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Maputo

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Nota: "Lourenço Marques" redireciona para este artigo. Para a personalidade
homónima, veja Lourenço Marques (explorador). Para outros significados, veja Maputo
(desambiguação).

Coordenadas: 25° 58' S 32° 35' E

Maputo

município e província

Símbolos

Bandeira

Apelido(s) Cidade das Acácias


Pérola do Índico[1]

Localização
Maputo

Wikimedia | © OpenStreetMap

Localização em mapa dinâmico

Coordenadas 25° 58' S 32° 35' E

País Moçambique

História

Fundação 1782

Elevação a vila 1877

Elevação a Cidade 10 de novembro de 1887

Administração

Distritos Distritos Urbanos

Presidente do Conselho Eneas Comiche (Frelimo)


Municipal

Governadora da Cidade de Iolanda Maria Pedro Campos


Maputo Cintura Seuane

Características geográficas

Área total [2] 300 km²

População total (2017) [3] 1 088 449 hab.

• População metropolitana 3 158 465 (inclui o município


da Matola e os distritos de
Boane e Marracuene)

Densidade 3 628,2 hab./km²

• Gentílico Maputense

Altitude [4] 47 m

Fuso horário CAT (UTC+2)

Código postal 1100

Código de área +258 21

Outras informações

IDH[2] 0,644 (2006)

ISO 3166-2 MZ-MPM

Maputo é a capital e a maior cidade de Moçambique. É também o principal


centro financeiro, corporativo e mercantil do país. Localiza-se na margem ocidental da baía
de Maputo, no extremo sul do país, perto da fronteira com a África do Sul e, da fronteira
com o Essuatíni e, por conseguinte, da tripla fronteira dos três países.
Fundada no século XVI, serviu como o principal entreposto português naquele ponto
do oceano Índico, graças à sua baía privilegiada, tornando-se, em 1898, a capital da
colónia; até 13 de março de 1976, a cidade era denominada "Lourenço Marques" em
homenagem ao explorador português homónimo.
A cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem
também, desde 1980, o estatuto de província.[5] Não deve ser confundida com a província
de Maputo, que ocupa a parte mais meridional do território moçambicano, excetuando a
cidade de Maputo.
O município tem uma área de cerca de 300 quilómetros quadrados e uma população de
1 088 449 (Censo de 2017)[3] A sua área metropolitana, que inclui o município da Matola e
os distritos de Boane e Marracuene, tem uma população de 3 158 465 habitantes.
Índice

 1Etimologia
 2História
o 2.1Domínio português
o 2.2Depois da independência moçambicana
 3Geografia
o 3.1Clima
 4Demografia
o 4.1Línguas e composição étnica
o 4.2Religiões
 5Governo da cidade de Maputo
o 5.1Município
o 5.2Província
o 5.3Cidades-irmãs
 6Divisão administrativa
 7Economia
 8Infraestrutura
o 8.1Transportes
o 8.2Saúde
o 8.3Educação
 9Cultura
o 9.1Património cultural
o 9.2Arquitectura
o 9.3Desporto
 10Referências
 11Ligações externas

Etimologia[editar | editar código-fonte]


Foi fundada em 1782, na forma de uma feitoria com o nome de Lourenço Marques. A 9 de
dezembro de 1876, foi elevada a vila e, em 10 de novembro de 1887, a cidade, por meio
de um Decreto do Rei de Portugal (formalmente intitulado Decreto Régio).[6] A cidade
passou a designar-se Maputo depois da independência nacional, uma decisão anunciada
pelo então presidente Samora Machel num comício a 3 de fevereiro de 1976[7] e
formalizada em 13 de março.[8] O nome provém do Rio Maputo, que marca parte da
fronteira sul do país e que, durante a guerra pela independência de Moçambique, adquirira
grande ressonância através do slogan "Viva Moçambique unido do Rovuma ao Maputo"
(o Rovuma é o rio que forma a fronteira com a Tanzânia, a norte). Com a independência, a
cidade sofreu um imenso afluxo populacional, devido à guerra civil travada no interior do
país (1976-1992) e à falta de infraestruturas nas zonas rurais. O natural crescimento
demográfico faria também com que a cidade se transformasse muito ao longo dos anos
1980 e 1990.
Para além destas duas designações, a cidade e a sua área também foram conhecidas por
outros nomes, tais como Baía da Lagoa, Xilunguíne ou Chilunguíne (local onde se fala
a língua portuguesa), Mafumo, Camfumo ou Campfumo (do clã dos M'pfumo, o reino mais
importante que existia nesta região), Delagoa e Delagoa Bay, sendo esta designação mais
conhecida internacionalmente pelo menos até aos primeiros anos do século XX.[9]
Entre 1980 e 1988, a cidade de Maputo incluiu a cidade da Matola, formando o Grande
Maputo, com uma área de 633 quilómetros quadrados. [10][11]
História[editar | editar código-fonte]
Domínio português[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: História de Maputo

