito de se o valor máximo atingido ocorre em torno de 40% a
60% ou valor mais elevado em relação ao consumo máximo de oxigênio, ou, ainda, se pode aumentar
progressivamente até que se alcance um débito cardíaco máximo.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
alcançado quando se atingem níveis máximos de débito cardíaco e de extração periférica de oxigênio,
e não se conseguindo ultrapassá-lo com maior carga de trabalho muscular.
Duas são as hipóteses na caracterização dos fatores que limitam o consumo máximo de oxigênio.
Postula-se, primeiramente, que haveria uma limitação central, isto é, dependente do débito cardíaco
máximo (Q máx) e do conteúdo de oxigênio no sangue arterial, e, em segundo lugar, que a limitação
seria periférica, expressa pela diferença arteriovenosa de oxigênio e pelo metabolismo tecidual.
O VO2 máx pode ser caracterizado como um índice que fornece uma avaliação da capacidade
funcional de transporte e utilização de oxigênio, sendo o volume de ejeção sistólico máximo, o
principal fator limitante de captação máxima de oxigênio na maioria dos indivíduos. O VO2 máx
tem sido bastante utilizado no diagnóstico e prognóstico de aptidão física e desempenho em atletas.
Sua limitação, no aspecto pratico, deve-se ao fato de existir grande homogeneidade desse índice em
atletas de elite. Assim, a expectativa de discriminação ou previsão de desempenho em grupos de
elite de uma mesma modalidade esbarra na seleção natural prévia que o esporte impõe. Sua maior
aplicação prática acaba por ser caracterizada pela avaliação longitudinal do atleta em diferentes
períodos de treinamento.
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capítulo 3
Atividade física como finalidade
diagnóstica, prescrição de exercício
e tratamento
Nesta linha, Matsudo e Matsudo, em 2000, afirmam que os principais benefícios à saúde advinda da
prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos
e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são o aumento do volume sistólico;
o aumento da potência aeróbica; o aumento da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a
diminuição da pressão arterial; a melhora da sensibilidade à insulina e a diminuição da frequência
cardíaca em repouso e no trabalho submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e
neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da gordura corporal, o incremento da
força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade.
E, na dimensão psicológica, afirmam que a atividade física atua na melhoria da autoestima, do auto
conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse
e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos. Guedes e Guedes em 1995, por sua
vez, afirmam que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia
na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da
mortalidade. Defendem a inter-relação entre a atividade física, aptidão física e saúde, as quais se
influenciam reciprocamente. Segundo eles, a prática da atividade física influencia e é influenciada
pelos índices de aptidão física, as quais determinam e são determinados pelo estado de saúde.
»» Saúde, de acordo com Bouchard em 1990, é definida como uma condição humana
com dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por um continuum
com polos positivos e negativos. A saúde positiva estaria associada à capacidade de
apreciar a vida e resistir aos desafios do cotidiano e a saúde negativa associar-se-ia
à morbidade e, no extremo, à mortalidade.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Nesta definição distinguem a aptidão física relacionada à saúde da aptidão física relacionada à
capacidade esportiva. A primeira reúne os aspectos bio-fisiológicos responsáveis pela promoção da
saúde; a segunda refere-se aos aspectos promotores do rendimento esportivo.
O modelo em questão vem orientando grande parte dos estudos cujo enfoque é a relação entre
a atividade física e saúde na perspectiva da aptidão física e saúde. Para Marques em 1999, esta
perspectiva contemporânea de relacionar aptidão física à saúde representa um estado multifacetado
de bem-estar resultante da participação na atividade física. Supera a tradicional perspectiva
do “fitness”, preconizada nos anos 1970 e 1980 – centrada no desenvolvimento da capacidade
cardiorrespiratória – e procura inter-relacionar as variáveis associadas à promoção da saúde.
Remete, pois, segundo Neto em 1999, a um novo conceito de exercício saudável, no qual os benefícios
ao organismo derivariam do aumento do metabolismo (da maior produção de energia diariamente)
promovido pela prática de atividades moderadas e agradáveis.
Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a Organização Mundial de Saúde
(OMS), o Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro
de Controle e Prevenção de Doença – USA (CDC), o Colégio Americano de Medicina Esportiva
(ACSM), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação Americana
de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
(CELAFISCS) preconizam que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior
parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente, ou mesmo em períodos cumulativos de
10 a 15 minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da saúde. Nesta
mesma direção, encontram-se numerosos trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando
que o baixo nível de atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de
doenças degenerativas.
Dentre os estudos mais expressivos envolvendo esta linha de pesquisa, tem-se o estudo de
Paffenbarger em 1993. Analisando ex-alunos da Universidade de Harvard, o autor observou que
a prática de atividade física está relacionada a menores índices de mortalidade. Comparando
indivíduos ativos e moderadamente ativos com indivíduos menos ativos, verificou que a expectativa
de vida é maior para aqueles cujo nível de atividade física é mais elevado. Com relação ao risco de
morte por doenças cardiovasculares, respiratórias e por câncer, o estudo sugere uma relação inversa
deste com o nível de atividade física.
Estudos experimentais sugerem que a prática de atividades de intensidade moderada atua na redução
de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas como as enfermidades
cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades respiratórias, dentre outras. São
28
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Destas constatações infere-se que a realização sistemática de atividades corporais é fator determinante
na promoção da saúde e da qualidade de vida.
BARBANTI, Valdir. Aptidão Física e Saúde. Revista Festur, Curitiba, v. 3, n.1, p. 5-8, 1991.
GLANER, Maria Fátima, NETO, Cândido Simões Pires, ZINN, João Luiz. Diagnóstico da
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Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.3, n. 4, p. 73-79, 1998.
Deve ser enfatizado que atividade física, aptidão física, exercício físico, teste, medida, avaliação,
como nós utilizamos, não tem função isolada dentro da Fisiologia do Exercício e Ciência do Esporte.
29
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
O fato é que determinadas quantidades de capacidades físicas são necessárias para o desempenho,
a contento, de habilidades motoras que podem traduzir-se em melhoria de performance, quer seja
em relação à saúde ou ao desporto de rendimento.
É por meio da Ciência do Esporte, sem criar polêmicas quanto à terminologia, mas retirando dela o
que nos faz tomar conhecimento do quanto à prática regular da atividade física pelo exercício que
traz benefícios. Isso, geralmente, é acompanhado e controlado pela aplicação de testes, medidas e
avaliações que podem caracterizar o desempenho físico do indivíduo. Prescrever o exercício envolve
uma série de etapas que devem ser respeitadas para que seja possível se observar as aplicações dos
conteúdos específicos, os resultados e a elaboração ou reformulação de um programa de treinamento,
quer seja para desporto de alto rendimento ou para a promoção e manutenção da saúde.
Questionamentos sobre quanto, como, onde e porque prescrever está cada vez mais presente durante
o desejo de estruturar e desenvolver uma orientação física que respeite a individualidade biológica e
fatores capazes de produzir respostas eficazes a partir de um diagnóstico bem elaborado. Entendemos
que não é somente por meio das questões orgânicas, fisiológicas ou mensurações precedidas de
avaliações que iremos incentivar e favorecer a saúde ou a permanência nos programas de atividade
física desenvolvidos para as pessoas. A atividade física envolve o ser humano num contexto muito mais
abrangente em suas mudanças corporais.
Acredita-se que o início de um programa de atividades físicas seja acessível para qualquer interessado,
desde que, as individualidades sejam respeitadas. O American College Sports of Medicine (ACSM),
que dispunha de orientações para a prática do exercício em 1978 informou, juntamente com Michael
L. Pollock, à comunidade científica sobre a necessidade de realizar muito exercício para melhorar a
capacidade aeróbia e a composição corporal. Foram, então, feitas as seguintes colocações:
»» Tipo ou modo da atividade sendo o uso rítmico e aeróbio dos grandes grupos de
músculos como: correr, jogging, caminhar, nadar, esquiar, pedalar, remar, esqui
campestre, equilibrar no esqui;
30
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Entre 1978 e 1990, essas orientações forneceram a base primária para muitas recomendações sobre
o treinamento do exercício aplicado no público interessado pela atividade física para aumentar ou
manter sua capacidade aeróbia. Embora essa posição, em 1978, somente se dirija à quantidade e
ao tipo de exercícios necessários para melhorar a aptidão física, muitos promotores do programa
de exercício e autores de artigos e livros concluíram que essas orientações também pertenciam aos
requisitos do exercício para melhorar a saúde dessa mesma população.
