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Prefeitura Municipal de Tangará da Serra

Estado de Mato Grosso

Avenida Brasil, 2.350-N – Jd. Europa – CEP: 78.300-000 – Tangará da Serra-MT


www.tangaradaserra.mt.gov.br – Fone/fax: (65) 3311-4800

METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

1.1. Caracterização do município

O Município de Tangará da Serra está localizado a uma latitude 14º37'10" sul e a uma
longitude 57º29'09" oeste, estando a uma altitude de 427 metros. Situa-se na Região Sudoeste
do Estado de Mato Grosso conhecida como Médio Norte, à 240 quilômetros da capital Cuiabá.
Foi criado em 13 de maio de 1976 pela Lei Estadual nº 3.687/76; sua população atual é de
92.298 habitantes, de acordo com o IBGE (2014). A taxa de crescimento populacional chega a
3,63% ao ano, em uma localidade com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,729.
Possui Área Territorial de 11.323,649 km² representando 1,2803% do Estado, 0,7226%
da Região e 0,1361% de todo o território brasileiro. A densidade demográfica é de 7,37
hab./km². Cerca de 50% da área do município pertence à reserva indígena Paresi.
O relevo tangaraense é caracterizado pela topografia plana (95%). Topografias
suavemente onduladas e montanhosas formam 5% do relevo. A localização de Tangará da
Serra entre as serras de Tapirapuã e dos Parecis delimita dois ecossistemas importantes no
território brasileiro: o Pantanal (Sul) e o Chapadão do Parecis (Norte). A Serra dos Parecis é o
divisor de águas entre as bacias do Amazonas (Norte) e do Paraguai-Paraná (Sul). Quanto à
vegetação, Tangará da Serra possui matas densas nas encostas e no alto da Serra Tapirapuã,
e cerrado no alto da Serra dos Parecis.
A Área Urbana do município possui 9.514.474,58 m², com 118 loteamentos divididos em
07 Macro-Setores e 26 Setores. Pelo último Censo (2010), Tangará da Serra possui um total de
28.635 domicílios, sendo 25.155 particulares permanentes ocupados, 83 particulares
improvisados ocupados, 2.022 vagos, 630 fechados e 720 com uso ocasional. Há, também, 25
domicílios coletivos com morador. A maioria das casas são construídas de alvenaria, com
média de ocupação é de 3,26 moradores por domicílio, apresentando déficit habitacional de
28,60%. A taxa de urbanização é de 90,26%, consolidada no Distrito-Sede, Distrito de
Progresso, Distrito de São Joaquim, Distrito de São Jorge e Gleba Triângulo.
Devido ao crescimento da população e sua característica eminentemente urbana é
imprescindível a existência de um instrumento de planejamento que possa acompanhar a
intensa dinâmica urbana e proporcionar condições para o desenvolvimento ordenado do das
áreas urbanizadas. O Plano Diretor constitui uma peça de ordenamento territorial e urbanismo
para que as relações socioeconômicas na cidade possam ser reguladas e cumpram sua função
social.
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1.2. O Plano Diretor

O Plano Diretor é um instrumento de planejamento urbano fundamental para o


ordenamento e sustentabilidade do território. Contempla as diferenças territoriais e a
multiplicidade social, econômica e política, para que sejam cumpridas as funções sociais da
cidade e da propriedade urbana. Essa importante ferramenta é uma conquista da sociedade
brasileira que permite promover políticas públicas de longo prazo1.
O Estatuto da Cidade, Lei Federal n° 10.257 de 10 de julho de 2001, regulamenta os
artigos 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece parâmetros e diretrizes da política
urbana no Brasil. Oferece instrumentos para que o município possa intervir nos processo de
planejamento e gestão urbana e territorial, e garantir a realização do direito à cidade.

O artigo 182 dispõe que a política urbana é responsabilidade do Município e deve


garantir as funções sociais da cidade e o desenvolvimento dos cidadãos. Estabelece,
ainda, que o Plano Diretor Municipal é o instrumento básico do ordenamento territorial
urbano, devendo definir qual deve ser o uso e as características de ocupação de cada
porção do território municipal, fazendo com que todos os imóveis cumpram sua função
2
social .

Com a aprovação do Estatuto da Cidade foi definida a obrigatoriedade de elaboração e


revisão do Plano Diretor para municípios com mais de 20 mil habitantes; integrantes de regiões
metropolitanas e aglomerações urbanas; com áreas de especial interesse turístico; situados em
áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental na
região ou no país.
De acordo com uma série de instrumentos jurídico-urbanísticos, os municípios deveriam
ordenar a cidade, contemplando os passivos existentes e regulando o território para um
crescimento sustentável e menos desigual.
Para que os Planos Diretores conseguissem representar a diversidade existente no
território, o Ministério das Cidades, baseado no Estatuto, definiu essa geração de planos por
sua vertente democrática. Os Planos Diretores Participativos passariam, assim, a significar um
avanço democrático para a construção dos mecanismos de desenvolvimento da política urbana.
A orientação estava balizada no alargamento da leitura técnica do Plano Diretor com a inserção
de uma leitura comunitária. Isso significava a incorporação de diversos agentes sociais,
econômicos e políticos nas discussões do planejamento urbano, com o objetivo de definir ações
prioritárias que contemplassem os diversos interesses em jogo. Assim, ter-se-ia uma leitura da
cidade e do território.

A leitura da cidade constitui um processo de identificação e discussão dos principais


problemas, conflitos e potencialidades, do ponto de vista dos diversos segmentos

1
SANT’ANA, Ana Maria. Plano Diretor Municipal. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2006.
2
BARROS, Ana Maria Furbino Bretas; CARVALHO, Celso Santos; MONTANDON, Daniel Todtmann. O Estatuto da
Cidade comentado (Lei Nº 10. 257 de 10 de julho de 2001). In: CARVALHO, Celso Santos; ROSSBACH, Anaclaudia.
O Estatuto da Cidade: comentado. São Paulo: Ministério das Cidades: Aliança das Cidades, 2010.
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sociais. Deve contemplar as possíveis alternativas para a solução dos problemas


3
detectados, procurando enfocar todo o território do município .

Segundo o Ministério das Cidades, os municípios deveriam elaborar seus Planos em


quatro etapas: realizar a leitura comunitária e técnica do território (diagnóstico situacional);
formular e pactuar propostas com os diferentes segmentos sociais; definir os instrumentos para
alcance dos objetivos e estratégias; definir o sistema de gestão e planejamento do município.

Para cumprir as quatro etapas disponibilizou para os municípios orientações e materiais


os mais diversos. Diante desse aparato organizacional, para uma multiplicidade de
municípios em todas as regiões do país, coube às localidades a implantação do
processo, articulado com os aspectos demográficos, geográficos, políticos, econômicos
4
e culturais do território .

Nesse sentido, em 2005 foi dado início à construção do Plano Diretor Participativo de
Tangará da Serra. Atendendo às determinações do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor
articulou uma perspectiva de gestão urbana a um arcabouço legal, integrando iniciativas locais
com o planejamento a médio e longo prazo. A metodologia de elaboração foi considerada uma
das melhores do país, sendo objeto de análise do Observatório das Metrópoles e constando no
Banco de Experiências do Ministério das Cidades.
Tecnicamente, os objetivos básicos relativos à política de desenvolvimento urbano do
município, previstos no Plano de Desenvolvimento Municipal (PLANDESEN), aprovado em
1996, bem como em outros instrumentos, foram conservados, pois constituíam conquistas da
sociedade. Contudo, foi aprofundada a análise de questões relevantes para o desenvolvimento
urbano, enfocando, principalmente, aspectos relativos à questão ambiental e à estrutura
urbana, ao perfil de uso e ocupação do solo das diferentes regiões, e à capacidade de
infraestrutura instalada e prevista.
A partir da releitura da cidade, diretrizes e normas mais adequadas às características de
cada zona da cidade foram definidas de modo mais rigoroso, bem como as formas de planejar e
de interferir no crescimento e organização do seu espaço.
O Plano Diretor foi elaborado com base em uma avaliação detalhada e abrangente do
que foi Tangará da Serra, e quais suas tendências para os anos vindouros, que a consolidaram
como centro de uma das mais importantes regiões do Estado de Mato Grosso. Em 2007, após
longo percurso, foi aprovada a Lei Complementar Nº 120/2007, de 11 de Maio de 2007 (Dispõe
sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Tangará da Serra (PDPMTS), e dá outras
providências).

Art. 1° Em atendimento às disposições constantes do Art. 182 da Constituição Federal,


do Capítulo III da Lei nº 10.257/01 - Estatuto da Cidade - e, da Seção I, Capítulo II, da

3
BRASIL. Ministério das Cidades. Plano diretor participativo: guia para elaboração pelos Municípios e cidadãos.
Brasília: Ministério das Cidades; Confea, 2004.
4
BORGES, Juliano Luis. Espaço público e participação popular: leitura comunitária na elaboração do plano diretor.
Território Geográfico, v. 16, p. 01-11, 2010.
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Lei Orgânica do Município de Tangará da Serra, fica aprovado, nos termos da presente
Lei, o Plano Diretor Participativo do Município de Tangará da Serra, devendo suas regras
serem observadas pelos agentes públicos e privados, que atuam no Município de
Tangará da Serra, na construção e gestão da cidade.

Em sua implementação, o Plano Diretor apresentou certas limitações pela dinâmica de


desenvolvimento urbano dos últimos anos. O prazo de vigência de cinco anos trouxe
experiências importantes para o entendimento dos problemas e virtudes de um instrumento tão
complexo. Os Zoneamentos, os índices entre outras peças de regulação puderam ser
experimentadas de maneira inédita no município, atendendo (ou não) certos interesses sociais
e econômicos em constante tensão no território.

1.3. Metodologia de elaboração

1.3.1. Descrição da Metodologia de Construção do Plano Diretor Participativo


(Art. 187, IV – ANEXO IV, da Lei Complementar Nº 120/2007)

O Plano Diretor é um instrumento de planejamento fundamental para o ordenamento e


sustentabilidade do espaço urbano. Essa importante ferramenta é uma conquista da sociedade
brasileira que permite promover políticas públicas de longo prazo consolidadas a partir da
participação popular. Essa característica foi legitimada pela Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade)
que permitiu integrar o planejamento técnico com a participação cidadã.
O Estatuto da Cidade introduziu na construção dos Planos Diretores instrumentos para
se cumprir o principal objetivo das cidades: sua função social. No ano 2005 foi dado início à
construção do Plano Diretor Participativo de Tangará da Serra visando atender aos anseios da
sociedade e garantir o bem-estar de todos os habitantes.
Atendendo às determinações do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor de Tangará da
Serra articula a postura do atual governo municipal com um arcabouço legal, integrando
iniciativas locais com o planejamento a médio e longo prazo. A implantação do Programa de
Gestão Participativa e da Superintendência do Plano Diretor Participativo foi determinante para
a consolidação de uma estrutura de trabalho, permitindo a elaboração de uma metodologia que
prima o processo de discussão coletiva, a sensibilização e a reflexão dos principais problemas
das cidades.
Com a pretensão de tornar o Plano Diretor um fruto de todos os tangaraenses foi
iniciado um processo de construção democrática da cidade. Uma tentativa de inserir a
sociedade civil numa dinâmica de participação cidadã, respeitando a multiplicidade de opiniões
e a diversidade cultural. È sabido que a cidadania caminha a pari passo, que somos fruto de um
período no qual a democracia foi esquecida nos “porões da ditadura”. Apesar do curto período
da redemocratização podemos apontar vários avanços no papel da sociedade civil no exercício
do controle social. A garantia da participação estabelecida por lei, permite um maior alcance
das ações governamentais e maior transparência na gestão das políticas no município.
Tangará da Serra possui um número muito grande de organizações sociais (em torno de
170) e, a partir disso, a responsabilidade em conduzir um trabalho participativo é fundamental.
Com o intuito de tornar a participação cidadã o eixo central do Plano Diretor, todo o trabalho se
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iniciou com o Diagnóstico Participativo no município contempla a grande maioria das


comunidades urbanas e rurais. Esse diagnóstico foi impulsionador da diretriz metodológica de
todo o processo. Foram sistematizados dados qualitativos e quantitativos que permitiram uma
leitura da cidade essencialmente participativa. Nesse sentido, a leitura técnica da cidade foi
realizada através de discussões e reflexões num espaço democrático em que 22
representantes governamentais (Portaria nº 108/GP/2005 que instituiu a Comissão Permanente
para a elaboração do Plano Diretor do Município de Tangará da Serra) debateram e
consensuaram um olhar sobre o território através de reuniões programadas semanalmente. As
relações entre as leituras foram à base para definição dos eixos, de desenvolvimento do Plano
Diretor.
A 2º Conferência Regional das Cidades realizada em Tangará da Serra foi de extrema
importância para dar consistência às propostas de Planos Diretores em toda a região. A
Conferência definiu linhas gerais de fundamentação do planejamento urbano e seu caráter de
participação social.
Foi apresentada à Câmara Municipal a metodologia proposta para o Plano Diretor no
intuito de inserir na pauta legislativa, até o final do processo, a importância do planejamento
urbano para o futuro da cidade.
A partir desse momento foram intensificados os trabalhos para maior apreensão e
aprofundamento do processo metodológico, pois sua funcionalidade possibilita avançar nos
debates com a sociedade organizada e ordenar as atividades posteriores. O Núcleo Gestor dos
Planos Diretores do Estado de Mato Grosso possui uma participação estratégica no
direcionamento das ações, contribuindo desde o inicio do processo, com capacitação da equipe
técnica do Plano Diretor por consultores de destaque no cenário nacional.
A elaboração de materiais didáticos e informativos para serem utilizados em oficinas de
sensibilização em escolas, universidades e nas comunidades demonstram a coerência com
inserção da sociedade civil na dinâmica do Plano Diretor. A preocupação da equipe técnica
sempre foi proporcionar informação para que a construção do Plano Diretor seja transparente e
acessível para todos os cidadãos.
Como parte do diálogo entre o poder público e sociedade organizada, a Prefeitura
Municipal apoiou a organização do I Encontro Estadual do Movimento Comunitário em maio de
2006 com o tema: Plano Diretor. Nesse evento, o movimento comunitário mato-grossense
colocou em discussão os Planos Diretores do Estado e o método adotado para inserção da
comunidade no planejamento urbano. As palestras e as mesas de discussão foram muito
importantes para que as lideranças de todas as localidades reflitam e participem de maneira
efetiva do processo de construção dos Planos Diretores. O Encontro foi uma maneira de manter
ativa a união entre o movimento comunitário e conhecer as experiências de participação em
todos os municípios que conduzem a construção do Plano Diretor.
Em agosto de 2006 foi iniciado o processo de pactuação do Plano Diretor como base
para as discussões finais. Nesse processo foi organizado um cadastro dividindo as
organizações sociais do município em três segmentos: 1) Movimentos Sociais; 2) Associações
(trabalhistas, profissionais e esportivas), Ong’s e Universidades; 3) Instituições Públicas. Essa
divisão foi fundamental para organizar reuniões de apresentação e entrega do Texto Base para
os participantes de cada segmento social. Na divulgação da pactuação, foram estabelecidos 03
(três) objetivos fundamentais. O primeiro foi a apresentação das principais propostas do Texto
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Base do Plano Diretor; o segundo foi a entrega de formulários de alteração, inclusão e exclusão
das propostas contidas no Texto Base; o terceiro foi a escolha dos delegados para a
Conferência Municipal do Plano Diretor (representatividade paritária).
Com relação aos formulários estabeleceu-se um prazo para estudo e entrega das
sugestões (22 dias), em que a Superintendência do Plano Diretor Participativo esteve disponível
para o esclarecimento de dúvidas e qualquer outra solicitação.
Os delegados indicados nas reuniões de pactuação foram definidos de forma
espontânea; a adesão à participação como delegados representantes da sociedade civil
organizada foi livre. Quanto aos representantes das Instituições Públicas, a indicação feita se
deu através da convocação pela chefia superior. Os delegados são os representantes legítimos
da sociedade na Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo.
Indicados os delegados de cada segmento social, foi agendada uma reunião para
formação de uma comissão de 10 delegados (05 delegados das Instituições Públicas e 05
delegados da sociedade civil organizada) para comporem, junto à equipe da Superintendência
do Plano Diretor, a Mesa de Negociação para discutirem as sugestões apresentadas pela
sociedade organizada. A Mesa de Negociação sistematizou as propostas de alteração,
inclusão e exclusão advindas da comunidade tangaraense no período de 21 de agosto a 11 de
setembro de 2006, e elaborou a pauta de trabalho para a Conferência Municipal do Plano
Diretor Participativo.
Na Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo estiveram presentes os
delegados (direito a voto), bem como toda a sociedade organizada e os cidadãos tangaraenses
interessados nas questões relativas à política e legislação urbanas, à habitação, ao
saneamento ambiental, mobilidade urbana entre outros temas específicos. Nessa Conferência
foram votadas as propostas de alteração, inclusão e exclusão em Plenária Geral sendo
aprovado o documento final que será encaminhado ao Legislativo Municipal.
Apesar dos recursos financeiros escassos e a equipe contar com poucos profissionais, o
Plano Diretor de Tangará da Serra é destaque no Estado de Mato Grosso e está inserido no
Banco de Experiências do Ministério das Cidades. Isso se deve a seriedade em que o Plano
Diretor foi tratado pela administração municipal e a metodologia adotada na condução do
processo de construção.

2. OBJETIVO

Elaboração do Plano Diretor Participativo do Município de Tangará da Serra (PDPMTS),


atendendo o Art. 182 da Constituição Federal, do Capítulo III da Lei nº 10.257/2001 - Estatuto
da Cidade - e, da Seção I, Capítulo II, da Lei Orgânica do Município de Tangará da Serra.

3. CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHOS

As atividades a serem desenvolvidas contemplam um percurso variado e articulado –


com concomitâncias ou não –, que se situam desde a avaliação e os diagnósticos técnicos,
bases parciais para as propostas de ordenamento territorial, até as discussões comunitárias, as
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quais trazem uma leitura social singular para complementação das bases técnicas
fundamentais para instrumentalização do Plano Diretor.

3.1. Atividade 1. Diagnósticos Técnicos e Produção de Mapas

Para facilitar a Leitura da realidade local um dos mais importantes recursos é a utilização
de mapas que permitem visualizar as informações das leituras técnica e comunitária de forma
clara e localizada no território.

 Descrição das ações

a) Análise de legislação.
1. Levantamento da legislação urbanística: leis de uso do solo, parcelamento, código de
obras, lei de calçadas, posturas, ambiental e patrimonial, e outras leis nos âmbitos
municipal, estadual e federal, que incidem no município.

b) Estudos Existentes.
1. Levantamento de estudos locais: planos, estudos e projetos sobre o Município, para
apoio na realização dos diagnósticos e mapeamento.

c) Estudo e mapeamento sobre abairramento no Distrito-Sede.


1. Bairros: mapas de caracterização de porções territoriais com identidade físico-ambiental,
populacional e cultural para proposta de abairramento e memorial descritivo com
poligonais georreferenciadas.
2. Macrosetorização: análises dos macrosetores existentes e proposta mapeada de
readequação de acordo com o abairramento.

d) Mapas temáticos sobre o Território.


1. Preservação Cultural: indicação de área e/ou elementos de interesse para serem
protegidos pelo Poder Público.
2. Estrutura fundiária: situação da propriedade da terra, identificando as áreas e
loteamentos regulares e irregulares e a distribuição e forma de uso da propriedade
(comercial, residencial, misto, industrial, institucional, e outros).
3. Mobilidade e circulação: indicação e mapeamento dos deslocamentos da população,
circulação viária, transportes na cidade e hierarquização viária.
4. Atividade Econômica: localização das atividades econômicas predominantes.
5. Ambiental: delimitação das áreas com restrições ambientais.
6. Áreas de risco: definição de áreas de ocupação no Município.

e) Mapas de usos do solo.


1. Perímetro Urbano: caracterização do perímetro de todo o território urbanizado do
município (Distrito-Sede, Distrito de Progresso, Distrito de São Joaquim e Distrito de São
Jorge) com memorial descritivo.
2. Vazios urbanos: mapeamento dos vazios existentes na área urbanizada do município,
localizada dentro do perímetro urbano definido pela legislação.
3. Áreas com edificações de maior altura (verticalização): definição para estudos e
aplicação de instrumentos.
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4. Zoneamento: análise e mapeamento do zoneamento existente.

f) Mapas da infraestrutura urbana.


1. Redes de infraestrutura: esgotamento sanitário, água, luz, drenagem, asfaltamento,
entre outros pertinentes.
2. Redes de equipamentos públicos: educação, saúde, cultura, esporte e lazer,
administrativo.

g) Mapas da dinâmica de expansão urbana.


1. Evolução histórica da cidade e do território: o núcleo inicial com seus marcos de origem,
e a evolução da mancha urbana que determinaram a forma de ocupação.
2. Tendência do mercado imobiliário: estudo conjunto com empresários loteadores e
imobiliárias sobre as tendências territoriais em curso (áreas em retração, em expansão,
novos produtos imobiliários, etc.).

3.2. Atividade 2. Leituras do Território

Com os diagnósticos e mapas deve ser iniciada a fase de leituras do território – Técnica
e Comunitária –, seguindo a metodologia de elaboração do Plano Diretor Participativo.

 Leitura Técnica
Atividades técnicas sobre o território, ordenamento espacial e Plano Diretor.

 Descrição das ações

a) Estudo dos diagnósticos e mapas.


1. Nivelamento técnico sobre os produtos dos diagnósticos e mapeamento: consolidação
de uma leitura sobre o território e as possibilidades de aplicabilidade do atual Plano
Diretor.
2. Análise comparativa: relação entre o quadro normativo-urbanístico e a dinâmica
territorial atual.
3. Zoneamento: proposta de macrozoneamento e autoaplicabilidade do Plano Diretor.
4. Perímetro urbano: discussão sobre expansão-retração das áreas urbanas do município.

b) Produção da versão preliminar do Plano Diretor.


1. Síntese das análises técnicas: consolidação em relatório apresentada pelos técnicos do
Município de Tangará da Serra.
2. Texto-Base preliminar: produção de uma primeira versão do Plano Diretor, o qual será
complementado pela Leitura Comunitária e discutido em outras fases.
3. Formulário: elaboração de formulário de alteração, inclusão e exclusão das propostas
contidas no Texto Base para entrega nas reuniões de pactuação.

 Leitura Comunitária
Apresentações, discussões e debates com sociedade, demarcada em espaços de
participação socioterritoriais, subdivididos em: Distrito-Sede, Distrito de Progresso,
Distrito de São Joaquim, Distrito de São Jorge e Gleba Triângulo.
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 Descrição das ações

a) Divulgação do processo participativo.


1. Veículos de mídia: divulgação em mídia impressa, radiofônica e televisiva do
cronograma de reuniões.
2. Comunicação visual: confeccionar faixas coloridas em lona, banners coloridos em lona e
outros tipos de comunicação visual (logo do Plano Diretor).
3. Convites: envio de convites para todos os presidentes de associações comunitárias
pertencentes ao território de abrangência da reunião.

b) Dinâmica de apreensão nas reuniões comunitárias.


1. Importância do Plano Diretor: breve apresentação sobre o que é Plano Diretor e o
processo de elaboração em todas as suas fases.
2. Apresentação dos diagnósticos: descrição dos principais elementos obtidos nos
diagnósticos, direcionados às subdivisões para contextualização: Distrito-Sede, Distrito
de Progresso, Distrito de São Joaquim, Distrito de São Jorge e Gleba Triângulo.
3. Debate de complementação: abertura de debate para apreensão de outras questões que
não estiveram presentes no diagnóstico técnico e identificadas pela população.

c) Dinâmica de proposição.
1. Apresentação da proposta do Plano Diretor: momento de apresentação das propostas,
com direcionamento à totalidade e ênfase nos impactos específicos para a comunidade
em que está sendo realizada a reunião.
2. Debate e contribuições: discussão pós apresentação e coleta de contribuições dos
cidadãos.

d) Dinâmica de sistematização.
1. Síntese das reuniões comunitárias: consolidação em relatório das reuniões no Município
de Tangará da Serra.
2. Inserção das contribuições: indicação de contribuições e justificativas pertinentes.

3.3. Atividade 3. Pacto Social

Após as Leituras do Território deve ser iniciada a fase de pactuação do Plano Diretor
com a sociedade.

 Pacto Social do Plano Diretor Participativo


Fase do processo que dá as bases de legitimação política e social para as discussões
finais. As atividades deverão ser desenvolvidas preferencialmente em local centralizado
para facilitar o acesso dos participantes.

 Descrição das ações

a) Segmentação de organizações sociais.


1. Tipologia de organizações sociais: a partir de uma relação de organizações sociais será
realizada um segmentação em 3 (três) grupos: 1) Movimentos Sociais; 2) Associações
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(trabalhistas, profissionais e esportivas), Clubes de Serviço, Empresários, Sindicatos,


Ong’s e Universidades; 3) Instituições Públicas.

b) Divulgação do processo.
1. Veículos de mídia: divulgação em mídia impressa, radiofônica e televisiva do
cronograma de reuniões do pacto social.
2. Comunicação visual: confeccionar faixas coloridas em lona, banners coloridos em lona e
outros tipos de comunicação visual (logo do Plano Diretor).
3. Convites: envio de convites para as entidades e organizações pertencentes aos
segmentos sociais, apresentando cronograma de reuniões.

c) Reuniões de pactuação.
1. Divisão por segmentos: realização de 1 (uma) reunião por segmento social em horário
noturno (dias úteis) e vespertino (final de semana).
2. Apresentação e entrega do Texto Base e formulários: apresentação das principais
propostas do Texto Base do Plano Diretor e entrega de vias do documento-base a todos
os participantes presentes nas reuniões. Também, explanação e entrega dos formulários
de alteração, inclusão e exclusão das propostas contidas no Texto Base a todos os
presentes interessados.
3. Escolha de delegados: no final das reuniões serão escolhidos delegados para a
Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo (representatividade paritária). Serão
delegados de Movimentos Sociais; delegados de Associações (trabalhistas, profissionais
e esportivas), Clubes de Serviço, Empresários, Sindicatos, Ong’s e Universidades;
delegados de Instituições Públicas. Deverão ser inseridos os nomes em formulário
específico por segmento social, com indicação de nome, segmento social, entidade que
pertence, endereço, telefone e e-mail.
4. Escolha de membros da mesa de negociação: dos delegados eleitos para a Conferência
Municipal do Plano Diretor, deverão ser escolhidos, de forma paritária, para análise das
propostas.
5. Calendário: indicação de calendário para as reuniões da Mesa de Negociação.

 Mesa de negociação do Plano Diretor Participativo


Etapa de formação de uma Comissão de Negociação (Decreto do Executivo Municipal)
para análise dos formulários de alteração, inclusão e exclusão das propostas contidas
no Texto Base.

 Descrição das ações

a) Sistematização de propostas.
1. Análise e discussão: reuniões definidas em dias úteis e horário comercial, conforme
deliberação da Comissão de Negociação, para estudo de todas as propostas oriundas
dos formulários remetidos pela população.
2. Inclusão: inclusão das propostas negociadas e consideradas pertinentes no corpo do
Plano Diretor, com cor e fonte diferenciadas das alterações técnicas anteriores.
3. Justificativa de não acolhimento: elaboração de justificativa para não aceite das
propostas contidas nos formulários de alteração, inclusão e exclusão.
Prefeitura Municipal de Tangará da Serra
Estado de Mato Grosso

Avenida Brasil, 2.350-N – Jd. Europa – CEP: 78.300-000 – Tangará da Serra-MT


www.tangaradaserra.mt.gov.br – Fone/fax: (65) 3311-4800

b) Elaboração de pauta de trabalho, calendário e programação da Conferência Municipal


do Plano Diretor Participativo.
1. Definição de data e programação: em deliberação deverá ser definida data e
programação para realização da Conferência.

3.4. Atividade 4. Discussão final e elaboração da Minuta do Projeto de Lei

Esta fase se refere ao processo de discussão final e validação da proposta de do Plano


Diretor Participativo. O resultado final das discussões na Conferência Municipal do Plano Diretor
Participativo produzirá o documento a ser transformado em Projeto de Lei e enviado ao
Legislativo Municipal

 Conferência Municipal do Plano Diretor


Evento público e participativo em que serão analisadas e votadas as propostas e
documento final do Plano Diretor pelos Delegados eleitos na fase de Pacto Social.

 Descrição das ações

a) Local de realização e definição do processo.


1. Espaço para realização da Conferência: definição de local centralizado e de fácil acesso.
1. Metodologia e Regimento Interno: Elaboração da metodologia e regimento interno.

b) Divulgação do processo.
1. Veículos de mídia: divulgação em mídia impressa, radiofônica e televisiva do evento.
2. Comunicação visual e mídia volante: confecção de faixas coloridas em lona, banners
coloridos em lona e outros tipos de comunicação visual (logomarca do Plano Diretor).
3. Convites: envio de convites para lista de entidades públicas e da sociedade civil
organizada do Município de Tangará. Também ao Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários
Municipais, bem como Vereadores e Promotores de Justiça.
4. Delegados: convites personalizados aos delegados eleitos para a Conferência Municipal.

c) Realização da Conferência Municipal do Plano Diretor Participativo.


1. Credenciamento: realização de credenciamento com assinatura de lista de presença –
uma para cada delegação de segmentos sociais em separado e uma para os
participantes em geral – (nome, endereço, RG, telefone, entidade) e entrega de crachá
contendo logomarca do Plano Diretor, divididos em cores diferenciadas.
2. Condução do evento: conforme metodologia definida, conduzir de modo sistemático,
com alguma flexibilidade de alteração. Todas as alterações no Plano Diretor devem ser
votadas, sendo inseridas aquelas com maioria simples de votos. O documento final
também deve ser objeto de votação pela plenária.
3. Entrega de certificados: entrega de certificado de delegados e de participação aos
presentes com indicativo do nome e carga horária.
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 Elaboração da Minuta do Projeto de Lei


Finalização do processo de elaboração do Plano Diretor, com entrega de documento ao
Executivo Municipal para análise e encaminhamento à Câmara de Vereadores.

 Descrição das ações

a) Revisão do documento.
1. Organização jurídico-normativa do documento final: estabelecer ordem de artigos,
incisos, alíneas para melhor organização do documento final.
2. Ortografia: revisão ortográfica e gramatical de acordo com as novas normas da língua
portuguesa.

b) Elaboração dos documentos anexos.


1. Produção dos mapas e memoriais descritivos: impressão dos mapas e redação dos
memoriais previstos no Regulamento.

c) Entrega de documento final com anexos.


1. Convites: envio de convites para Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais, bem
como Vereadores, Promotores de Justiça, Conselhos Municipais, para entrega
documento final à sociedade.
2. Cerimônia de entrega: realização de evento simbólico de entrega da versão final do
Plano Diretor Participativo.

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