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ANHANGUERA EDUCACIONAL

Centro de Educação a Distância


(CAMPINAS – UNIDADE 4)

ATPS - SERVIÇO SOCIAL AO CONTEXTO URBANO E RURAL

Tutor a Distância: Profª: MA. LAURA SANTOS


Tutora Presencial: Profª: ELIETE DO NASCIMENTO LOBO

Acadêmico (a) Registro Acadêmico


BRÁS EDIMAR PINTO 232.840.860-9
VERÔNICA AP. ZIBORDI ROSA 262.548.285-9
MARIA CECÍLIA SARAIVA 230.735.979-5
LUANA SACRAMENTO DE SOUZA 230.627.422-8

Campinas
Setembro de 2014

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Sumário

Introdução ....................................................................................................... 3

Conceito geral sobre a reforma agrária .......................................................... 3

Legislação ....................................................................................................... 4

Iniciativa pioneira ............................................................................................ 5

O MST e os demais Movimentos Sociais ....................................................... 6

Dois documentários que mostram o MST e a Reforma Agrária....................... 9

1º filme - Fruto da Terra .................................................................................. 9

2º filme - Por Longos Dias .............................................................................. 10

Os Retirantes – Obra de Cândido Portinari de 1944...................................... 11

O Êxodo Rural................................................................................................. 12

Brasil sem miséria........................................................................................... 15

Considerações finais....................................................................................... 15

Referências bibliográficas............................................................................ 16

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o conceito geral sobre a


reforma agrária, as aspirações dos movimentos sociais em prol da reforma agrária
no Brasil a criação dos primeiros movimentos, a trajetória desses movimentos e
identificar as ações das políticas públicas para atender aos anseios e necessidades
do trabalhador rural.
O Movimento Sem Terra tem como objetivo principal lutar para estabelecer a
reforma agrária no Brasil, sempre com base e forte enfoque teórico no marxismo.
No decorrer dos anos o MST – (Movimento Sem Terra) foi de grande
importância para a Reforma Agrária, por sua história de lutas e de conquistas. Esse
trabalho fará uma abordagem sobre esse Movimento, tratando um pouco de suas
lutas, seus seguidores. Quando estudamos esse tema concluímos, que o Movimento
sozinho, não resolve o problema da Reforma Agrária no Brasil. Mas com certeza
sempre terá uma contribuição relevante, que sempre será discutido no cenário
político.
Sempre agindo de maneira organizacional ao realizar as suas ocupações,
agindo, estabelecendo suas lutas simultâneas, ou seja, em vários lugares ao mesmo
tempo. Sempre seguindo o mesmo padrão: Montar seus barracos de lona preta, ou
seja, na beira de estradas, ou em propriedades, que consideram relevantes. Suas
ocupações sempre são acompanhadas com um cunho político, pela luta e posse da
terra, onde seus integrantes batalham contra a desigualdade na distribuição de
terras.

CONCEITO GERAL SOBRE A REFORMA AGRARIA

A reforma agrária é o sistema que regula e promove a "justa" divisão de terras


em um estado, esse é o conceito geral, porém no Brasil, ela deve atuar com intuito
de reparar séculos de uma injusta distribuição fundiária que perdura até os dias
atuais. O que ocorre é uma imensa disparidade entre detentores de grandes porções
de terras os (latifundiários) e uma maioria de pessoas que não tem onde morar e
produzir.
Atualmente, a Reforma Agrária no Brasil se dá basicamente da seguinte
forma: a União realiza a compra ou a desapropriação de latifúndios particulares
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considerados improdutivos em diversas áreas da federação, e sob a figura do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), distribui e loteia essas terras
às famílias que recebem esses lotes, como também presta uma assistência
financeira, de consultoria e de insumos para que possam produzir nessas terras.

