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2.

Divisão política administrativa

Angola está caracterizada por quatros regiões: Norte, Sul, Centro Sul e Leste. Política
e administrativamente está organizada pelas seguintes unidades: províncias (18),
municípios (164), comunas e bairros.
Angola está dividida administrativamente em 18 províncias, lideradas por
governadores provinciais, nomeados pelo Presidente da República, que é também o Chefe
do Governo. A província de Cabinda é um enclave que forma um pequeno território
separado do território principal do país através da República Democrática do Congo,
estando confinado pelo norte e nordeste pela República do Congo.

Províncias: Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cunene, Huambo, Huíla, Kuando


Kubango, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Luanda (Capital), Lunda Norte, Lunda Sul, Malange,
Moxico, Namibe, Uíge.

Perfil das províncias de Angola:

Província Área Capital Municípi População


os
(Km2) (Milhões
habitantes)

Bengo 33.016 Caxito 6 351.579

Benguela 39.826 Benguela 10 2.036.662

Bié 70.314 Kuito 9 1.338.923

Cabinda 7.270 Cabinda 4 688.285

Cunene 87.342 Onjiva 6 965.288

K C. Norte 24.110 N'dalatando 10 427.971


1.793.787
C. Sul 55.600 Sumbe 12

C.Kubango 199.049 Menongue 10 510.369

Huambo 34.270 Huambo 11 1.896.147

Huíla 79.022 Lubango 14 2.354.398

Luanda 2.417 Luanda 7 6.542.944

L. Norte 103.000 Dundo 9 799.950

L.Sul 77.367 Saurimo 4 516.077

Malanje 97.602 Malanje 14 968.135

Moxico 223.023 Luena 10 727.594

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Namibe 57.091 Namibe 5 471.613

Uige 58.698 Uíge 17 1.426.354

Zaire 40.130 M'B Mbanza Congo 6 567.225

Províncias

As províncias são o órgão máximo da administração local, sendo a cúpula da


representação do Estado na divisão territorial respectiva. São dirigidas por um governador
provincial, nomeados pelo Presidente da República que perante ele responde no exercício
das suas competências.
No domínio do desenvolvimento urbano e do ordenamento do território, compete ao
governador provincial, nomeadamente, elaborar e aprovar a proposta de planeamento
territorial, nos termos da lei; elaborar e aprovar projectos urbanísticos e o respectivo
loteamento para as áreas definidas para a construção nos termos da lei; observar e
fiscalizar o cumprimento do disposto na Lei do Ordenamento do Território e seus
regulamentos.
Cada província é composta por órgãos de apoio consultivo (Conselho Provincial de
Auscultação e Concertação Social), serviços de apoio técnico (Secretaria do Governo
Provincial; Gabinete Jurídico; Gabinete de Inspecção; Gabinete de Estudos e Planeamento),
serviços desconcentrados da Administração Central (Delegações Provinciais) e
superintendência (Institutos Públicos de âmbito provincial e Empresas Públicas de âmbito
provincial).

Municípios
Os municípios são a circunscrição territorial decorrente da divisão territorial das
províncias, ou seja, “o órgão descentralizado da Administração do Estado na Província, que
visa assegurar a realização das funções do Estado no Município”. O administrador municipal
é directamente responsável perante o respectivo governador provincial, sendo nomeado por
este através de despacho. No que diz respeito à gestão do território e urbanismo, compete
ao administrador municipal, nomeadamente, aprovar os projectos de construção particular e
fiscalizar a sua execução.

Comunas
São parte integrante dos Municípios e resultam da sua divisão territorial. Esses órgãos
assumem uma importância vital nas áreas rurais, dada a sua responsabilidade pela
manutenção do elo direito entre as comunidades e os demais órgãos da Administração do
Estado.
Os administradores comunais respondem directamente perante os administradores
municipais, tendo competência, nomeadamente, para promover a construção, manutenção e
controlo dos mercados, acompanhar e apoiar a autoconstrução dirigida.

