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Florianópolis, SC
2017
ARTUR PAGOTTO TONUSSI
Florianópolis, SC
2017
AGRADECIMENTOS
In this work, empirical equations are analyzed focusing on the piping process, within
the bibliographic research represented as the internal erosion generated in the body
of the dam through the particle beading, of the Main Dam of the Três Marias CGH,
located in the city of Vacaria / RS. Thus, a study was developed based on
formulations developed by Froehlich in order to create an exemplified system that
would occur during a possible rupture. It is important to emphasize that although
there is geotechnical information about the soil and rock of the dam foundation, the
analyzes were developed with parameters gathered in bibliographical bases and the
data of the enlargement of the section and volume of water that will cross the
ruptured section represent estimated values of case. Also, part of the basic dam
building process and processes adopted for the analysis of the rupture conditions
were not taken into account. This work had the piping rupture of the studied section,
its formation process and its influence on the body or foundation of the dam. The
analysis with theoretical basis in the Froehlich formulations was used the Excel
calculation tool and a brief modeling of the percolation of the water in the interior
using real parameters of the dam developed by Godoi, basically, the analyzes of
percolation have as purpose to estimate the distribution of pressures in the and
foundation due to the hydraulic loading formed by the reservoir.
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS..................................................................................................................13
1.1.1 Objetivo geral...........................................................................................................13
1.1.2 Objetivos específicos..............................................................................................13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................14
2.1 BARRAGENS................................................................................................................14
2.1.1 Barragem de Enrocamento.....................................................................................14
2.1.2 Barragem de Enrocamento com Núcleo de Argila...............................................16
2.1.3 Barragem de Enrocamento com Face de Concreto............................................17
2.1.4 Barragem de Terra...................................................................................................18
2.1.5 Barragem de Concreto............................................................................................20
2.1.6 Barragens de Concreto – Gravidade.....................................................................21
2.1.7 Barragem de Contraforte.......................................................................................22
2.2 TOPOGRAFIA...............................................................................................................23
2.3 PROSPECÇÕES GEOLÓGICAS.................................................................................24
2.3.1 Investigações em Fundações.................................................................................25
2.4 CASOS HISTÓRICOS E ESTATÍSTICAS DE RUPTURA DE BARRAGENS.............26
2.5 LEGISLAÇÃO VIGENTE..............................................................................................29
2.5.1 PAE – Plano de Ações Emergenciais....................................................................29
2.6 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO.......................................................................31
2.7 MAPAS DE INUNDAÇÃO.............................................................................................32
2.8 EXEMPLOS DE FORMAÇÃO DO PIPING...................................................................33
2.9 COMPLEXIDADE E IMPRECISÃO DAS ESTIMATIVAS DAS
CARACTERÍSTICAS DO ROMPIMENTO...........................................................................35
2.10 ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS DA BRECHA...................................................37
2.10.1 Formulações Empíricas........................................................................................39
3. METODOLOGIA..............................................................................................................41
3.1 PROCESSO DE ANÁLISE...........................................................................................42
3.2 DEFINIÇÃO DO LOCAL DE ESTUDOS.......................................................................43
3.2.1 BREVE DESCRIÇÃO DA GEOLOGIA LOCAL POR GODOI 2017 – NUMERO
DO RELATÓRIO..................................................................................................................44
3.3 PARÂMETROS HIDRÁULICO E GEOMÉTRICOS ADOTADOS...............................46
3.4 REALIZAR MODELAÇÃO ATRAVÉS DO SOFTWARE..............................................47
3.5 ANÁLISE DA ESTRUTURA..........................................................................................49
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................51
5. CONCLUSÕES E DISCUSSÕES....................................................................................56
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA.................................................................................57
7. ANEXOS..........................................................................................................................61
1. INTRODUÇÃO
Tendo em vista o estabelecimento da Lei nº 12.334/2012, que institui a Política
Nacional de Segurança de Barragens, o presente trabalho propõe-se ao cálculo de
ruptura por piping da barragem de terra da CGH (Central geradora Hidrelétrica) Três
Marias, localizada em Vacaria/RS. Barragens constituem parte importante na
infraestrutura do Brasil, proporcionando controle de enchentes, abastecimento de água,
irrigação, geração de energia, navegação e benefícios de recreação. Apesar de seus
múltiplos usos, essas barragens também apresentam riscos para a propriedade e para a
vida devido ao seu potencial de falha estrutural vir a causar inundações catastróficas por
ocorrência de um rompimento.
