LINGUAGEM DE AMOR: PRESENTES Não estou bem certo.
Algum santo da igreja que fazia
Tive uma tarde de folga durante um dos mês seminários
sobre casamento que ministrei em um lugar inesquecível –
a base aérea da Otam, na Alemanha. Para a maioria dos
soldados, servir ali era um compromisso de dois anos, por
isso esposas e filhos viviam com eles na base. Durante
aquela tarde, fiquei observando Alex um rapaz de 13 anos
que estava sentando fazendo a lição de casa em uma mesa
reservada para piqueniques. Ele parecia um típico
adolescente americano: cabelo curto, usava calça jeans e
um moleton verde, velho e desbotado. Tive a impressão de
que ele não se importaria de ser interrompido. Então me
aproximei, apresentei-me e começamos a conversar.
No momento apropriado, comentei sobre a medalha de São
Cristóvão pendurada em seu pescoço. Ele me disse:
Papai me deu em março, quando completei 13 anos. Disse-
me que quando ele estivesse longe de casa, a trabalho,
queria que isso me ajudasse a lembrar dele. Eu a uso o
tempo todo.
Quem foi São Cristóvão? Perguntei-lhe.
coisas boas – respondeu.
Estava claro que para Alex aquela medalha tinha pouco
significado religioso. Mas, emocionalmente, o valor era
incalculável. Era um lembrete constante do amor do pai.
Senti que , se eu encontrasse Alex dali a trinta anos, ele
ainda estaria usando aquela medalha em volta do pescoço.
O QUE FAZ UM PRESENTE SER REALMENTE UM
PRESENTE?
Presentes são evidências visíveis e tangíveis do amor
emocional. É importante entendermos a natureza de um
presente. O vocábulo grego de onde se originou a palavra é
CHARIS, que significa graça ou favor imerecido. Por sua
própria natureza, um presente não é obrigatoriamente algo
que o adolescente mereça; é dado a ele porque se deseja
demonstrar-lhe amor o amor incondicional. Alguns pais
que não conseguem entender isso pensam que estão
presenteando os adolescentes, mas na verdade estão
pagando por um serviço prestado. Quando isso acontece,
eles não estão realmente falando a linguagem do amor
chamado presentes.
Por exemplo, Maria disse à filha de 15 anos, Amanda: “Se
você limpar seu quarto, assim que acabarmos de jantar,
iremos ao shopping e comprarei aquele vestido que você
quer”.
Na verdade, Maria ou estava tentando manipular Amanda
para que fizesse aquilo que queria ou estava tentando fazer
um acordo com a filha: “Se você...então eu lhe darei um
vestido”. Talvez ela já estivesse cansada de ser
incomodada pelos insistentes pedidos de Amanda por um
vestido, e essa foi a maneira encontrada de ceder à pressão
da filha e ao mesmo tempo, levar Amanda a fazer algo
para recebê-lo. De qualquer maneira, o vestido não era um
presente; seria um pagamento pela limpeza do quarto.
Maria estabeleceu aquela condição. Ela pode até pensar
que está demonstrando amor por Amanda ao lhe dar o
presente, mas a filha verá aquele vestido como algo que
ela mereça, não como um presente.
Para alguns pais, quase tudo o que chamam de presentes
são na verdade tentativas de manipulação, uma troca por
aquilo que desejam ou um pagamento pelo trabalho do
adolescente. A única ocasião em que alguns adolescentes
recebem presentes é no Natal e no aniversário. Qualquer
outro presente recebido dos pais não será considerado um
presente de verdade.
Não me entenda mal. Não estou sugerindo que os pais
nunca devam recompensar os adolescentes por serviços
prestados. Estou dizendo que esses pagamentos não devem
ser considerados presentes. O adolescente provavelmente
poderá fazer um tipo de trato semelhante com algum
estranho na rua. Porém, mesmo que os pais lhe ofereçam
algo melhor do que ele poderia conseguir na rua, ainda é
um trato e não um presente.
Pode ser útil se perguntar: “Qual foi o último presente
verdadeiro que dei ao meu adolescente? Quando tiver a
resposta em mente, questione-se: “Eu lhe pedi algo em
troca antes de lhe dar aquele presente?. Caso a resposta
seja afirmativa, desconsidere, pois não foi um presente
genuíno. Alguns pais irão descobrir que o último Natal ou
no aniversário do filho.
Os adolescentes não são avessos a esse tipo de negociação
com os pais. Na verdade, muitos deles sentem- se felizes
em fazê-la. Já se tronou um hábito para eles, um meio de
obterem o que desejam.