LEGISLAÇÃO

A lei de desapropriação, garantida pela Constituição de 1988, instituída pelo


Plano Nacional de Reforma Agrária, sob o decreto de lei nº 3.365, de 21 de junho
de 1941, reformulado pela Constituição, assegura o direito da União à
desapropriação de terras ditas particulares, consideradas improdutivas, em
decorrência da utilidade pública, especialmente para fins de Reforma Agrária,
podendo haver também outras prioridades de utilidade por parte da União.
Houve, no Brasil, diversas configurações do sistema de Reforma Agrária ao
longo do tempo. Há muitas divergências no que diz respeito a sua execução no
Brasil. Existe a proposta institucional para o problema de terras, também como uma
proposta de revolução agrária, resultando num movimento pela força das classes
interessadas e afetadas pela má distribuição de terras.
Para procurar equacionar de maneira positiva o problema da divisão agrária
no Brasil, o governo tem desenvolvido durante décadas um sistema de reforma que,
embora tenha caminhado lentamente, tem dado resultados em longo prazo,
guardadas as divergências com grupos que lutam pela terra como o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e problemas identificados,
conforme pesquisas realizadas e atualizadas.
O quadro tem mudado lentamente; porém, é necessário, ainda, muitas
melhorias nesse sentido. Dados do ano de 2009 do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) calculam que a situação agrária no Brasil em terras rurais,
permaneceu praticamente inalterada nos últimos 20 anos. Dado preocupante, ainda
mais quando se constata, no mesmo senso agropecuário, que as propriedades que
têm até 10 mil hectares representam um total de apenas 2,7% de todo o coeficiente
de terras destinadas à agropecuária, sendo uma vasta maioria formada ainda, por
latifúndios de mais de 1000 hectares. Ou seja, os grandes fazendeiros ainda
permanecem com a maioria das terras, ainda que sem produzir em muitas delas,
enquanto que milhares de famílias ainda não têm onde morar e produzir.
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A pesquisa do IBGE concluiu que o total de estabelecimentos ou terras
destinadas à agropecuária representa um montante de 330 milhões de hectares,
equivalente a 36% de todo o território nacional do Brasil. Isso implica em dizer que,
desses 330 milhões de hectares de terras agropecuárias, aproximadamente 141,9
milhões de hectares são latifúndios. Reflexo de séculos, que necessita de uma
reparação estrutural e histórica, por parte do Estado, e da conscientização dos
grandes latifundiários.
É de responsabilidade do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) a inclusão de territórios de povos e
comunidades tradicionais no Cadastro
Ambiental Rural (CAR). Para isso, um Grupo
de Trabalho foi instituído a fim de analisar,
discutir e padronizar o processo de inscrição, dos territórios quilombolas titulados em
todo o País.
Segundo o diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra, Richard
Torsiano, o Código Florestal trouxe ao debate ambiental os territórios quilombolas.
“O trabalho agora é estruturar a metodologia e o padrão da inserção das
comunidades quilombolas no CAR”, explica.
A expectativa é de que essa metodologia esteja concluída até o final de
setembro. A partir disso, as superintendências do Incra nos estados poderão iniciar
a inclusão das comunidades quilombolas no CAR. Torsiano salienta que a inscrição
das áreas quilombolas será feita por um processo simplificado, levando em
consideração o território. O Brasil tem 154 territórios quilombolas, que foram
titulados entre 1995 e 2014. Eles ocupam uma área de 982 mil hectares, onde vivem
13.138 famílias.

INICIATIVA PIONEIRA

O Grupo de Trabalho que irá discutir o CAR nos territórios quilombolas é


resultado de uma definição da Mesa Nacional de Regularização Fundiária
Quilombola, que se reúne desde agosto de 2013 e foi institucionalizada no último dia
24 de julho. A Mesa é um espaço de discussão do processo de regularização

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fundiária dos territórios quilombolas entre órgãos governamentais e a sociedade
civil.
De acordo com o secretário Nacional de Articulação Social da Presidência da
República, Paulo Maldos, a oficialização da Mesa foi uma iniciativa pioneira que
garante a participação social nas decisões governamentais. “Espaços como esse
nos ajudam a construir soluções efetivas para diversos problemas. Isso nos dá uma
segurança de que as decisões estão sendo discutidas, e, assim, sendo, de fato,
implementadas”, afirma.