12
1.1 OBJETIVOS
13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
Reservatórios de enrocamento requerem fundações que não estarão sujeitas a
acomodações grandes o bastante para romper a camada impermeável. Sendo assim, as
fundações podem ser de pedra ou areia compactada e cascalho. (USBR, 1987)
15
2.1.2 Barragem de Enrocamento com Núcleo de Argila
São as barragens com dois ou mais tipos de solos, é formada por um núcleo
argiloso, que proporciona a função de vedação à barragem, e enrocamento, que são
fragmentos de rocha ou cascalho que garantem a resistência necessária à estrutura, o
fato do enrocamento ter maior ângulo de atrito e normalmente boas condições de ser
trabalhado permite diminuir as quantidades de materiais se comparadas a barragens de
terra. (MARANGON, 2004)
Os taludes do núcleo argiloso podem ser mais verticais porque são executados
concomitantemente aos espaldares de montante e jusante, mantendo-se estável nesta
condição. Este tipo de barragem permite a construção de taludes mais íngremes e é
bastante utilizada no Brasil, para a construção desse tipo de barragem há a necessidade
de grande quantidade de material para a elaboração do núcleo (material argiloso),
espaldares, filtros e drenos. Sendo assim, precisa-se analisar a disponibilidade de
materiais adequados nas proximidades do local de instalação da barragem.
(MARANGON, 2004)
A fundação deve ser mais estanque que a fundação das barragens de terra, pois
nestas o caminho de percolação é maior. Este pode ocupar a parte central, como ilustrado
na figura 2, ou ser inclinado para montante (FURNAS,1993).
16
2.1.3 Barragem de Enrocamento com Face de Concreto
Deve ser dada atenção especial à ligação entre as placas de concreto, pois se
apoiam em meio deformável formado pela camada de enrocamento durante o período
construtivo ocorrem deformações e recalques significativos. Além disso, deve ser ter
atenção também com a ligação entre a face de concreto e a fundação para garantir a
estanqueidade dessa região. (MORI, 1999)
Algumas vantagens desse tipo de barragem são: construção mais rápida, pois
pode ser construída independentemente do clima; taludes mais íngremes, o que
proporciona menores volumes de material e maior altura da estrutura. É ideal para regiões
com pouca disponibilidade de argila e areia, e com períodos prolongados de chuva.
(MORI, 1999)
17
2.1.4 Barragem de Terra
18
As barragens de terra são as mais elementares obras de barragens e
normalmente se prestam para qualquer tipo de fundação, desde a rocha compacta, até
terrenos construídos de materiais inconsolidados. A fundação da barragem, no caso de
ser constituída por materiais permeáveis, ou seja, materiais passíveis de permitir a
circulação da água, deve ser tratada de forma a que sejam melhoradas as suas
características, de forma a que possa cumprir as funções que dela se pretendem, que são
as de suportar as cargas transmitidas pelo aterro e de diminuir a percolação da água de
montante para jusante. (MARANGON, 2004)
Para isso, são estudadas soluções que vão desde a utilização de cortinas de
contenção e impermeabilização no prolongamento do eixo longitudinal da barragem ou
tapetes filtrantes entre a fundação e a base de assentamento do corpo da barragem.
Esses últimos, aliás, são seu campo típico de aplicação. Existe uma certa variabilidade no
tipo de barragem de terra, dentre estes poderá ser homogêneo ou zonado. (MARANGON,
2004)
19
2.1.5 Barragem de Concreto
Estas barragens podem ser construídas com concreto armado ou com concreto
rolado, As barragens construídas em concreto armado utilizam formas, armação e
lançamento de concreto semelhantes à construção de outras estruturas civis tais como
pontes e outras. O uso do concreto na construção de barragens iniciou-se no final do
século XIX, motivado pela garantia de maior durabilidade oferecida pelo material. O
sistema é empregado tanto nas estruturas do circuito de geração quanto nos vertedouros.
O concreto daquela época tinha tecnologia pouco desenvolvida e as estruturas eram
construídas quase artesanalmente. (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2007)
Estas barragens são apropriadas para os locais onde ocorre uma fundação em
rocha, podendo ser retas ou curvadas. Os reservatórios curvos oferecem mais vantagens
com relação ao custo e a segurança. Ocasionalmente a curvatura da barragem permite
localizar parte do reservatório em uma fundação mais forte, que requer menos escavação.