2.1 Principais cidades de Angola


Para além de ser cidade capital de Angola Luanda é também uma das principais
províncias sob o ponto de vista socioeconómico. Para além de Luanda desatacam-se outras
como: Lubango- é uma das mais importantes cidades da Angola, pela sua característica de

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cidade turística e pela sua actividade agro-pecuária que esta que se desenvolve cada vez
mais e pela sua característica físico-geográfica;
Benguela – a conhecida cidade das acácias rubras, destaca-se pelas suas atraentes
praias, é uma cidade com um grande potencial industrial e pesqueiro;
Huambo – já foi considerada uma das mais belas cidades do país, está num bom
ritmo de crescimento e reabilitação das suas infra - estruturas, destruídas pela guerra, foi o
segundo polo industrial de Angola. Para além da indústria, o Huambo também desenvolve
outras actividades económicas importantes para o país como a agro-pecuárias;
Cabinda - cidade distinta de Angola devido aos seus recursos naturais,
especificamente o petróleo e a madeira;
As Lundas são as cidades que, apesar de pequenas, têm grande importância para o
país devido á sua potência mineira, são cidades onde se exploram muitos diamantes.
Cada uma das cidades com a sua particularidade e seu contributo que prestam ao
país são todas muito importantes para ao desenvolvimento socioeconómico nacional.

2.2 Ordenamento do território. Os planos regionais/ provinciais e municipais.


Efeito no desenvolvimento /subdesenvolvimento

Angola é um dos países que ainda regista as consequências de um período de luta


colonial (até 1975) a de guerra civil (1975-2002). Ambos períodos promoveram profundos
movimentos sociais (êxodo rural) resultado das diversas formas de uso e ocupação do solo
sem devida acuidade ambiental (Isaac Simão Santo, 2016), e como consequências desses
acontecimentos que o país viveu, é de a sua população viver em zonas urbanas e na sua
maioria sem os parâmetros de um ordenamento territorial.
Mas de um tempo a esta parte, com o alcance da paz o Estado tem vindo a envidar
esforços no sentido de melhorar o aspecto das cidades a nível nacional, através de
projectos de requalificação das mesmas e de implementações de outros que consistem na
construção ou criação de novas zonas urbanas sob orientação da Lei vigente sobre o
ordenamento do Território (Lei nº3/04, de 25 de Junho).
O ordenamento do território tem vindo a ser um das premissas fundamentais do
Estado angolano, especialmente visando a “ diversificação da economia”, agindo em
conformidade com o processo de independência do petróleo. E, nesta perspectiva, um dos
sectores privilegiado é o da agricultura. Cerca de 86% da população do país exerce a sua
actividade nesta linha, facto que leva ao aumento das áreas de cultivo quer a título pessoal
ou individual. Ainda assim, mais de 40% da população vive uma situação difícil do ponto de
vista de capacidade financeira para responder as necessidades de uma habitação,
alimentação e formação condigna já que, na maioria dos casos, trata-se de uma agricultura
de subsistência em que concorre por exemplo, o emprego de meios de trabalho
rudimentares.

Conceito de Ordenamento do território


O ordenamento do território é fundamentalmente a gestão da interacção homem e
espaço natural. Consiste no planeamento das ocupações, no potencial do aproveitamento
das infra-estruturas existentes e no assegurar da preservação de recursos limitados, desde
a implementação espacial coordenada das políticas económicas, sociais, culturais e
ecológicas da sociedade.

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A aplicação das políticas de Ordenamento do Território surge na necessidade de o
Estado ter de administrar o território prevendo as melhores condições para as comunidades.
Assim que, pode ser definido sob vários pontos de vista e/ou perspectivas. Neste sentido, do
ponto de vista da legislação angolana, Ordenamento do Território, é definido como o
sistema integrado de normas, princípios, instrumentos, e acções de Administração Pública
que tem por função a organização e gestão do espaço Isaac Simão Santo (2016)
Segundo o Dicionário de Geografia (Edições Sílabo1998:146) ordenamento do
Território é a organização do território através da elaboração de planos a diferentes níveis e
nos diferentes sectores económicos, tendo em vista o crescimento e um desenvolvimento
económico e social, com base nos respectivos recursos naturais e humanos, e com
objectivos e estratégias bem definidos.
Ordenamento do Território corresponde, na maior parte dos casos a vontade corrigir
os desequilíbrios de um espaço nacional ou regional (…) e pressupõe por um lado, uma
percepção e uma concepção de conjunto de território e, por outro lado, uma análise
prospectiva Baud in Isaac Simão Santo (2016).
E para que estes princípios, normas e instrumentos previstos no ordenamento do
território sejam implementados é necessário um planeamento (processo de desenvolvimento
e criação de planos e programas) que resulta numa série de planos que podem ser
regionais provinciais e municipais. Os planos são instrumentos indispensáveis na
concretização de acções do desenvolvimento territorial, quer quanto: A organização do
espaço- planos de ordenamento e ao desenvolvimento socioeconómico – planos de
desenvolvimento.
Planeamento é processo de desenvolvimento e criação de planos e programas.
(Leonardo Alves, sd).
O planeamento e ordenamento do território são determinantes para a promoção da
qualidade de vida, que estimula o regresso de muitas pessoas ao interior do país (suas
áreas de origem e não só) Aldino Miguel Francisco (2013)