O MST E OS DEMAIS MOVIMENTOS SOCIAIS

A demora das ações para com a questão agraria por parte do Governo
Federal no Brasil traduz uma realidade social insustentável no contexto rural. A
relutância do Estado em fazer cumprir a Constituição Federal por ele instituída
contribuiu para que movimentos sociais de luta, fossem criados, dentre os quais se
destacou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, mais conhecido por
Movimento dos Sem-Terra ou MST.
A luta dos movimentos sociais por reforma agraria é algo mais antigo que a
criação do MST, pois este teve sua origem relacionada a um movimento
denominado “As Ligas Camponesas” entre 1958 e 1963, o qual fez história no
interior do Nordeste. Este movimento foi iniciado em Pernambuco por Francisco
Julião e seus companheiros, mas foi na Paraíba, especialmente na cidade de Sapé,
que o movimento ficou conhecido nacionalmente, nesta cidade os camponeses,
liderados por João Pedro Teixeira, Pedro “Fazendeiro” e pelo “Nego Fubá”
realizaram várias ocupações de terras, entrando em conflitos com policiais e
proprietários de terras. Em um desses conflitos treze pessoas perderam a vida, entre
as quais camponeses, policiais e um empresário. O movimento teve seu fim com o
Golpe de Estado do Regime Militar, pois com esse a repressão, foi instaurada e os
líderes que ainda sobreviviam foram presos e dados como “desaparecidos”.
A ditadura calou por um tempo o grito dos movimentos sociais e em nada
contribuiu para a reforma agraria no Brasil e desde 1965, o número de
assentamentos eram mínimos contribuindo para uma maior concentração de terras.
Com o fim da ditadura, as lutas por terras ganhou nova força. Em 1985, era
criado o MST o qual foi se estruturando ao longo dos anos, chegando aos moldes
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atuais. A solução encontrada para fazer pressão ao governo para fazer cumprir a
Constituição Federal no tocante para a Reforma Agraria foi a invasão de terras
consideradas improdutivas. Muitas dessas invasões ocorrem de forma violenta
gerando sérios conflitos e tensões.
Na maior parte dos assentamentos do MST há vasta estrutura educacional, e
nestes complexos educacionais são formados os futuros líderes do Movimento. O
dinheiro que financia o MST é de entidades internacionais, dos assentados e de
doações civis.
As Comissões Pastorais da Terra é outro movimento que luta junto aos sem
terra, pela distribuição da terra, sendo estas comissões financiadas pela igreja
Católica Romana.
O MST recebe muitas críticas devido ao emprego de violência nas invasões, e
aos critérios utilizados para definir se a terra é ou não improdutiva, e ainda a
participação política do movimento atualmente. Cabe portanto, que seja realizada
uma análise crítica e imparcial desta realidade (apesar da imparcialidade ser
impossível segundo Max Weber[9]). A violência das invasões não é uma regra, pois
muitas delas ocorrem de forma pacifica, porém há casos onde ocorre uma repressão
violenta aplicada contra os camponeses. Pelos critérios de produtividade ainda não
ser tão claros há possibilidade de terras serem invadidas equivocadamente.
No que tange a participação política no MST é natural que o movimento se
aproxime de um partido que represente seus interesses. O que não pode ocorrer é
tomar rumos para o vandalismo, saques a mercados, e ainda afronta ao Governo.
O MST há de reconhecer que o governo atual tem se esforçado para melhorar
as questões da reforma agrária, ainda que de forma muito discreta e deficitária para
uma questão tão antiga como a reforma agrária. O Governo ataca os sem-terra,
dizendo que estes descumprem o artigo 184 da Constituição [10] em seu parágrafo
22, enquanto que os camponeses se apegam ao mesmo artigo quando este faz
menção à questão da função social. O Governo alega que é apenas de sua
competência definir quais terras são passíveis à Reforma Agrária e ainda acusa o
MST de agir ilegalmente, desrespeitando as instituições e colocando em risco a
democracia. Há sempre um conflito de interesses.

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Foto: Sebastião Salgado, Terra.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ou MST, surgiu no ano de


1984.
Na cidade de Cascavel no Paraná ocorreu o primeiro encontro do movimento
como uma tentativa de discutir e mobilizar a população em torno da concretização
da Reforma Agrária que desde então se confunde com a história do movimento no
Brasil.
A questão da Reforma Agrária surgiu devido ao grande número de latifúndios
que eram característica do Brasil Colônia e que com o início da República começam
a ser questionados deflagrando uma série de movimentos ao longo da história do
país.
O MST surge após o período da ditadura militar.
Dentre os objetivos dos MST encontra-se o da desapropriação de terras
improdutivas na posse de latifundiários, bem como a demarcação de uma área
máxima para propriedade rural. O MST defende a autonomia das tribos indígenas,
sendo contra a revisão de suas terras.