Barramentos em concreto também são utilizados como vertedouro para barragens de
terra e enrocamento. (USBR, 1987)
20
2.1.6 Barragens de Concreto – Gravidade
21
2.1.7 Barragem de Contraforte
22
2.2 TOPOGRAFIA
Os critérios para a escolha do local do barramento estão associados
diretamente à concepção e aos objetivos do empreendimento as considerações
topográficas incluem a configuração da superfície do local do lago, da área de
reservatório e acessibilidade para o local e para materiais de construção.
Segundo (USBR, 1987): Um fluxo estreito que flui entre paredes altas, rochosas
indicaria naturalmente uma barragem de enrocamento ou de concreto. Por outro lado,
terrenos com planícies indicariam uma barragem de terra. Condições intermediárias
poderiam indicar outras escolhas, como uma estrutura mista.
23
2.3 PROSPECÇÕES GEOLÓGICAS
Sob o ponto de vista geotécnico, além dos estudos, investigações e ensaios de
rotina, é necessário ter clara a geologia estrutural da área para que possa ser
dimensionada uma estrutura que resista aos esforços que estará submetida, porque, em
princípio, todo local para construção de uma barragem é geologicamente conturbado. A
descoberta de uma falha geológica na fase do projeto executivo necessita de soluções e
tratamentos de fundações não previstos na fase de projeto básico, necessitando de um
engenheiro experiente. (CRUZ, 1996)
24
conveniente. Na escolha de um local para implantação das obras deve-se sempre
procurar um apoio firme para suas fundações. Sempre que possível, deve-se analisar
muito bem zonas onde existam bancos de areia ou cascalho, pois eles são muito
permeáveis, podendo ocasionar fugas excessivas de água pela fundação. No local da
barragem, rochas que mostrem fraturas abertas no sentido do rio podem também trazer
problemas de fuga de água. (ELETROBRÁS, 1985)
25
2.4 CASOS HISTÓRICOS E ESTATÍSTICAS DE RUPTURA DE BARRAGENS
Diante das inúmeras crises com acidentes de barragens foi desenvolvida uma
análise por (FERREIRA; ANDRZEJEWSKI, 2015):
26
Figura 8: Percentual de rupturas em barragens grandes
27
Vale ressaltar as falhas na fundação, estas ocorrem no início da operação da
barragem momento em que ela e submetida as forças derivadas de ondas de cheia e
recalque de fundação, enquanto outras causas levam algum tempo para se manifestar,
como o piping e galgamento. Um grande percentual ocorre durante o primeiro enchimento
(cota de barramento máxima), momento em que erros na execução do projeto, ou defeitos
latentes do sítio por falta de análise das camadas de solo aparecem.
Diversas são as causas que podem levar à ruptura de uma barragem podendo um
acidente ocorrer devido a um fator isolado ou a um com junto de factores combinados.
Johnson & Illes (1976) apresentam uma descrição dos vários tipos de ruptura,
relacionando cada tipo de barragem com a forma de ruptura mais comum. Também Singh
(1996) apresenta um resumo com as causas de ruptura ligadas a cada um dos tipos de
barragens. Apresenta-se um quadro resumo, Tabela 1, elaborado com base em ambas as
referências.
Aterro Galgamento
Erosão interna
Escorregamento da fundação
Concreto Falha na fundação da barragem
Erosão da fundação a jusante da barragem
Fonte: Do Autor
28
2.5 LEGISLAÇÃO VIGENTE
Como são vários os órgãos de fiscalização, é comum que haja incidência de mais
de uma portaria ou regulamentação sobre a mesma barragem assim como o
planejamento e a execução das ações de emergência e resgate, geralmente, são
organizados e conduzidos por agências de defesa civil. Entretanto, para o ICOLD, os
responsáveis pelas barragens deverão disponibilizar serviços e informações para que as
agências de defesa civil possam preparar o plano de resgate, como também adotar todas
as ações possíveis para evitar e minimizar os impactos de um evento de ruptura de
barragem (ICOLD, 1998).
