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I. INTRODUÇÃO
Plano de Estrutura Urbana é o instrumento de gestão territorial, de nível municipal, que estabelece a
organização espacial da totalidade do Município, os parâmetros e as normas para a sua utilização e
gestão, tendo em conta a ocupação actual, as infra-estruturas e os equipamentos sociais existentes e a
implantar na estrutura espacial urbana e regional.
O presente Plano de Estrutura do Município da Cidade do Dondo foi elaborado para servir de instrumento
regulador do desenvolvimento do Município para os próximos dez anos, visando maximizar a gestão e a
integração dos aspectos socio-económicos e a participação da comunidade do Dondo na gestão do uso do
solo.
O plano vai servir como um instrumento de apoio à tomada de decisões garantindo a participação de todos
os sectores de sociedade em pé de igualdade incluindo o Governo, ONG’s, Comunidades Locais e a
Sociedade Civil em geral. O plano é composto por três relatórios escritos, a saber:
Diagnóstico da situação actual do Município;
Proposta de Desenvolvimento do Município,
Normas Regulamentares do uso do Solo.
O plano foi elaborado de modo a:
Promover uma ocupação espacial harmonizada e adequada de acordo com as características
naturais, problemas ambientais e necessidades de desenvolvimento dos vários sectores e
segmentos da sociedade;
Evitar alterações significativas, ou mesmo destruições de habitats naturais, causadas pelo rápido
desenvolvimento do Município;
A sua posição geográfica é privilegiada sob ponto de vista economico, uma vez que dista a 30 km do
Porto da Beira sendo atravessada pelo Corredor de Desenvolvimento da Beira atraves da EN6 e,
conjugado pela passagem da linha férrea Dondo-Beira, e Dondo-Zimbabwe ou Malawi, aliado ao potencial
em termos de complexos industriais o que faz de Dondo a segunda maior cidade da província de Sofala e
com todos suportes para crescer economicamente.
Por outro lado, a existência de boas condições naturais para a prática da agricultura em particular na
planície de Mandruze, e a ligação da Cidade a rede nacional de energia electrica, fazem tambem de
Dondo um Município com grande potencial de desenvolvimento socio-económico.
A cidade do Dondo foi em tempos, uma circunscrição de Neves Ferreira, criada em 01 de Outubro de 1892
pela Ordem no 25. Esta Circunscrição abraçava na margem esquerda do Rio Púngòe em direcção à sua
foz, todo o grande prazo de Cheringoma, que na altura se estendia de Urema até ao mar, limitando-se ao
norte pelos prazos de Chupanga e Milambe e na margem direita do Rio Púngòe ia até aos Territórios de
Chimoio e Morimbane.
Em Nyanja, Dondo significa floresta, bosque sagrado ou arvoredo. O mais provável é que o termo seja
derivado de uma árvore abundante na região, chamada Dondo- Cientificamente conhecida por Cordyla
Africana Lour; cujo fruto é Tondo (Cabral, 1975:47).
A primeira povoação neste local surgiu com a construção da linha férrea Beira-Umtali e a construção da
estação, isto por volta do fim do século XIX. Elas foram construídas pela ``The Beira Raillways’’ sociedade
fundada com capitais britânicos (The British South Africa Company) que construiu o caminho de ferro
A 15 de Maio de1933 o Posto de novo anexado ao Conselho da Beira até 11 de Maio de 1937 data em
que voltou a ser incorporado à circunscrição de Cheringoma.
Por volta de 1953, na vila do Dondo já existia o posto administrativo e com estatuto de PA de Dondo. Em
1955, na base da Portaria no 11208 do BO 53/1955, volta a extinguir o Posto e integra a sua área no Posto
Administrativo de Vila Machado. Nos anos 1962/63, foi criado no Dondo a Câmara Municipal do Dondo, ou
seja a Vila do Dondo ascendeu ao título de câmara municipal como um município. Em 1978 a Câmara
Municipal foi transformada em Conselho Executivo ao abrigo da Lei no 7/78 de Abril.
Em 1998, a 30 de Junho são eleitos os primeiros órgãos no quadro das eleições municipais, para gerirem
os destinos do município cujos titulares são um presidente do Conselho municipal e uma Assembleia
Municipal.
Línguas
A língua predominante no Município para além da Oficial portuguesa, fala-se também Sena e Ndau.
Religião
A religião mais professada é a católica, seguida pela cristã protestante, a muçulmana não tem grande
expressão sendo professada maioritariamente no Bairro Central onde existe alguma comunidade
muçulmana.
Hábitos e Costumes
Uma parte da população do Dondo pratica cerimónias tradicionais familiares como Nsembe, Mazuade,
Pita-cufa e Pita-moto e danças tradicionais como Útse e Marimba. A gastronomia é composta por pratos
típicos locais como Chima com peixe fresco (Nsomba), Chima com folhas piladas da Mandioqueira
(Ntxocobwe ), Chima com peixe seco e Chima com carne seca (Xincuio). As cerimónias tradicionais
familiares apresentam como características as seguintes:
Nsembe - Cerimónia tradicional que consiste no reconhecimento aos mortos. Nesta cerimónia, o
interessado faz as suas lamentações aos defuntos, pedindo ajuda para solucionar o seu problema. Ela
pode ser feita em forma de ou usando farinha sobre a base de um prato, isto a noite antes de dormir,
constitui um hábito da população do Dondo.
Mazuade - Cerimónia tradicional que serve para assegurar o bebé, ela faz-se meses depois do
nascimento, através do acto sexual dos progenitores, segundo a tradição, o bebé é protegido de certas
enfermidades e não fica débil.
Kupita-cufa - Cerimónia tradicional que serve para purificar a família enlutada depois da morte de um dos
membros da mesma (filho, pai, mãe...)
Actualmente, devido ao HIV/SIDA, as pessoas estão a abandonar a maneira arcaica deste ritual que
consiste na prática sexual entre o viúvo e outra parceira ou a viúva e um outro se for o caso, o que dá
probabilidade a expansão da contaminação pelo HIV-SIDA e outras ITS’s, optando-se em procurar um
casal independente para fazê-la dentro ou fora da família conforme o acordo familiar. Este casal
purificador dá-se pelo nome de D`ombo e os donos das cerimónias gratificam-se a este casal.
Kupita-moto - Cerimónia tradicional que consiste na purificação da família depois de um incêndio da casa
ou machamba, esta cabe ao ancião da família como fazê-la; pode se chamar um nhamussoro (Curandeiro)
para fazer um tratamento e tirar o azar na família e alguns fazem-na através de acto-sexual envolvendo a
família em causa.
Kupita Mphenpo – Cerimónia tradicional que serve para purificar a família D`aia (Madrinha) depois de um
aborto, a cerimónia realiza-se através do acto sexual em duas fases: 1- Kufa e 2- Mphenpo.
No que concerne ao casamento, são desenvolvidas as cerimónias Fungula Mulomo que consiste num 1o
contacto com a noiva, Mussa que é consulta do lobolo, Semba que consiste no pagamento do Lobolo que
muitas vezes tem sido a principal causa da opressão da mulher e motivação para casamentos prematuros
e finalmente Massesseto que é o próprio enlace matrimonial. Todavia, estes hábitos culturais tendem a
desaparecer na área urbanizada devido a aculturação caracterizada por intromissão de populações
doutras regiões que trazem hábitos e costumes diferentes que acabam se sobrepondo aos hábitos e
costumes locais.
Como locais Sagrados são considerados os Cemitérios Comunitários existentes nos 10 Bairros, bem como
o Municipal e o da Santa Ana no Bairro Consito. As cerimónias protocolares relacionadas com datas
festivas são realizadas nas praças dos heróis e dos trabalhadores.
Dondo nos anos 1916/1918 era uma simples povoação comercial constituída na altura pela casa grande,
construída em 1916, que é a segunda loja depois do Comando da Polícia no sentido de quem vai à Maia e
Dinis para o Clube do Dondo. Em 1923, foi construída a casa Jusa, que é a primeira casa depois do
Comando da Polícia no mesmo sentido da anterior. Em 1928, foi construída a casa José António de Abreu
que é a actual Maia e Diniz.
No processo de crescimento da Cidade do Dondo, foram sendo construídas fábricas ao longo da EN6 e da
linha férrea. Assim, em 1951 foi construída a fábrica de Cimentos de Moçambique, depois desta, foram
sendo construídas outras fábricas dela derivada como a Lusalite em 1945.
1975-1981: Neste período houve organização dos Bairros em Comunais, onde foram observados vastos
parcelamentos e atribuições de terrenos nas zonas adjacentes aos centros urbanos, assim como
periferias.
Em 1983 foi preparado o Plano de Estrutura do Dondo pelo Instituto Nacional de Planeamento físico com o
apoio dos serviços Provinciais de Planeamento físico.
Em 1999 foi elaborado o Plano Director Beira/Dondo com validade de 10 anos, plano este que foi sendo
implementado durante este tempo, tendo o Município crescido com obediência do mesmo, apesar da
deficiente fiscalização na implementação do mesmo facto este que provocou a ocupação desordenada,
em particular junto as linhas de protecção tanto de energia de alta tensão, caminhos-de-ferro, vales dos
rios, etc.
Em 2005 foi levado a cabo um Plano de Reordenamento do Bairro de Mafarinha que se encontrava
ocupado de forma espontânea e sem vias de acesso;
Nos anos 2008 e 2009 foi elaborado e implementado o Plano de Pormenor de algumas parcelas de terra
do Bairro Nhamayabwe;
Em 2010 parte do Bairro Mafarinha foi ordenado tendo sido elaborado um Plano de Pormenor que está
sendo implementado;
Ainda neste ano está em curso o processo de indemnização e reassentamento de 30 famílias residentes
no Bairro Canhandula afim de instalação duma fábrica de lacticínios.
2.6.Actividade Relevante
A actividade ferroviária está ligada ao Porto da Beira que serve como local estratégico para
manuseamento de carga e a Via-férrea que liga Beira-Dondo, Dondo-Manica ou mesmo países vizinhos
permite o transporte de mercadorias provenientes deste local para os países vizinhos e vice-versa bem
como para a circulação interna. Estas infra-estruturas fazem parte do Corredor de Desenvolvimento da
Beira que serve toda a zona Centro do país, inclusive os países vizinhos como Zimbabwe e Malawi. A
actividade industrial, com a fábrica de Cimento e a de Lusalite, contribuem sobremaneira para aquisição
de receitas para o Município bem como o emprego de mão-de-obra local no mercado laboral.
A proximidade da Cidade da Beira, a integração no corredor da Beira e o acesso fácil aos distritos da
Província e mesmo aos países vizinhos, possibilita ao Município uma boa integração na rede de circulação
de mercadorias e bens.
O município dista a 30 Km da Cidade da Beira, possui uma configuração topográfica favorável para além
de ser atravessado pela EN6 que facilita a ligação entre as regiões norte e Centro bem como Centro e Sul.