Vista de Lourenço Marques em 1905

Na margem norte do Estuário do Espírito Santo Estuário da Baía de Maputo, em uma


entrada para o oceano Índico, a cidade de Lourenço Marques foi fundada e nomeada em
homenagem ao navegador português que, com António Caldeira, foi enviado em 1544 pelo
governador de Moçambique em uma viagem de exploração.[12] As fortalezas e feitorias que
os portugueses estabeleceram, abandonaram e reocuparam na margem norte do rio
tinham todas o nome de "Lourenço Marques". A cidade desenvolveu-se em torno de uma
fortaleza portuguesa concluída em 1787, mas o actual assentamento europeu data de
cerca de 1850, visto que o anterior foi totalmente destruído pelos nativos.
Em 1871, a povoação era descrita como um lugar pobre e com ruas estreitas, mas a
crescente importância de Transvaal levou a um maior interesse do Império Português.
Uma comissão foi enviada pelo governo português em 1876 para drenar a
terra pantanosa perto do assentamento e construir um hospital e uma igreja. Cidade desde
1887, Lourenço Marques passou a substituir a Ilha de Moçambique como capital
de Moçambique em 1898.[13] Em 1895, a construção de uma ferrovia para Pretória,
na África do Sul, causou um aumento populacional.[14]
No início do século XX, com um porto bem equipado, com píeres, cais, armazéns de
desembarque e guindastes elétricos, o que permitia que grandes navios pudessem
descarregar cargas directamente para o transporte ferroviário, a cidade de Lourenço
Marques desenvolveu-se sob domínio português e alcançou grande importância como
uma cidade cosmopolita.
Com o crescimento contínuo da população da cidade e de sua economia em expansão
centrada no porto, a partir de 1940 o governo de Portugal construiu uma rede de
escolas primárias e secundárias, escolas industriais e comerciais, bem como a
primeira universidade na região, a Universidade de Lourenço Marques, inaugurada em
1962. As comunidades de portugueses, islâmicos (incluindo ismaelitas), indianos (inclusive
do Estado Português da Índia) e chineses (incluindo macaenses) conseguiram alcançar
grande prosperidade através do desenvolvimento de setores industriais e comerciais da
cidade. No entanto, a maioria da população africana nativa não conseguia se desenvolver
economicamente. Antes da independência de Moçambique em 1975, milhares de turistas
da África do Sul e da Rodésia (atual Zimbábue) frequentavam a cidade e suas praias,
hotéis, restaurantes, casinos e bordéis. A Frente de Libertação de Moçambique, ou
FRELIMO, formada na Tanzânia em 1962 e liderada por Eduardo Mondlane, lutou pela
independência do domínio português. A Guerra de Independência de Moçambique durou
mais de 10 anos, terminando apenas em 1974, quando o regime do Estado Novo foi
derrubado em Lisboa por um golpe militar de esquerda - a Revolução dos Cravos. O novo
governo português então concedeu independência a todos os territórios ultramarinos
portugueses.[15]
Depois da independência moçambicana[editar | editar código-fonte]
Imagem da Estação do Caminho de Ferro da cidade de Maputo em 1988