O ACSM, em 1994, alerta para o fato de que os exercícios físicos praticados com o objetivo de
aquisição ou manutenção da saúde não necessitam serem vigorosos e intensos, mas, leves e de
intensidades moderadas.
Pollock e Wilmore, em 1993, propõem uma prescrição de prática do exercício para pessoas
aparentemente saudável necessária para se atingir um determinado nível de dispêndio energético.
O quadro a seguir descreve estas recomendações.
Componentes Recomendações
Frequência 3 a 5 dias semanais.
Intensidade 60 a 90% da frequência cardíaca máxima (FCmáx)
50 a 85% do consumo máximo de oxigênio ou da FCmáx. de reserva.
Duração 20 a 60 minutos (continuamente).
Tipo de atividade Caminhadas, corridas, jogging, ciclismo, esqui de cross-country, dança, pular cordas, remo, subir escadas,
natação, patinação e vários jogos e atividades envolvendo o endurance generalizado.
Treinamento de resistência 8 a 10 exercícios (uma série de 08 a 12 repetições para cada um) capazes de condicionar os principais
grupos musculares, realizados pelo menos duas vezes na semana.
Nível inicial de condicionamento físico Elevado=maior carga de trabalho.
Baixo= menor carga de trabalho.
Fonte: Pollock e Wilmore (1993, p. 368) (adaptado do ACSM: Position statement on the recommended quantity and quality of exercise
for developing and maintaining fitness in healthy adults. Med. Sci. Sports 10: vii-x, 1978. Revisado e publicado in Med. Sci. Sports. Exerc.)
31
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
»» múltiplas atividades;
»» consumir até 2000 kcal/semana, e manter esta atividade física por toda vida.
Brouha em 1943, explica que se tornar fisicamente apto é um objetivo que deveria atrair todo
homem jovem normal. É sabido que um grau satisfatório de aptidão física não pode ser mantido
se o treinamento termina. É importante que tenhamos um meio de avaliar a aptidão física para
classificarmos as capacidades de indivíduos em grupos excelentes, bons, médios ou fracos, para
então acompanharmos o progresso de uma pessoa durante os períodos em que está submetido ao
esforço físico.
A Conferência de Ontário, em 1992, sobre aptidão física, atividade física e saúde abordou as
relações entre estes temas. Fortes potenciais de atividade física incluem não só exercícios
deliberados, mas, também, tarefas ocupacionais, trabalhos domésticos e atividades incidentais
como caminhar ou andar.
Um grupo do consenso desta Conferência definiu saúde como uma condição humana com
dimensões físicas, sociais e psicológicas, que se caracteriza pela continuidade com dois polos:
o positivo, em que podemos usufruir a vida e superar desafios e não meramente a ausência
da doença; e, o negativo, que está associado à morbidade e ao extremo – mortalidade
precoce. Ainda não está claro se o processo – atividade física – ou o seu resultado – aptidão
física - são os valores mais apropriados a se mencionar. Atuais evidências da Organização
Mundial de Saúde (OMS) e da Federação Internacional de Medicina de Esporte (FIMS),
asseguram firmemente a importância da atividade física regular para se prevenir e tratar
determinadas doenças.
A atividade física foi definida como qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos
que resulte em um substancial aumento sobre a energia desprendida.
Assim, inclui não só exercícios e esportes comprometidos com o deliberado intento de melhorar
a saúde ou o desempenho físico, mas, também, o equivalente gasto de energia em outros tipos de
descanso ativo, trabalho profissional e trabalhos domésticos.