29
O plano deve estabelecer as ações a serem executadas em caso de situação de
emergência, incluindo procedimentos preventivos e corretivos, além dos meios de
divulgação e alerta às comunidades potencialmente atingidas (BRASIL, 2010, at. 12;
2013, art. 3o). Viseu e Almeida (2000) recomendam que um PAE seja organizado em
duas partes: a primeira deve abordar a caracterização da barragem, do vale a jusante e
da cheia de ruptura, mapas de inundação e identificação dos aspectos mais vulneráveis
do vale a jusante; e a segunda deve caracterizar os procedimentos a seguir em caso de
acidente.
30
Segundo Maijala (2001) uma das partes essenciais de um PAE é o momento no
qual a população entra em ação quando recebe o aviso de emergência. Dessa forma, as
autoridades de resgate e a Defesa Civil devem convencer a população do perigo e
aconselhá-las a agir de acordo com as orientações preestabelecidas no PAE, por meio da
elaboração dos mapas das áreas potencialmente inundáveis, cuja execução baseia-se na
previsão e cálculo de cotas máximas inundadas, velocidades e descargas máximas
resultantes da ruptura hipotética da barragem em questão, para inúmeras seções
transversais consideradas no vale a jusante.
31
barragem e, sempre que se justifique, cenários de descargas em fase de exploração, com
delimitação da zona de autodefesa e dos limites administrativos dos distritos e municípios
e ainda, eventualmente, dos bairros. Para Kobiyama et al. (2006), os mapas de risco
visam suprir uma das maiores deficiências relacionadas aos desastres naturais no Brasil,
que é a ausência de sistemas de alertas, uma das ferramentas fundamentais para a
prevenção de desastres naturais, especialmente os súbitos.
Caso ocorra a ruptura de uma barragem, a onda de cheia gerada a jusante pode
ser estimada por meio de equações empíricas. Embora envolva um determinado grau de
incerteza, os resultados apresentados podem auxiliar na estimativa do nível máximo da
enchente e têm-se demonstrado coerentes quando comparados aos dos modelos mais
complexos. (GRAHAM, 1999)
32
2.8 EXEMPLOS DE FORMAÇÃO DO PIPING
O processo de piping é a erosão do solo, no qual se inicia no talude de jusante,
no ponto de saída do fluxo percolado, e progride para montante, formando um tubo
causando o alargamento da seção da barragem deste caminho dando início a brecha, ver
Figura 10.
No caso da falha por piping, o tubo inicial é especificado como uma conduta
retangular ou trapezoidal em uma elevação de partida e a altura e largura da conduta
aumentam até a brecha se transformar em um canal aberto. Posteriormente, a largura do
fundo e a elevação do fundo continuam a mudar devido ao rigoroso processo de erosão
até que a configuração da brecha final seja obtida, ver Figura 11.
33
Quando a superfície de enrocamento colapsa e o fluxo se torna descontrolado,
esse é o início da formação da ruptura. A partir desse momento, a taxa de aumento de
fluxo é muito grande, uma vez que a entrada para a seção de controle hidráulico é agora
um canal aberto em vez de um orifício.
Com tudo ainda será possível ocorrer formação tubular pela fundação. Este fato
ocorre devido geologia da fundação, quando o solo é do tipo aluvial ou composto de
rochas, pois apresenta os maiores percentuais de vazios facilitando a ligação do gradiente
hidráulico à montante com o solo à jusante, ver Figura 12.
34
2.9 COMPLEXIDADE E IMPRECISÃO DAS ESTIMATIVAS DAS CARACTERÍSTICAS
DO ROMPIMENTO
“A análise e os efeitos dos acidentes em barragens são complexos e as rupturas não são
bem compreendidas. A maior incerteza recai sobre a causa, modo, grau e duração da
ruptura. Outra incerteza envolve a propagação da onda de cheia e os limites da inundação
a jusante da barragem. Precisão em uma das variáveis não torna as demais variáveis
precisas. Embora vários casos de ruptura tenham sido documentados, muito poucos, ou
nenhum, forneceram uma descrição exata da hidráulica da cheia de ruptura. Não há duas
barragens com modos de ruptura iguais. Cada rompimento é único em algum aspecto”.
Costa (1985) apresenta uma visão semelhante. Segundo ele, a estimativa das
características do rompimento hipotético de uma barragem, a determinação da vazão de
pico e a propagação dessa vazão para jusante permanecem uma arte imprecisa. A
diversidade de tipos de barragens, de mecanismos de falhas, de sedimentos e morfologia
do rio a jusante fazem com que os impactos no rio, erosões e deposições sejam
meramente especulativos. Um ponto torna-se claro, entretanto: a habilidade para estimar
a hidrologia, a hidráulica e a geomorfologia de todos os tipos de rompimentos de
barragens está fundamentada em nosso conhecimento de eventos históricos e em
medições e observações apropriadas.