Praça da Independência

A República Popular de Moçambique foi proclamada em 25 de junho de 1975, em


conformidade com o Acordo de Lusaka, assinado em setembro de 1974.[16] Um desfile e
um banquete de Estado concluiu as festividades da independência na capital, que era
esperada para ser renomeada para "Can Phumo", ou "Lugar de Phumo ", um
chefe tsonga que morava na região, antes do navegador português Lourenço
Marques visitar o local pela primeira vez em 1545 e dar seu nome a ele.[17] No entanto,
após a independência, o nome da cidade foi alterado (em fevereiro de 1976) para Maputo.
O nome de Maputo supostamente tem sua origem no rio Maputo. Em 1975, ainda
no Governo de transição de Samora Machel e, em Lourenco Marques, de Alberto
Massavanhane, as estátuas de heróis portugueses foram removidas e a maior parte foi
armazenada na fortaleza. Soldados negros com fuzis soviéticos substituíram os soldados
do Exército Português (brancos e negros) com armas ocidentais por toda a cidade. As ruas
de Maputo, originalmente nomeadas em homenagem a heróis portugueses ou a datas
importantes da história de Portugal, tiveram seus nomes mudados para línguas africanas e
passaram a homenagear figuras revolucionárias ou nomes históricos pré-coloniais.
Após a Revolução dos Cravos, em Lisboa, mais de 250 mil portugueses saíram de
Moçambique praticamente durante a noite, deixando economia e administração do país
completamente incontroláveis. Com o êxodo de portugueses treinados, o país recém-
independente não teve tempo para alocar recursos para manter a sua infraestrutura até
então bem desenvolvida.[18]
Além disso, políticas stalinistas autoritárias e o planejamento central burocrático deixaram
Moçambique em uma condição extremamente precária desde o eu início, e assim a
economia despencou. A FRELIMO, agora o partido do governo, pediu ajuda para os
governos comunistas da União Soviética e Alemanha Oriental. Até o início dos anos 1980,
o país estava falido. O dinheiro era inútil e lojas estavam vazias. Logo após a
independência, o país foi assolado, de 1977 a 1992, por uma guerra civil longa e
violenta entre a FRELIMO e a RENAMO. Este conflito interrompeu a estabilidade
econômica e política da cidade. Desde o acordo de paz assinado em 1992, o país voltou a
seus níveis de estabilidade política pré-independência.[19]

Geografia[editar | editar código-fonte]


Maputo vista da Estação Espacial Internacional

A cidade de Maputo está localizada no sul de Moçambique, a oeste da Baía de Maputo,


no Estuário do Espírito Santo, onde desaguam os rios Tembe, o Umbeluzi, o Matola e
o Infulene. Está situada a uma altitude média de 47 metros. Os limites do município se
encontram entre as latitudes 25º 49' 09" S (extremo norte) e 26º 05' 23" S (extremo sul) e
as longitudes 33° 00' 00" E (extremo leste - considerada a ilha de Inhaca) e 32° 26' 15" E
(extremo oeste).[2]
O município de Maputo possui área de 346,77 quilómetros quadrados e faz divisa com o
distrito de Marracuene, a norte; o município da Matola, a noroeste e oeste; o distrito
de Boane, a oeste; e o distrito de Matutuíne, ao sul; todos, pertencentes
à província de Maputo. A cidade de Maputo está situada a 120 quilómetros da fronteira
com a África do Sul e 80 quilómetros da fronteira com o Essuatíni.[20]
Clima[editar | editar código-fonte]
O clima de Maputo é o tropical seco.[2] O período mais quente do ano compreende os
meses de novembro a abril e o mais frio os meses de maio a outubro. O período de
maior precipitação ocorre nos meses mais quentes, entre novembro e março.
A humidade relativa média é de 66,6%, com pouca oscilação durante o ano. O mês com
maior humidade relativa é março com 71,0%, e o mês como menor humidade é junho com
63,5%.[21]
[Esconder]Dados climatológicos para Maputo
Mês Jan Fev Mar Abr Mai
Temperatura máxima recorde (°C) 43 39 40 39 38
Temperatura máxima média (°C) 29,9 29,6 29,3 27,8 26,4
Temperatura mínima média (°C) 22,3 22,3 21,5 19,4 16,8
Temperatura mínima recorde (°C) 16 17 16 11 8
Precipitação (mm) 171,1 130,5 105,6 56,5 31,9
Dias com chuva 8,1 7,6 7,0 4,4 2,8
Humidade relativa (%) 69,0 69,0 71,0 67,5 66,0
Horas de sol 248 226 248 240 248
Fonte: World Meteorological Organization[22]
Fonte 2: BBC Weather[21]
Demografia[editar | editar código-fonte]