32
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Percebe-se que a maioria das avaliações de aptidão se concentra no desempenho. Todavia, foram
focalizados marcadores de saúde relacionados com a aptidão, incluindo:
Miller, Grais, Winslow e colaboradores em 1991, definem a aptidão física como um estado de
habilidade para sustentar um trabalho físico caracterizado efetivamente pela integração da
resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, coordenação, força e composição corporal, e que pode,
não só ajudar a fazer com que entendamos a aptidão física, mas, também, a observar os objetivos
que traçamos para que o indivíduo se torne fisicamente ativo. Os testes de aptidão física devem
servir para melhorar a autoestima e não para destruí-la.
Cooper, em 2003, faz referências às quantidades de treinamento aeróbio e força para pessoas que
desejam manter níveis de saúde sempre com o objetivo de diminuir os percentuais de treinamento
aeróbio e aumentar os de força na proporção do aumento da idade. São estas as referências:
Para o idoso devem ser realizados exercícios moderados de 30 minutos, mesmo que não seja restrito
a uma sessão contínua. Pelo menos, ao final do dia, ele deve ter realizado este tempo de exercício que
pode ser subir e descer escada, ir ao mercado ou à praia. No intuito de observar e direcionar os estudos
para a área de avaliação física na Ciência do Esporte, entende-se que testar, medir e avaliar é função
básica para permear qualquer programa de treinamento físico, quer seja para pessoas sedentárias,
quer seja para destreinadas, quer seja para ativas, quer seja para as treinadas em nível competitivo.
No Brasil, o número de laboratórios que oferecem mais opções de aplicações de testes é reduzido,
ou, às vezes, inexistente. A falta de equipamentos sofisticados não deve ser motivo para se deixar
de averiguar a situação inicial do indivíduo – diagnóstico - que busca a prática da atividade
física. Podemos admitir que um dos objetivos das pesquisas em Ciência do Esporte é a criação de
instrumentos que deem condições para que a sociedade tenha acesso à prática do exercício, ou que,
33
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
pelo menos, os testes sirvam de triagem àqueles que, realmente, podem iniciar essa prática sem
necessidade de um laboratório sofisticado.
Um dos recursos que oferecem mais segurança para se obter informações sobre um individuo que
deseja iniciar um programa de treinamento físico é o conjunto “testar, medir e avaliar”. Apesar de
se interligarem na sua aplicação prática, dando sentido à prescrição e orientação dos conteúdos
abordados, eles têm significados distintos e são referências nos processos de tomada de decisões em
relação aos aspectos mais específicos.
Os testes, medidas e avaliações têm diferenças conceituais e sutis entre os autores. O teste é um
procedimento, instrumento ou técnica que pode ser aplicado e utilizado para coletar peculiaridades
de uma variável pertinente ao programa. Por exemplo, podemos testar a condição cardiorrespiratória
de um individuo sob as várias condições instrumentais que vão desde a aplicação do esforço em banco,
bicicleta, esteira ou outros mais específicos, até um simples questionário que pode abordar variáveis
capazes de predizer o produto desta capacidade, volume de oxigênio, sem nenhum esforço. No Quadro
2 a seguir, elaborado pela autora, encontramos palavras-chave que representam o posicionamento de
alguns autores sobre os testes, considerando o ano e aspectos de sua aplicação prática.
Quanto à medida, esta pode ser definida como sendo o resultado obtido por meio da coleta realizada
por um instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor. Ou, ainda, um processo
para se coletar as informações obtidas pelo teste. Ela é quase sempre traduzida em valores numéricos
ou representativos de uma grandeza.
Também, é uma técnica que fornece, mediante processos precisos e objetivos, dados quantitativos
que exprimem, em bases numéricas ou grandezas, as qualidades que se deseja medir.
34
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Portanto, o teste anterior, de VO2 máx., deve ser representado em mililitros por quilograma de peso
minuto (ml/kg/min), podendo variar apenas os valores numéricos obtidos entre os instrumentos.
A avaliação pode ser considerada como uma fase de interpretação de valores quer seja, perante um
grupo, ou, com o próprio individuo. No nosso exemplo, poderíamos comparar os valores de volume
de oxigênio, a partir de uma tabela de classificação, baseada, em populações locais, estrangeiras ou
por valores de percentis calculados a partir de um grupo próprio.
