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1. CONTEXTUALIZAÇÃO
O Município de Tangará da Serra está localizado a uma latitude 14º37'10" sul e a uma
longitude 57º29'09" oeste, estando a uma altitude de 427 metros. Situa-se na Região Sudoeste
do Estado de Mato Grosso conhecida como Médio Norte, à 240 quilômetros da capital Cuiabá.
Foi criado em 13 de maio de 1976 pela Lei Estadual nº 3.687/76; sua população atual é de
92.298 habitantes, de acordo com o IBGE (2014). A taxa de crescimento populacional chega a
3,63% ao ano, em uma localidade com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,729.
Possui Área Territorial de 11.323,649 km² representando 1,2803% do Estado, 0,7226%
da Região e 0,1361% de todo o território brasileiro. A densidade demográfica é de 7,37
hab./km². Cerca de 50% da área do município pertence à reserva indígena Paresi.
O relevo tangaraense é caracterizado pela topografia plana (95%). Topografias
suavemente onduladas e montanhosas formam 5% do relevo. A localização de Tangará da
Serra entre as serras de Tapirapuã e dos Parecis delimita dois ecossistemas importantes no
território brasileiro: o Pantanal (Sul) e o Chapadão do Parecis (Norte). A Serra dos Parecis é o
divisor de águas entre as bacias do Amazonas (Norte) e do Paraguai-Paraná (Sul). Quanto à
vegetação, Tangará da Serra possui matas densas nas encostas e no alto da Serra Tapirapuã,
e cerrado no alto da Serra dos Parecis.
A Área Urbana do município possui 9.514.474,58 m², com 118 loteamentos divididos em
07 Macro-Setores e 26 Setores. Pelo último Censo (2010), Tangará da Serra possui um total de
28.635 domicílios, sendo 25.155 particulares permanentes ocupados, 83 particulares
improvisados ocupados, 2.022 vagos, 630 fechados e 720 com uso ocasional. Há, também, 25
domicílios coletivos com morador. A maioria das casas são construídas de alvenaria, com
média de ocupação é de 3,26 moradores por domicílio, apresentando déficit habitacional de
28,60%. A taxa de urbanização é de 90,26%, consolidada no Distrito-Sede, Distrito de
Progresso, Distrito de São Joaquim, Distrito de São Jorge e Gleba Triângulo.
Devido ao crescimento da população e sua característica eminentemente urbana é
imprescindível a existência de um instrumento de planejamento que possa acompanhar a
intensa dinâmica urbana e proporcionar condições para o desenvolvimento ordenado do das
áreas urbanizadas. O Plano Diretor constitui uma peça de ordenamento territorial e urbanismo
para que as relações socioeconômicas na cidade possam ser reguladas e cumpram sua função
social.
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1
SANT’ANA, Ana Maria. Plano Diretor Municipal. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2006.
2
BARROS, Ana Maria Furbino Bretas; CARVALHO, Celso Santos; MONTANDON, Daniel Todtmann. O Estatuto da
Cidade comentado (Lei Nº 10. 257 de 10 de julho de 2001). In: CARVALHO, Celso Santos; ROSSBACH, Anaclaudia.
O Estatuto da Cidade: comentado. São Paulo: Ministério das Cidades: Aliança das Cidades, 2010.
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Nesse sentido, em 2005 foi dado início à construção do Plano Diretor Participativo de
Tangará da Serra. Atendendo às determinações do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor
articulou uma perspectiva de gestão urbana a um arcabouço legal, integrando iniciativas locais
com o planejamento a médio e longo prazo. A metodologia de elaboração foi considerada uma
das melhores do país, sendo objeto de análise do Observatório das Metrópoles e constando no
Banco de Experiências do Ministério das Cidades.
Tecnicamente, os objetivos básicos relativos à política de desenvolvimento urbano do
município, previstos no Plano de Desenvolvimento Municipal (PLANDESEN), aprovado em
1996, bem como em outros instrumentos, foram conservados, pois constituíam conquistas da
sociedade. Contudo, foi aprofundada a análise de questões relevantes para o desenvolvimento
urbano, enfocando, principalmente, aspectos relativos à questão ambiental e à estrutura
urbana, ao perfil de uso e ocupação do solo das diferentes regiões, e à capacidade de
infraestrutura instalada e prevista.