Vista geral da cidade

Os resultados preliminares do censo de 2017 apontam para uma ligeira diminuição da


população dos 1 111 638 registados no censo de 2007 para 1 101 170,[23] menos 10468
habitantes ou 0,9%. Esta diminuição teve lugar depois de um crescimento fraco de 13,2%
entre os entre os 966 837 habitantes enumerados no censo de 1997. O crescimento
populacional entre 1997 e 2007 equivale a 1,2% ao ano, metade da média nacional de
2,4%. Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), este crescimento populacional
lento em Maputo é resultado da migração para a província de Maputo, principalmente para
as zonas de expansão habitacional nos distritos de Boane, Marracuene e cidade
da Matola. O INE relata ainda que entre 2006 e 2007, a cidade de Maputo recebeu de
outras províncias 26 038 pessoas, mas por outro lado, 39 614 saíram para a província de
Maputo.[24] No início de 2013 a população do município estava estimada em 1 209 993
habitantes.[25]

População da Cidade de Maputo[26][23][3]

1980 1997 2007 2017

537 912 966 837 1 111 638 1 088 449

O censo de 2007 apontou ainda uma queda na taxa de natalidade (de 35,5 nascidos vivos
por mil habitantes em 1997 para 27,6 em 2007) e na taxa de fecundidade (de 4,2 filhos por
mulher em 1997 para 2,9 em 2007).[24] Com relação à taxa de analfabetismo, a cidade de
Maputo registrou uma redução de 15% em 1997 para 9,8% em 2007. Porém, permanece a
disparidade entre os sexos: 4,4% dos homens declararam que não sabiam ler nem
escrever, contra 14,8% das mulheres.[24] Houve melhoras também nas condições
habitacionais, em 1997, 38% das residências possuíam energia elétrica, em 2007 este
número passou para 63%. Com relação a água canalizada, o crescimento foi de 49% em
1997 para 55% em 2007.[24]
Línguas e composição étnica[editar | editar código-fonte]
De acordo com o censo de 2007, a população de Maputo, com cinco anos de idade ou
mais, por língua materna e sexo, estava distribuída da seguinte
forma: português (42,9%), xichangana (31,5%), xironga (9,7%), cicopi/cichopi (3,3%), xítsu
a (3,5%), bitonga (2,8%), outras línguas moçambicanas (4,4%) e outras línguas
estrangeiras (1,3%).[27]
De acordo com o censo de 2007, a população de Maputo estava distribuída da seguinte
forma, segundo
a raça: negros (95,07%), mestiços (2,81%), brancos (0,67%), industânicos (0,69%) e
outras (0,76%).[28]
Religiões[editar | editar código-fonte]

Catedral de Maputo

Comparando os censos de 1997 e 2007, verifica-se redução no número de pessoas que


dizem não pertencer a qualquer seita religiosa, passando de 15,9% em 1997 para 14,3%
em 2007.[24] Foi verificada, também, redução no número de pessoas pertencentes à Igreja
Zione de 38,7% em 1997 para 25,2% em 2007.[24] O número de católicos, por sua vez,
aumentou de 21,6% em 1997 para 23,1% em 2007. Os muçulmanos passaram de 4,6%
para 5,3%, enquanto que os protestantes dobraram de 1997 para 2007, atingindo
21,2%.[24] De acordo com o censo de 2007, a população de Maputo por religião e sexo
estava distribuída da seguinte forma: Igreja Zione (25,24%), catolicismo
romano (23,09%), protestantismo (21,16%), islamismo (5,35%), anglicanismo (1,80%), irrel
igião (14,31%), outras (14,31%) e desconhecidas (0,82%).[29]
Entre os lugares de culto, existem principalmente igrejas e templos cristãos: Arquidiocese
de Maputo (Igreja Católica), Igreja Reformada em Moçambique (Comunhão Mundial das
Igrejas Reformadas), Igreja Presbiteriana de Moçambique (Comunhão Mundial das Igrejas
Reformadas), Convenção Baptista de Moçambique (Aliança Batista Mundial), Igreja
Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus, Zion Christian Church.[30] Há também
mesquitas muçulmanas.

