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Instituto Federal da Paraíba – Polo: Araruna

Disciplina: Redes Públicas de Cooperação em Ambientes Federativos


Estudante: Aylla Milanez Pereira
Matrícula: 20171670194

Resumo

O capítulo “Processo de evolução das redes estatais puras e os mecanismos críticos de


gestão” (Malmegrin, 2012, p. 85-102) traz uma análise do processo de transformação que as redes
estatais estão experienciando e as formas de criação e implementação dos mecanismos de gestão.
Primeiramente, a autora classifica as redes estatais e as instâncias federativas, abordando em
duas categorias, inter e intrainstâncias. As redes interinstâncias se caracterizam como as relações
externas da cooperação federativa que se estabelecem entre as três instâncias da federação (federal,
estadual e municipal), e prioritariamente atuam verticalmente e de forma hierarquizada, são estatais
puras, normalmente referenciadas a sistemas formais e com um alto nível de prescrição, com
definições nas leis e nos decretos, centradas na qualidade dos relacionamentos e mecanismos e
processos do governo eletrônico. Já as redes intrainstâncias se caracterizam por relações internas de
cada uma das esferas (federal, estadual e municipal) e que atuam horizontalmente, estabelecendo
acordos para objetivos comuns, ou seja, são redes colaborativas, de apoio e articulação, com
mecanismos de cooperação e coordenação colegiada, e com uso de instrumentos de pactuação, a
exemplo dos convênios.
Posteriormente, a autora aborda cada etapa da evolução das redes estatais e as respectivas
características das estruturas organizacionais, processos de atendimentos das demandas e os
mecanismos de gestão. A primeira etapa se dá com a inclusão de organizações não governamentais
(organizações sociais – Os, OSCIPs), na segunda através de associações com redes já existentes
(consórcio privado, rede comunitária) e por fim da delegação da prestação de serviços públicos a
outras redes (repasse para iniciativa privada – terceirização/privatização). A autora também
esclarece que algumas redes podem não passar por todas as etapas e que o processo ocorre de forma
dinâmica, não existindo um padrão a ser seguido.
No que concerne aos mecanismos críticos da delegação da prestação de serviços públicos a
outras redes são feitos alguns destaques acerca do controle dessas delegações, sendo essas
concessões, permissões, Parcerias Público-Privado (PPPs) ou Parcerias para Produção e Inovação.
A autora afirma que duas instituições possuem papéis importantes na delegação, como componentes
estratégicos das redes, a saber: as Agências Reguladoras e o Sistema de Defesa do Consumidor
(SDC), que são exemplos de controle exercido pelo Estado e do controle exercido pela sociedade, a
fim de garantir os direitos dos cidadãos que utilizam os serviços públicos.
Não menos importante, a autora também destaca os mecanismos na associação: a
participação, o controle social e os conselhos e comissões, que são as palavras-chave e são
intrínsecas, pois a participação popular em espaços públicos não estatais acontecem de forma
organizada seja em conselhos, fóruns, redes entre a sociedade civil e os representantes no poder
público, objetivando à democratização da gestão, o atendimento das demandas sociais, respeito à
equidade social e à transparência das ações do Estado. Essa também se efetiva através do controle
social, por sua vez, visa a implementação de mecanismos de fiscalização e de prestação de contas
do uso dos recursos públicos.
E nesse percurso, além do espaço dos Conselhos (organizações deliberativas constituídas,
em cada instância do governo, com caráter permanente e composição paritária), as associações
voluntárias, organizadas em rede, também exercem um papel muito importante. Outrossim, a autora
também traz a importância das comissões, sendo esses colegiados, constituídos de pessoas que têm
o compromisso de acompanhar, emitir parecer e deliberar sobre assunto de interesse da população,
sendo mais restrito que os conselhos, e portanto não possui a exigência da paridade.
Em síntese, observa-se que há muitos desafios de gestão em redes para atender as diversas
demandas, superar os desafios que são postos à União, aos Estados e aos municípios, e que é
necessário adequar os seus modelos de gestão, as estruturas organizacionais, e os mecanismos de
gestão, sendo essas tarefas complexas e que precisam de controle tanto do Estado quanto da
Sociedade, visto que envolve a utilização de recursos públicos e que atuação das redes deve trazer
benefícios e resultados para população e ser efetiva para cada uma das instâncias da federação.

Referência:

MALMEGRIN, Maria Leonídia. Processo de evolução das redes estatais puras e os mecanismos
críticos de gestão in: Redes públicas de cooperação em ambientes federativos. 3. ed. rev. atual. –
Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração /UFSC; [Brasília]: CAPES : UAB,
2012.

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