Os testes e as medidas, após suas aplicações, quase sempre antecedem um processo de avaliação que
ocorre numa forma de situar o indivíduo perante ele mesmo e/ou um grupo. Bradfield e Moredock
apud Turra, Enricone, Santanna e colaboradores, em 1986, comentam que na avaliação atribuímos
um valor a uma dimensão mensurável significativa do comportamento em relação a um padrão de
natureza que pode ser social ou científica. A avaliação é dividida em três modalidades: diagnóstica,
formativa e somativa.
Kiss em 1987 e Pitanga em 2000 afirmam que a avaliação diagnóstica é do tipo de que envolve
a descrição, a classificação e a determinação do valor de algum aspecto do comportamento do
indivíduo. Esta fase é importante afim de que possamos traçar um plano para o alcance dos objetivos.
É peculiar na Educação Física e Esportes a aplicação dos testes para uma posterior averiguação do
trabalho ou do treinamento desenvolvido. A avaliação diagnóstica para a prescrição de um programa
de exercícios físicos pode ser mais individualizada possível, mesmo tendo dois indivíduos com
desempenhos muito próximos.
35
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
testes, pode traçar o programa, de acordo com os resultados apresentados nas diferentes
capacidades motoras.
A avaliação somativa é normalmente utilizada após um período determinado. Neste tipo são
atribuídos valores de acordo com o acompanhamento da avaliação formativa, ou seja, com os meios
empregados para o alcance dos objetivos. No caso do uso de testes na avaliação diagnóstica, estes
podem ser comparados e analisados individualmente neste tipo de avaliação que é também chamada
de tradicional ou classificatória.
Morrow, Jackson, Disch e colaboradores em 2003, propõem duas formas de avaliarmos os escores
ou medidas obtidas na aplicação dos nossos testes: a norma de referência (NR) e o critério de
referência (CR).
O critério de referência (CR) está relacionado com as possibilidades de um indivíduo avaliado traçar
parâmetros individuais por meio de critérios que possam ser estabelecidos pela sua capacidade em
determinada situação. Podemos relatar o desempenho de uma pessoa relacionado a um critério que
gostaríamos que ela atingisse.
Seguindo o exemplo anterior, podemos citar o fato de uma pessoa que apresentou um VO2 de 30 ml/
kg/min, mas, já teve um infarto e o médico se interessou em saber se o paciente alcançou o mínimo
de um nível funcional de condição cardiorrespiratória. Não estamos preocupados em comparar este
indivíduo com outros, e sim, com sua capacidade individual de atingir um nível.
Nesta área do desempenho humano o número de variáveis com as quais trabalhamos é muito
abrangente favorecendo escores de cortes, que são mais importantes quando as comparações dos
desempenhos individuais não são a preocupação principal, mas sim, se um nível de desempenho foi
ou não atingido.
Também consideramos que é necessário para esta sequencia do testar, medir e avaliar termos
conhecimento dos critérios ou fundamentos para seleção e construção dos testes, para mensurações mais
precisas e objetivas. Giannichi em 1984 destaca alguns fatores que devem ser levados em consideração
durante esta fase:
»» Após a determinação daquilo que testar e por que testar é importante selecionar
e construir os melhores testes. Pois, se um teste é pobre, consequentemente, a
avaliação também o será;
A validade é a determinação do grau em que o teste mede aquilo que nos propomos medir
considerado a posteriori, ou seja, se o teste, após a aplicação, demonstra ser uma medida eficiente
daquilo que se pretendia medir, pois ela inclui consistência do teste (confiabilidade) e do aplicador
do teste.
36
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
As formas de determinação são: comparação com teste de validade conhecida; definição a partir de
opiniões de pessoas de reconhecido gabarito; conhecimentos teóricos fundamentados em literatura;
análise com referência a algum critério, por exemplo, Teste de Cooper na Pista e Quadra.
As afirmações de que um teste é válido quando mede aquilo que se pretende medir são demais
genéricas e requerem maiores investigações e explicações.
