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INTRODUÇÃO
A fonte faz referência à década de 80, como uma época marcada por
sérios acidentes ambientais, em vários países do mundo. Em 1982, a chuva ácida
provocada pela queima de combustíveis causa a morte de peixes em 147 lagos,
no Canadá. O governo canadense acusa os Estados Unidos de indiferenças em
relação à questão ambiental. Em 1984, é a vez da Índia ganhar espaço na mídia,
com a morte de mais de 2 mil pessoas, vitimadas pelo vazamento de isocianeto
de metila, em fábrica de pesticidas da Unios Carbide, em Bhopal. Cerca de 200
mil pessoas sofreram lesões graves nos olhos, pulmões, fígado e rins.
E Andrade, 2001, citando Nascimento e Silva, faz lembrar que foi em prol
das baleias que foi dado a primeira orientação sobre ações que possam prejudicar
as futuras gerações, através da Convenção Internacional para Regulamentação
da Pesca da Baleia que, reconhecendo o interesse das nações, em proveito das
gerações futuras de salvaguardar as grandes fontes naturais representadas pela
espécie baleeira, iniciou, em l946,o disciplinamento da caça às baleias – um grito
de socorro ao mamífero marinho: Salvem as Baleias!
Rosa, 2001, por sua vez, fala que a consciência ambiental, em âmbito
mundial, começou a crescer na década de 60, motivada por uma série de eventos
relacionados com o meio ambiente, como a publicação do livro A Primavera
Silenciosa, considerado um clássico do movimento ambientalista, de autoria da
jornalista americana Rachel Carson. A fonte diz que na publicação, de l962, a
autora denuncia a diminuição da qualidade de vida devido ao excesso de produtos
químicos na produção agrícola, prejudicando a saúde e o meio ambiente.
Segundo o autor:
“Carson referiu-se ao som do silêncio, causado pela
ausência de insetos e de pássaros na primavera e assim,
promoveu uma discussão na comunidade internacional,
relacionando a diminuição da qualidade de vida, com o
uso exacerbado de produtos químicos na produção
agrícola, contaminando os alimentos e deixando resíduos
no meio ambiente”. (p. 127).
Almeida, 1999, lembra que seis anos depois desse episódio, 30 pessoas
de dez países diferentes, entre cientistas, educadores, economistas, humanistas,
industriais e funcionários públicos discutem, numa reunião na Academia de Linci,
em Roma, sobre a crise e os dilemas da humanidade, como a pobreza, a
deterioração do meio ambiente o crescimento desordenado. Estava criado o Clube
de Roma, que divulgou, em l971, Limites do Crescimento – um alerta, mostrando
que o consumo desenfreado da sociedade, a qualquer custo, levaria a
humanidade a um colapso.
Rosa, 2001, explica que com essa sinalização verde para a poluição, na
década de 70, muitos empreendimentos que sofreram restrições em outros
países, principalmente aqueles ligados a alguns setores da petroquímica,
instalaram-se no Brasil.
Observa-se, claramente, que o nosso País não tinha nenhuma política de
controle ambiental e não queria optar por implantá-la. De acordo com Viola, 1997,
“o crescimento econômico era tido como incompatível com a harmonia ambiental.
Afinal, o grande alvo era transformar o Brasil numa grande potência no panorama
mundial. Os recursos ambientais eram tidos como abundantes, praticamente
infinitos e... para que se preocupar como eles? O que importava era o
desenvolvimento, o resto que se sustentasse... ou acabasse!
A fonte afirma que apesar dos esforços realizados por diferentes países,
o texto da Agenda 21 continua sendo pouco conhecido. Somente nos últimos
anos, observa-se uma preocupação maior, por parte dos governos, para
elaboração das Agendas 21 locais. Na sua visão, a construção da Agenda é um
processo de co-responsabilidade, solidariedade, soma e integração. “Um processo
político, no sentido amplo, de construção e implantação do desenvolvimento
sustentável no País.