Governo da cidade de Maputo[editar | editar código-fonte]


Município[editar | editar código-fonte]
Após a assinatura dos Acordos de Lusaca, a Frelimo nomeou Alberto
Massavanhane como Presidente do Conselho Executivo, e ate 1997 os Presidentes do
Conselho foram designados e nomeados pela Frelimo. A autarquia de Maputo é dirigida
desde novembro de 1998 por um Conselho Municipal, órgão executivo colegial constituído
por um Presidente eleito por voto direto para um mandato de cinco anos e por
15 vereadores por ele designados. O governo é monitorizado por uma Assembleia
Municipal, composta por vereadores também eleitos por voto direto.[31] Antes desta data a
cidade era dirigida por um Conselho Executivo nomeado pelo governo central. Os
seguintes presidentes dos conselhos executivo e municipal dirigiram a cidade:

Edifício do Conselho Municipal de Maputo


Edifício do Governo Provincial da Cidade de Maputo

Data da tomada Presidente do Conselho Executivo


de posse (Nomeado)

Governo de transição Alberto Massavanhane

17 de junho de 1980 António Hama Thay

1 de dezembro de 1982 Gaspar Horácio Mateus Zimba

28 de maio de 1983 Alberto Massavanhane

12 de março de 1987 João Baptista Cosme

20 de novembro de 1997 Artur Hussene Canana

Data da tomada Presidente do Conselho Municipal


Partido
de posse (Eleito)

27 de novembro de 1998 Artur Hussene Canana Frelimo

19 de novembro de 2003 Eneas da Conceição Comiche Frelimo

7 de fevereiro de 2009 David Simango Frelimo

7 de fevereiro de 2014 David Simango Frelimo

Província[editar | editar código-fonte]


Apesar da cidade de Maputo ter estatuto de província desde 1980,[32] só em fevereiro de
2005 foi nomeada a sua primeira governadora (o cargo esteve vago até essa altura):
Data da nomeação Governador/a

11 de fevereiro de 2005 Rosa Manuel da Silva[33]

16 de janeiro de 2010 Lucília José Manuel Nota Hama[34]

19 de janeiro de 2015 Iolanda Maria Pedro Campos Cintura[35]

Cidades-irmãs[editar | editar código-fonte]


Maputo faz parte das 8 Cidades Fundadoras da UCCLA, União das Cidades Capitais
Luso-Afro-Américo-Asiáticas. Tem ainda várias cidades-geminadas:
Xangai, China[36]
Lisboa, Portugal[37]
Rio de Janeiro, Brasil
Luanda, Angola
Joanesburgo, África do Sul
Brasília, Brasil
Lagos, Nigéria
Bordéus, França
Tampa, Estados Unidos
Málaga, Espanha
Coimbra, Portugal
Chennai, Índia
Harare, Zimbábue
Mebabane, Essuatíni
Chiba, Japão
Macau, Macau
Monterrei, México
Ubatuba, Brasil

Divisão administrativa[editar | editar código-fonte]


Maputo está dividida em sete distritos municipais, que se encontram, por sua vez, divididos
em bairros e povoações:
Distritos de Maputo

Unidade População
Área
Administrativa (Censo Bairros/Povoações
km²[39]
Autárquica[38] 2017)[3]

Distrito Urbano de Central A, B e C; Alto Maé A e


KaMpfumo 12 76 157 B; Malhangalene A e B; Polana Cimento A e
(antigo nº1) B, Coop e Sommerschield.