De acordo com Thomas e Nelson, em 2002, Vianna, em 1976, e Howley e Franks, em 2000, existem
quatro tipos de validade: lógica, por conteúdo, por critério e por construção.
»» Lógica também conhecida como validade por aparência ou de face. Esta validade
é invocada quando retrata a performance medida, ou seja, o teste é válido por
definição. É muito utilizada pelos profissionais de Educação Física. Um exemplo
desta validade é proposta por Thomas e Nelson, em 2002, com o teste de equilíbrio
estático quando submete o indivíduo a ficar apenas sobre o apoio de um pé. É uma
validade lógica;
»» Por conteúdo, que pode ser encontrada em nossa literatura como validade
curricular, que não pode, como a lógica, ser fornecida por valores numéricos. Está
relacionada quase sempre à aprendizagem em ambientes educacionais;
»» Por critério, que pode ser de duas formas: predição - aquela em que a
validade é estatisticamente comprovada por meio de um teste de correlação que
irá estabelecer a relação entre o teste preditor (teste proposto) e o teste padrão
(medida critério). Faz parte deste tipo a validação cruzada que é uma técnica
que se recomenda para avaliação da precisão de equações de predição que foram
aplicadas em uma amostra que não participou do desenvolvimento das fórmulas
de estimativa; e, concomitante ou concorrente ou validação simultânea
- a relação dos escores de um teste proposto com outro teste chamado padrão, e é
muito utilizada quando se deseja substituir um teste longo ou complexo por outro
curto e de fácil aplicação.
»» Por construção, que pode ser entendida como o grau no qual o teste mede uma
característica, item ou o constructo que não pode ser diretamente medido (a
ansiedade, o stress, a motivação).
A fidedignidade, também conhecida como confiança, é o grau em que esperamos que os resultados
sejam consistentes ou reprodutivos, quando examinados pelo mesmo observador em diferentes
dias, a não ser em casos especiais e de acordo com o objetivo do trabalho.
37
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
»» O reteste deve ser aplicado num período de tempo determinado, de três a sete dias,
não devendo ultrapassar 15 dias, a não ser em casos especiais e de acordo com o
objetivo do trabalho. Ex.: dobras cutâneas (diminuição do percentual de gordura
– mínimo 3 a 4 meses). O coeficiente deve estar acima de 0,70 para que possamos
considerar o teste reprodutível ou fidedigno.
A objetividade é o grau em que esperamos consistência nos resultados quando o teste é aplicado
e anotado simultaneamente por diferentes indivíduos nos mesmos alunos ou atletas. Podemos
determiná-la por meio do cálculo do coeficiente de correlação “r” de Pearson. Kiss, em 1987,
diz que a fidedignidade e a objetividade aumentam quando os aplicadores são bem treinados.
Ricardo, em 1999, explica que a objetividade pode ser o grau de uniformidade com o qual várias
pessoas marcam os mesmos escores no teste.
A padronização é a explicação descritiva e padronizada do teste. Deve ser bem realizada para que
a comparação dos resultados, em diferentes locais, aconteça com a máxima eficiência possível. A
padronização engloba: descrição do teste, fonte de referência original, validade, fidedignidade para
o grupo de objetividade, detalhes do objetivo, descrição das condições de realização do teste, local,
vestimenta, formas de motivação para obtenção dos resultados reais, cuidados a serem tomados
e os erros mais frequentes a serem evitados. Na interpretação e quantificação dos dados, Marconi
e Lakatos, em 1982, comentam que a coleta de dados é a etapa da pesquisa em que se inicia a
aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas. São vários os instrumentos e
seus objetivos, e variam de acordo com as circunstâncias ou tipos de investigação, como a coleta de
dados, observação, entrevista, questionário, formulário, testes, entre outros.
Após a coleta dos dados, eles são elaborados e classificados de forma sistemática seguindo três
etapas: seleção, codificação e tabulação.
»» Seleção, exame minucioso dos dados servindo também para se evitar posteriores
problemas de codificação;
É necessário comentar que, para seleção dos instrumentos de testes, devemos estabelecer critérios
ao adquiri-los, iniciando aí, o processo de testar, medir e avaliar.