Portanto, a relação entre o Município da Cidade do Dondo e os distritos da zona de influência é
determinada pelos seguintes factores:
Neste Município verifica-se um movimento intenso de pessoas e bens nas áreas de influência. O
relacionamento é baseado na existência de numerosos residentes urbanos oriundos do Dondo que se
deslocam a Beira para trabalhar e vice-versa e com quem mantém relações sociais e económicas
regulares. Para além da Beira, a Companhia açucareira de Mafambisse localizada no Distrito do Dondo
também desempenha um papel preponderante na alocação de mão-de-obra.
O Município da Cidade do Dondo tem uma superfície de aproximadamente 382 km2 e uma população
estimada em cerca de 70.817 habitantes (IIIRGPH), dos quais 35.232 são do sexo feminino com uma
densidade populacional de 185 hab/Km2.
Este Município é constituído por Quatro Localidades Urbanas e 10 Bairros, sendo apenas dois urbanos ou
consolidados que são, o Bairro Central e Consito e os restantes semi-urbanizados e não urbanizados. As
Localidades são Nhamaiabwe (constituído pelos Bairros Nhamaiabwe e Samora Machel), Mafarinha
(Mafarinha, Thundane e Nhamainga), Mandruze (Mandruze, Canhandula e Macharote) e localidade de
Consito (Consito e Central).
Ao nível dos Bairros existem 51 Unidades comunais e 244 Quarteirões compostos por 15065 comissões
de moradores (vulgo chefe das 10 casas).
No Município da Cidade do Dondo, não existe régulo, sendo o responsável pela jurisdição deste território,
o régulo de Mafambisse, embora existam 2 chefes do grupo de povoação denominado M`Pfumu que
pertencem ao 2o escalão, estando um em Macharote e outro em Canhandula, eles chefiam 11 Saphandas
(pequenos chefes de povoação).
O Município da Cidade do Dondo está localizado numa região de clima tropical com uma estação quente e
chuvosa (Outubro a Março) e fresca e seca (Abril a Setembro) sendo este último em transição para
estepe. Este tipo de clima leva a alternância de períodos de cheias seguidos por anos de seca.
Temperatura
As temperaturas médias são:
Média Anual: 27oC.
Amplitude Média: 7o C (cerca de 27,5 em Janeiro e 21o C em Julho/Agosto)
Média dos valores máximos anuais: Janeiro/Fevereiro (32o C – 33o C) com os mínimos em Julho (26oC-
27oC).
Média dos valores mínimos anuais: Julho (18o C- 19o C), com os valores mais altos em Janeiro-Fevereiro
(22o C) e os mais baixos em Julho (14o C- 15oC).
Humidade
A humidade relativa ronda os 75-76% com pequena variação ao longo do ano.
Precipitação
A precipitação média anual varia de 1.000 mm a 1.459 mm, com os valores mais altos na zona próxima da
3.2.2.Solos
No Município da Cidade do Dondo, são encontrados solos aluvionares profundos, cinzento escuros,
textura mediana, relativamente pobres em matéria orgânica, e os sais solúveis não aparecem em
quantidade suficiente para criar limitações na sua utilização agrícola.
Ainda ocorrem no município, solos aluvionares moderadamente profundos (> 70 em <100 cm), cor
cinzenta escura a preta, textura pesada, argilosa e estrutura bem desenvolvida, podendo ocorrer uma
camada bastante argilosa e cimentada.
Ao longo dos rios, desenvolvem-se solos aluvionares, hidromórficos, salinos, com manchas de sais a
superfície, completamente inaptos para agricultura (solos de mangal).
3.2.3.Vegetação
Por outro lado, algumas florestas comunitárias desenvolvem-se nos Bairros Mafarinha, Central, Consito,
Canhandula, Nhamainga, Mandruzi, Macharote, Nhamaiabwe, Samora Machel e Thundane onde são
criadas espécies vegetais como o eucalipto, casuarinas, chanfutas, Missassa , Panga-panga e Mutongolo.
Contudo, com a expansão da urbe, o desenvolvimento da agricultura, exploração florestal para madeira,
carvão, lenha e queimadas descontroladas, tem se verificado grande desflorestação da flora e
consequentemente o verde natural dá lugar a edifícios e campos agrícolas.
3.2.4.Fauna
Dentro do território Municipal, outrora desenvolveu-se espécies animais, caracterizadas por uma grande
diversidade, como são os casos de Palapala, Changos, Gondongas, Pivas, Cabritos do mato, Leões,
Hipopótamos, Crocodilos, Macacos, Búfalos, Porcos, Galinhas do mato e outras espécies. Contudo, com a
expansão habitacional e urbanização das zonas outrora habitats destes animais, aliado ao desbravamento
e queimadas com vista ao desenvolvimento da agricultura, alguns destes animais emigraram para outras
regiões circunvizinhas como o Parque Nacional de Gorongosa ou para o território distrital do Dondo.
3.2.5.Relevo
O Município é caracterizado pela ocorrência de duas zonas geomorfologicamente distintas, sendo uma de
formações aluvionares recentes, representada por uma topografia plana e praticamente sem declives e
outra com planícies e depressões acentuadas, como o vale de Mandruze, onde correm linhas de água que
se dirigem ao Rio Púngòe, formando alguns charcos ou lagoas no seu percurso.
Ao longo dos rios, riachos e lagoas, as terras são ricas para a prática da agricultura e pastagem de gado
Bovino e Caprino. Antigos meandros do rio também formam depressões descontínuas do terreno,
conservando a água das chuvas durante todo o ano, sendo nestas zonas onde coincidentemente ocorre a
erosão.
3.2.6.Hidrografia
O Município da Cidade de Dondo apresenta uma rede hidrográfica bastante considerável, onde são
encontrados rios de regime periódico e outros de regime permanente. Neste Município destaca-se a Bacia
do Rio Púngoè, tendo o Rio do mesmo nome regime permanente e sempre com um caudal aceitável tendo
grande impacto no desenvolvimento da pesca e agricultura em particular no Vale do Mandruze.
Para além deste Rio ainda são de regime permanente os rios Savane e Muadzidzi enquanto os rios
Chone, Chicuredi e Muzimbite são de regime periódico, sendo úteis na prática de agricultura e pesca
artesanal.
Nas zonas aluvionares dos grandes rios, os solos apresentam boa fertilidade e possibilidade para a prática
de agricultura de regadio. No seu conjunto, a zona de influência do Município da Cidade do Dondo
apresenta recursos da terra bastante fracos, o que, aliado a constrangimentos de ordem climática e
económica, criam situações de escassez na produção alimentar e nas culturas de rendimentos.
A Cidade do Dondo localiza-se numa zona de planície, sendo o território banhado por uma vastidão de
rios;
Os rios possuem uma diversidade de recursos pesqueiros, habitats valiosos e sítios de alto valor
paisagístico. São também zonas frágeis e sensíveis ao mau uso ou exploração excessiva dos
recursos;
Pela existência da fábrica de Cimento, Dondo precisa duma prevenção contra os riscos de poluição
industrial;
A maioria das zonas agrícolas não têm boa aptidão, sendo dai a dieta alimentar da população
deficitária, todavia a existência duma grande disponibilidade de recursos hídricos em particular ao
longo do vale do Mandruze propicia o cultivo do arroz e hortícolas;
A erosão é o principal problema ambiental, que afecta mais da metade da área do núcleo urbano e
mais de dois terços das habitações. Apesar de esforços já feitos, persistem situações de alto risco
para as habitações e infra-estruturas urbanas;
A limpeza urbana e recolha de resíduos sólidos (lixo) ainda precisam de melhoramento, dado que os
contentores e latas de lixo só existem no Bairro Central e nos restantes Bairros apenas espera-se pela
recolha do mesmo pelo tractor do município ou em muitos casos o enterramento do mesmo e sem
cobertura.
Em geral, as áreas ambientalmente sensíveis encontram-se localizadas em zonas onde existem recursos
naturais e diversidade biológica importante, dominadas por espécies em extinção ou protegidas por Lei,
mas facilmente expostas à degradação humana e/ou natural.
3.4.2.Fenómenos de Erosão
O Município da Cidade do Dondo, apresenta uma configuração topográfica plana em quase a sua
totalidade não sendo propenso à erosão, contudo devido a acção humana, o município encontra-se neste
momento a sofrer pressão devido, a extracção de areia e saibro para construção e nivelamento de vários
terrenos que se encontram em zonas baixas na Cidade da Beira.
A Erosão dos Solos é notória em quase todos os Bairros do município, onde verifica-se a extracção da
areia e saibro sem observância das normas de gestão do solo. Observa-se no Município a abertura de
crateras e algumas câmaras de empréstimo abandonadas e sem reposição do solo.
A abertura de crateras devido a extracção de areia tem afectado algumas residências e para além disto,
verifica-se a formação de pântanos devido a estagnação das águas pluviais e pelo facto do território
apresentar um lençol freático alto, podendo constituir este facto grande foco de doenças. Não se tomando
medidas drásticas com vista ao estancamento destas práticas, Dondo poderá num futuro muito breve ser
avassalado por erosão, o que poderá limitar a disponibilidade de terra para a instalação de infra-estruturas
e prática de agricultura. Os Bairros Thundane, Macharote, Samora Machel são os mais vulneráveis.
3.4.3.Saneamento do Meio
O sistema de drenagem a céu aberto persistente no Bairro Central, sendo o Bairro urbanizado e
consolidado encontra-se neste momento num estado avançado de degradação, para além de que as valas
existentes apresentam uma largura muito pequena possibilitando inundações nas redondezas em caso de
chuva torrencial pelo facto de não ter capacidade para drenar grandes volumes de água.
Actualmente, dentro do município não existe nenhum sistema de drenagem pública para águas negras
nas habitações, o único que existia para as 50 casas se encontra em desuso e em péssimo estado. Neste
momento as construções que estão sendo erguidas optam em usar fossas sépticas para a drenagem das
águas negras e limpas.
O Município de Dondo apresenta algumas zonas propensas a cheias e inundações em particular no Bairro
de Canhandula próximo do Rio Púngòe, sendo os maiores afectados os pescadores artesanais e
sazonais. Por outro lado, o vale de Mandruze e o Bairro de Nhamaiabwe são também zonas propensas há
inundações. Contudo, em geral o Município possui condições naturais e topográficas favoráveis para a
construção de infra-estruturas, equipamentos sociais e habitações pelo facto de a topografia ser plana.
3.6.Distribuição da População
Segundo dados do Censo Populacional de 2007, o Município da Cidade do Dondo apresenta uma
população de cerca de 70,817 habitantes, dos quais 35,232 são mulheres, correspondendo a 49,7% e
uma densidade populacional de 185 hab/km2. A população do Município não está regularmente distribuída,
havendo Bairros com maior e outros com baixa densidade populacional.
O Bairro Nhamaiabwe apresenta maior densidade populacional ao nível do município se comparado com
os restantes Bairros seguido pelo Bairro de Mafarinha, enquanto os Bairros Thundane e Nhamainga
apresentam baixa densidade populacional, por se tratar de Bairros ainda desprovidos de equipamentos
sociais e infra-estruturas, dai não haver atractivos para a população.