Distrito Urbano de
Aeroporto A e B; Xipamanine; Minkadjuíne;
Nlhamankulu
8 127 079 Unidade 7; Chamanculo A, B, C e D;
(ou Chamanculo,
Malanga e Munhuana.
antigo nº 2)

Distrito Urbano de
KaMaxaquene Mafalala; Maxaquene A, B, C e D; Polana
12 195 556
(ou Maxaquene, Caniço A e B e Urbanização.
antigo nº 3)

Distrito Urbano de
Mavalane A e B; FPLM; Hulene A e B;
KaMavota
108 326 771 Ferroviário; Laulane; 3 de fevereiro; Mahotas,
(ou Mavota, antigo
Albazine e Costa do Sol.
nº4)
Distrito Urbano de Bagamoyo; George Dimitrov (Benfica);
KaMubukwana Inhagoia A e B; Jardim, Luís Cabral;
53 319 968
(ou Mubukwane, Magoanine; Malhazine; Nsalane; 25 de junho
antigo nº5) A e B; e Zimpeto.

Distrito Municipal de
KaTembe Gwachene; Chale; Inguice; Ncassene e
101 28 788
(ou Catembe, antigo Xamissava.
nº6)

Distrito Municipal de
KaNyaka
52 5 958 Ingwane; Ribjene e Nhaquene.
(ou Inhaca, antigo
nº7)

Economia[editar | editar código-fonte]

Porto de Maputo, o segundo maior da costa oriental da África

Maputo não é só a capital política de Moçambique, mas ocupa também uma posição
central em termos de infraestrutura, atividade económica, educação e saúde. A cidade
concentra a maior parte dos serviços e sedes dos grandes grupos económicos e
empresas, públicas e privadas.
Apesar de concentrar apenas 5,4% da população do país, Maputo é responsável por
20,2% do PIB de Moçambique. Os setores de comércio, transporte e comunicações e
indústria manufatureira são os mais significativos, contribuindo, respectivamente, com
29,6%, 29,5% e 12,4% da produção nacional, de acordo com o Relatório Nacional de
Desenvolvimento Humano (PNUD, 2006).[1]
Os principais produtos agrícolas do município de Maputo
são: alface, couve, abóbora, alho, cebola, batata-
doce, mandioca, repolho, tomate, cenoura, feijão, milho, amendoin, beterraba e pimento.[2]
As principais indústrias do município são a indústria química e a de alimentos. Outras
indústrias incluem a indústria discográfica, metalúrgica e de móveis.[2]
Panorama do centro de Maputo.

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]


Transportes[editar | editar código-fonte]

Aeroporto Internacional de Maputo

A cidade alberga Porto de Maputo, o segundo mais movimentado da costa oriental da


África, ao qual confluem as linhas ferroviárias de Goba, do Limpopo e de Ressano
Garcia,[40] ligando aos vizinhos Essuatíni, África do Sul e Zimbábue. Este sistema ferro-
portuário é gerido pela empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique
(CFM), com sede em Maputo.[41]
A rede rodoviária permite a ligação de Maputo com o Essuatíni, África do Sul e o resto de
Moçambique. Em termos de ligações aéreas, Maputo é servida pelo Aeroporto
Internacional de Maputo, o maior do país.[42]
O sistema de transporte público em Maputo é bastante deficiente. A empresa pública TPM
– Transportes Públicos de Maputo é a empresa que explora o transporte urbano na região
metropolitana de Maputo, porém, devido a frota limitada de veículos e as condições
precárias das vias de acesso, muitos bairros deixam de ser atendidos. Para atender a
demanda por transporte existem semi-coletivos particulares (vans, conhecidas
como chapa 100), estes veículos, muitos dos quais em más condições de conservação,
não suprem o déficit no transporte público, circulam sobrelotados, principalmente na hora
de ponta, não têm horários e muitas vezes não cumprem o itinerário previsto.[43][44]
Saúde[editar | editar código-fonte]
Hospital Central de Maputo

Maputo possui a seguinte infraestrutura na área de saúde pública (dados de 2005): 1