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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Quadro 3: Opções de recursos materiais para coleta de medidas em Educação Física no âmbito das
academias, clubes e escolas.
MATERIAL FUNÇÃO
Balança antropométrica ou digital. Medir massa corporal e estatura.
Estadiômetro. Medir estatura, altura total, e outras.
Fita métrica de metal 2 mts. Medir circunferências, envergadura e outros.
Compasso de dobras cutâneas ou adipômetro (Lange, Medir composição corporal.
Harpender ou simples Cescorf simples e com relógio).
Bioimpedância elétrica. Medir composição corporal, água corporal, massa magra, peso de gordura
armazenada percentual de gordura, taxa de metabolismo basal.
Compasso para diâmetro ósseo (antropômetro). Medir diâmetros ósseos.
Goniômetro. Medir flexibilidade ou grau de amplitude dos diferentes ângulos articulares do
corpo.
Banco de alcance. Medir flexibilidade dorso lombar.
Ergômetro banco, esteira e bicicleta. Medir aptidão cardiorrespiratória.
Ergoespirômetro. Medir gases expirados e inspirados com ergômetro.
Ventilômetro. Medir o limiar ventilatorio.
Tensiometro, Estetóscopio e Esfignomanômetro. Medir pressão arterial.
Frequêncimetro (Polar ou outra marca). Mapear frequência cardíaca, e outros durante o esforço.
Dinamometro (manual e outros). Medir força.
Metrônomo de Maezel. Determinar a velocidade do ritmo.
Lactimetro (Accusport). Medir lactato sanguíneo.
Polaroid ou máquina fotográfica comum. Medir graus de postura por meio de pose fotográfica.
Retroprojetor ou Simetográfo. Medir curvaturas da coluna vertebral.
Fio de prumo. Medir o nível de postura.
Cronômetros. Medir tempo.
Colchonetes. Acomodar a postura do tronco para aplicar diferentes testes.
Medicine ball. Medir potência.
Cones. Delimitar espaços para testes de agilidade.
Calculadora, programa Excel ou estatístico. Registrar medidas de coletas de testes para equacionar os diferentes protocolos.
Computador e impressora. Organizar banco de dados para fornecer laudos de coleta, prescrição e controle
de treinamento.
Pranchetas. Apoio para registrar coleta de dados nas fichas.
Quadro retirado do texto AMERICAN COLLEGE SPORTS OF MEDICINE. Prova de esforço e prescrição de exercício. Rio de Janeiro, RJ:
Livraria e Editora REVINTER, 1994. p.431. ISBN 85-7309-002-2
39
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Quadro 4: Conjunto de atitudes para um sistema de testes, medidas e avaliações conforme condições
de montagem.
Quadro retirado do texto AMERICAN COLLEGE SPORTS OF MEDICINE. Prova de esforço e prescrição de exercício. Rio de Janeiro,
RJ: Livraria e Editora REVINTER, 1994. p.431. ISBN 85-7309-002-2
Consideramos que testar, medir e avaliar faz parte de um processo de tomada de decisão que
ocorrerá na formulação da prescrição. Portanto, a interação programa/participante deve obedecer
algumas fases recomendadas pelo ACSM, em 1994. Estas dizem respeito a: classificação do exercício,
desenvolvimento da prescrição do exercício, implementação da prescrição de exercícios e manutenção
do exercício apropriado.
40
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
Por isso, avaliações pré-teste de esforço, como a anamnese, são imprescindíveis, pois permitem avaliar
o histórico familiar e doenças pregressas. Os testes ergométrico ou ergoespirométrico são essenciais
para que se faça uma prescrição adequada do exercício físico, respeitando a individualidade biológica.
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UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
parte das informações obtidas na anamnese. No quadro 5 que se segue, nota-se que pacientes com
contraindicações relativas devem ser submetidos ao teste de esforço apenas depois de cuidadosa
avaliação risco-benefício. Além disso, devem ser dadas instruções escritas e verbais sobre evitar a
ingestão de alimentos, álcool, cafeína e cigarros três horas antes do teste de esforço. Deve ser indicado
também, repouso algumas horas antes do teste, ressaltando a necessidade de não interromper a
medicação (quando o teste tem como objetivo a prescrição de exercício físico).