O Ordenamento do Território procura (objectivos)

 Gestão racional dos recursos naturais e do ambiente;


 Melhoria da qualidade de vida, e do bem-estar social das populações (coesão
económica e social);
 Distribuição harmoniosa e equilibrada das populações, das actividades
económicas e das funções urbanas;
 Satisfação das necessidades de solo urbanizado;
 Defesa e valorização do património natural, cultural e ambiental,
 Reabilitação e revitalização dos centros históricos;
 Revitalização do mundo rural e esbatimento das diferenças entre o urbano e o
rural;
 Desenvolvimento de actividades económicas, socias e culturais”.
 Uma sociedade mais justa, harmoniosa do ponto de vista estético e funcional
(mobilidade) e preocupada com o futuro das gerações vindouras.

E estes objectivos do ordenamento do território podem ser globais ou parciais a nível


territorial ou sectorial, variando de país para país e de região para região, e ainda ao longo
do tempo, em função do grau de importância aos diferentes níveis territoriais, pois, cada um

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destes constitui um espaço privilegiado para identificação e superação de problemas
específicos.
A lei do ordenamento do território e urbanismo – Lei nº3/04, de 25 de Junho).

Mais da metade da população Angolana vive em cidades.


população Angolana vive em Luanda.
As cidades crescem muito rápido.

Disposições e Princípios gerais:


Artigo 1: “Instrumentos de ordenamento territorial” são principalmente os planos
territoriais.
Artigo 1: "ordenamento do território”. É a aplicação no território das políticas
económico-sociais, urbanísticas e ambientais, visando a localização, organização e gestão
correcta das actividades humanas.
Artigo 10: Respeito e efectivação dos direitos, liberdades e garantias fundamentais.
Artigo 13: Desenvolvimento económico e social e melhoria da qualidade de vida.
Artigo 18: Reconversão o recuperação das áreas urbanas degradadas e ilegais.
Artigo 20: Expropriação por utilidade pública.
O Estado só pode expropriar quando pagar uma „justa indemnização‟.
Artigo 21: Participação na elaboração, execução e revisão de planos
Instrumentos do Ordenamento do Território

Planos Territoriais:
Artigo 28: Classificação dos planos territoriais
Planos nacionais
Planos provinciais
Planos municipais
Planos regionais

Planos nacionais abrangem todo o território nacional e têm por objectivo a definição
da política nacional de ordenamento do território. Neste primeiro nível situam-se as
Principais Opções de Ordenamento do Território (POOT) que constituem um instrumento de
desenvolvimento territorial de natureza estratégica, com carácter genérico relativamente a
todo território nacional. Com efeito, as POOT estabelecem os princípios e as opções em
matéria de ordenamento e planeamento territorial. Assumem a forma de lei, são elaborados
pelo Governo (deve-se Presidente da República) e aprovadas pela Assembleia Nacional,
após consulta da Comissão Consultiva Nacional, e constituem o paradigma de referência
para todos os planos de natureza inferior. Incluem-se também os Planos Territoriais
Especiais Nacionais ou Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT). Estes
abrangem áreas determinadas em função de fins específicos de ordenamento do território,
designadamente: as áreas agrícolas, áreas de turismos, áreas de indústria, áreas ecológicas
de reserva natural, de repovoamento, de defesa e segurança, reconversão, requalificação,
revitalização, reabilitação de centros históricos, remodelação de infra-estruturas especiais
como portos e aeroportos, os Planos Sectoriais Nacionais ou Planos Sectoriais de
Ordenamento do Território (PSOT) abrangem sectores de infra-estruturas colectivas, como
redes viárias de âmbito nacional, provincial ou comunal, redes de transportes, de
abastecimento de águas energia e tratamento de efluentes.