Não dá mais para ilustrar com a figura de uma fábrica soltando fumaça, o
conceito de desenvolvimento, até porque, como lembra o autor em referência: “os
modelos de desenvolvimento que não contemplaram o meio ambiente nas suas
diretrizes e metas, provaram a sua insustentabilidade” (p. 80). O fenômeno da
poluição mostrou que problema ambiental não reconhece fronteira e foi um dos
primeiros motivos a suscitar a necessidade de negociações internacionais.
Reis, 1995, defende que:
E Jöhr, 1994, por sua vez, argumenta que a palavra "Qualidade", nos
últimos anos, tornou-se uma estratégia no vocabulário dos empresários. Mas, o
que vem a ser Qualidade? Na definição da Sociedade Americana para o Controle
da Qualidade, citada por Kotler, 2000, “Qualidade é a totalidade dos atributos e
características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer
necessidades declaradas ou implícitas” (p. 79).
Já Franco, 2001, lembra que a cada dia surgem novas tecnologias para
coleta e destinação do lixo doméstico e industrial, além da coleta e reciclagem do
lixo, que acaba se transformando em dinheiro. De acordo com o autor, o Brasil é
vice-campeão mundial em reciclagem de latas, só perdendo para o Japão – “um
negócio que chega a movimentar US$ 100 milhões, além dos mais de 120 mil
brasileiros que vivem só de pegar latinhas nas ruas da cidade”.
Partindo do que foi escrito por Kotler, podemos entender que um dos
motivos pelo qual as empresas estão investindo na qualidade ambiental é o
marketing. Ou, como preferem chamar alguns profissionais, o marketing verde ou
marketing ambiental.
Kotler, 2000, lembra que “os esforços para a produção de bens superiores
em mercados mundiais têm levado alguns países – e grupos de países – a
conceder prêmios a empresas que exemplificam as melhores práticas
relacionadas à qualidade”. O autor menciona que o Japão foi o primeiro país a
conceder, em 1951, um prêmio nacional relacionado à qualidade – o Prêmio
Deming. Sobre o Prêmio Deming, Kotler revela que: “é uma homenagem a W.
Edward Deming, norte-americano que ensinou a metodologia da melhoria da
qualidade ao Japão no pós-guerra. Tudo na base de muitas práticas de Gestão da
Qualidade Total” (p. 78)
Com base nesta informação, podemos entender o impulso que vem sendo
dada à rotulagem ambiental. À medida que as empresas perceberam que as
preocupações ambientais podiam se converter em vantagens mercadológicas
para produtos e serviços, inúmeras declarações surgiram no mercado. Para o
Ministério do Meio Ambiente, “essa proliferação, se de um lado resultou em
resposta positiva por parte dos consumidores, por outro, implicou na geração de
uma certa confusão que demandou o desenvolvimento de normas e diretrizes para
a rotulagem ambiental”.
Hoje, podemos encontrar no mercado produtos com selos ou rótulos que
se referem a características específicas, como “reciclável”, “baixo consumo de
energia”, “produto sem CFC”, etc, e rótulos que apresentam informações
quantitativas sobre os aspectos ambientais do produto, como consumo de energia,
utilização de recursos renováveis, etc. Outros, indicam que o produto causa
menos efeito ao meio ambiente, dentro de uma dada categoria (os selos verdes).
Essas declarações são dadas pelos fornecedores ou fabricantes.
Para Reis,1996,
Foi nesse cenário, em que cada país, como vimos anteriormente, decidiu
criar o seu selo ambiental, que a International Standardization Organization (ISO)
criou normas de âmbito mundial, para que fossem adotadas por qualquer empresa
que realmente quisesse ser certificada por sua eficiência no desempenho
ambiental: a série ISO 14000. De acordo com o texto da NBR ISO 14001:1996,
O referido texto diz que a Norma é aplicada a qualquer organização que deseje:
! Implementar, manter e aprimorar um
sistema de gestão ambiental;
! Assegurar-se da sua conformidade com
sua política ambiental definida;
! Demonstrar tal conformidade a terceiros;
! Buscar certificação/registro do seu
sistema de gestão ambiental por uma
organização externa;
! Realizar uma auto-avaliação e emitir
autodeclaração de conformidade com
esta Norma.