Em termos de custos em cada 100 indivíduos da população activa existem 79 jovens dependentes desta,
pressupondo que um adulto deve cuidar de aproximadamente um jovem, acarretando encargos em
alimentação, vestuário, despesas escolares e outros.
O mesmo fenómeno vai acontecer em relação à população idosa que constitui 3% e é também
dependente da segurança social, subsídio de alimentação, acomodação proporcionado pelo município
bem como pela população activa, neste caso em cada 100 indivíduos de população activa, vão existir
cerca de 5 idosos por cuidar. Deste modo, o índice de dependência total, isto é, os encargos da população
jovem e idosa que vai pesar sobre a população activa é de 84 dependentes em cada 100 indivíduos da
população activa, o que significa que cada indivíduo da população activa terá sob sua responsabilidade
aproximadamente um indivíduos.
Tabela 2 : Distribuição da Pop. por Idade no CMCD Pirâmide Etária da população do CMCD
0– 4 5,378 5,403
5–9 4,829 4,724
10 – 14 4,937 5,091
15 – 19 4,357 4,280
20 – 24 3,830 3,637
25 – 29 2,776 2,507
30 – 34 2,003 2,021
35 – 39 1,577 1,793
40 – 44 1,521 1,380
45 – 49 1,287 1,080
50 – 54 962 969
55 – 59 809 679
60 – 64 499 584
65 – 69 319 414
70 – 74 231 295
75 – 79 158 201
80 + 112 174
Gráfico no 2: Distribuição da população por idade
Com base nos dados fornecidos pelo INE no censo de 1997, o Município do Dondo tinha uma população
estimada em 71,644 habitantes, passados 10 anos, verifica-se que ela passou para 70,817 habitantes,
Pode-se considerar que a taxa de crescimento do município do Dondo reduziu, devido provavelmente a
migração da população desta Urbe para outras cidades a procura de melhores condições de vida como
emprego, educação, saúde, dentre outras, aliado a este factor, observa-se um elevado índice de HIV
provocando a redução da população, para além de que na altura do censo de 1997 passavam apenas 5
anos após os acordos gerais de paz e nesta altura nem todos os refugiados haviam regressado às suas
zonas de origem. Todavia, devido a crescente procura de espaços em particular por residentes da cidade
da Beira para construção de casas de habitação, aliado ao incremento de mais indústrias, levando ao
crescimento económico vertiginoso do município, estes factores poderão provocar nos próximos anos uma
explosão demográfica.
O sector primário (representado pela agricultura e pesca) e o sector terciário (comércio formal e informal),
representam cerca de 83% da população activa a trabalhar.
Por outro lado a actividade industrial e prestação de serviços ocupam um lugar privilegiado no que
concerne a oferta de postos de emprego. Estes 2 sectores possuem cerca de 96 centros de trabalho
registados na Delegação do INEFP do Dondo que dão emprego a cerca de 2787 trabalhadores dos quais
201 são mulheres, 85 estrangeiros e os restantes 2501 são homens. Em termos de volume de mão-de-
obra são considerados 3 tipos de centros de trabalho a saber: empresas com um número superior a 50
trabalhadores totalizando nove estabelecimentos, 18 médias empresas com um número de trabalhadores
que varia de onze a cinquenta e 69 pequenas empresas com um número de trabalhadores que varia de
um a dez. Estes 2 sectores contribuem com cerca de 10% de mão-de-obra local.
A função Pública representada pelo Estado é o segundo maior empregador formal através do Governo
Distrital do Dondo e Municipal (Cidade do Dondo) com um total de 1909 funcionários empregados o que
correspondendo a cerca de 7%. Os sectores da educação e saúde são os que apresentam maior número
de funcionários. Alguma parte da população da Cidade do Dondo, apesar de residir neste município,
encontra-se a trabalhar na cidade da Beira e na Açucareira de Mafambisse localizada no Distrito do
Dondo, observando-se deste modo a migração pendular que se torna possível graças a existência de
transportes públicos e privados inter-urbanos.
Não obstante, a maioria da população local encontra-se distribuída na economia informal, organizada em
volta dos mercados existentes em quase todos os Bairros mas com maior ênfase para os mercados
municipais Central e Manuel Cambezo e de mercados mais pequenos em cada um dos Bairros. Dondo
ostenta também lojas de vestuário, mobiliário, géneros alimentícios, meios circulantes como Bicicletas,
material de construção e outros artigos, para além de bancos, pensões, restaurantes, etc.
Globalmente, a economia do município da Cidade do Dondo baseia-se no sector primário e comércio
informal, o que de certa maneira acaba contribuindo para o equilíbrio das contas do município através dos
vários impostos que as populações são sujeitas a pagar.
3.7.1. Agricultura
O Município da Cidade do Dondo, apresenta uma rede hidrográfica e solos propícios para a prática de
agricultura em particular no vale de Mandruze. Neste município são cultivadas predominantemente as
culturas de arroz, mandioca, variedade de hortícolas (couve, folha de abóbora, repolho, folha de batata
doce, mandioqueira dentre outras), fruteiras como ananaseiros, cajueiros, mangueiras e citrinos em
pequena quantidade.
Para a produção destas culturas, recorre-se à exploração familiar através da consociação de culturas e a
exploração privada (Quintaleiro). No Município, a maior área de produção localiza-se no vale de Mandruze
com cerca de 8 mil hectares, dos quais 32 hectares são explorados com uso do sistema de regadio. Os 32
hectares estão divididos em 2 associações, cabendo a Associação Agrícola de Mandruze 30ha e a
Associação Agrícola de Tambararane 2 hectares, na restante área pratica-se agricultura de sequeiro.
Tabela 3 : Campanha agrícola nos últimos 3 anos Gráfico no 3 : Evolução da produção agrícola por
tonelada
Ano Área Rendimento
Cultivada por tonelada
2007/2008 600Ha 900
2008/2009 950Ha 1425
2009/2010 12.222 21,115
Como se observa na tabela 3, na época 2007 a 2010, houve uma evolução na produção agrícola de
culturas diversas, tendo a produção crescido na ordem dos 36,8% na época 2008/2009 e 93,2% na época
de 2009 a 2010. De 2008 a 2010 houve um incremento da produção na ordem de 26732 toneladas. A
maior produção na época 2009 a 2010 em comparação com as duas anteriores épocas, deve-se ao
aumento considerável das áreas cultivadas em cerca de 95%.
A produção local de culturas tem como destino o consumo familiar e comercialização no mercado interno
do Dondo e no município da Beira.
Por sua vez, para melhores resultados na produção, o município tem apoiado os camponeses através de
alocação de extensionistas que prestam assistência técnica, oferta de insumos agrícolas, capacitação dos
membros das associações, preparação de terras com mobilização de meios privados e do estado nas
lavouras, uso de insecticidas, dando drogas em casos de epidemias ou pragas, distribuição de tracção
animal, alocação de juntas, existindo actualmente 22 alocadas ao sector familiar, escoamento da produção
com tractor do município, melhoramento das vias de acesso, etc. Actualmente encontra-se a velar por esta
actividade um extensionista do Município. No que concerne a produção agrícola na campanha de
2009/2010, foram cultivados 12,222 ha de culturas diversas, com um rendimento de produção na ordem
de 21,115 toneladas.
3.7.2. Pecuária
A actividade pecuária do município da Cidade do Dondo está ainda numa fase incipiente, caracterizada
por repovoamento pecuário embora as áreas de pastagem sejam dispersas, estando em estudo a
identificação de uma área específica para o pasto o que levará a transferência das zonas de pastos em
princípio para Thundane onde existe uma área extensa, bons pastos e água. Em termos de efectivo de
gado bovino, os Bairros Samora Machel Mandruze e Mafarinha são os que apresentam maior efectivo,
destacando-se este último também na criação de Aves.
Neste município a criação é em regime familiar onde são criadas cerca de 690 cabeças de gado bovino,
418 de gado suíno, 320 de gado caprino, 4 de gado ovino e mais de 93.000 Aves enquanto no sector
privado e associativo (Associação Jovens de Mandruze) existe actualmente um efectivo de 1163 cabeças
de gado bovino, 613 suínos, 734 caprinos, 178 ovinos, 133 coelhos e 145.000 Aves. (Vide as Tabelas 4 e
5).
O destino da produção familiar é para a venda e consumo nos mercados locais enquanto para criadores
privados é para corte e produção de leite que é vendido dentro da área municipal e na Cidade da Beira. A
produção pecuária não satisfaz as necessidades dos munícipes em leite, frangos e carne.
No entanto, para o aumento da produção, o município tem prestado apoio aos criadores através da
capacitação, maneio, administração de vitaminas, vacinações obrigatórias aos animais contra Newcastle,
Raiva canina, tuberculose bovina, carbuco sintomático e assintomático.
3.7.3. Pesca
Dondo possui uma rede hidrográfica invejável, levando ao desenvolvimento de pesca artesanal, praticada
ao poente do Rio Púngòe e em Físsula onde os pescadores instalaram uma zona de acampamento. Como
instrumentos de pesca usam canoas, linha ou rede de malha 2,5 a 3, onde produz-se uma variedade de
peixe desde Garupa, Tainha, camarão, caranguejo e Bagri, tendo a produção como destino venda no
mercado local e raramente para a dieta alimentar dos pescadores. A produção não satisfaz as
necessidades dos munícipes.
3.7.4. Comércio
O Município da Cidade do Dondo tem uma rede comercial ainda em crescimento, apresentando uma
localização privilegiada ao longo do corredor da Beira, a existência de um complexo industrial invejável,
dai ser considerada a segunda maior cidade de Sofala. Neste Município, o sector formal conta com 31
estabelecimentos comerciais dos quais, 3 se encontram paralisados por insuficiência de fundos financeiros
e dívidas com a Banca e 116 são bancas fixas.
Existem 12 (doze) mercados dos quais 9 (nove) Municipais como são os casos de Canhandula, Manuel
Cambezo, Nhamainga, Mafarinha, Balanço, Mesquita, Machorote, Tchunga, sendo o principal mercado o
Central localizado no Bairro Central, com mais de 456 bancas fixas e capacidade de albergar 34 bancas
móveis e outros comunitários localizados nos Bairros Central, P. Central, Campo, e Paragem todos
albergando mais de 1196 vendedores. (vide tabela 6)
No entanto apesar da produção de Arroz, carne, cebola, tomate, Couve, Alface, tubérculos como a batata-
doce e mandioca conjugado com produtos industriais como chapas de Lusalite, Cimento e travessas, de
produtos importados dos países vizinhos e distritos circunvizinhos, a preços competitivos, verifica-se ainda
uma fraca comercialização de mercadoria no mercado local, o que poderá resultar claramente do baixo
poder de compra por parte da população e o hábito de comprar na Beira.