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- Planos provinciais contêm as grandes opções estratégicas de carácter genérico
referentes ao desenvolvimento provincial, definindo o modelo de ocupação dos solos rurais
e urbanos. São planos hierarquicamente inferiores às POOT mas que servem de orientação
aos planos municipais. Os planos provinciais são da iniciativa do Governador Provincial,
sendo a sua preparação acompanhada pela Comissão Consultiva Nacional que emite
parecer, tal como a Comissão Consultiva Provincial. A sua aprovação compete à Comissão
Interministerial do Ordenamento do Território, sendo submetidos a ratificação pelo titular do
Poder Executivo.
Os Planos Interprovinciais do Ordenamento do Território (PIPOT) têm a mesma
natureza dos planos provinciais e visam a coordenação e integração complementar de duas
ou mais províncias. Podem ter a natureza de planos sectoriais ou especiais, sendo as suas
principais finalidades a coordenação e integração de planos provinciais; combate das
assimetrias provinciais, manutenção da coerência e eficiência na protecção dos sistemas
rurais e naturais; garantia de maior eficiência na programação de infra-estruturas que sirvam
de duas ou mais províncias.
- Planos municipais, relativos a toda ou apenas parte de área territorial municipal. O
Plano Director Municipal (PDM) representa o tipo central e fundamental de planos
municipais, contendo directrizes de natureza estratégica e carácter genérico, representa o
quadro global de referência, podendo estabelecer a classificação dos terrenos urbanos e
dos terrenos rurais de um município. O PDM aplicável aos municípios cuja área territorial
abrange solos rurais e urbanos, pode ser, com as devidas adaptações, também aplicável
aos municípios integrados nas grandes cidades que tenham apenas solos urbanos e
urbanizáveis. Os planos municipais podem abranger dois ou mais municípios, surgindo
assim, os Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território.

(PIMOT) e os planos municipais parciais, que podem consubstanciar-se em Planos


Urbanísticos (PU) e Planos de Ordenamento Rural (POR). O PU define o modelo de
evolução da ocupação humana e da organização dos sistemas urbanos, designadamente
pela classificação dos terrenos urbanos e definição dos respectivos perímetros, pela
programação das redes viárias, de transporte, dos equipamentos colectivos e serviços
públicos e privados, de carências habitacionais e ainda índices obrigatórios de zonas
verdes, bem como de arborização das vias urbanas que contribuam para uma melhor
qualidade do ambiente urbano.
Em todos os níveis, podem existir:
Planos especiais: são planos para fins específicos (por exemplo: turismo,
requalificação urbana, áreas de industria)
Planos sectoriais: são planos em sectores específicos (por exemplo: planos de
redes de água, redes de energia, planos de transporte)
Qualquer plano pode ser um plano rural ou urbanístico.
Artigo 35: Operações de ordenamento

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Organização do Sistema de Ordenamento Territorial criado pela LOTU angolana

Fonte: Manuel Zangui 2011, MINUC

Classificação dos solos


 Aqui temos uma ligação com a lei da terra que prevê: terrenos concedíveis,
terrenos urbanos, terrenos rurais etc.)
 Demarcação e alinhamento
Artigo 41: Operações urbanísticas
Estes podem incluir por exemplo:

A lei Orgânica do Ordenamento Territorial


Trata dos actores ou órgãos que fazem a planificação.
O principal órgão que faz planos é o governo: mas não está definido exactamente
quais as instituições do governo que implementam os planos. Os ministérios mais
importantes são o Ministério do Planeamento, Ministério de Urbanismo e Habitação
(MINUH) e o Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural (MINADER).
A lei também permite a participação de outros membros da sociedade. Nas províncias,
é previsto a criação de uma Comissão Provincial de Ordenamento do Território e do
Urbanismo. Como isso exactamente iria funcionar será explicado nos regulamentos.