Hospital Central e Provincial; 4 Hospitais Rurais e Gerais; 16 Centros de Saúde; 20 Postos
de Saúde; total de 41 unidades de saúde.[45]
Os leitos disponibilizados no sistema de saúde de Maputo equivalem a 19,9 para cada
10 000 habitantes, mais do que o dobro da média nacional de 9,7 leitos (dados de
2005).[46] Em julho de 2012 o governo anunciou a intenção de transferir, até ao final do ano,
a rede básica de saúde (centros e postos de saúde) para a gestão municipal.[47] De acordo
com o censo de 2007, 55,1% das residências possuíam água canalizada, sendo 16%
dentro de casa e 39,1% fora de casa. 15% das residências não possuíam nenhum
saneamento básico.[24]
Apesar dos esforços do Ministério da Saúde de Moçambique, a situação da SIDA no país
é extremamente séria, principalmente no sul do país onde se localiza a cidade de Maputo.
As avaliações (Rondas de Vigilância Epidemiológica) tem sido feitas periodicamente com o
objetivo de avaliar a prevalência do HIV na população adulta. O quadro abaixo mostra a
evolução da prevalência do HIV em mulheres grávidas de 15 a 49 anos:[48]

Comparação das taxas Estimadas de Prevalência do HIV em mulheres grávidas (15-49 anos) -
Ronda 2007
(Limites de plausibilidade)[49]

Local 2001 2002 2004 2007

Maputo 17% (12%-20%) 18% (13%-23%) 21% (16%-26%) 23% (18%-29%)

Moçambique 14% (12%-14%) 15% (13%-15%) 16% (14%-16%) 16% (14%-17%)

Educação[editar | editar código-fonte]


Tal como no resto do país, o governo central, através da Direcção Provincial de Educação
de Maputo-Cidade, era responsável pela gestão do sector da educação. No contexto do
aprofundamento das competências das autarquias locais, o governo municipal assumiu a
responsabilidade da gestão do nível básico da educação em junho de 2010, o que implicou
assumir a gestão de 150 escolas primárias.[50] Entre as escolas secundárias, algumas das
mais tradicionais são a Escola Secundária Francisco Manyanga[51] e a Escola Secundária
Josina Machel.[52]

Universidade Eduardo Mondlane


Maputo abriga várias universidades e instituições públicas de ensino superior,[53] onde as
com maior nível de oferta e melhor posicionamento em ranquingues de ensino são as
públicas, sendo: Universidade Eduardo Mondlane (UEM), fundada em 1962, é a maior
instituição de ensino superior do país; Universidade Maputo (UniMaputo; antiga
Universidade Pedagógica), vocacionada para a formação de professores, e; Universidade
Joaquim Chissano (UJC), fundada em 2018 a partir da fusão de duas instituições
independentes. Outras instituições públicas relevantes incluem o Instituto Superior de
Artes e Cultura (ISArC), o Instituto Superior de Ciências da Saúde (ISCISA), a Escola
Superior de Jornalismo (ESJ), a Escola Superior de Ciências Naúticas (ESCN) e o Instituto
Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique (ISCAM).[54]
A cidade também é a sede de algumas instituições de ensino superior privadas,[53] sendo
as principais a Universidade Politécnica (A Politécnica), [55] a Universidade Técnica de
Moçambique (UDM), a Universidade de São Tomás de Moçambique (USTM), o Instituto
Superior Monitor (ISM), o Instituto Superior de Ciências e Tecnologias de Moçambique
(ISCTEM), o Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC) e o Instituto
Superior de Tecnologias e Gestão (ISTEG).

Cultura[editar | editar código-fonte]


A base cultural de Maputo é banto, mas outros elementos contribuíram para a formação
cultural da cidade. A cultura portuguesa foi relevante nesta formação, tendo em vista
que Portugal foi o país colonizador de Moçambique. Outras culturas, como
a árabe, chinesa e indiana também tiveram uma contribuição significativa. Maputo possui
uma cultura também muito influenciada pela África do Sul, país vizinho de Moçambique.
Património cultural[editar | editar código-fonte]
Ver também: Lista do património edificado em Moçambique