Sobre a NBR ISO 14001, a ABNT diz que é uma norma que especifica os
requisitos do sistema de gestão ambiental, tendo sido redigida de forma a aplicar-
se a todos os tipos e portes de organizações e para adequar-se a diferentes
condições geográficas, culturais e sociais. A norma se propõe a fornecer a
organizações de todos os tipos e tamanhos elementos para um Sistema de
Gestão Ambiental efetivo, que podem ser integrados com outros sistemas
gerenciais para auxiliá-los a atingir objetivos ambientais e financeiros.
Frente a essas duas opiniões, resta saber como mercado brasileiro está
absorvendo a idéia de mudanças nas empresas, para conquista da ISO 14001.
De acordo com Godoy, 2001, vem crescendo, embora lentamente, mas com
consistência, o número de empresas brasileiras certificadas pela norma ISO
14001.
Apesar desse avanço, o Brasil está muito distante do primeiro país que
figura na lista como detentor do maior número de certificações: o Japão, com
mais de 8.000 certificações, ou a Alemanha (segundo lugar, na listagem, com
mais de 3.000 certificações). Mas o Brasil, de acordo com os dados levantados
junto à empresa de consultoria Fênix Ambiental (on line), é a nação com maior
número de empresas certificadas com a ISO 14001 da América Latina, e, em
seguida, aparecem o México, a Argentina e o Chile.
Na opinião da professora:
Citando a Norma ISO 14001, Amaral lembra que o item 4.4.7 da referida
Norma trata da preparação e atendimento a emergências de um sistema de
gestão, deixando claro a responsabilidade da indústria em estabelecer e manter
um procedimento para identificar o potencial perigoso e, em casos de acidentes,
agilizar a solução e mitigar os impactos ambientais a ele associados. “Isto significa
que a Norma admite a possibilidade de ocorrências de falhas ou acidentes na
organização. Porém, o sistema de gestão ambiental deve responder
adequadamente a essas ocorrências”, explica
Livros:
ABREU, Dôra. Sem ela, nada feito: uma abordagem da importância da educação
ambiental na implantação da ISO 14001. Salvador: Asset Negócios Corporativos,
1997.
ALMEIDA, Josimar ... [et al]. Planejamento Ambiental: caminho para participação
popular e gestão ambiental para o nosso futuro comum: uma necessidade, um
desafio. Rio de Janeiro: Thex Editora Ltda, 1999.
ANDRADE, E. CPRH 25 anos - sua vida, sua história. Recife . PE, 2001.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995, 2ª Edição,
NOVAES, Washinton. Mercado para quem não polui. Visão, São Paulo, p. 46, 16
out. 1991.
SCHWARZ, D & W. Ecologia: alternativa para o futuro. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1990.
Relatório:
Revistas:
ALUMAR NOTÍCIAS. Sinal Verde para a ISO 14001. Ano XVI, nº 147, p. 5, mai,
2000.
REIS, Roque Luiz Godoy. Cresce número de empresas certificadas no Brasil. Revista
Saneamento Ambiental. nº 179, p 22-28, ago. 2001.
BATMANIAN, Garo. Selo Verde Florestal Chegou para ficar. Revista Ambietec
(uma publicação da Conferência Latino Americana sobre Meio Ambiente –
Ecolatina). Ano 2, nº 4, p. 29. Belo Horizonte, ago/set/out. 2001.
LIBONI, Roberto Carlos. Selo Empresa cidadã. Revisa Notícias. p. 17. 5 de nov. 2001.
Jornais:
Internet:
www.mma.gov.br, consultado em
NORMAS: