Você está na página 1de 8

Cacuaco

cidade e município angolano

Cacuaco é uma cidade e município da província de Luanda em Angola. Limita-se a sul com
os municípios de Viana e Cazenga, a oeste com o Oceano Atlântico e município de Luanda e
a norte e a leste com o município do Dande, na província do Bengo. O município do Cacuaco
é atravessado de norte a sul pelo rio Bengo.
Cacuaco
Localidade de Angola

(Cidade e município)

Praia do Santiago, em 2009, na faixa norte do território municipal.

Dados gerais
Fundada em 21 de junho de 1940 (82 anos)

Gentílico cacuacoense

Província Luanda

Município(s) Cacuaco

Características geográficas
Área 571 km²

População 1 237 477[1][2] hab. (2018)

Cacuaco

Localização de Cacuaco em Angola

8° 46' 37" S 13° 22' 18" E (http://stable.toolserver.org/geohack/geohack.php?pagename=Cacuaco&language=pt&params=8


_46_37_S_13_22_18_E_type:city_scale:75000)
{{{latG}}}° {{{latM}}}' {{{latS}}}" {{{latP}}} {{{lonG}}}
° {{{lonM}}}' {{{lonS}}}

Projecto Angola  • Portal de Angola

Esta caixa:
ver ·discutir

Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de


Estatística, conta com uma população de 1 237 477 habitantes[1] e área territorial de 571
km²,[2] sendo o terceiro município mais populoso da nação, ficando atrás somente da capital
nacional e de Viana.

Além da comuna-sede, que possui também o nome de Cacuaco, compõe-se da comuna de


Funda. O Quicolo fundiu-se com a comuna de Cacuaco, permanecendo somente como
distrito urbano.[3]

Etimologia

O termo "Cacuaco" é um nome de origem quimbunda. Viria da palavra bwakwaku ou lukwacu


que significa "mão". Segundo a tradição histórica, no século XVI, o angola quiluanje Quilombo
Quiacasenda do Reino do Dongo afastando-se da presença portuguesa em Luanda teve que
parar para descansar após a Fortaleza de São Pedro da Barra de Luanda. Ao levantar-se do
lugar onde descansava cresceu uma mulemba onde estava apoiada sua mão. Foi atribuído
que a mulemba tinha poderes curativos para soldados doentes e feridos. Tal "mulemba-
cacuaco" (figueira-africana da mão do rei), existente nos limites do Cacuaco, passou a
designar aquela região.[4]

História

Os registros de 1936 atestam que a localidade de Cacuaco era uma pequena vila de
pescadores. Os registros atestam porém que o reino do Dongo já a tinha como importante
localidade do comércio pesqueiro pelo menos desde o século XVI.

Foi elevada a circuncrição por diploma legislativo em 21 de junho de 1940, mas só ganhou
câmara municipal pela portaria n.º 14.061, de 13 de dezembro de 1965, quando o posto
administrativo de Cacuaco foi desanexado do concelho de Viana, passando a constituir um
novo concelho.[5]

Na década de 1970 gradualmente passou a ser mais visada para fins habitacionais a partir
da expansão urbana de Luanda — de 1950 a 1980 —, principalmente abrigando (juntamente
com Cazenga) a leva populacional do êxodo rural e dos refugiados de guerra, que trouxe
migrandes vindos de outras zonas angolanas.[6]

A famosa batalha de Quifangondo, definidora da independência angolana, ocorrida em


novembro de 1975, ocorreu em Quifangondo, um dos distritos urbanos do município.[7]

Em 1975, no âmbito da independência angolana e da reforma territorial do novo país, a


província de Luanda ficou restrita à três municípios, suprimindo-se a capital Luanda,
restando Ingombota, Viana e Cacuaco. A soma dos três municípios formava a área da
"cidade de Luanda". Em 1976, com a subdivisão de Ingombota para formar Quilamba Quiaxi,
o território cacuacoense deixou de ser um dos componentes da cidade de Luanda, voltando
a ser cidade de Cacuaco.[8]