3.7.5. Indústria
A actividade industrial no Município da Cidade do Dondo é bastante desenvolvida, facto pelo qual Dondo é
considerado a Cidade com o segundo maior complexo industrial a nível da província. Nesta Cidade
encontram-se instaladas as indústrias de Cimento, produção de chapas de Lusalite, contraplacado e seus
derivados, indústria de produção de manilhas, travessas, serração e panificadora. Estas indústrias têm um
grande impacto na absorção de mão-de-obra local e das regiões circunvizinhas, estando actualmente
empregados nas mesmas cerca de 492 trabalhadores.
A indústria de produção de travessas, é composta por trabalhadores sazonais resultante da sua própria
característica, isto é, surge com objectivo de produção de travessas para a reconstrução da linha férrea de
Sena. Para além desta, a indústria de produção de cimento desempenha um papel de relevo na
construção de infra-estruturas na região, não obstante, o cimento produzido em Dondo ser mais caro nesta
urbe em comparação com a Cidade da Beira, facto que constitui um constrangimento para os munícipes e
limita na construção de casas com material convencional.
As unidades industriais de média escala encontram-se distribuídas por todos os pontos do Município,
apresentando os Bairros de Mandruze e Nhamaiabwe, um número maior destas. (Vide tabela10)
Tabela 10: Unidades Industriais de Média Escala (Moageiras), Município do Município, 2010
Nº de FORÇA DE TRABALHO
UNIDADE BAIRRO PRODUTOS
Ord. H M TOTAL
01 Baptista J. Fernando Central Farinha 02 01 03
02 Joaquim Mafucha Nhamaiabwe 02 01 03
03 Sónia Ana Medengue Mafarinha 02 01 03
04 Carolina M. Gonçalves Canhandula 01 01 02
05 Mafarinha 01 01 02
06 Maria M. Pascoal Consito 02 - 02
07 Afonso Lambão Nhamaiabwe 01 01 02
08 Joana T. Domingos Madruzi 01 0 01
09 Manbrunde Gorias Madruzi 02 0 02
10 Avelino A. Manuel Madruzi 01 0 01
11 Yochinho Macharote 01 0 01
12 Carlos José Vicente - 01 0 01
13 Joaquim Jantar Nhamaiabwe 02 0 02
14 Lucas S. Lucas 01 0 01
15 Manuel A. Trindade Consito 02 0 02
16 José Olece 02 0 02
17 Zarina Ibraimo Nhamaiabwe 01 0 01
18 Luís Ngirue Consito 01 0 01
19 Ester F. Matola Mandrube 02 0 02
20 Lucas Paulo S. Machel 01 0 01
21 Gabriel Chumbo 02 0 02
22 José M. Monteiro Consito 01 0 01
23 Chimamang Nace Central 18 02 10
Total (23) 40 08 48
Fonte: Serviços da Cidade/Distrital das Actividades Económica – Município da Cidade de Dondo Novembro de 2010.
N. B.: * Encerrada
3.7.6. Artesanato
No artesanato são desenvolvidas a cerâmica, escultura, tecelagem e cestaria. São actividades feitas em
pequenas oficinas caseiras e os produtos são expostos em feiras para a sua posterior venda. Existe no
município duas (2) Associações nomeadamente Artesanal de Dondo e Artesanato Domingos Dondo.
3.7.7. Turismo
A actividade turística no Município da Cidade do Dondo encontra-se ainda pouco explorada, apesar da
existência de algumas paisagens naturais apreciáveis e de um tráfego intenso ao longo deste território.
Todavia, pratica-se algumas modalidades do turismo como o Cultural com a apreciação de alguns
números de dança Útse e Marimba, a gastronomia local caracterizada por Chima com peixe fresco
(Nsomba), Chima com folhas piladas da Mandioqueira (Ntxocobwe ), Chima com peixe seco e Chima com
carne seca (Xincuio), no turismo cinegético pode-se apreciar alguns animais selvagens e algumas
construções típicas com base em material local, para além de quartos construídos no meio duma floresta
em particular no Complexo Zanib que apesar de constituir um ambiente rústico é extremamente acolhedor.
O município não possui Hotel, possuindo apenas alguns locais de lazer (Bares e Discotecas) e
acomodação, onde pode-se encontrar a Pensão Maia e Dinis, oferecendo serviços de Bar e restaurante,
para além deste, encontram-se outros estabelecimentos tais são os casos de Yeya Guest House, Zanib,
Quinta Esperança, John e Gaskin Guest House, Chidengo, Joana Machado, Complexo Tassiana em
Nhamaiabwe, Ganço e Mica Mambuque no Bairro Samora Machel e ainda Quinta Cajual.(vide tabela 11).
Com vista ao desenvolvimento do ecoturismo e outras manifestações turísticas, foi identificado uma área
no Bairro Samora Machel, que devido as suas boas condições físico-naturais, caracterizadas por floresta
herbácea aberta, terras ainda virgens torna-se susceptível ao desenvolvimento desta actividade.
As empresas de prestação de serviços neste Município, são representadas pela Banca, Estações de
Serviço e Oficina Auto.
Tabela 13 : Oficinas, Estações de Serviço, Construção Civil e Parques de estacionamento do Município do Dondo
Nome de Serviço Localização Força de Trabalho
(Bairro) H M Total
Auto-Monitor Central 12 02 14
Auto-Vulcanizadora Central 04 04
Auto- Dondo Central 05 01 06
Serralharia Marques Central 04 04
Auto-Buja Central 06 06
Oficina Bate Chapa Pintura Consito 06 06
Majo-Construções Central 04 02 06
Estação de Serviço do Dondo Central 05 05
Estação de Serviço GALP Central 05 05
Total 42 05 44
Fonte: SDAE, Dondo, Novembro de 2010
O município do Dondo possui 04 bancos com um total de 04 ATM, todos localizados no Bairro consolidado
do município, isto é Bairro Central. (Vide Tabela 14)
BCI Central 05 05 10
BARCLAYS Central 05 05 10
BIM Central 04 02 06
Banco Oportunidade Central S/Informação S/Informação S/Informação
Total 14 12 16
Fonte: SDAE, Dondo, Novembro de 2010.
3.8.EQUIPAMENTOS SOCIAIS
3.8.1. Educação
Segundo informações do SDEJT referentes ao ano de 2010, o sector da educação do Município da Cidade
do Dondo é ainda tutelado pelo Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT),
possuindo sob sua tutela dentro do município 19 escolas, totalizando 159 salas de aulas, leccionando
diferentes níveis e um corpo docente composto por 485 professores do EP1 e EPC.
O Ensino Primário do 1o Grau (EP1) é servido por 09 escolas, com um total de 32 salas de aulas, o Ensino
Primário Completo (EPC) possui 08 escolas com um total de 96 salas de aulas e por último o Ensino
Secundário Geral possui 02 escolas com um total de 31 salas de aulas.
Na EP1 e EPC as aulas são leccionadas em 2 turnos em geral e 3 turnos em alguns casos particulares, a
saber: o 1o das 07H00 às 12H15, o 2o das 12H30 às 17H35 e 3o turno das 17H45 às 22H15. No ESG, as
aulas são leccionadas em três turnos diurnos como atesta o horário abaixo:
No ano lectivo de 2010 foram matriculados no subsistema de educação do Município um total de 27.849
alunos, dos quais 13.438 no EP1, 5.992 no EPC, 6.968 alunos no ESGI e 1.451 alunos no ESGII.
Com base na tabela no 2 observa-se que no subsistema de educação do Município da Cidade do Dondo, o
EP1 tem apresentado nos últimos 5 anos o maior número de alunos matriculados, comparativamente com
os outros níveis de ensino, sendo o ESG2 o que apresenta menor efectivo estudantil. O facto de o EP1
apresentar o maior número de matriculados pode dever-se a factores como a disponibilidade do livro
gratuito neste nível, a isenção no pagamento de propinas e matrículas, em suma, devido a obrigatoriedade
da frequência do ensino básico.
O Ensino Primário Completo apresenta maior número de docentes comparativamente aos outros níveis
abrangendo cerca de 59,9% do efectivo docente total do Município.
Comparativamente com outros níveis de ensino, neste o crescimento tem sido exponencial, tendo havido
um incremento de cerca de 303 professores nos últimos quatro anos. Este crescimento deve-se a
promoção do ensino básico obrigatório associado a massificação de formação de professores nos IFP do
nível primário bem como ao elevado número de salas de aulas que este nível ostenta havendo dai
necessidade da satisfação da procura.
O Ensino Secundário do 2o Ciclo apresenta um efectivo docente muito reduzido, resultando do facto do
Município possuir um número reduzido de salas de aulas e consequentemente poucos alunos neste nível.
Observando-se a evolução do efectivo docente nos últimos 5 anos, verifica-se que anualmente houve
sempre um aumento do número de docentes tendo sido de 31 no ano lectivo de 2007, 83 em 2008, 52 em
2009 e 200 no ano lectivo de 2010. Portanto, nos últimos 5 anos o MINED contratou só para as escolas do
Município cerca de 366 novos docentes.
Por outro lado, considerando uma sala 3 turnos então tem-se 58 alunos número igualmente considerado
muito elevado. Sendo assim, para melhor cobertura do número de matriculados no referido ano, seriam
necessárias 216 salas considerando 2 turnos e 144 considerando 3 turnos. Deste modo, considerando
apenas 2 turnos, observa-se que no município houve défice de 105 salas de aulas no ano lectivo de 2010
enquanto para 3 turnos o défice foi de 33 salas.
Enquanto isso, dos 8419 alunos matriculados no ano lectivo de 2010 no ensino secundário geral, havia 34
salas disponíveis. Sendo assim, considerando apenas 2 turnos verificava-se que cada sala albergava em
média 124 alunos por turma e considerando 3 turnos a média era 83 alunos. Para 2 turnos o défice em
salas de aulas era de 60 salas de aulas, sendo necessário total de 94 enquanto para 3 turnos o défice era
de 28 salas de aulas sendo necessário cerca de 62 salas.
Todavia, considerando apenas a população vivendo dentro do município e tendo em conta que o MINED
considera 15% como sendo a população em idade escolar para o ensino básico, então pode observar-se
com base no quadro no 15 que apenas os Bairros Central, Nhamainga, Samora Machel e Canhandula
apresentam um nível de cobertura óptimo de salas de aulas, considerando o indicador do MEC
(1turno/45alunos) ou seja uma sala 90 alunos subdivididos em dois turnos enquanto os restantes Bairros
Central 637 19 07 0
Mafarinha 1 876 17 21 04
Nhamaiabue 2 513 19 28 09
Consito 1 574 08 17 09
Thundane 156 00 02 02
Nhamainga 555 12 06 0
Samora Machel 680 09 08 0
Macharote 1 009 07 11 04
Mandruze 749 07 08 01
Canhandula 976 13 11 0
Total 10 725 111 119 29
Fonte: Repartição de Administração e Planificação do SDEJT do Dondo, Novembro de 2010 com base na taxa de 15%
Para o ensino secundário e usando o mesmo indicador, o Município possuía cerca de 5,665 alunos contra
34 salas, significando que cada sala tinha em média 83 alunos, havendo necessidade de incremento de 29
salas.
A maioria das escolas foram construídas com material convencional (Cimento) à excepção da EP1 de
Thundane construída com material precário, elas apresentam-se em bom estado de conservação na sua
maioria e são abastecidas com base em Bomba manual.
Com vista a réplica do programa um aluno uma árvore ou um líder uma floresta, o Município possui um
viveiro municipal no Bairro de Canhandula. Neste desenvolvem-se espécies arbóreas como o eucalipto,
cajueiro e acácias, sendo estas últimas em menor quantidade. Deste projecto já foram beneficiadas as
No que concerne a residência para professores é de realçar que actualmente existem cerca de 20 casas
destinadas a acomodação de professores.
3.9.2. CULTURA
O Município da Cidade do Dondo apresenta actividade cultural bastante intensa, existindo na autarquia
neste momento 13 grupos culturais, sendo 09 de música ligeira e 04 de teatro como se observa na tabela
abaixo:
Apesar da existência duma intensa actividade cultural no Município, os grupos deparam-se com problemas
de vária ordem, desde espaços para ensaios, instrumentos de trabalho, equipamentos e outros
constrangimentos.
A actividade religiosa está consolidada existindo actualmente no município 76 igrejas registadas, embora
existam muito mais não registadas. A religião católica romana é a predominante e com mais membros
seguida pela cristã protestante enquanto a muçulmana apresenta o menor número, se comparada com as
referidas acima, sendo professada grandemente no Bairro Central.
3.9.3. DESPORTO
Na Cidade do Dondo existem 10 campos de futebol, dos quais um campo municipal, situado no Bairro
Consito e nove campos para o campeonato recreativo nos restantes Bairros. Os campos situados nos
Bairros Consito e Mafarinha se apresentam em bom estado de conservação para a prática do desporto do
nível distrital ou provincial, o municipal possui algumas bancadas, tribuna de honra e vedação, mas carece
de um reabiltação total. Neste Município, cada Bairro possui 1 campo de futebol pelado. Para além dos
campos de futebol 11, pode-se encontrar um pavilhão pertencente ao Clube do Dondo no qual se pratica
Andebol, Voleibol e Basquetebol.
Todos campos de futebol onze carece de melhoramento para uma melhor prática de futebol.
Em termos de Clubes Desportivos, existem nesta cidade 31, dos quais 5 são federados e 26 recreativos
realizando campeonatos recreativos entre Bairros e os federados participando no campeonato provincial.
3.9.4. SAÚDE
O Município da Cidade do Dondo possui uma rede sanitária constituída por 07 unidades sanitárias
distribuídas pelos Bairros Central, Canhandula, Macharote, Mafarinha e Nhamainga.
A Unidade de maior cobertura é o Centro de Saúde do Dondo Sede, com uma maternidade e capacidade
de internamento de 75 camas. Esta unidade possui 03 Médicos de Clínica Geral, 01 Bacharel em
Enfermagem, 04 Técnicos de Medicina Geral, 01 Técnica de Oftalmologia, 01 Técnico de
Odontoestomatologia, 02 Técnicos de Laboratório, 03 Enfermeiros Gerais, 01 Enfermeiro Geral
Especializado, 02 Técnicos de Farmácia, 05 Enfermeiras de SMI Nível Médio, 02 Agentes de Medicina
Geral, 03 Agentes de Medicina Preventiva, 02 Agentes de Farmácia, 02 Agentes de Laboratório, 07
Enfermeiros Básicos, 06 Enfermeiras de SMI Básicas, 04 Enfermeiros Elementares, 01 Parteira Elementar
e 34 Serventes. A maior parte dos pacientes frequentando esta unidade sanitária provém do próprio
Município e do PA de Mafambisse sob jurisdição do Governo Distrital do Dondo.
Para além do CS do Dondo, existem ainda mais 06 unidades sanitárias, das quais as de Canhandula e
Macharote possuem maternidade e com capacidade de internamento de 03 camas para cada, fazendo
consultas internas e externas com o seguinte efectivo de pessoal Médico:
No Município, a principal causa de óbitos é o HIV/SIDA, pelo facto da autarquia encontrar-se em pleno
corredor da Beira e também devido a vulnerabilidade da rapariga resultante da pobreza e necessidade de
sustentar a família aliado a ignorância do uso de preservativo com a fundamentação de procriação.
Os trabalhos de parto são feitos na sua maioria nas unidades sanitárias, havendo casos em que se
realizam dentro da própria comunidade o que reduz circunstancialmente a mortalidade infantil e taxa de
mortalidade da mulher durante o parto.
Em termos de cobertura da rede sanitária, os habitantes do Bairro Thundane são os que mais se ressente
da falta duma unidade sanitária no seu Bairro, percorrendo em média 15 km até ao Centro de Saúde mais
próximo enquanto as populações dos Bairros de Mandruze e Nhamaiabwe percorrem em média 3 km.
Deste modo, pode-se concluir que a rede de cobertura sanitária ainda não satisfaz as necessidades dos
munícipes, se considerado o padrão fornecido pelo MISAU:
Tabela 23: Associações que operam na área de Saúde, Acção Social e Género no Município
ASSOCIAÇÕES/ ONGs LOCALIZAÇÃO ACTIVIDADES
Care for life B. Nhamainga Apoio nutricional à população do Bairro;
Promoção do Género
Fundação Terra dos Homens B. Central Advogacia;
Apoio a crianças órfãs e vulneráveis nas escolas.
ADPP- Clube dos Farmeiros B. Central Apoio nutricional das comunidades, através da difusão e
promoção agrícola da cultura de soja aos doentes padecendo do
HIV/SIDA
AJOSIC B. Central Cuidados domiciliares, prevenção e combate ao HIV/SIDA
Associação Kupedzana B. Consito Cuidados domiciliares e apoio nutricional (distribuição de cestas
básicas)
ASVIMO B. Mafarinha Prevenção e Combate ao HIV/SIDA;
Apoio nutricional (Distribuição de cestas básicas)
MANDJA SIMFUMBA B. Mafarinha Prevenção e combate ao HIV/SIDA
Centro de Apoio a Comunidade B. Mafarinha Apoio nutricional; Prevenção de doenças endémicas
Luz da Comunidade B. Macharote Apoio nutricional; Viúvas doentes e idosos
Associação APISO B. Nhamaiabwe Apicultura e apoio nutricional aos doentes seropositivos
Fonte: Vereação da Saúde, Acção Social e Género, Novembro, 2010
Por sua vez, outras dedicam-se a formação moral, apoio nutricional e aos órfãos, promoção do género,
combate a crise alimentar e outras acções, tais são os casos de Kukula Phabosi, Centro de trânsito bom
Samaritano, Jovens com uma missão (JOCUM), Associação Vale do Mandruze Gabo, Casa de Oração,
União dos Deficientes do Dondo (UDAD), ADAMAMO, Comunhão na colheita (Centro Arco-íris),
Associação AMÃE, Associação dos Médicos Tradicionais (AMETIM) e ACPO.
Os principais problemas apresentados pelos serviços distritais de saúde no que concerne a área municipal
foram:
A fraca cobertura da rede sanitária ao nível do município;
Deficientes vias de acesso;
Dispersão da população no Bairro Thundane;
Insuficiência de meios circulantes para transporte de doentes graves.
O sector de saúde ao nível do território municipal desenvolve vários programas de apoio à população, tais
como:
Campanhas de promoção da importância dos partos institucionais;
Envolvimento comunitário e de matronas, nas actividades de saúde;
Aconselhamento e testagem voluntária;
Visitas domiciliárias e acompanhamento de doentes vivendo com HIV/SIDA.
3.10. INFRAESTRUTURAS
3.10.1. REDE VIÁRIA
O Município do Dondo goza de uma posição privilegiada no contexto geral da província devido a sua
localização geoestratégica que lhe confere características que podem facilitar e dinamizar o seu rápido
crescimento e desenvolvimento suportado pelo sistema rodoviário e ferroviário que funcionam como
corredor de desenvolvimento, com facilidades de acesso ao porto da Beira, as províncias de Manica e
Zambézia e ainda aos países vizinhos como Zimbabwe e Malawi respectivamente.
Do Município de Dondo à Cidade Capital Beira com uma extensão de cerca de 30km. Esta via está em
bom estado, encontrando-se totalmente revestida.
Do Município de Dondo ao Distrito de Buzi com uma extensão de cerca de 98 km de estrada em bom
estado mas com limitações na época chuvosa.
O Município da Cidade do Dondo, é constituído por uma rede viária que na sua maioria é de terra planado,
principalmente a que dá acesso aos Bairros. Devido a sua configuração topográfica, foram construídas
algumas valas de drenagem ao longo de 700 m de estrada estando em curso a construção de 3300 m,
com vista ao escoamento das águas pluviais.
Ele possui 150 km de estrada mas apenas 20 km estão asfaltadas perfazendo apenas 13% do total de
estradas. Destas, os 15 km referem-se a EN6 que atravessa o Município e apenas 5 km de estrada
asfaltada referem-se às ligações internas no Município com maior ênfase para o Bairro Central
correspondendo a 3%.
Deste modo, dum total de 150 km de estradas, cerca de 87% não é revestido, apresentando-se
terraplanada ou em alguns casos vicinal. As ligações internas no Município apresentam-se em estado
precário, devido a deficientes vias de acesso para o interior em particular na época chuvosa, sendo
exemplo o Bairro de Thundane.
Para além das estradas primárias e secundárias, apresentadas na tabela no 4 encontramos ainda as
Estradas Vicinais (EV) e Não Classificadas que permitem ligações entre os Bairros, todas em terra batida
e na sua maioria transitáveis, algumas com dificuldades, principalmente na época chuvosa.
A água consumida no Município do Dondo, é captada na barragem sobre o Rio Púngòe na estação de
captação de Mutua pertencente à empresa FIPAG que para além de abastecer Dondo abastece também a
Cidade da Beira. Em Dondo, o sistema de Mafarinha é constituído por um reservatório elevado de água
com capacidade de armazenamento de 3000 m3, bombeando 1 quilo de água por hora. Actualmente
existem cerca de 4.456 famílias que consomem água potável, sendo 440 ligações domiciliárias, 1710
torneiras no quintal, 54 fontanários, 02 poços com bomba e 123 furos com bomba manual como atesta a
tabela abaixo:
Como ilustra a figura 3, algumas povoações recorrem aos cursos dos rios para lavar roupa e tomar banho,
os Bairros Samora Machel e Thundane são os que mais sofrem, não possuem sistema de abastecimento
de água canalizada, sendo servidos apenas por furos com bomba manual, havendo necessidade de
instalação deste sistema nestes Bairros.
