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Roma antiga

Professora: Ingrid Biserra


 Na cidade de Roma, teve início a
civilização romana (753 a.c a 476 d.c),
localizada na região da Península Itálica
(térreas férteis), que se formou durante a
migração de alguns povos nômades, entre
eles, os etruscos e os latinos. Essa
península localizava-se ao sul da Europa.
Tinha como limite ao norte, os alpes, e
era cercada pelo Mar Adriático, o Mar
Tirreno e o Mar Mediterrâneo. O litoral
facilitava a navegação.
Fundação
 Confluência de povos latinos, sabinos, etruscos
(povo guerreiro e militarizado), gregos.

 Mito fundador romano: história dos irmãos Rômulo


e Remo, contada no livro chamado Eneida, do
poeta Virgílio, onde esses dois recém nascidos
foram abandonados no rio pela mãe e alimentados
por uma loba. Depois de algum tempo, Rômulo
teria matado Remo e se tornado o primeiro rei de
Roma.
 Romantização/ mitologia da história de Roma.
 Fato ou lenda...? Os dois?!
 O primeiro rei de Roma da fato se chamava
Rômulo.
Periodização
 A história de Roma antiga pode ser dividida, tradicionalmente, em 3 períodos
(sistemas de governo): Monarquia, República e Império.
Monarquia
 Roma era uma pequena vila nesse período.
 Não temos registro escrito. Baseamo-nos no livro de
Tito Lívio, escrito em Roma Império, que narra a
história de Roma desde a sua fundação: Ab urbe
condita ("Desde a fundação da cidade"). Inclusive sobre
a sua vertente mitológica.
 Organização política: Rei – Senado - Assembleia
 O senado era formado por Patrícios romanos que
escolhiam 1 rei. Esse rei, eleito/aprovado pelo Senado
e, posteriormente, pela Assembleia (composta pelos
patrícios e que tinham a função de ratificar as leis do
senado), governa até morrer.
 Economia: produção e comércio agrícola (cereais, vinho,
legumes, frutas, etc) baseado no latifúndio e no escravismo.
Religiosidade ligada à terra. Tinham também grande
capacidade bélica.
 Modo de produção escravista.
 Teve 7 reis, entre latinos e etruscos.
 O Senado era em sua maioria composto por latinos e governavam em
consonância com o rei.
 Mas... Os 3 últimos reis foram Etruscos.
 Conflitos entre os Patrícios e os reis Etruscos durante a Monarquia.
 O último rei, Tarquínio, O Soberbo, governou de modo a inquietar a todos.
Retirou direitos e poderes dos patrícios e do senado, que era contra ele.
Consideravam-no um tirano.
 Os patrícios se revoltaram e o senado destituiu esse rei.
 Começa aqui a nova forma de governo em Roma, a República, proclamada
pelo senado.
República
 Quando o senado destituiu o rei, acabou a monarquia e Roma se tornou República
(uma república oligárquica).
 República: Res Publica – Coisa pública/ aquilo que pertence aos cidadãos.
 O início da república em Roma foi uma oligarquia patrícia.
 Forma de Governo: mantiveram o conselho de anciãos, chamado de Senado (função
de criar as leis) e a Assembleia (função de aprovar a decisão do Senado). Criaram as
Magistraturas (responsáveis por executar as leis).
 O poder antes exercido por um rei foi entregue a 2 cônsules, responsáveis pelo
exército (sociedade Militarizada) e Senado. O Senado elaborava as leis, que eram
votadas pelas Assembleias, e as Magistraturas aplicavam essas leis.
 Quem votava? A assembleia centurial (exército e patrícios).
 Os plebeus poderiam ser considerados cidadãos se...: entrar para o
exército, participar do primeiro combate e vencer.
 Os patrícios organizavam essa assembleia de modo que eles tivessem
sempre a maioria de votos.
 Haviam as assembleias populares: que ouviam alguns interesses dos
plebeus. Mas, praticamente, não eram atendidos. Isso gerava conflitos
entre o governo e os plebeus.
 Aos poucos, estes, conseguiram alguns direitos:
tribuna da plebe para atuar junto ao senado (2 plebeus
escolhidos para ocupar uma parte do senado onde poderiam
vetar leis);
lei das 12 tábuas (1º código de leis escritas de Roma, que
considerava que as leis fossem as mesmas para todos (isonomia
– igualdade). Até aquele momento o código era falado e podia
ser facilmente alterado;
lei canuléia – autorização para casamento entre patrícios e
plebeus;
poetélia (fim da escravidão por dívidas).
Magistraturas: vários cargos políticos.