35
documentação completa das características e do processo de formação da brecha.
Durante a década de 1980, diversos autores elaboraram estudos de caso bem
documentados no intuito de prever parâmetros de brecha e vazão de pico. (FERREIRA;
ANDRZEJEWSKI, 2015)
36
2.10 ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS DA BRECHA
II. Largura da brecha – Estudos de caso tipicamente reportam a largura média da brecha
(B) ou a largura no fundo e no topo. A largura final da brecha e sua taxa de expansão
podem afetar muito a vazão de pico e os níveis de inundação a jusante.
III. Declividade dos taludes laterais (z) – A definição precisa dessa declividade é de
importância secundária em relação à altura e largura da brecha.
37
brecha através de suas definições do tempo de formação da brecha. A detecção do
problema ainda na fase de início da brecha tem influência crítica na redução do número
de perda de vidas. (FERREIRA; ANDRZEJEWSKI, 2015)
Estudos de caso fornecem apenas informações limitadas (p. ex. Dimensões finais
da brecha, vazão de pico, máxima profundidade de galgamento, tempo total para abertura
da brecha ou esvaziamento do reservatório), baseadas em um banco de dados
relativamente pequeno de rupturas, a maior parte de pequenas barragens. Estudos de
caso são particularmente fracos para fazer previsões da fase de início da brecha, da taxa
de evolução e do tempo total de ruptura. Isso se deve à dificuldade de definir o ponto
exato da brecha e às variações de interpretação da ruptura pelo leigo que é geralmente a
única testemunha ocular do acidente (WAHL, 1998).
38
2.10.1 Formulações Empíricas
Costa (1985) e Wahl (1998) reuniram equações empíricas de diversos autores que
estimam parâmetros de tempo de formação da brecha (Tf), vazão de pico (Qb) e largura
media da seção (B) com base em estatísticas históricas de diversas barragens, entretanto
devido a cada cenário de ruptura ser diferente um do outro existe uma grande variação de
valores. Na Tabela 1 são apresentadas as equações mais relevantes.
Onde:
39
Figura 14: Formulações Empíricas Costa (1985) e Wahl (1998)
40
3. METODOLOGIA
V. Analise da estrutura.
Foi desenvolvida uma breve análise utilizando os projetos disponíveis e também
o relatório de análise de percolação da barragem desenvolvido por (GODOI), 2017. Com
objetivo verificar a segurança real da barragem estudada neste trabalho.
41
3.1 PROCESSO DE ANÁLISE.
Para formação do estudo empírico de Froehlich (1987) ele desenvolveu
equações de predição não dimensionais para estimar a largura da média da brecha , o
fator de inclinação lateral médio e o tempo de formação de falhas. As previsões foram
baseadas nas características da barragem, incluindo o volume do reservatório, a altura da
água acima do fundo da brecha, a altura da brecha, a largura do aterro na crista da
barragem e o fundo da brecha, e os coeficientes que representam as falhas de
transbordamento e a presença ou ausência de um núcleo de argila.
Esses fatores que minimizarão a ocorrência da erosão interna não estão sendo
considerados nos cálculos de formação de brecha, com o intuito de se desenvolver uma
brecha para posterior análise, esta então por não conter os requisitos mínimos de
segurança e ou coeficientes característicos do solo ira ocasionar o pior cenário para a
barragem de estudo. É importante que seja desenvolvido este tipo de análise pois com os
resultados poderá ser gerado um plano de emergência PAE caso ocorra um sinistro para
o pior caso de ruptura.
42
3.2 DEFINIÇÃO DO LOCAL DE ESTUDOS.
Será Barragem de terra CGH (Central geradora Hidrelétrica) Três Marias,
Localizada no município de Vacarias-SC, com filtro vertical e tapete horizontal
constituídos por areia, além de rip rap e proteções em enrocamento, conforme seções
típicas apresentadas na Figura 19. Coordenadas geográficas Latitude: 28°17'46.34“S
Longitude: 50°51'13.87”O, ver Figura 15. (GODOI, 2017)
43
3.2.1 BREVE DESCRIÇÃO DA GEOLOGIA LOCAL POR GODOI 2017 – NUMERO DO
RELATÓRIO.