2. Infarto do miocárdio recente complicado (a menos que o paciente 2. Cardiopatia valvular moderada.
esteja estável e sem dor).
4. Arritmia ventricular não controlada. 4. Marca passo de frequência fixa (usado raramente).
5. Arritmia atrial não controlada que compromete a função cardíaca. 5. Ectopia ventricular complexa ou frequente.
7. Insuficiência cardíaca congestiva aguda. 7. Doença metabólica não controlada (diabetes, tireotoxicose,
mixedema).
Quadro retirado e adaptado de Shephard e Miller. Exercise and heart in health and disease. 2nd ed. New York: Ed. Marcel Dekker; 1999.
42
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO │ UNIDADE úNICA
a. bicicleta ergométrica;
b. esteira rolante.
A bicicleta ergométrica apresenta a vantagem de ser mais barata e ocupar menos espaço físico. O fato
de o teste realizado na bicicleta enfatizar principalmente membros inferiores permite que o registro
tanto eletrocardiográfico como de pressão arterial seja facilitado, por diminuir as interferências
provocadas pelos movimentos dos membros superiores; por outro lado, subestima a capacidade
cardiorrespiratória por causar fadiga periférica precoce. A esteira rolante como ergômetro,
por sua vez, apresenta a vantagem da especificidade da prática do exercício físico, na medida
em que geralmente a modalidade prescrita para exercício físico em programas de reabilitação e
condicionamento físico é a caminhada ou a corrida. Além disso, os valores obtidos do consumo
de oxigênio no teste de esforço são 10% a 20% maiores que os obtidos em bicicleta, o mesmo
acontecendo com a frequência cardíaca (5% a 20%); dessa forma, a prescrição do treinamento
físico por meio do teste realizado em esteira não subestima valores referentes ao esforço máximo do
paciente, possibilitando que a intensidade de treinamento seja mais próxima do real. Por apresentar
essas vantagens, a esteira rolante é o ergômetro mais utilizado em testes de esforço em portadores
de doenças cardiovasculares.
A presença de sinais clínicos que indiquem a paralisação do teste, como dispneia, fadiga
excessiva, dores, pressão arterial elevada, assim como angina do peito e/ou isquemia miocárdica,
representa aumento do risco ao indivíduo que está realizando o teste. Por isso, tais critérios
são importantes variáveis para determinar a paralisação do teste, critérios estes que cabem à
interpretação médica.
É importante ressaltar que, após o término do teste, os pacientes só devem deixar o local
(na presença do médico responsável) após normalização dos níveis de pressão arterial e de
frequência cardíaca.
43
UNIDADE úNICA │ FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Quadro 6: Critérios para a interrupção do teste de esforço, segundo, o Colégio Americano de Med-wwicina
do Esporte (ACSM).
Quadro retirado do American College of Sports Medicine – ACSM. Manual para Teste de Esforço e Prescrição de Exercício. Rio de
Janeiro: Revinter; 2000. p. 3-10.
Quando prescrita com devidos cuidados, o exercício físico progressivo faz uma
contribuição significativa, importante e imediata para a boa saúde global, a
satisfação vital e a expectativa de vida.
44
PARA (NÃO) FINALIZAR
Um recurso muito valorizado é basear as ações em evidências para orientar as atividades em saúde
pública, atuais e futuras. Intervenções ambientais e na área de políticas publicas são particularmente
importantes para a promoção da atividade física, porque ambas são elaboradas para influenciar
grandes grupos populacionais.
A dimensão da atividade física relacionada à saúde vem alcançando destaque nos últimos anos e já
se revela bastante maduro o entendimento que se construiu acerca da presença do profissional da
Educação Física como agente que legitima e consolida a viabilização de programas de promoção da
saúde tendo a atividade física como elemento norteador.
Continue pesquisando para aumentar sem conhecimentos. Não pare por aqui!
45
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