Cônsul: Maior cargo político. 1 para o


senado e outro para o exército.
Pretor: encarregado em aplicar as leis.
Edil: auxiliar na administração pública.
Censor: recenciamento da população para
ver quanto cada um ganha.
Questor: recolhe os impostos.
 Expansão territorial:

 No início Roma era uma vila. Torna-se uma grande potência no período
republicano - período de maior expansão territorial.
 Expansão interna: tomada da Península Itálica.
 Expansão externa: disputa, domínio e expansão de várias terras, inclusive, a
partir da dominação do Mar Mediterrâneo.
 Período carregado de lutas sociais.
 A expansão fez com que aumentasse o número de escravos e plebeus,
aumentando, assim, a luta por representatividade.
 Consequências da expansão:
 Roma como centro comercial: produção agrícola pensada para o comércio.
 O poder dos patrícios crescem (terras e impostos).
 Os escravos trabalhavam nessas terras.
 Escravismo + exército (entidade importante do período pois conquistava terras
e escravos).

 Consequências sociais:
 Aumento do número de escravos para trabalhar nas terras dos patrícios.
 Os pequenos proprietários não conseguem competir com a produção dos
patrícios.
 Êxodo rural em massa de plebeus empobrecidos que mudam para a cidade.
 Política do governo: Panis et circenses – pão e circo. Mais forte durante o
período imperial. Garantiria que os plebeus não se revoltassem em Roma.
Alimento e diversão.
Império

 Otávio Augusto (divino), proclamou “Eu sou Deus”. Acabou com a República e
implantou o Império..
 Roma entra num período chamado de pax romana (governo centralizado,
política do pão e circo, expansão consolidada) – paz romana. Tinha alcançado
seu poder máximo. Redução da expansão territorial.
 Política do Pão e Circo: grandes espetáculos onde distribuía alimentos e
diversão para a população. Luta dos gladiadores nos estádios. O coliseu é um
exemplo.
 Gladiadores: escravos que muitas vezes lutavam até a morte para divertir as
pessoas.
 Roma teve vários imperadores.
Crise do império romano do Ocidente (476 d.c)

 O império atingiu o seu máximo. Não conseguia mais se expandir.


 Falta de escravos (nesse momento são apenas os prisioneiros de guerra) – Produtividade
diminuta/ falência econômica.
 Expansão do império – difícil controle para gerir o Império. Lutas pelo poder.
 Conquistas decrescentes. Sem terras e escravos não consegue sustentar o exército.
 Exército desorganizado – pressão nas fronteiras.
 Invasões dos bárbaros germânicos (povos tribais com cultura diferente – Visigodos, Astrogodos,
Francos, Saxões, Suevos, etc). Cada vez mais violentas.
 Cristianismo. Ocorreram choques culturais. Cristãos eram perseguidos pelos romanos, que eram
politeístas (utilizavam grande parte da mitologia grega).

 Dentro dos coliseus, utilizando a política do pão e circo, no império, cristãos eram jogados
nessas arenas para serem devorados pelos leões.
 Resumindo:

Crise Crise
política – econômica –
disputas crise do
pelo poder escravismo

Crise moral
– expansão Invasões
do bárbaras
cristianismo
Importante!
 Imperador Constantino: Assinou o Edito de Milão em 313 a.c (dá liberdade de culto aos cristãos). 1º
imperador a converter-se ao cristianismo.
 Nova religião (não aceita a divindade do imperador) – ganha adeptos na população plebeia romana.
Cristianismo (monoteísta): perseguido extremamente, pois negava a divindade do imperador.
 Quanto mais reprimia essa religião, mais ela crescia (e as tensões também).

 Imperador Teodósio: dividiu o império em 2. Do ocidente: capital Roma; Do oriente: capital


Constantinopla.
 Imperador Teodósio: criou o Edito de Tessalônia em 380 d.c, que transformou o cristianismo na religião
oficial do Império. Conseguir o apoio das camadas plebeias.
 Enfraquecimento do poder do imperador.
 476 d.c – Fim do Império Romano do Ocidente. Fragmentação em vários reinos...Idade Média. O do
ocidente caiu apenas em 1453 d. c, dando fim a Idade Média.
A EDUCAÇÃO EM ROMA

Franco Cambi (1999)


 Importância da Gens, família, centro da vida social, dirigida pelo Pater Familias, que
poderia reconhecer, rejeitar, governar. Os filhos deviam reverência e temor.

 Virtude cívica como princípio da educação romana.

 Doze tábuas: por muito tempo foi o texto base da educação romana. Fixava o valor da
tradição (espírito, costumes, disciplina dos pais) e um código civil. Elas fixavam a dignidade,
coragem, firmeza, valores, piedade, parcimônia. Delineavam um modelo educativo.
Primavam pela formação moral, formação literária e virtude civil.

 Família no centro do processo educativo. O pai como guia e exemplo.

 Caráter prático, familiar e civil. Visava a formação do civis romanus (sujeito consciente dos
seus direitos e deveres). A consciência do direito como fundamento do ser romano.