Em relação à geologia local, basicamente, o sítio de implantação está inserido
na sequência basalto, formação Serra Geral, período Cretáceo, abrangendo a fácie
Paranapanema. A Fácie Paranapanema caracteriza-se pelo predomínio de basalto de
textura granular fino a médio e mesocrático. Os solos que foram coletados e ensaiados
são formados pela alteração das rochas da sequência vulcânica, tipicamente compostos
por argila vermelha pouco siltosa, comuns para esse tipo de formação. (GODOI, 2017)
O leito do rio no local do barramento é em corredeiras e por isso, não deve
ocorrer depósito aluvionar. A margem direita se refere ao lado externo da curva do rio,
inclinada e com cobertura de solo pouco desenvolvida a nula. A margem esquerda se
refere ao lado interno da curva do rio, onde também são observados perfis de solo pouco
desenvolvido, predominantemente solos residuais, (ver Figura 17). (GODOI, 2017)
Figura 17: Seção AA da barragem de estudo.
44
A Figura 18 ilustra o arranjo das estruturas da CGH Três Marias, alinhadas com o
canal no rio Três marias.
45
3.3 PARÂMETROS HIDRÁULICO E GEOMÉTRICOS ADOTADOS.
Os parâmetros geométricos e hidráulicos, utilizados nos cálculos, são
dimensões características da seção geométrica determinada com o projeto Geotécnico da
barragem de terra em Três Marias ver Figura 19.
Figura 19: Seção transversal da Barragem de estudo
Fonte: do Autor
46
3.4 REALIZAR MODELAÇÃO ATRAVÉS DO SOFTWARE.
Após a determinação das linhas freáticas, e consequentemente da porção
saturada da seção do barramento estudado, procedeu-se às análises de estabilidades
dos taludes, Realizou-se a modelagem da Barragem, com auxílio do software de
elementos finitos Phase 2 da Rocscience. Na sequência estão apresentados os principais
casos de análise de percolação referente à Seção A, seção de maior altura da Barragem.
Figura 20 : Poropressões e as seções com vazão específica.
Quando o fluxo de água ocorre sempre na mesma direção, como no caso dos
permeâmetros diz-se que o fluxo é unidimensional, nestas situações a percolação da
água pode ser calculada por meio da utilização de gráficos denominados redes de fluxo
Figura 20, cujo conceito define a condição de percolação em regime permanente. Com os
resultados obtidos, o valor de vazão específica proveniente da fundação pelo NA Max é
de 5,59E-5m³/s/m (somatório dos valores obtidos pela fundação), o qual resulta em
3,36l/min/m.(GODOI, 2017)
47
Os gradientes hidráulicos obtidos nesta seção foram coerentes, sendo que os
maiores concentram-se no contato entre solo compactado e filtro, conforme se observa na
Figura 21. Na saída do talude de jusante, os gradientes hidráulicos são mínimos, ou seja,
considerando os materiais propostos e a adequada execução das obras de acordo com
os critérios propostos, não ocorrerão elevados gradientes de saída, comportamento
considerado satisfatório.(GODOI, 2017)
48
3.5 ANÁLISE DA ESTRUTURA
A estrutura da barragem esta assentada sobre rocha sã e é composta por um
maciço compactado de solo saprolítico de cascalho (SC), Enrocamento Graúdo (EP),
Enrocamento Fino (T) em sua face de jusante existe um cobrimento vegetal e ainda em
seu interior existe a presença de filtro vertical e horizontal. O local de implantação do
empreendimento caracteriza-se como um local bem ajustado à concepção de barragem
de terra em termos de disponibilidade de materiais adequados e em quantidades
suficientes, ver detalhes das margem esquerda e direita respectivamente nas Figuras 22
e 23.
49
Figura 23: Margem direita ou jusante da barragem
A engenharia não conseguiu ainda desenvolver uma técnica que cofira total
segurança às barragens. Então devemos considerar que não e possível evitar que a água
percorra o interior dos aterros compactados e alcance o talude de jusante, para resolver
esta problemática foi desenvolvido sistemas de filtro vertical e horizontal no interior da
barragem.
A execução destes filtros deve ser cuidadosa, tanto que é necessário que os
vazios nas partículas que os compõem sejam pequenos para que o solo não migre
através deles, ocasionando seu entupimento e levando a outros problemas estruturais.