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, inegavelmente é um dos
maiores e mais organizados movimentos sociais do Brasil, sendo alvo de diversos
ataques da mídia e daqueles contrários às suas ideologias. Inseridos em sua
organização estão algumas propostas que vão além de seu principal objetivo – a
reforma agrária.

Dois Documentários que mostram:


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Reforma Agrária

1º Filme - Fruto da Terra

Esse filme é baseado na história de vida de Marcos Tiarajú, que foi o primeiro
bebê nascido na Fazenda Annoni, no norte do Rio Grande do Sul. Essa foi a
primeira área ocupada pelo recém-criado grupo. O local, para onde migraram 1.500
famílias de agricultores pobres, é o berço do movimento e tornou-se símbolo da
batalha pela terra. José Correa da Silva e Roseli Celeste Nunes da Silva. Sua mãe,
Rose, foi morta durante essa luta. Os pais, entraram no MST após ficarem cansados
da vida miserável. O ano de 1985 foi o início de uma nova etapa na luta pela
reforma agrária no Brasil. Essa história da ocupação, que culminou com a conquista
da terra e de novas oportunidades de vida, é contada em premiados documentários

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. Hoje muitos anos depois, Marcos já com 22 anos, é bolsista de medicina em Cuba.
A história é uma saga de conquista de direitos humanos, através da luta social, uma
história de superação de desigualdades e injustiças, de marginalização e miséria.

2º Filme - Por Longos Dias

Esse documentário é narrado em uma visão poética do Movimento dos Sem


Terra e da Marcha Nacional pela Reforma Agrária. Mostra a luta do Movimento dos
Sem Terra e da Marcha Nacional pela Reforma Agrária. Foi Inspirado em um texto
de José Saramago. O roteiro mostra, em forma poética a criação do mundo por
Deus, depois o dia-dia dos sem-terra revelando a intimidade dos acampamentos até
a chegada da Marcha Nacional pela Reforma Agrária à Brasília, em 1997.

“Justiça nós a temos, e não nos atende”.

“Direito já nós o temos, e não nos conhece”.

“Não necessitamos Caridade”.

“O que queremos é uma Justiça que se cumpra e

um Direito que nos respeite.”

Vendo esses documentários, podemos definir que REFORMA AGRÁRIA


como um sistema em que ocorre a divisão de terras, ou seja, propriedades
particulares (latifúndios improdutivos) são compradas pelo governo a fim de lotear e

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distribuir para famílias que não possuem terras para plantar. Dentro deste sistema
as famílias que recebem:
Os lotes de terra,
Condições para desenvolver o cultivo:
Sementes, implantação de irrigação e eletrificação,
Financiamentos;
Infra-estrutura;
Assistência social e
Consultoria.
Tudo isso oferecido pelo governo. Mas, nesse mesmo período, o MST vem
renovando, em escala ampliada, a estrutura de impenitentes contradições internas,
pois, como vimos, sua dinâmica reflete, para o bem e para o mal, uma complexidade
na qual ancora expectativas e objetivos sociais contraditórios.

Os Retirantes – Obra de Cândido Portinari de 1944.

Cândido Portinari, Os Retirantes, 1944.


Através de suas obras, Cândido Portinari retratou, o dia a dia do brasileiro
comum, sempre procurando denunciar os problemas sociais do nosso país. Em sua
obra Os Retirantes, produzido em 1944, Portinari expõe o sofrimento dos migrantes,

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representados por pessoas magérrimas e com expressões que transmitem
sentimentos de fome e miséria.
Os personagens ilustrados por Candido Portinari parecem reais, possuem
aparência de um povo muito sofrido, magros, famintos, desnutridos, sedentos de
água, sujos e descalços. As crianças parecem até deformadas, com barrigas
enormes.
No céu azul os pássaros pretos aparecem com a finalidade de retratação da
morte, lembrando os urubus ave que sorrateiramente aguarda a hora de se
aproveitar daqueles que não resistem mais e morrem.
Os retirantes fugiram da seca, fenômeno que causou a desnutrição e elevou
os índices de mortalidade infantil no Nordeste. A desigualdade social, e a fome
Contribuíram para essa migração.