Em fevereiro de 1996, o município do Cacuaco geminou-se com o município de Alcobaça, em


Portugal, em acto assinado pelo administrador municipal de Cacuaco, Bonifácio do Espírito
Santo, e pelo presidente da câmara municipal de Alcobaça, Miguel Guerra, em cerimônia
testemunhada pelo então governador provincial de Luanda Justino Fernandes.[9]

O município estave em estado de alerta epidêmico em 2005, quando a Organização Mundial


da Saúde (OMS) descobriu e divulgou casos locais do vírus de Marburg. O governo angolano
e a OMS conseguiram controlar o virus.[10]

Geografia

A maior parte do território litorâneo do município está inserido na proteção litorânea da


enseada do Cacuaco (ou do Bengo), área riquíssima para pesca marítima.[11]

Sua principal fonte de água doce está no lagoa da Panguila, que faz parte da região hídrica
do rio Bengo.[12]

A malha urbana possui uma grande quantidade de assentamentos precários em cabanas de


lonas plásticas ou à base de latas e madeira reaproveitada, os chamados musseques. A
maior favela cacuacoense, o bairro de Paraíso, possuía 180.000 habitantes.[6]

Economia

O município tem perfil industrial graças à proximidade ao porto de Luanda e ao porto do


Dande. Assim, alberga a maior fábrica de cereais de Angola, a Moagem do Quicolo,[13]
modernizada em 2018, e a maior fábrica de cimento do país, a Cimangola.[14]

Serviços turísticos voltados para as praias da enseada do Cacuaco também geram forte
renda para a população. A mesma enseada é área riquíssima para pesca marítima.[15]

Acolhe semanalmente a Feira da Beringela, uma feira de produtos agrícolas e pecuários.[16]

Infraestrutura

O município é ligado ao território nacional pelas rodovias EN-100, EN-110 e EN-225. É


conectada com as demais cidades da província pela Via Expressa Fidel Castro.[17]

Cacuaco possui o Campus da Saúde e do Desporto da Universidade Metodista de Angola.[18]

Cultura e lazer

Cacuaco é conhecida pela sua festa cultural-religiosa em honra ao padroeiro da cidade, São
João Baptista, onde se realiza uma procissão ao mar todos os meses de junho desde
1948.[19]

Gradualmente, a partir da independência nacional, tornou-se um popular destino de lazer


entre os moradores da província luandina por causa de suas praias de areia branca que
margeiam a enseada do Cacuaco.[15]

Além disso, as tradições festivas cacuacoenses reúnem toneios de quiela e da arte marcial
tradicional angolana bassula. Os eventos ainda tem música e diversos pratos típicos da
culinária local e regional — mutombo, quiteba, quixiluanda, quipico e o cacusso.[20]

O marco arquitetônico que define a localidade é o busto de António Moreira, o primeiro soba
local, junto ao Mercado Municipal.[20]

Referências

1. Schmitt, Aurelio. (3 de fevereiro de 2018). «Municípios de Angola: Censo 2014 e Estimativa


de 2018». Revista Conexão Emancipacionista

2. «Angola - Luanda: Administrative units» (http://www.geohive.com/cntry/angola.aspx?level


s=Luanda) . GeoHive. Consultado em 12 de dezembro de 2010

3. Comunas (http://www.mat.gov.ao/?page_id=1795) . Ministério da Administração do


Território e Reforma do Estado. 2018.

4. A História (https://ribeirotenguna.wixsite.com/cacuaco/a-hist-ria#:~:text=Cacuaco%20%C
3%A9%20um%20nome%20de,paragem%20na%20regi%C3%A3o%20da%20Mulemba.) .
Ribeiro Tenguna. [s/d].