 Formado em família, cujo papel central era o do pai e da mãe, que era um pouco menos
submissa do que na Grécia Antiga.
 A mulher, mater familias, cuida na nutrição, da instrução, do sustento, do crescimento
físico e moral.
 O pai forma o futuro cidadão. O centro da família. Sujeito que tinha a função de formar
principalmente do ponto de vista moral, estudos, vida social. Educação baseada na dureza e
na violência, caso necessário.
 Para as meninas: ensinar a ser esposas e mães. Ideal de mulher fiel e operosa.
 Durante os primeiros sete anos da vida da criança, cabia à mãe a responsabilidade por sua
educação, o que envolvia os aspectos biológico, intelectual e moral.
 A partir dos sete anos, tinha início a intervenção específica do pai na educação do filho,
enquanto a filha permanecia em companhia da mãe, participando dos trabalhos domésticos.
 Crianças: consideradas marginais. Fechadas no âmbito da vida familiar. Mimadas, cuidadas,
brutalizadas e violentadas. Submetidas ao medo do pai e a orientação ética da mãe.
Vigiadas pelos paedagogos e pelo autoritarismo dos mestres.
 Por meio da educação familiar entravam em contato com os valores e princípios da vida
civil, moldando os seus comportamentos.
 De modo geral, podemos dizer que:

Os plebeus preparavam os filhos para o


trabalho, enquanto os patrícios ensinavam-nos a
leitura (caso isso já não tivesse sido feito pela A conclusão da etapa doméstica da educação
mãe), a escrita, o cálculo, as leis das Doze ocorria entre os 16 e 17 anos e era marcada por um
Tábuas – que todo romano devia conhecer –,os cerimonial em que o adolescente, despojando-se
exercícios físicos e o manejo das armas, além do da túnica com uma franja colorida, toga pretexta,
culto às virtudes morais e cívicas. e das insígnias que simbolizavam a infância,
envolvia-se com uma outra, completamente
branca, a toga civilis, com a qual fazia sua
apresentação no foro. Era este um sinal de seu
Rigorosamente, durante toda a vida, mesmo reconhecimento como cidadão e de integração à
depois de adultos e quando haviam galgado os vida pública.
mais altos postos públicos, os filhos ficavam
submetidos ao pátrio poder.
A expansão econômica,
territorial e política
proporcionou o contato com Assimilação, por exemplo, da cultura do povo
outras civilizações e grego (artística, científica, filosófica).
experiências, modificando
esse cenário educativo. Eles
começaram a assimilar
conhecimento da cultura de
outras civilizações.

 Contato com a cultura grega – religião, política, cultura, filosofia, estilo de vida.
Consequências: educação helenística em Roma.
 Penetra a noção de paidéia.
 Inicialmente organiza escolas segundo o modelo grego: em resumo, formação gramatical e
retórica.
 Fase final de Roma republicana e Roma Império:
 Organização das escolas divididas por graus e providas de instrumentos didáticos específicos, os
manuais.
 Com relação aos graus, as escolas eram divididas em:
 Secundárias ou de gramática: a
 Elementares (dirigidas pelo ludi cultura era ensinada a partir da
magister): alfabetização primária. Ler, música, geometria, literatura,
escrever e frequentemente, calcular. astronomia, oratória. Ensino literário
Funcionava em local alugados ou na casa (gramática e filologia – estudo da
dos mais ricos. Eram acompanhados/as língua).
pelos paedagogus, escreviam com o
estilete sobre tábuas de cera, calculavam
usando os dedos e as pedras. Eram  Escolas de retórica: estudo dos
submetidas a rígida disciplina e sofriam textos literários. Estudavam a
castigos físicos. retórica política, forense, filosófica.
Elaboravam debates e discursos
sobre exemplos.
 Era uma educação mais limitada, em comparação com
a educação grega. Gramática, música, ciência e
filosofia eram escassas.
 Era uma educação mais utilitária.
 Em outras palavras, era uma escola de gramática e
retórica, voltada para a classe dirigente, para que esta
exerça o seu papel de domínio social.
Haviam
Existiam também outras escolas: menos organizadas e também as
institucionalizadas. Voltadas para os “grupos inferiores e escolas para
subalternos”. gladiadores.

Escolas técnicas e profissionalizantes, relacionadas aos


Escola de soldados: formava-se o soldado
ofícios (ligados ao exército, a agricultura e ao
para as guerras. Formava-se o soldado de
artesanato, por exemplo). Paedagogium: primeira
profissão. Era oferecido formação
escola profissionalizante, escola destinada a formação de
primária, profissional, educação moral e
servos e artesãos. Dava-se alfabetização, mas a serviço
amadurecimento civil.
da formação profissional.

Escolas sacerdotais: formavam os sacerdotes por meio Collegia ou corpora: lugar de formação
da disciplina. de novos mestres.
Referências
 CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Editora da UNESP, 1999.
 GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma. Petrópolis: Vozes, 1990.
 GRIMAL, Pierre. História de Roma. São Paulo: Editora da Unesp, 2011.
 MELO, José Joaquim Pereira. A educação e o estado romano. Periódicos
EDUESC. Santa Catarina, 2007.

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