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Regime dos Planos Territoriais
3.1. Origem e composição étnica. Os grandes grupos etnolinguísticos.
Artigo 53: Direito a informação.
As pessoas (cidadãos) têm direito a informação tanto do conteúdo, como das
alterações dos planos territoriais e tanto na fase de elaboração.
Artigo 59: Ratificação pelo Governo
Qualquer plano provincial, inter-provincial, inter-municipal e municipal deve ser
ratificado pelo governo.
Artigo 60: Para serem legais, os planos no nível provincial devem ser publicados por
edital.
Artigo 68: Este Artigo define os seis regulamentos que ainda devem ser elaborados.
Três já foram elaborados, mas não publicados no Diário da República e assim ainda não
tem validade.
1. Regulamento Geral dos Loteamentos
2. Regulamento Geral das Edificações Urbanas
3. Regulamento do Licenciamento de Obras e Construções
Mais três ainda não foram elaborados, estes são:
1. Regulamento dos Planos Urbanísticos e do Ordenamento Rural
2. Regulamento que fixa os Perímetros Urbanos e Concessão de Forais de Cidades
3. Regulamentos Especiais dos Planos Territoriais: Planos Provinciais, Regionais,
Especiais e Territoriais coerências para a localização das diferentes funções que neles
coexistem – a indústria, o comércio, a habitação ou a agricultura. São os Planos de
Urbanização, os de pormenor ou de salvaguarda que, e mais uma vez a escalas diversas,
delimitam e desenham as malhas que estruturam e definem a cidade.

O planeamento tem que ser pensado compreendendo a estrutura das ocupações


humanas: a sua diversidade, as suas inter-relações e interacções e a complexidade das
razões que justificam cada uma delas. São diversos os tipos de ocupação do homem no
território; são diferentes os usos impostos ao solo, por exemplo: ocupação do solo para
habitações, para agricultura para industria, etc. São variados os aglomerados humanos
resultantes, diferentes em dimensão e em características, justificando-se e sendo ao mesmo
tempo razão das utilizações que se estabelecem no território. Funções como a agricultura
ou a indústria, o comércio ou os serviços encontram no tipo de aglomerado os argumentos
para o seu estabelecimento, moldando e transformando a forma destes, estabelecendo
relações de cumplicidade. São modos de ocupar o território, distintos nos seus conceitos e
finalidades, que se complementam, sustentando a colonização humana. Os aglomerados
humanos, sendo todos eles diversos e complexos nas suas razões, relacionam-se e
justificam entre si a forma que o homem encontrou para se estabelecer, ocupar e usar os
recursos da natureza.

É por isso fundamental, ao pensar a problemática do planeamento e do ordenamento,


compreender a importância de cada uma das ocupações humanas, de cada um dos
aglomerados, entender que alterações à lógica de um desses elementos, à sua importância
ou à sua dimensão, influenciará e desequilibrará a estrutura que é o ordenamento do
território.

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Se pensarmos que cada região, cada local, cada povoação tem características
próprias, identificáveis e analisáveis, realidades e necessidades diferentes que variam
substancialmente com o contexto onde se inserem, podemos concluir que cada sítio terá
que ser estudado como entidade autónoma. Contextualizando essa análise na lógica das
ocupações do território para se poderem compreender os motivos e as regras da sua
estrutura.

O fundamento do planeamento territorial é a gestão dos recursos, ordenando e


estabelecendo regras para as ocupações, sempre com o objectivo último de qualificar a vida
das populações. Trata-se de revalorizar ou de preservar o património natural, construído ou
cultural, de prever e de ordenar as transformações e as dinâmicas dos aglomerados, de
estabelecer o equilíbrio necessário a uma evolução sustentada para as ocupações
humanas.

Importância do Ordenamento do Território no desenvolvimento


/subdesenvolvimento do território.

O planeamento, o ordenamento do território assumem uma grande cumplicidade dado


que, procuram encontrar as melhores formas para garantir a qualidade de vida das pessoas
(acesso à saúde, educação, alimentação, habitação, a própria mobilidade em si, emprego,
meio ambiente, etc.). Assim, estes três conceitos são indispensáveis para gestão eficiente
dos recursos disponíveis em cada região.

BIBLIOGRAFIA

Development Workshop Angola, Manual de Formação, 2011, 3ª Edição

Aldino, M.F Desafios do Desenvolvimento e do Ordenamento do Território na


Província do Namibe (Angola) 2011

Sabino, S.S A Lei do Ordenamento do Território e do Urbanismo em Angola.


Importância e abrangência. Texto inédito 2016.

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