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Breve caracterização da província do Bengo

A província do Bengo situa-se a Norte Leste e Sudeste de Luanda, com a capital na cidade de
Caxito que dista cerca de 60 quilómetros de Luanda.

Tem uma população estimada em 356.641 habitantes; uma área geográfica de cerca de 32.371
Km2.

A população do Bengo é essencialmente agrícola, praticando também a pesca e a caça.

A mandioca e a banana são os alimentos mais produzidos na região;

Tem uma população maioritariamente pobre, a pesar das riquezas que abundam naquele
território com destaque ao petróleo e turismo no município de Ambríz, agricultura e madeira
no resto da província.

Os produtos agrícolas são essencialmente produzidos por Luanda; A proximidade da província


com a cidade de Luanda priva-a da atenção e prioridades do governo central, daí que é ainda
uma província sem desenvolvimento visível.

As grandes empresas como o Porto das águas profundas, a barragem das Mabubas, a
PETROMAR, entre outros são directamente geridas por Luanda com as consequências fiscais
daí resultantes.

A província do Bengo é o maior palco de exploração de inertes, com pouco retorno em receitas
fiscais e externalidades positivas para as populações locais.

Funcionam no Bengo 3 escolas superiores, nomeadamente o Instituto Politécnico Superior do


Bengo, a Escola Superior Pedagógica do Bengo e o Instituto Superior Técnico de Angola, todos
na sede municipal do Dande. Entretanto, essas escolas pouco beneficiam os naturais do Bengo
que se vêm obrigados a procurar formação nas províncias do Uíge e Zaire, deixando essas
essencialmente ocupadas por estudantes que vêm de Luanda, o que tem motivado constantes
reclamações por parte dos estudantes naturais.

O Bengo tem grande propensão a greve de professores, uma vez que a maioria desses vive em
Luanda, sujeitando-se a grandes distâncias dos locais de trabalho.

Está instalada na cidade do Caxito a empresa pública de água e saneamento do Bengo com a
sua operacionalidade a quem do esperado pós a maioria dos habitantes da cidade do Caxito
não tem água canalizada nas suas casas.

O governo prometeu em 2017 estender luz para os municípios dos Dembos, Quibaxe, Pango
Aluquem, e Nambuangongo, mas até cá não concretizou tal promessa.

Durante a campanha de 2017, João Lourenço caracterizou Caxito como uma fazenda que ele
iria transformar num sítio bom para viver. A fazenda continua, porém como a encontrou e
deixou em 2017.

Do ponto de vista da segurança física das populações, Caxito situa-se numa bacia, com riscos
de inundação, principalmente pela barragem das Mabubas em caso de ruptura. Este perigo
tem suscitado apelos de entidades e organizações comunitárias no sentido de desalojar e
reassentar as populações que nesta área vive risco eminente e constante.
Caxito era o sítio onde se concentravam os escravos que eram transportados para o
contratado em países europeus e a América. Daí a estátua de Chalé na cidade de Caxito,
símbolo da passagem de escravos.

Quanto as vias de comunicação, há muito que se faça para a província do Bengo, pois o asfalto
tem expressão no Dande, o que não acontece nos restantes municípios.

O município do Ambríz é o que se ocupa a maior extensão da faixa litoral (cerca de 80 Km) é
neste município onde se situa o bloco 17 de exploração petrolífera. A empresa PETROMAR, a
maior no município, empregou no passado muita gente autóctone. Um ataque protagonizado
pela UNITA nos anos 80 arrasou a empresa, deixando graves consequências no relacionamento
das populações locais com o nosso partido. Entretanto, graças ao trabalho político,
fundamentalmente o envolvimento do malogrado Nuni Ya Zambi, elite de grande referência e
que abriu as portas para a UNITA nos anos 80, a popularidade da UNITA tem subido
consideravelmente, a prova disso a UNITA ganhou as eleições neste município em 2022, e só
não ganhou em 2017 por diferença de 80 votos.

Nuni Ya Zambi jaz próximo de uma linda praia na vila piscatória do Ambríz e merece a nossa
singela homenagem.

No município do Ambríz estão situados dois campos de treino, sendo um para as FAA e outro
para a polícia nacional. Esta região também tem sido usada para as manobras militares
conjuntas no âmbito da SADEC.

O município dos Dembos com sede no Quibaxe, é considerado o município mais rural. Situa-se
no quilombo dos Dembos, onde está o príncipe dos Dembos que merece igualmente uma
homenagem. O rei anterior faleceu o ano passado, o actual tem fortes afinidades com a
UNITA, pois, depois das eleições de 1992 foi levado do município para as matas, regressando
apenas no fim dos conflitos, ele pretende agora manter uma boa relação com o partido, ainda
que a população local traz mágoas dos maltratos das nossas tropas em 1992.

Este município vive enorme carência de água. Desde a campanha de 2008 que o programa
água para todos não funciona. A energia não consegue abranger toda a população. A
alimentação é feita por fases. Tem uma missão católica com todos os serviços funcionais.

Não menos importante é considerar que a população do Bengo é bastante heterogénea, como
fruto das migrações e deslocalizações, geradas pelo conflito militar.

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