Se não podem conseguir verbalmente, insistindo com os
pais, então poderão consegui-lo através da “negociação”.
Esse é o padrão em muitas casas, mas não tem nada a ver
com dar presentes.
O PRESENTE E A CERIMÔNIA
Outro aspecto importante de dar presentes é que isso deve
ser feito com certo grau de cerimônia. Pense sobre um
presente importante para você recebido no passado. O que
era? Que lhe deu? Como estava embrulhado? Como foi
entregue a você? O presente foi acompanhado de palavras,
toques ou outra expressão de amor? É bem provável que
quanto mais capricho for o pacote mais amor você sentirá
da parte do doador ao recebê-lo. A proposta de dar
presente não é passar um objeto da mão de uma pessoa
para a outra. É expressar amor emocional.
Essas mensagens emocionais ganham novo significado
quando é dado atenção para a cerimônia que acompanha a
entrega do presente. Os pais devem lembrar – se disso.
Quando minimizamos a cerimônia, também diminuímos o
poder emocional daquele presente.
PRESENTES E O MATERIALISMO
Pais sinceros me perguntaram como muita frequência: “Se
eu der muitos presentes ao meu filho, não estarei
incentivando o espirito de materialismo que prevalece em
nossa cultura?”
Esse é um perigo real em nossa sociedade, pois ela é muito
materialista. Alguns adesivos colocados nos carros nos
Estados Unidos dizem: “Aquele que morrer com mais
brinquedos é o vencedor”.
Hoje tanto adultos quanto adolescentes estão muito
ocupados colecionando “brinquedos”. Se temos o último
modelo, o melhor, o mais avançados, então seremos bem-
sucedidos. Enquanto os adultos estão aumentando a
coleção de casas, carros mais caros, produtos mais
sofisticados, barcos, aviões e do último modelo de
computador, os filhos estão colecionando aparelhos de
som mais poderosos, roupas e sapatos de marcas famosas e
cds e usando tudo da última moda para provar que não são
como os pais.
Seremos pais espertos se nos perguntamos: “Será isso que
quero ensinar ao meu filho (a)?. Também devemos
perguntar: É isto que quero fazer com minha vida?
DANDO DINHEIRO
A primeira dessas áreas relaciona-se com dar dinheiro é
que os filhos da sociedade ocidental são grandes
consumidores e gastam milhões ao ano. As companhias
investem grande quantidade dos orçamentos em
propagandas que visam atingir os filhos principalmente os
adolescentes.
De onde eles tiram dinheiro? Na grande maioria dos casos
eles vem dos pais. Alguém pode pensar que, se presente é
uma da primeira linguagem do amor, e se os pais dão todo
esse dinheiro aos filhos, então o tanque do amor deles com
certeza estará cheio. Se pensarmos assim, o problema será
duplo.
Primeiro, a maior parte desse dinheiro não é dada como
presente. Simplesmente a família se habituou a agir
liberalmente, e os filhos esperam sempre recebê-lo. Em
segundo lugar, o filho não trabalhou (aqui vamos usar o
trabalhou como algo merecido, esforço) para consegui-lo,
e por isso dá pouco valor a ele.
Portanto, receber dinheiro dos pais não comunica amor em
um nível emocional profundo. Então, como os pais devem
tratar essa questão?
Acredito que podemos tratar desse problema de duas
maneiras: Primeiro, devemos encorajar o filho trabalhar
pelo dinheiro. Essa é a única maneira pela qual ele
entenderá o valor que o dinheiro tem.
A segunda estratégia é quando o pai resolve dar dinheiro.
Ele o dá para um propósito específico. Por exemplo: para o
filho praticar esportes, pagar aulas de fotografia, arte e
assim por diante. Os pais, seguindo as dicas dadas
anteriormente, podem fazer isso seja visto como um
presente.
 PRESENTES FALSOS
Existe um tipo de presente que nenhum filho precisa. É o
que chamo de presentes falsos. Eles têm como alvo
substituir o verdadeiro amor. São dados por pais que estão
sempre ocupados e muitas vezes ausentes – tão atarefados
que têm muito pouco tempo para falar as linguagens do
amor: tempo de qualidade; atos de serviços; palavras de
afirmação e toque físico; por isso tentam recompensar as
omissões dando presentes aos filhos, algumas vezes caros.
EXERCÍCIOS
Pense num presente importante para você no passado.
O que era?
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Quem lhe deu?
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Como estava embrulhado?
Como foi entregue a você?
O presente foi acompanhado de palavras, toques ou outra
expressão de amor?