O Êxodo Rural

Êxodo rural é o deslocamento ou migração de trabalhadores rurais que vão


em direção aos centros urbanos. No Brasil, esse fenômeno populacional foi causado
pelo crescimento da indústria e vida urbana, pois o processo de mecanização do
campo tirou vários postos de trabalho. Todos esses trabalhadores tinham um sonho
de melhorar de vida e até de enriquecer, no entanto, quase sempre essas
perspectivas eram frustradas pela dura realidade.
O êxodo rural resulta em diversos problemas, no campo gera a diminuição da
população rural no país, escassez de mão-de-obra e automaticamente diminui a
produção de alimentos e matéria-prima, dessa forma força a inflação e há aumento
no custo de vida.

NAS ÁREAS URBANAS O ÊXODO RURAL OCASIONA MUITOS PROBLEMAS


DE ORDEM ESTRUTURAL E SOCIAL, OS PRINCIPAIS SÃO:

Aumento do desemprego: como o crescimento da população é muito acelerado, o


mercado de trabalho não consegue absorver todos os trabalhadores, além disso, a
falta de qualificação profissional dificulta a colocação em uma função.

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Aumento do subemprego: em decorrência da falta de emprego e necessidade de
ganhar o sustento, muitas pessoas se sujeitam a desempenhar atividades sem
vínculos empregatícios para, pelo menos, conseguir adquirir sua alimentação.

Crescimento de favelas: a baixa renda e a falta de emprego derivam um problema


na configuração da paisagem das cidades, uma vez que não podendo comprar um
imóvel digno para morar muitas pessoas ocupam áreas periféricas sem condições e,
em vários casos, em áreas de risco, isso provoca a expansão de casas precárias e
bairros marginalizados.

Marginalização: a falta de oportunidades e de perspectivas proporciona o


surgimento do crime e de atividades ilícitas, como a prostituição de adultos e
crianças, tráfico de drogas, formação de quadrilhas, entre muitos outros conhecidos
pela sociedade brasileira. Além do surgimento dos bóias-frias decorrente desse
processo.
Desde a Antiguidade, quando as condições políticas e sociais influenciaram a
divisão sócio-espacial do trabalho, originando o fenômeno rural e o urbano por meio
do exercício das diferentes formas de produção, as quais favoreceram o
desenvolvimento do capitalismo.
Existem algumas concepções em relação à cidade e o campo: a cidade é
compreendida como a sede do trabalho intelectual, de organização das atividades
políticas e administrativas, da elaboração do conhecimento científico, da idéia de
civilização, urbanização, de aglomeração demográfica, onde uma parcela
significativa da população está envolvida em atividades secundárias e terciárias e,
da diversidade de ocupação industrial; a cidade representa uma condição social em
que, teoricamente, é possível superar a precariedade, pois considera a conquista de
melhores condições materiais decorrentes de um alto nível de produção e
produtividade, técnica e cultural.
Quanto ao campo, o mesmo é visto como sinônimo de atrasado, ultrapassado,
imóvel no tempo, rude, como uma vida de privação, onde a sobrevivência só é
possível com muito trabalho, o qual oferece o mínimo necessário para viver, sendo
definido como uma área de dispersão demográfica, dando lugar às atividades
primárias, principalmente agropecuárias.

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O conceito de cidade e campo confunde-se com o urbano e o rural. A cidade,
vista como área da centralidade administrativa e territorial, onde se fabrica, origina o
conceito de urbano, estende-se para além dela, não restringindo-se a um território
fixo, mas passa s ser visto como um modo de vida, um estilo de vida, onde se
propagam, costumes e hábitos urbanos, os quais influenciam, por meio dos
instrumentos de comunicação e transporte, o meio rural. Dessa forma, o modo de
vida urbano alcança os limites geográficos dos interesses e ações existentes na
cidade, dos investimentos efetuados no campo.
O rural, atualmente desenvolvendo atividades múltiplas além das primárias,
passou a ser visto como uma questão territorial, onde o uso do solo e as atividades
da população residente no campo se vinculam à várias atividades terciárias, sendo
compreendido como não-urbano, ou seja, o que não pertence à cidade.
A discussão em torno desta problemática, evidencia o processo de
mecanização e qualificação do campo, o qual serve e abastece a cidade de seus
produtos. Os costumes rurais não são os mesmos do passado. As mudanças na
forma de produção, de vestir, do falar, no administrar o campo, seguem os ditames
da cidade, pois acredita-se que de lá é que vem o conhecimento, como mencionado
anteriormente. O campo está sofrendo um processo de urbanização. Sendo assim,
rural e urbano se confundem, se completam e interdependem-se, pois um não
existiria sem o outro.
Ainda na cidade, famílias ou pessoas procuram cultivar hábitos rurais, tidos
como mais saudáveis, de produzir alguns produtos para consumo próprio em jardins,
terraços e sacadas. Isso reflete o desejo de estar próximo da natureza, buscando
uma melhora nas condições de vida e de saúde, ingerindo alimentos sem
agrotóxicos.
Mas, com o avanço da urbanização, percebe-se que ela é uma moeda de dois
lados: de um lado vê-se o aprimoramento das técnicas, das condições de vida, dos
atrativos culturais; de outro, vê-se a precariedade das favelas, a chaga do
desemprego, da marginalidade. Mas, sabe-se que tudo tem um preço a ser pago,
pois vive-se sobre a certeza de que as pessoas não voltariam para o campo sem
eletricidade e outros confortos.