50
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Com base nos dados geométricos da seção de estudo da barragem foi possível
estimar os parâmetros de ruptura usando a ferramenta EXCEL junto com as formulações
empíricas dispostas por Costa (1985) e Wahl (1998) como segue detalhado, ver
procedimento de calculo na Figura 24.
Tabela 3: Calculo no execel da formação de brecha
51
através das formulações de Froehlich que é determinado pelo tipo de rompimento
estudado.
Para determinar a variável de volume de água acima do fundo da brecha foi
estimado o volume de água do reservatório utilizando a planta topo-altimétrica em escala
de 1/1500 representada na Figura 18. Determinando-se assim a área aproximada de
superfície do reservatório em 10.000 m² e utilizando a altura de água acima do fundo da
brecha, foi calculado o volume de água do reservatório. Embora não sejá um valor exato
do volume da barragem, esses cálculos aproximados são suficientes para a análise aqui
pretendida.
Tendo os valores geométricos da barragem foi feita uma breve comparação
entre diferentes autores para os parâmetros de Largura Média da Brecha, Tempo de
Formação e Vazão de pico. Estas equações são de formulações empíricas e foram
desenvolvidas através do estudo de ruptura de uma série de barragens sendo que
segundo os autores não existe um padrão de ruptura, ou seja, cada evento tem seu
próprio fator determinante. Os mais comuns estão apresentados na Tabela 1.
Analisando percebe-se que Froehlich foi o único a trazer as três variáveis para
estudar um possível caso de ruptura.
52
Tempo de formação: O início do processo de piping se da quando a água começa a
escoar no barramento de jusante, não necessariamente causando processo erosivo.
Estágio em que ainda é possível intervir adotando medidas de contenção. O início da
brecha se da quando a face da barragem se rompe pelo processo erosivo e então
forma-se um tubo ligando à montante e à jusante agravando rigorosamente a erosão.
Largura media: Após o início de formação ocorre um intensivo processo erosivo no
corpo da barragem gerando uma brecha de seção trapezoidal.
Vazão de pico: É a quantidade máxima de água que passará pela seção da brecha.
Ao final da planilha temos um conjunto de informações que representam a
magnitude do evento, analisando estas informações podemos estimar o volume de água
que passara pela brecha e a quantidade de material erodido, como representado nas
equações a seguir. Tendo em mente que estes resultados foram obtidos considerando um
solo homogêneo sem filtro ou enrocamento na face da barragem tais fatores geram
condições propicias à ruptura facilitando o estudo, segue equação utilizada adaptada de
Froehlich para determinar o alargamento da brecha com decorrer do tempo de atividade.
53
da superfície do reservatório, o tempo de formação da brecha e a altura de água acima do
fundo da brecha.
O foco da análise deste trabalho e estimar a vazão que ira atravessar a brecha
utilizando coeficientes ligados ao processo erosivos do piping, a formação do processo
tubular ligando a montante com a jusante, processo este que gera erosão interna na
estrutura. As causas mais comuns de ruptura de barragens são os efeitos de erosão
causados por piping ou galgamento. O processo se inicia pela percolação de água entre
as partículas do solo, causando o carregamento das mesmas e gerando a formação da
brecha. Esta sofre um alargamento continuo da seção transversal até que a estrutura
falhe e se rompa. Contudo durante o período de atividade a seção rompida continua a
sofre intensa erosão, assim, considerando faixas de tempo determinadas por órgãos
reguladores de segurança em barragem pode-se estimar uma vazão de pico pós ruptura,
(ver a Tabela 3).
54
Aplicando os valores calculados com embasamento nas formulações de
Froehlich, ver Figura 18. Foi possível determinar a vazão de pico de 15.134,58 m³/hr de
água que passará pela brecha dentro de um período de atividade maior que 5 horas,
utilizando o tempo de formação de brecha de 0,06 hora calculado na Figura 25 pela
equação empírica determinada por Froehlich, considerando um tempo de formação de
brecha superior de 0,19 hora e aplicando ao volume de agua acima do fundo da brecha
foi obtido um valor mais conservador de 17.939,91 m³/hr.
55
Figura 24: Gráfico representativo da vazão pelo tamanho da brecha
56
5. CONCLUSÕES E DISCUSSÕES
57
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
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61
7. ANEXOS
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