A partir da releitura da cidade, diretrizes e normas mais adequadas às características de
cada zona da cidade foram definidas de modo mais rigoroso, bem como as formas de planejar e
de interferir no crescimento e organização do seu espaço.
O Plano Diretor foi elaborado com base em uma avaliação detalhada e abrangente do
que foi Tangará da Serra, e quais suas tendências para os anos vindouros, que a consolidaram
como centro de uma das mais importantes regiões do Estado de Mato Grosso. Em 2007, após
longo percurso, foi aprovada a Lei Complementar Nº 120/2007, de 11 de Maio de 2007 (Dispõe
sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Tangará da Serra (PDPMTS), e dá outras
providências).
3
BRASIL. Ministério das Cidades. Plano diretor participativo: guia para elaboração pelos Municípios e cidadãos.
Brasília: Ministério das Cidades; Confea, 2004.
4
BORGES, Juliano Luis. Espaço público e participação popular: leitura comunitária na elaboração do plano diretor.
Território Geográfico, v. 16, p. 01-11, 2010.
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Lei Orgânica do Município de Tangará da Serra, fica aprovado, nos termos da presente
Lei, o Plano Diretor Participativo do Município de Tangará da Serra, devendo suas regras
serem observadas pelos agentes públicos e privados, que atuam no Município de
Tangará da Serra, na construção e gestão da cidade.
Base do Plano Diretor; o segundo foi a entrega de formulários de alteração, inclusão e exclusão
das propostas contidas no Texto Base; o terceiro foi a escolha dos delegados para a
Conferência Municipal do Plano Diretor (representatividade paritária).
Com relação aos formulários estabeleceu-se um prazo para estudo e entrega das
sugestões (22 dias), em que a Superintendência do Plano Diretor Participativo esteve disponível
para o esclarecimento de dúvidas e qualquer outra solicitação.
Os delegados indicados nas reuniões de pactuação foram definidos de forma
espontânea; a adesão à participação como delegados representantes da sociedade civil
organizada foi livre. Quanto aos representantes das Instituições Públicas, a indicação feita se
deu através da convocação pela chefia superior. Os delegados são os representantes legítimos
da sociedade na Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo.
Indicados os delegados de cada segmento social, foi agendada uma reunião para
formação de uma comissão de 10 delegados (05 delegados das Instituições Públicas e 05
delegados da sociedade civil organizada) para comporem, junto à equipe da Superintendência
do Plano Diretor, a Mesa de Negociação para discutirem as sugestões apresentadas pela
sociedade organizada. A Mesa de Negociação sistematizou as propostas de alteração,
inclusão e exclusão advindas da comunidade tangaraense no período de 21 de agosto a 11 de
setembro de 2006, e elaborou a pauta de trabalho para a Conferência Municipal do Plano
Diretor Participativo.
Na Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo estiveram presentes os
delegados (direito a voto), bem como toda a sociedade organizada e os cidadãos tangaraenses
interessados nas questões relativas à política e legislação urbanas, à habitação, ao
saneamento ambiental, mobilidade urbana entre outros temas específicos. Nessa Conferência
foram votadas as propostas de alteração, inclusão e exclusão em Plenária Geral sendo
aprovado o documento final que será encaminhado ao Legislativo Municipal.
Apesar dos recursos financeiros escassos e a equipe contar com poucos profissionais, o
Plano Diretor de Tangará da Serra é destaque no Estado de Mato Grosso e está inserido no
Banco de Experiências do Ministério das Cidades. Isso se deve a seriedade em que o Plano
Diretor foi tratado pela administração municipal e a metodologia adotada na condução do
processo de construção.
2. OBJETIVO
quais trazem uma leitura social singular para complementação das bases técnicas
fundamentais para instrumentalização do Plano Diretor.
Para facilitar a Leitura da realidade local um dos mais importantes recursos é a utilização
de mapas que permitem visualizar as informações das leituras técnica e comunitária de forma
clara e localizada no território.
a) Análise de legislação.
1. Levantamento da legislação urbanística: leis de uso do solo, parcelamento, código de
obras, lei de calçadas, posturas, ambiental e patrimonial, e outras leis nos âmbitos
municipal, estadual e federal, que incidem no município.
b) Estudos Existentes.
1. Levantamento de estudos locais: planos, estudos e projetos sobre o Município, para
apoio na realização dos diagnósticos e mapeamento.
