BRASILEIRA Profª M.a Danielle Alves Turmas: 3ª séries A a F
A CADEIA PRODUTIVA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA
Você já parou para pensar sobre o percurso realizado para que itens como o arroz e o feijão, tradicionalmente encontrados nas prateleiras dos mercados no Brasil, cheguem até a sua mesa? Diversas etapas e procedimentos são realizados, desde o preparo para a colheita até à distribuição. Algumas das pistas desse caminho estão nos rótulos desses produtos, no entanto, mesmo analisando o que está indicado nos rótulos, talvez nem todas as informações que envolvem essa cadeia de produção apareçam de forma explícita.
Para iniciar este capítulo, é importante
relembrar alguns conceitos e definições Estrutura fundiária brasileira A estrutura fundiária refere-se à divisão da terra em propriedades, de acordo com o processo histórico da área e com as leis de propriedade ditadas pelo Estado. Apesar de a Estrutura fundiária brasileira agricultura e a pecuária utilizarem muitas técnicas, instrumentos e máquinas, o principal meio de produção no campo é a terra, e não há como substituir a sua importância para a produção. Sendo assim, não é possível realizar um estudo crítico e aprofundado sobre a economia agrária do Brasil sem analisar sua estrutura fundiária, isto é, a maneira como as terras são divididas em propriedades: se são pequenas, grandes ou variadas, ou se são terras privadas ou públicas. O infográfico abaixo apresenta as principais bases para a formação da estrutura fundiária brasileira. Atualmente, essa divisão no Brasil encontra-se de forma desigual, pois existe uma grande disparidade quanto à distribuição de terras, uma vez que uma restrita parcela da população detém um grande percentual das áreas rurais do país, enquanto uma grande parcela tem pouca ou nenhuma propriedade. O Brasil é um dos países com maiores concentrações de terras do planeta e com os maiores latifundiários, problema que se agrava à medida que os latifúndios improdutivos não utilizam a terra com a finalidade de produzir e gerar empregos no campo, intensificando o êxodo rural. Divisão das propriedades no Brasil Como vimos na página anterior, a divisão das propriedades no Brasil é extremamente desigual, pois predominou, historicamente, uma grande concentração de terras pertencentes a poucos fazendeiros, denominados latifundiários, que utilizavam a mão de obra escrava, sobretudo nas lavouras de cana-de-açúcar. Com o Regime Militar, essa divisão enfrentou algumas transformações por meio do Estatuto da Terra, em 1964, criado pela Lei n.4.504, de 30 de novembro de 1964 e, posteriormente, com o Novo Estatuto da Terra, de 1993.
Estatuto da Terra de 1964
O Estatuto da Terra é a principal Lei de Direito Agrário existente no Brasil e regulamenta os contratos agrários típicos (arrendamento e parceria), bem como conceitua institutos e conceitos de direito agrário, estabelece princípios para a sua aplicação e dispõe sobre outras relações de posse do homem e da terra. Foi criado em 1964 como resultado do clima de insatisfação no meio rural brasileiro e do temor do governo e da elite conservadora da eclosão de uma revolução camponesa, pois alguns anos antes ocorrera a Revolução Cubana (1959) e a implantação de reformas agrárias em vários países da América Latina, como o México e a Bolívia. No Brasil, a luta pela reforma agrária existe desde 1950, quando surgiram as Ligas Camponesas, os sindicatos rurais e a atuação de determinados segmentos – como a Igreja Católica – que lutavam por uma estrutura fundiária mais justa no país. Propostas de reforma agrária mais igualitárias foram discutidas nos governos Juscelino Kubistcheck (1956-61) e João Goulart (1961-64), no entanto, foram reprovadas pelo Congresso Nacional. As principais metas estabelecidas pelo Estatuto da Terra eram a execução de uma reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura. Pode-se afirmar, hoje, que a primeira meta não foi concretizada, enquanto a segunda recebeu grande atenção do governo, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento capitalista ou empresarial da agricultura. Dessa forma, o Estatuto da Terra procurou criar uma regulamentação das obrigações e dos direitos relativos à terra. Para alcançar seus objetivos, o Estatuto dividiu as propriedades rurais em módulos rurais, fixados para cada região do país com o intuito de aproveitar o trabalho em cada área, já que o módulo era dividido de acordo com a capacidade de produção de quatro pessoas. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entende-se por módulo rural a unidade de medida, expressa em hectares, que reflete a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel rural, a forma e as condições do seu aproveitamento econômico. É considerado uma unidade que permite estabelecer uma comparação mais adequada entre os imóveis rurais, pois leva em conta outros atributos além de sua dimensão. O módulo rural foi fixado para a classificação dos imóveis, divididos em quatro categorias: Minifúndio: imóvel inferior ao módulo rural da região. Empresa rural: imóvel com área de até seiscentas vezes o módulo rural da região, sendo explorado economicamente. Latifúndio por exploração: imóvel que não ultrapassa seiscentos módulos rurais, mas que é mantido inexplorado, sendo assim, latifúndio improdutivo. Latifúndio por dimensão: imóvel com área superior a seiscentos módulos rurais da devida região. Essa divisão não estabelecia a mesma dimensão para todas as propriedades no Brasil, pois os módulos rurais mudavam de acordo com a localidade, uma vez que as condições para o plantio e sustento de quatro pessoas eram diferentes em cada região do país. GEOGRAFIA - ATIVIDADE 1 1) A reforma agrária é um modelo de reforma de base que preza pela
a) Cultivação apenas de alimentos orgânicos.
b) Alteração da posse de grandes fazendas. c) Modificação da estrutura fundiária local. d) Implantação do sistema de agroflorestal. e) Ampliação das terras das grandes fazendas
2) Explique o que são os sistemas agrários.
___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 3) Entre os efeitos de uma eventual realização da reforma agrária no espaço geográfico brasileiro, podemos assinalar corretamente, exceto: a) desconcentração das posses rurais. b) contenção do êxodo rural. c) expansão da agricultura familiar. d) extinção dos minifúndios. e) diversificação da produção.
4) As alternativas abaixo apresentam características do sistema intensivo, com exceção da
a) valorização de técnicas tradicionais de cultivo. b) utilização de mão de obra muito qualificada. c) seleção de sementes específicas para o plantio. d) mecanização exacerbada das atividades rurais. e) adoção de técnicas modernas de cultivo agrícola.
5 – Leia os infográficos e identifique os seguintes pontos:
a) Como eram feitas as distribuições de terras no período da colonização (sesmarias)?
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c) O que mudou com o decreto de 1850 – lei das terras?
A SEGREGAÇÃO NO CAMPO PEQUENO PRODUTOR X GRANDE LATIFUNDIÁRIO Problemas Socioeconômicos Gerados Pela Má Distribuição de Terras e A Política Elitista de Desenvolvimento Agrário.