O sistema de energia eléctrica beneficia a maior parte dos Bairros do Município, através de ligações
domiciliárias, iluminação pública, instituições públicas e indústrias. A energia que abastece o Município é
derivada duma linha de alta tensão proveniente da barragem de Cahora Bassa. Para o abastecimento do
município, existe uma subestação localizada no Bairro de Macharote e 17 postos de transformação (PT’s)
com uma capacidade total de 3300 KVA.
Encontram-se no município 4, 153 consumidores ligados a rede nacional de energia eléctrica sob gerência
da Electricidade de Moçambique (EDM) e cuja maior parte dos consumidores está concentrada nos
Bairros Central, Nhamaiabwe e Consito, e em menor número nos Bairros semi-urbanizados como
Mafarinha, Macharote, Nhamainga, Mandruze, Samora Machel e Centro Emissor como se observa na
tabela abaixo:
A avaliar pelo número de consumidores actualmente existentes no município, logo depreende-se que a
rede de cobertura de energia eléctrica está abaixo das necessidades dos munícipes.
Em alguns Bairros como é o caso de Thundane, não existe energia eléctrica, enquanto o Bairro Centro
emissor apresenta apenas 40 consumidores. Deste modo, urge a necessidade de expansão destes
serviços para os Bairros que apresentam baixo número de consumidores e naqueles que possuem um
número considerável de consumidores deve-se priorizar a iluminação pública.
Os maiores consumidores de energia eléctrica de média tensão no município são as indústrias de
Cimento, Fábrica Lusalite, Rádio Moçambique e a própria EDM como retrata a tabela abaixo:
3.10.6. AERÓDROMO
O Município possui uma pista de aterragem de avionetas com dimensões de 1000/100, pertencente a
Empresa Lusalite de Moçambique. Esta encontra-se em mau estado de conservação, com capim alto e
sem manutenção, razão pela qual encontra-se inoperacional já há alguns anos, havendo negociações
entre o Município e a empresa Lusalite com vista à sua reabilitação.
Em Dondo a comunicação escrita é feita através dum centro postal pertencente a empresa Correios de
Moçambique com os seguintes serviços e produtos: venda de selos postais, bilhetes-postais, envelopes,
recepção e envio de caixas de encomenda, carta simples principalmente para o exterior. O serviço de
Internet e Fax apresenta maior procura mas a empresa não possui estes serviços.
Em relação a comunicação telefónica fixa, o município serve-se dos serviços prestados pelas
telecomunicações de Moçambique (TDM) que possui cerca de 21 caixas telefónicas distribuídas pela Urbe
que alimentam mais de 212 consumidores maioritariamente instituições públicas e empresas localizadas
no Bairro Central. Esta empresa possui ainda 6 caixas telefónicas de Blá-Blá, distribuídas pelos Bairros
Central e Mafarinha.
Para além das comunicações escritas e fixas, o município possui ainda telefonia móvel das empresas
VODACOM e mCel que asseguram a comunicação dentro e fora do país através de uma torre das TDM.
Todavia, apesar de a rede cobrir toda a extensão do Município, em alguns locais em particular nas zonas
limítrofes do Bairro Thundane e Canhandula, tem havido oscilação da rede, resultante da distância da torre
em relação a estes Bairros. Ainda para a comunicação, as principais instituições públicas e privadas
possuem serviços de INTERNET.
Em termos de meios audiovisuais, o município é servido pelos canais de Televisão da TVM, STV, TIM,
MIRAMAR e pelas rádios Moçambique e Comunitária do Dondo.
Dondo apresenta um sistema de drenagem em péssimo estado de conservação, embora existam obras de
reabilitação do mesmo.
Na parte urbana, existe um sistema de drenagem obsoleto que outrora servia para escoar águas negras
de 50 casas, que eram despejadas no Rio N’tengo. Devido a obsolência deste sistema de drenagem, em
Na altura da recolha de dados, estava em curso o projecto de abertura de valas de drenagem, já tinham
sido construídos 700m de vala de drenagem na parte consolidada do Município, isto é, no Bairro central.
Para além desta, estava em curso a construção da vala de drenagem de raiz que partia da Av. 25 de
Setembro até ao vale de Mandruze e nos Bairros, central, Consito e Nhamaiabwe com vista ao
escoamento de águas pluviais.
O sistema de recolha de lixo é feito diariamente e, nos mercados estão alocados contentores de lixo onde
um pertencente ao Municipio efectua a respectiva recolha, contudo não há horário fixo para a recolha do
mesmo. Fora da zona consolidada da cidade, nos Bairros suburbanos, a recolha é feita entre 3a e 5a feiras.
a) Lixeira Municipal
Os resíduos sólidos domésticos e industriais não tóxicos são depositados numa lixeira localizada a
aproximadamente 6 Kms do Centro da Cidade junto ao Cemitério Municipal, no Bairro Mafarinha, sem
vedação e inexistência do sistema de gestão dos resíduos. Estes são depositados numa área a céu aberto
que outrora foi câmara de empréstimo, não sofrem nenhum tipo de tratamento se não a compactação e
incineração que provoca poluição ambiental em particular para os municipes durante a realização de
cerimónias fúnebres. Nos Bairros de difícil acesso, o lixo é enterrado nos quintais dos recintos residenciais
enquanto o hospitalar (médico e cirúrgico) é incinerado dentro dos respectivos hospitais.
Figura 5:
Incineração do lixo
na lixeira Municipal
Figura 6 : Lixeira
Municipal desprovida
de Murro de
Vedação
b) Cemitério Municipal
Figura 7 : Vista frontal do Cemitério Municipal do Dondo Figura 8 : Interior do Cemitério Municipal do Dondo
O cemitério municipal encontra-se em bom estado de conservação, com água potável, numa zona alta e
com um muro de vedação ainda em construção. Para o seu melhor funcionamento, existem trabalhadores
permanentes, que fazem o trabalho de limpeza, enterro dos defuntos e protecção do local. Para além
deste cemitério municipal, em cada Bairro existe cemitério comunitário sem nenhuma vedação e em
péssimo estado de conservação, próximos das residências, existindo neste momento um projecto em
curso de encerramento destes cemitérios.
Em caso de morte, os defuntos são depositados na morgue do hospital de Dondo com capacidade para 9
corpos e que está sob responsabilidade do município que garante a sua manutenção e transporte dos
corpos ao cemitério, através de um transporte funerário pertencente ao mesmo.
3.12. Transportes
Actualmente, o transporte de pessoas e mercadorias são uma necessidade cada vez maior, facto que leva
à procura incessante do mesmo. Dondo possui uma localização geográfica privilegiada, fazendo parte do
corredor da Beira, atravessado pela N6 e uma linha férrea que o liga as cidades e países vizinhos
apresentando a rede de transporte em franco desenvolvimento.
O eixo de transporte é constituído por 2 ramais principais, ligando Dondo a Cidade da Beira numa
extensão de 30 km e outra ligando o município ao Posto Administrativo de Mafambisse numa extensão de
15 km. Em Dondo observa-se fluxo de transportes inter-urbano que escalam Beira e inter-provinciais
ligando-se a Manica, Zambézia e outros pontos do país e países vizinhos. Para além do transporte
rodoviário, a linha férrea ligando Dondo às cidades e países vizinhos complementam a rede de circulação
de pessoas e mercadorias.
Figura 9 e 10: Estação Ferroviária de Dondo e a imagem ao lado TPB no trajecto Beira-Dondo, vice e versa.
O transporte de passageiros, encontra-se em franco desenvolvimento, pelo facto deste Município fazer
parte do corredor da Beira, havendo muitos transportadores explorando a N6 de para Beira, proveniente
de vários cantos do país e dos países vizinhos.
Embora Dondo possua uma paragem que é usada como terminal, a maior numero dos transportadores
não a usa como ponto de partida e chegada,
acabando por ser intermédia dificultando o escoamento dos munícipes do Dondo para as várias partes do
país devido ao facto dos autocarros passarem do município já superlotados, em particular os provenientes
da Beira para as Cidades de Chimoio, Maputo, Nampula e Quelimane.
Para o transporte inter-Urbano (Dondo-Beira), Dondo beneficia-se dos 03 autocarros dos TPB e 51
transportes semi-colectivos de passageiros licenciados, dos quais apenas 39 se encontram a operar no
troço Beira-Dondo. Ainda com vista a reforçar a área dos transportes, encontram-se licenciados dentro do
município, 05 automóveis turismos para o serviço de TAXI.
Por outro lado, os munícipes do Dondo, tem o privilégio de possuir no seu território, uma linha férrea que
liga o Município as províncias e aos países vizinhos, o que de certo modo contribui para a maior
mobilidade de pessoas e bens, facilitando deste modo as trocas comerciais.
vizinhos transportam produtos diversos como Adubo, trigo, contentores para Beira e desta para os países
vizinhos granitos, cobre e contentores com produtos diversos. Aliado ao transporte de matéria-prima está o
comboio que transporta calcário de Muanza para a fábrica de Cimento do Dondo.
Dentro do territorio Municipal existem algumas rotas de transportes Urbanos de passageiros que exploram
os troços Canhandula e Samora Machel atraves da EN6, existem localmente carinhas de caixa aberta não
licenciadas e sem nenhuma segurança para os passageiros que tem feito as rotas Bairro Central/Savane e
Canhandula/Mandruze. A ligação entre os outros Bairros é pedestre.
O Município do Dondo não possui um terminal dos transportes Semi-colectivo de raiz, o único local usado
como tal é uma paragem que se encontra junto a EN6 próximo do Comando provincial. Este local não
possui vedação, está ao longo da EN6 e sem faixa de protecção, perigando a segurança dos utentes.
Outro constrangimento resulta do facto de apresentar dimensões diminutas, dai haver uma capacidade de
parqueamento muito reduzida.
O núcleo urbano principal do Município da Cidade do Dondo corresponde a uma área aproximada de
70.600 hectares, e constitui a parte de ocupação habitacional densa paralelamente a zona suburbana
onde as ocupações caracterizam-se por assentamentos informais.
No que concerne a ocupação do solo, o Município possui uma variedade de zonas, desde as urbanizadas
que ocupam uma área de 70.6Km2, semi-urbanizadas com 127.9Km2 e as não urbanas ocupando uma
área de 183.28Km2. A zona industrial apresenta-se distribuída de forma irregular, encontrando casos em
que esta se encontra localizada junto as zonas residenciais enquanto o equipamento comercial localiza-se
grandemente no Bairro Central.
Tradicional pouco
Ligações de água no quintal, alguns
Mafarinha, Ocupações espontâneas consolidada na sua
Zonas não fontanários e electricidade. Vias de
Nhamainga e Ocupação ilegal e plano parcial nos maioria, convencional
urbanizadas acesso estreitas, uso de poços a céu
Thundane caminhos-de-ferro nas residências dos
aberto.
CFM
Fonte: Serviços Técnicos e Cadastro – Conselho Municipal da Cidade do Dondo 2010.
A zona urbanizada ocupa uma pequena superfície do Município (os Bairros Central e Consito), nestes
encontram-se concentradas a maioria das infra-estruturas desde as estradas asfaltadas, abastecimento de
energia, indústrias, variedade de estabelecimentos comerciais, locais de acomodação, escolas, hospitais e
várias instituições de prestação de serviços. Deste modo, os edifícios que lá se encontram na sua maioria
são usados como escritórios razão pela qual a densidade populacional é relativamente baixa, enquanto
nas zonas periféricas dos Bairros encontram-se implantadas muitas residências que se beneficiam destes
serviços devido a sua proximidade.
Estas correspondem a espaços urbanos caracterizadas por estarem planificados, consolidados na sua
estrutura e com infra-estruturas completas.
Fazem parte desta zona os Bairros Nhamaiabwe, Macharote, Mandruze, Canhandula, Samora Machel e
Centro Emissor. Estes apresentam uma ocupação em forma de assentamentos informais, existindo
terrenos de dimensões que não permitem o estabelecimento de casas e espaço para a realização doutras
actividades, são desprovidos de sistema de escoamento das águas pluviais, valas naturais de escoamento
entupidas e cheias de arbustos e a maior parte delas são aproveitadas pela população para a prática de
agricultura de pequena escala e hortícolas, as casas construídas com material precário com base em pau
a pique, barro, estacas e cobertas de palha, sendo algumas semi-convencionais de construção precária.
Territorialmente, estas áreas caracterizam-se por apresentar maior concentração da população em
condições informais e mal distribuídos.
São áreas que foram ocupadas sem terem sido precedidas de acções de planeamento urbano. Nestas
áreas observa-se uma acelerada densificação em baixa altura, em locais carentes de ordenamento urbano
e infra-estrutural, num processo descontrolado que dificultará no futuro o melhoramento das condições
básicas de vida dos seus ocupantes.
São os casos dos Bairros Mafarinha,
Nhamainga e Thundane. Os dois últimos
Bairros, são os que apresentam menor
densidade populacional estando desprovidos
de equipamentos sociais e infra-estruturas.
Nestes Bairros, verifica-se a ausência de
ordenamento, falta de sistemas de drenagem,
residências dispersas, extensão enorme de
espaços que são ocupados por quintas muitas
das quais subaproveitadas retardando a
urbanização das referidas áreas. A prestação
de serviço é inexistente, observando-se a falta
de escolas, unidades sanitárias e outros.
A actividade comercial desenvolve-se com maior fluxo no Bairro central onde se encontram a maioria de
locais de prestação serviços e população com maior poder de compra. Neste local, pode-se encontrar uma
variedade de lojas, desde as de vestuário, alimentação, mobiliário e outras. A maior parte dos
estabelecimentos comerciais deste Bairro são bancas fixas e barracas maioritariamente pertencentes ao
sector informal. Nos restantes Bairros desenvolve-se um comércio informal, caracterizado por existência
de um número considerável de barracas e vendedores ambulantes.
Na parte consolidada do Bairro Central, a maior parte das casas são construídas com material
convencional usando-se predominantemente Cimento, a tipologia de habitação é de um piso incluindo
construções para fins comerciais ou serviços, existindo também um número considerável de edifícios de 2
ou mais pisos.
Existe no Dondo zonas onde se desenvolve a rede hidrográfica com maior ênfase para a Bacia do
Púngòe. Esta atravessa o território municipal particularmente ao longo do vale de Mandruze. Esta zona, é
também de protecção parcial numa faixa de terreno de 100 metros em cada lado do rio, de acordo com a
alínea c) do artigo 8, da lei de terras.
Rede viária
Ocupa cerca de 150 km e de acordo com a alínea g), do artigo 8, da Lei nº 19/97, a Lei de Terras, são
consideradas como faixas de protecção parcial, isto é, proibido qualquer tipo de ocupação nos 30 metros
confinantes de cada lado da via, tratando-se de vias primárias e 15 metros para as vias secundárias e
terciárias. Neste caso, o Município da Cidade do Dondo encontra-se atravessado por uma via primaria que
e a N6, havendo necessidade de se garantir a reserva de espaço para as referidas faixas de protecção.
Aeródromo
Esta infra-estrutura localizada dentro da fábrica Lusalite, constitui uma condicionante de acordo com a
alínea i), do artigo 8, da Lei nº 19/97, a Lei de Terras, que proíbe qualquer tipo de ocupação nos 100
metros confinantes de cada lado do aeródromo.
Existe em Dondo uma rede de alta tensão proveniente de Cahora Bassa, atravessando os Bairros
Macharote, Mandruze e Canhandula que de acordo com a alínea g), do artigo 8, da Lei nº 19/97 sobre
Terras, constituem condicionantes de ocupação, sendo proibido qualquer tipo de ocupação nos 50 metros
confinantes de cada lado da linha de transporte de energia.
Linha Férrea
Esta infra-estrutura atravessa os Bairros Canhandula, Nhamainga, Mafarinha e Thundane numa extensão
de quase 30Km. De acordo com a alínea f), do artigo 8, da Lei nº 19/97 sobre Terras, proíbe qualquer tipo
de ocupação numa faixa confinante de 50 metros de cada lado do eixo da via.
Conduta de água
Existe em Dondo uma conduta de água, atravessando os Bairros Samora Machel e Mafarinha que de
acordo com a alínea g), do artigo 8, da Lei nº 19/97 sobre Terras, constituem condicionantes de ocupação,
sendo proibido qualquer tipo de ocupação nos 50 metros confinantes de cada lado da linha de transporte
de energia.
Oleoduto
Instalações Militares
No Bairro Samora Machel, dentro do Município de Dondo está estabelecido um Quartel, que de acordo
com a alínea j) do artigo 8 da lei de terras, constitui uma zona de protecção parcial, sendo proibido
qualquer tipo de uso numa faixa de terreno de 100 metros confinante com esta área.
5.1. Funcionamento
Para o seu melhor desempenho, o município da Cidade do Dondo é composto por 06 Vereações que são:
Vereação de Construção, Urbanização e Infra-estruturas, Vereação de Saúde, Acção Social e Género,
Vereação de Educação, Cultura e Desporto, Vereação de Desenvolvimento Económico Local, Vereação
de Plano e Finanças e Vereação de Serviços Urbanos e Gestão Ambiental. Por outro lado, estas
vereações coordenam e articulam as actividades cuja competência é ou não exclusiva do Conselho
Municipal sob jurisdição do Presidente da Câmara Municipal e deputados da Assembleia Municipal.
No município do Dondo encontram-se a trabalhar 228 funcionários (101 do quadro e 127 contratados)
efectivos, sendo o Departamento de Inspecção e Fiscalização através do Comando da Polícia Municipal
aquele que apresenta maior efectivo, cerca de 43 funcionários.
Património Móvel
Património Imóvel
No que concerne aos bens imóveis destaca-se um Edifício do Gabinete do Presidente da Autarquia,
Edifício da Secretaria-Geral, Edifício de Plano, Finança e Património, Edifício das Oficinas Gerais, Edifício
da Assembleia Municipal, Edifício da sala de Conferências do Conselho Municipal, Residência do
Presidente do Município, Edifício da vereação do Desenvolvimento Económico Local, outras residências
distribuídas pelos Bairros Mandruze, Central, Mafarinha e Nhamaiabwe, sendo onze do tipo 02 e cinco do
tipo 03, para além do armazém no mercado municipal, Cemitério Municipal, Edifício da Biblioteca
Municipal, Edifício do Talho Municipal, Edifício da Moageira de Nhamainga, quatro balneários públicos,
oito alpendres de paragens de semi-colectivos, três alpendres sendo um de venda de peixe e carne e dois
de venda de produtos diversos, sete mercados oficiais e cinco não oficiais, instalações desportivas como
Clube Ferroviário do Dondo e Campo Municipal.
A área financeira do Conselho Municipal é dirigida por um chefe de contabilidade e supervisionada por um
vereador de Plano e Finanças. As receitas do Conselho Municipal, resultam de:
Receitas Correntes
Receitas Fiscais
Impostos sobre Rendimento
Imposto Simplificado (IAC)
Imposto de SISA (Imposto Secção B)
Outros Impostos
Imposto Pessoal Autárquico
Contribuição de Melhorias/Taxa por actividade económica
Outros Impostos.
Receitas Subvencionadas
Receita subvencionada, que corresponde ao fundo que o Governo Central aloca aos órgãos locais para
funcionamento e para subsidiar actividades ligadas ao desenvolvimento autárquico, destacando-se a
transferência do Fundo de Compensação Autárquica.
O Conselho Municipal dentro das receitas cobradas em várias áreas, tem obtido maior rendimento na
cobrança de outras licenças e serviços na ordem de 21,37 % enquanto as taxas dos mercados, barracas,
bancas e lojas apesar de constituírem a 2a maior fonte de rendimento no Município, tiveram o decréscimo
na ordem de 2% em igual período.
Fazendo a análise comparativa das receitas gerais e subsídios de 2006 a 2009, pode-se observar que no
ano 2006 o município arrecadou um valor de 27.282.668Mt em receitas e subsídios enquanto em 2009 os
valores da receita foram 43.275.989Mt, podendo-se concluir que nestes últimos anos houve um
crescimento em nível de receitas na ordem dos 36,9%.
Como podemos notar no quadro 14 verifica-se que nos anos 2006, 2007 e 2009 houve um crescimento
considerável de despesas tendo sido na ordem 23,1% no ano 2007 e 30,4% no ano 2009, em
contrapartida, no ano 2008 houve um ligeiro decréscimo das receitas na ordem dos 12,9%. O sector que
mais contribuiu nas despesas foi o de gasto com o pessoal e seguido do sector de gastos de
funcionamento e Administrativo. Neste sector as despesas são maiores dado que anualmente há
contratação de mais pessoal para além das mudanças de carreira e progressões que acabam constituindo
grandes encargos para o município.
Sociais
Construção dispersa em particular no Bairro Thundane e Nhamainga C;
Existência de cerimónias tradicionais de purificação que contribuem para a propagação de doenças
de transmissão sexual;
Falta de Segurança pública ao longo dos Bairros;
Prostituição Infantil.
Agricultura
Falta de sistema de regadio no vale de Mandruze;
Fraca produção agrícola devido a dependência das condições climatéricas e solos pobres;
Uso de instrumentos rudimentares na prática de agricultura
Inundação dos campos agrícolas na época chuvosa;
Comércio
A distribuição espacial da actividade não é equitativa em todo o território do Município. Bairro Central
apresenta maior fluxo de actividade comercial enquanto os outros Bairros desenvolvem actividade
informal;
Carência do Cimento produzido localmente comparativamente com o mesmo mas vendido na cidade
da Beira.
Educação
Falta do EPC no Bairro Thundane;
Fraca cobertura do ensino Pré-universitário;
Falta de mobiliário nas escolas,
Ausência de energia eléctrica em algumas escolas e consequente falta de curso nocturno em
Canhandula, Samora Machel e Mandruze;
Sobrecarga horária para os professores;
Má conservação das escolas da cidade;
Deficiente saneamento nas escolas;
Superlotação nas salas de aula em algumas escolas e em particular as da zona central da Cidade,
nas escolas secundárias;
Falta do ensino técnico profissional no Município.
