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Caso I

Muito bem a SOE ao agir desta forma estaria a ferir a lei orçamental, uma vez que as suas
competências nos termos da alínea a) do artigo 11 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro é
somente preparar e propor elementos necessários para a elaboração do Orçamento do Estado, e
para posterior apresentar ao ministério que superintende a área das finanças nos termos do n 1 do
artigo 22, da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro. Porem a questão da elaboração do orçamento
compete ao Governo nos termos do n 1 do artigo 22 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro em
consonância com a constituição da República de Moçambique 2018 no seu n 3 do artigo 130.

Porem é visto no caso que após a discussão e a respectiva aprovação do orçamento, se decide que
o orçamento deve ser mantido em sigilo, olhando desta forma se estaria aqui a ferir o principio
da publicidade nos termos da alínea h) no n 1 doa artigo 13 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro
em consonância com o n 1 do artigo 130 da Constituição da República de Moçambique de 2018,
que ilustra a ideia de que as leis em Moçambique devem ser publicadas no boletim da república.

Muito bem ao incluírem os 53 municípios e sendo consensual a sua inclusão neste orçamento, se
estaria aqui a respeita o princípio da universalidade nos termos da alínea c) do artigo 13 da Lei nº
09/2002 de 12 de Fevereiro.

Vimos que também o Governador da província Y, desvinculou-se e convocou uma sessão


extraordinária alargada aos seus administradores da sua província, para elaboração do Orçamento
Provincial, então aqui o Governador estaria a demostrar o desconhecimento dos princípios que
norteiam o Orçamento do Estado, porem não o pode fazer porque o Orçamento respeito o
princípio da unidade, na qual pressupõe que o Orçamento do Estado deve ser um, nos termos do
n 1 do 13 artigo da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro.

Caso II

Ora vejamos que ao se agir de esta maneira, estaria a se estar em conformidade com a lei
Orçamental nos termos o artigo 25 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro em consonância com a
CRM, no seu n 3 do artigo 130, que traz a ideia que as propostas orçamentais devem ser
submetidas para a Assembleia da República. Então se nota que quando a proposta entra na
Assembleia da República os deputados da bancada PMR considerou que a proposta estava
viciada e que o plano económico-social deveria ser devolvido para o reexame porque discordava
com o preceituado no nº 4 do artigo 24 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro e também a
Bancada MR teve que abster-se no PE em causa. E viu-se também que orçamento foi só aprovou
pela bancada PMF, sendo assim a Assembleia da república não pode deliberar, uma vez que não
preenche o quórum e deliberação, nos termos do n 1 do artigo 186, isto porque o artigo traz a
ideia de que a Assembleia da República pode deliberar achando-se presentes mais da metade dos
seus membros.

Aqui pode haver atraso ou a não aprovação do Orçamento por necessidade da reformulação do
Orçamento, por este ter sido rejeitado na Assembleia da República, caso em que o Governo
deverá voltar a apresentar no prazo de 90 dias, uma nova proposta de Orçamento para o
respectivo ano económico (n° 5 do artigo 19 de lei 15/97 de 10 de Julho);

Apesar do Orçamento do Estado nos termos do art.12 da lei n 9/2002 de 12 de Fevereiro, ser um
documento na qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a realizar num
determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução da política financeira do
Estado. Mas no tocante a este orçamento do Estado uma vez não aprovado, não pode passar a ser
definido como uma autorização política para cobrar receitas e efectuar despesas. Caso fosse
aprovado então ai passaria a ser definido como essa autorização nos termos do n 2 do artigo 26
da lei n 9/2002 de 12 de Fevereiro.

Pode sim se evidenciar a existência de fundamentos legais que legitimam a AR a votar e aprovar
anualmente o OE, uma vez que o orçamento segue o principio da anualidade nos termos da
alínea a) no n 1 doa artigo 13 da Lei nº 09/2002 de 12 de Fevereiro em consonância com o n 1 do
artigo 130 da Constituição da República de Moçambique de 2018

Aprovado o Orçamento os deputados e as comissões da Assembleia da República não poderão


tomar iniciativas de Lei que envolvam o aumento das despesas autorizadas ou a diminuição das
receitas previstas, segundo nº 2 do artigo 18 da lei n° 15/97 de 10 de Julho, Porque as tais
iniciativas poriam em causa a validade do Orçamento como documento que define, racionaliza e
limita a actuação do Estado no que se refere à arrecadação e afectação dos recursos financeiros
Caso III

Bem em primeiro lugar o pensamento de que a orçamento do Estado não sendo o orçamento de
todo Estado não deveria ser aprovado pela AR, se não pelo Governo, nesta faceta queremos
acreditar que deve ser sim sempre a AR a aprovar, primeiro porque a AR é assembleia
representativa de todos os cidadãos Moçambicanos nos termos do n 1 do artigo 167, segundo
porque a lei quando faz menção das competências deste órgão, elenca que compete a este órgão
aprovar as leis constitucionais no termos da aliena a) do n 2 do artigo 178 da CRM e ainda
aprovar o orçamento do estado nos termos da alínea m) do n 2 do artigo 178 do mesmo diploma.
A este não pode apenas caber uma simples apreciação do documento e posterior a sua
formalização, uma vez que o Orçamento do Estado é uma lei e Segundo Teodoro Waty a
preparação do Orçamento segue, no essencial o processo legislativo normal, com as
particularidades que lhe são inerentes que resultam da natureza de acto-plano e de meio de
controlo do Executivo e as especialidades da lei-travão, prazos, vigência anual, exclusiva
iniciativa do governo, e a vinculação parlamentar de votar o Orçamento. E visto que quando uma
lei da entrada na Assembleia da república segue um regime de discussão e votação nos termos do
artigo 183 da CRM.

Relativamente o processo da elaboração Segundo n° 1 do art.21 da lei 9/2002 de 12 de Fevereiro,


sendo o Orçamento o plano financeiro do Governo, e natural que caiba ao Governo. Apoiado
pelo conjunto dos Órgãos da Administração Publica, elaborar a proposta de Orçamento do
Estado a as entidades apresentada a Assembleia da República, e no que tange a execução
também quer se acreditar que deve caber ao Governo nos termos do artigo 28 da lei 9/2002 de 12
de Fevereiro em consonância com o n 1 alínea e) artigo 283 da CRM.

Não é cabal que o ministério de economia e finanças assuma a total função de velar pelo
orçamento do Estado

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