Fortaleza de Maputo

Estação Ferroviária, construída entre 1913-1916

A cidade de Maputo conta com alguns monumentos importantes para a compreensão da


história, não só da cidade, mas do próprio país. Ainda que boa parte do património esteja
degradada, a cidade exibe exemplares interessantes da arquitetura modernista portuguesa
que floresceu nos anos 1960 e 70 do século passado. Alguns dos monumentos mais
importantes da cidade:

 Aeroporto Internacional de Maputo


 Biblioteca Nacional de Moçambique
 Bloco Habitacional O Leão Que Ri
 Casa Amarela (que alberga o Museu Nacional da Moeda)
 Casa de Ferro
 Catedral de Maputo
 Cenáculo da Fé
 Edifício do Conselho Municipal de Maputo
 Edifício dos Correios de Maputo
 Estação de Biologia Marítima
 Estação do Caminho de Ferro, eleita a sétima mais bela do mundo[56][57]
 Fortaleza de Maputo
 Hotel Polana
 Igreja da Polana
 Jardim Tunduru
 Monumento aos Mortos da Primeira Guerra Mundial
 Museu de História Natural de Moçambique
 Palácio da Ponta Vermelha
Arquitectura[editar | editar código-fonte]
Maputo tem sido sempre o centro das atenções durante os seus anos de formação e este
forte espírito artístico foi responsável por atrair alguns dos arquitectos mais avançados do
mundo na virada do século XX. A cidade é o lar de obras de construção atribuídas
a Pancho Guedes, Herbert Baker e Thomas Honney, entre outros. Os primeiros esforços
de arquitectura em torno da cidade teve como foco projetos europeus clássicos, como a
Estação Central (CFM) projetado pelos arquitectos Alfredo Augusto Lisboa de Lima, Mário
Veiga e Ferreira da Costa e construída entre 1913 e 1916 (às vezes confundido com o
trabalho de Gustave Eiffel[58]) e do Hotel Polana, desenhado por Herbert Baker.
À medida que os anos 1960 e 1970 se aproximavam, Maputo foi mais uma vez no centro
de uma nova onda de influências arquitectónicas de cunho mais popular, por Pancho
Guedes. Os desenhos dos anos 1960 e 1970 foram caracterizados por movimentos
modernistas de estruturas limpas, rectas e funcionais. No entanto, os arquitectos
proeminentes, como Pancho Guedes, fundiram isso com esquemas de arte locais dando a
edifícios da cidade um tema moçambicano único. Como resultado, a maioria das
propriedades erguidas durante o segundo boom da construção assumiram estas
sugestões de denominação.[58]
Desporto[editar | editar código-fonte]

Maria de Lurdes Mutola

Tanto a Federação Moçambicana de Futebol,[59] entidade máxima responsável pelo futebol


de Moçambique em todas as suas categorias, bem como a Liga Moçambicana de
Futebol,[60] organizadora das competições nacionais de futebol profissional, estão sediadas
em Maputo. Os principais representantes da cidade no campeonato nacional de futebol da
primeira divisão (Moçambola) são o Ferroviário de Maputo, o Desportivo de Maputo,
o Costa do Sol e o Maxaquene, 1º, 2º, 3º e 5º colocados, respectivamente, do campeonato
de 2009.[61][62]
O principal estádio do país é o Estádio Nacional do Zimpeto,[63] um novo estádio multiuso
construído no bairro de Zimpeto, subúrbio de Maputo, entregue ao governo em 18 de
fevereiro de 2011[64] e inaugurado em 23 de abril de 2011.[65] O estádio tem uma
capacidade para 42 000 espectadores e será o principal palco dos Jogos Pan-Africanos de
2011, que serão sediados na cidade.[66]
Antes da construção do estádio no Zimpeto, o principal estádio de Maputo era o Estádio da
Machava, com capacidade para 60 000 pessoas,[67] do Ferroviário de Maputo, que não está
localizado no município de Maputo, mas sim na vizinha cidade da Matola. Outros
importantes estádios da cidade são o Estádio do Maxaquene, do Maxaquene, com
capacidade para 15 000 pessoas; e o Estádio do Costa do Sol, do Costa do Sol, com
capacidade para 10 000 pessoas..[62]

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