Com os diagnósticos e mapas deve ser iniciada a fase de leituras do território – Técnica
e Comunitária –, seguindo a metodologia de elaboração do Plano Diretor Participativo.
Leitura Técnica
Atividades técnicas sobre o território, ordenamento espacial e Plano Diretor.
Leitura Comunitária
Apresentações, discussões e debates com sociedade, demarcada em espaços de
participação socioterritoriais, subdivididos em: Distrito-Sede, Distrito de Progresso,
Distrito de São Joaquim, Distrito de São Jorge e Gleba Triângulo.
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c) Dinâmica de proposição.
1. Apresentação da proposta do Plano Diretor: momento de apresentação das propostas,
com direcionamento à totalidade e ênfase nos impactos específicos para a comunidade
em que está sendo realizada a reunião.
2. Debate e contribuições: discussão pós apresentação e coleta de contribuições dos
cidadãos.
d) Dinâmica de sistematização.
1. Síntese das reuniões comunitárias: consolidação em relatório das reuniões no Município
de Tangará da Serra.
2. Inserção das contribuições: indicação de contribuições e justificativas pertinentes.
Após as Leituras do Território deve ser iniciada a fase de pactuação do Plano Diretor
com a sociedade.
b) Divulgação do processo.
1. Veículos de mídia: divulgação em mídia impressa, radiofônica e televisiva do
cronograma de reuniões do pacto social.
2. Comunicação visual: confeccionar faixas coloridas em lona, banners coloridos em lona e
outros tipos de comunicação visual (logo do Plano Diretor).
3. Convites: envio de convites para as entidades e organizações pertencentes aos
segmentos sociais, apresentando cronograma de reuniões.
c) Reuniões de pactuação.
1. Divisão por segmentos: realização de 1 (uma) reunião por segmento social em horário
noturno (dias úteis) e vespertino (final de semana).
2. Apresentação e entrega do Texto Base e formulários: apresentação das principais
propostas do Texto Base do Plano Diretor e entrega de vias do documento-base a todos
os participantes presentes nas reuniões. Também, explanação e entrega dos formulários
de alteração, inclusão e exclusão das propostas contidas no Texto Base a todos os
presentes interessados.
3. Escolha de delegados: no final das reuniões serão escolhidos delegados para a
Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo (representatividade paritária). Serão
delegados de Movimentos Sociais; delegados de Associações (trabalhistas, profissionais
e esportivas), Clubes de Serviço, Empresários, Sindicatos, Ong’s e Universidades;
delegados de Instituições Públicas. Deverão ser inseridos os nomes em formulário
específico por segmento social, com indicação de nome, segmento social, entidade que
pertence, endereço, telefone e e-mail.
4. Escolha de membros da mesa de negociação: dos delegados eleitos para a Conferência
Municipal do Plano Diretor, deverão ser escolhidos, de forma paritária, para análise das
propostas.
5. Calendário: indicação de calendário para as reuniões da Mesa de Negociação.
a) Sistematização de propostas.
1. Análise e discussão: reuniões definidas em dias úteis e horário comercial, conforme
deliberação da Comissão de Negociação, para estudo de todas as propostas oriundas
dos formulários remetidos pela população.
2. Inclusão: inclusão das propostas negociadas e consideradas pertinentes no corpo do
Plano Diretor, com cor e fonte diferenciadas das alterações técnicas anteriores.
3. Justificativa de não acolhimento: elaboração de justificativa para não aceite das
propostas contidas nos formulários de alteração, inclusão e exclusão.
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b) Divulgação do processo.
1. Veículos de mídia: divulgação em mídia impressa, radiofônica e televisiva do evento.
2. Comunicação visual e mídia volante: confecção de faixas coloridas em lona, banners
coloridos em lona e outros tipos de comunicação visual (logomarca do Plano Diretor).
3. Convites: envio de convites para lista de entidades públicas e da sociedade civil
organizada do Município de Tangará. Também ao Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários
Municipais, bem como Vereadores e Promotores de Justiça.
4. Delegados: convites personalizados aos delegados eleitos para a Conferência Municipal.
a) Revisão do documento.
1. Organização jurídico-normativa do documento final: estabelecer ordem de artigos,
incisos, alíneas para melhor organização do documento final.
2. Ortografia: revisão ortográfica e gramatical de acordo com as novas normas da língua
portuguesa.