5. Município de Viana transforma-se de área rural em zona urbana em 51 anos de existência


(http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/sociedade/2016/11/50/Municipio-Viana-tran
sforma-area-rural-zona-urbana-anos-existencia,11f9a0be-7be8-40c6-8a3c-3efa7ba1f8c9.
html) . Agência Angop. 13 de dezembro de 2016.

6. Tvedten, Inge; Lázaro, Gilson; Jul-Larsen, Eyolf; Agostinho, Mateus.. Urban poverty in
Luanda, Angola (https://www.cmi.no/publications/file/6497-urban-poverty-in-luanda-ang
ola.pdf) . CMI, abril de 2018.

7. «Presidente da República inaugura monumento à batalha de Kifangondo» (http://www.port


alangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/politica/2004/10/46/Presidente-Republica-inaugura-
monumento-batalha-Kifangondo,b42f0087-1380-42e8-84ef-dfa53f8e0a2e.html) . ANGOP.
9 de novembro de 2004. Consultado em 1 de junho de 2010

8. «Luanda completa hoje 446 anos da fundação» (https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticia


s/luanda-completa-hoje-446-anos-da-fundacao/) . Jornal de Angola. 25 de janeiro de
2022

9. Revitalizada geminação entre Cacuaco e Alcobaça (http://www.portalangop.co.ao/angola/


pt_pt/noticias/sociedade/2009/10/47/Revitalizada-geminacao-entre-Cacuaco-Alcobaca,1
c420c46-2310-433c-8d83-c22a2b608cc6.html) . portalangop.co.ao. recuperado em 11
de maio 2015

10. Marburg Transmission in Cacuaco - Slum Adjacent to Luanda (http://www.recombinomics.


com/News/04060501/Marburg_Cacuaco.html) . Recombinomics. 6 de abril de 2005.

11. Map of Baia de Bengo in Luanda, Angola (https://cartographic.info/names/map.php?id=49


5223&f=1) . Cartographic Info. 2019.

12. Um gigante líquido:O rio que é Dange ao nascer e Bengo quando chega ao mar (http://jorn
aldeangola.sapo.ao/sociedade/saude_e_educacao/um_gigante_liquidoo_rio_que_e_dange
_ao_nascer_e_bengo_quando_chega_ao_mar) . Jornal de Angola. 4 de março de 2012.
13. Moagem do Quicolo - Luanda (https://kikolomoagem.com/en/) . kikolomoagem.com. 19
de julho de 2019.

14. Sobre Nós (http://www.cimangola.com/) Cimangola. [s/d].

15. Zonas costeiras: Presenças de sucatas tem dificultado actividades pesqueiras em


Cacuaco (https://rna.ao/rna.ao/2021/06/22/zonas-costeiras-presencas-de-sucatas-tem-di
ficultado-actividades-pesqueiras-em-cacuaco/) . Rádio Nacional de Angola. 22 de junho
de 2021.

16. Cacuaco vende produção (http://jornaldeangola.sapo.ao/economia/cacuaco_vende_pro


ducao) . Jornal de Angola. 29 de novembro de 2016.

17. «Via Expressa recebe o nome de Fidel Castro» (http://m.redeangola.info/principal-via-expr


essa-de-luanda-recebe-o-nome-de-fidel-castro/) . Rede Angola. 5 de dezembro de 2016

18. Ciências do Desporto e Educação Física (https://uma.co.ao/Faculdades/Curso/26) .


Universidade Metodista de Angola. 2020.

19. Cacuaco em festa (https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/detalhes.php?id=30688


5) . Jornal de Angola. 20 de junho de 2014.

20. Cacuaco (http://m.redeangola.info/roteiros/cacuaco/) . Rede Angola. 3 de setembro de


2015.

Ver também

Comunas de Angola

Este artigo sobre geografia de Angola, integrado ao projecto Angola, é um esboço. Você pode
ajudar a Wikipédia expandindo-o (https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cacuaco&actio
n=edit) .

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Cacuaco&oldid=64080751"

Última modificação há 4 meses por Hallel

Você também pode gostar