Saúde
Falta de um Posto de Saúde e residências para enfermeiro nos Bairros de Thundane Nhamaiabwe,
Nhamainga;
Degradação de residência para enfermeiro em Macharote;
Insuficiência de Viatura Ambulância para melhorar o transporte de doentes no Município;
Um Centro de Saúde do Tipo II e 2 residências para enfermeiros no Bairro Samora Machel;
O Hospital Distrital não tem capacidade suficiente para responder a maior demanda;
Insuficiência de pessoal especializado no sector de Saúde;
Fraca cobertura da rede sanitária nos Bairros (Mandruze, Thundane e Nhamaiabwe).
Cemitérios
Existência de cemitérios familiares em quintais residenciais em todos os bairros.
Gestão Urbanística
Falta de base para atribuição de parcelas de terras em zonas rurais;
Falta de transporte para o trabalho de Campo;
Morosidade no tratamento dos processos
Insuficiência de meios de trabalho como computadores, fita-métrica,
Insuficiência de espaço para o arquivo dos processos.
Sobrecarga dos técnicos em termos de trabalho
Arruamentos
Fraca manutenção das ruas;
Falta de asfaltagem das principais ruas de ligação entre Bairros ou inter-urbano da cidade,
Via de acesso intransitável para o Bairro Thundane na época chuvosa. Provocando a falta de
comunicação com o mesmo.
Abastecimento de água
Insuficiência da rede de abastecimento de água potável em alguns Bairros como Samora Machel e
Thundane;
Falta de redimensionamento dos reservatórios elevados e subterrâneos
Electricidade
Insuficiência de postes para transporte de energia eléctrica e expansão de projectos de electrificação
da cidade;
Insuficiente iluminação das avenidas e ruas das zonas urbanizadas e semi-urbanizadas;
Falta de energia eléctrica no Bairro de Thundane.
Telecomunicações
Fraca Cobertura da rede de telefonia móvel nos Bairros Semi-urbanizados;
Danificação da rede de cabines públicas instalados em diferentes pontos da cidade.
Transporte
Fraca rede de circulação interna no Município (entre os Bairros);
Uso de carinhas de caixa aberta no transporte de passageiros;
Terminal de transporte sem vedação, ocupando uma área diminuta levando a baixa capacidade de
parqueamento no Bairro Central.
Saneamento e Drenagem
Falta de saneamento nos Bairros;
Deficiente recolha de Lixo nos Bairros densamente povoados;
Sistema de drenagem de águas pluviais degradado no Bairro Central;
Inexistência de sistema de drenagem de águas negras em todos os bairros;
Fecalismo a céu aberto em particular nas zonas abandonadas outrora câmara de empréstimo em
Mafarinha e Thundane.
Mercado
Falta de Locais de Estacionamento;
Deficientes condições de higiene e saneamento;
Ponte
Degradação de pontecas de Mandruzi e Macharote dificultando a travessia de pessoas e bens em
particular na época chuvosa
Lixeira
Falta de vedação em redor da área da lixeira localizada no Bairro Mafarinha;
Existência de cemitério próximo da lixeira no Bairro Mafarinha;
Falta de gestão eficiente dos resíduos sólidos nos Bairros Canhandula, Macharote, Nhamaiabwe,
ARTIGO 90º,
(Direito ao Ambiente)
1.Todo o Cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender.
2.O Estado e as autarquias locais com a colaboração das associações na defesa do ambiente e velam
pela utilização racional de todos os recursos naturais.
ARTIGO 117º
(Ambiente e qualidade de Vida)
Lei nº 2/1997, de 18 de Fevereiro. Aprova o quadro jurídico para a implantação das Autarquias Locais,
definindo os conceitos principais e estrutura, atribuições e competências dos órgãos autárquicos. De notar
para o presente trabalho:
Artigo 45 (Competências da Assembleia Municipal). (3) (d) aprovar o plano de desenvolvimento municipal,
plano de estrutura e, de um modo geral, os planos de ordenamento do território, bem como as regras
respeitantes à urbanização e construção nos termos da lei
Artigo 45 (Competências do conselho Municipal).....(1)(k) exercer os poderes e faculdades estabelecidos
na lei de terras e seu regulamento
Artigo 60 (Competências do Presidente do Conselho Municipal)... Relativamente aos edifícios ver as
alíneas (2) (s, t, u)
Lei n° 11/97 de 31 de Maio: estabelece o regime legal das finanças e património das autarquias locais
Dentre as disposições:
Artigo 24 e 27 determina as competências para a elaboração e aprovação de planos de desenvolvimento,
de ordenamento territorial e planos de estrutura, gerais e parciais de urbanização as autarquias pelas
autarquias. Os planos são elaborados em coordenação com a administração central. Os planos de
desenvolvimento e ordenamento do território carecem de ratificação pelo governo central, publicado o acto
da ratificação no BR.
Lei nº 8/2003 de 19 de Maio. Estabelece os princípios e normas de organização dos Órgãos Locais do
Estado nos escalões de Província, Distrito, P. Administrativo e de Localidade. A LOLE formaliza
legalmente a consulta aos distritos e a maneira como os representantes da sociedade civil devem ser
considerados pelas autoridades públicas locais. Nove princípios regulam a participação da comunidade
nos conselhos distritais de consulta: a) Participação; b) Representatividade; c) Diversidade; d)
Independência; e) Habilidade; f) Transparência; g) Responsabilidade; h) inclusão e i) Articulação.
Decreto nº 11/2005, de 10 de Junho: Aprova o Regulamento da Lei dos Órgãos Locais do Estado
Lei nº 7/97, de 31 de Maio, Estabelece o regime jurídico da tutela administrativa do Estado a que estão
sujeitas as autarquias locais
Diploma Ministerial 80/2004, de 14 de Maio, Aprova o Regulamento de Articulação dos Órgãos das
Autarquias Locais com as Autoridades Locais
Decreto n.º 52/2000, 21 de Dezembro. BR, I Série, N.º 51, Suplemento, 21 de Dezembro de 2000,
Estabelece o Sistema Tributário Autárquico.
Decreto n° 66/98 de 8 de Dezembro, aprova o Regulamento da Lei de Terras e revoga o Decreto n° 16/87
de 15 de Julho.
O regulamento aplica-se às zonas não abrangidas pelas áreas sob jurisdição dos Municípios que possuam
serviços municipais de cadastro à excepção do artigo 45 que é aplicável em todo o território nacional
Resolução n.º 18/2007 de 30 de Maio (B.R.nº 22 1ª Série de 30 de Maio de 2007) Aprova a Política do
ordenamento do território):
A política visa contribuir para o pleno aproveitamento dos recursos naturais e humanos do país, através da
compatibilização das políticas sectoriais, e da coordenação das acções de Planeamento nas várias
escalas geográficas, e entre os diversos níveis de administração pública, para o melhoramento da
qualidade de vida dos cidadãos, assegurando a sustentabilidade dos recursos naturais.
Decreto nº12/2002 de 6 de Junho, Aprova o regulamento da lei n.º 19/99, de 7 de Julho, sobre Florestas e
Fauna Bravia:
A Lei é aplicável às actividades de protecção, conservação, utilização, exploração dos recursos florestais e
faunísticos, e abrange a comercialização, o transporte, o armazenamento e a transformação primária,
artesanal ou industrial destes recursos
Lei n.º 16/91, 3 de Agosto. BR, I Série, N.º 31, 2.º Suplemento, 3 de Agosto de 1991, Lei de Águas
Resolução n.º 7/95, 8 de Agosto. BR, I Série, N.º 34, 23 de Agosto de 1995, Aprova a Política Nacional de
Águas
Decreto nº 15/2004, de 15 de Julho de 2004. BR, I Série, Nº 28, 2.º suplemento, 15 de Julho de 2004 ,
Aprova o Regulamento dos Sistema Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais
Decreto nº 30/2003, de 1 de Julho de 2003. BR, I Série, Nº 26, Suplemento, 1 de Julho de 2003, Aprova o
Regulamento dos Sistema Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais
Diploma Legislativo nº 1976, I Série, Nº 19, 1 de Maio de e1960., Regulamento Geral de Edificações
Urbanas
Decreto nº 2/2004, de 31 de Março de 2004. BR, I Série, Nº 13, 31 de Março de 2004, Aprova o
Regulamento de Licenciamento das Obras Particulares.
Bibliografia
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Indice Página
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 1
2.1. Localização Geográfica do Município da Cidade de Dondo ................................................................................ 3
2.2. Resenha Histórica do Município da Cidade do Dondo ....................................................................................... 3
II. ENQUADRAMENTO REGIONAL ....................................................................................................................... 3
2.3.Aspectos culturais da população do Dondo ..................................................................................................... 4
2.4. Evolução da Ocupação do Solo Antes da Independência ................................................................................... 6
2.5. Evolução da Ocupação do Solo Após a Independência ..................................................................................... 6
2.6.Actividade Relevante .................................................................................................................................. 7
2.7.Definição da área de influência ..................................................................................................................... 7
3.1.DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO DA CIDADE DO DONDO ................................................................ 9
3.1.1. Delimitação da Cidade ............................................................................................................................. 9
III. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ACTUAL ......................................................................................................... 9
3.2.Condições Físicas da Região ..................................................................................................................... 10
3.2.1.Clima .................................................................................................................................................. 10
3.2.2.Solos .................................................................................................................................................. 11
3.2.3.Vegetação ........................................................................................................................................... 11
3.2.4.Fauna ................................................................................................................................................. 11
3.2.5.Relevo ................................................................................................................................................ 12
3.2.6.Hidrografia ........................................................................................................................................... 12
3.3.Recursos da Terra, Aptidão agrícola ............................................................................................................ 12
3.4.Perfil Ambiental do Município da Cidade do Dondo ......................................................................................... 13
3.4.1.Análise da Sensibilidade Ambiental ........................................................................................................... 14
3.4.2.Fenómenos de Erosão ........................................................................................................................... 14
3.4.3.Saneamento do Meio ............................................................................................................................. 15
3.5.Condicionamentos Topográficos e Naturais na Expansão da Cidade .................................................................. 15
3.6.Distribuição da População ......................................................................................................................... 15
3.7. ACTIVIDADES ECONÓMICAS .................................................................................................................. 17
3.7.1. Agricultura .......................................................................................................................................... 18
3.7.2. Pecuária ............................................................................................................................................. 19
3.7.3. Pesca ................................................................................................................................................ 22
3.7.4. Comércio ............................................................................................................................................ 22
3.7.5. Indústria ............................................................................................................................................. 23
3.7.6. Artesanato .......................................................................................................................................... 26
3.7.7. Turismo .............................................................................................................................................. 26
3.7.8. Prestação de Serviço ............................................................................................................................ 27
3.8.EQUIPAMENTOS SOCIAIS ....................................................................................................................... 28