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Brasil sem Miséria

Brasil sem Miséria é um programa


social do governo federal brasileiro,
criado na gestão da presidente Dilma
Rousseff. Lançado em junho de 2011, o
programa tem como objetivo retirar da
situação de pobreza extrema 16,2
milhões de pessoas que vivem com
menos de R$ 70 por mês. O Brasil sem
Miséria consiste na ampliação do
programa anterior de combate à pobreza do Governo Lula (conhecido por Bolsa
Família). Projetado como programa social de larga escala em fase de pré-
implantação, o Brasil sem Miséria pretende promover a inclusão social e produtiva
da população extremamente pobre, tendo por meta reduzir drasticamente seus
números. O programa define como extremamente pobres as pessoas que vivem
com até R$ 70 por mês, com base em indicadores utilizados pelas Nações Unidas e
pelo programa Bolsa Família.
Considerações finais:

Conclui-se por todo o exposto que a Reforma Agrária é um direito líquido e


certo da sociedade brasileira, porém, este direito não vem sendo plenamente
assegurado e respeitado por quem o instituiu: o Estado. É difícil mensurar quanto
tempo ainda essa situação perdurará, devido os passos lentos do Estado frente às
Políticas Públicas no tocante a Reforma Agrária.
É necessário que os movimentos sociais em prol da reforma agrária avancem,
que o povo brasileiro tão necessitado de terras para geração de trabalho e renda
não fique inerte, ao desenrolar deste processo extremamente lento. É, portanto
crucial o despertar da consciência de que Reforma Agrária não é simplesmente a
distribuição de terras para alocar população no campo, e sim ocupar terras com
condições de produzir, implementar novas formas de agricultura e gerar
lucratividade.
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Referências bibliográficas:

AGRÁRIO, Ministério do desenvolvimento. Incra incluirá territórios quilombolas no


Cadastro Ambiental Rural – Disponível em:
http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/incra-incluir%C3%A1-territ%C3%B3rios-
quilombolas-no-cadastro-ambiental-rural#sthash.sqvB1QJp.dpuf.
Último acesso em: 19 de setembro de 2014

ARTE, fonte de conhecimento – Os retirantes Candido Portinari.


Disponível em: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/11/os-
retirantes-candido-portinari.html. Último acesso em: 19 de setembro de 2014

FRUTO da Terra. Direção: Tetê Moraes. Brasil, Rio de Janeiro: 2008. Disponível em:
<http://portacurtas.org.br/filme/?name=fruto_da_terra>. Acesso em: 19 de setembro
de 2014

MEU ARTIGO - Reflexões sobre o Urbano e o Rural


Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/reflexoes-sobre-urbano-
rural.htm. Último acesso em: 19 de setembro de 2014

MUNDO e Educação. Efeitos do Êxodo rural


Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/geografia/efeitos-exodo-rural.htm.
Último acesso em: 19 de setembro de 2014

PEDAGOGIA ao pé da letra - Analise da obra de arte retirantes de portinari.


Disponível em: http://pedagogiaaopedaletra.com/analise-da-obra-de-arte-retirantes-
de-portinari/. Último acesso em: 19 de setembro de 2014

POR LONGOS dias. Direção: Mauro Giuntini. Brasil, Distrito Federal: 1998.
Disponível em: <http://portacurtas.org.br/filme/?name=por_longos_dias>.
Acesso em: 19 de setembro de 2014

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REFORMA Agrária no Brasil - Reforma Agrária no Brasil
Disponível em: http://reforma-agraria-no-brasil.info/ Último acesso em: 19 de
setembro de 2014

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