MANUAL DE ARBTRAGEM MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS “LAUDO ARBITRAL” “SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO” CÓDIGO DE ÉTICA DA ADVOCACIA CÓDIGO CIVIL (ARTS. 840 A 842) LEI Nº 11.441/2007 (QUE INCLUI O ART. Nº 1.124-A AO CPC) LEI Nº 8.078/1990 (ARTS. 2º E 3º) LEI DE CONSUMO (ART. 2º) CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUNIDOR “A KOMPETENZ – KOMPETENZ (COMPETÊNCIA-COMPETÊNCIA) LEI Nº 9.703/996 (QUE CENCURA ATOS DE PROTEÇÃO OU AFASTAMENTO DO RITO ARBITRAL) OBS.: A INVALIDADE DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM devem ser, inicialmente, resolvidas pelo ÁRBITRO ou pelo TRIBUNAL ARBITRAL e só depois, eventualmente, pelo PODER JUDICIÁRIO (AÇÃO ANULATÓRIA DA SENTENÇA ARBITRAL) O PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA PODE SER VERIFICADO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR “LIMITAÇÃO DE DIREITO DO CONSUMIDOR” “CONTRATO DE ADESÃO” (É aquele em que não há qualquer escolha, ou seja, o consumidor não pode optar por outro fornecedor, devendo aceitar o contrato caso deseje o produto ou serviço, ocorre, atualmente, por exemplo, com o fornecimento de água. Já o “CONTRATO POR ADESÃO” existe escolha. Com efeito, apesar de o contrato ter sido redigido pelo fornecedor com apresentação de cláusulas prontas, o consumidor poderá optar por outro fornecedor, caso não concorde com o negócio imposto pelo fornecedor) LEI Nº 8.078/1990 (CONTRATO DE ADESÃO) “INTERPRETAÇÃO CONTRA PROFERENTEM, OU ATÉ A NULIDADE DA CLÁUSULA OBSCURA CLÁUSULA IMPOSITIVA DE OBRIGAÇÕES OBS.: Com o efeito, a Lei nº 9.307/1996 determina que, nos contratos de adesão, a Arbitragem somente é admitida se: a) Tratar-se de compromisso arbitral (aquela convenção de arbitragem que surge depois de instaurado o conflito entre as partes); b) Tratando-se de cláusula arbitral (contemporânea ao contrato ou em ato posterior, mas anterior à existência de qualquer conflito entre as partes, mediante a qual se obrigam a submeter futuros conflitos à solução arbitral), se: b.1) não se tratar de contrato de consumo – vez que neste, em regra, é nula, como visto, a cláusula arbitral; b.2) for por escrito, mesmo que por correspondência digital no bojo do contrato ou em documento apartado (aditivo contratual); b.3) a cláusula esteja em destaque, referindo-se à Lei nº 9.307/1996, em negrito; b.4) haja assinatura específica para a cláusula arbitral no bojo do contrato ou em documento anexo. Posta assim a questão, eis a redação do § 2º do art. 4º da Lei nº 9.307/1996: “Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula”. OBS.: Em resumo, podemos afirmar que: a) Nos contratos de adesão, seja em relação de consumo ou não, é permitido o compromisso arbitral, ou seja, a convenção mediante a qual as partes se comprometem a submeter seus conflitos à arbitragem depois que o conflito já existe; b) Nos contratos que configurem a denominada relação de consumo, em razão da vedação do art. 51, VII, do CDC (Lei nº 8.078/1990), em regra – lembrando que admitimos exceções, não estiver presente a imposição pelo fornecedor ou a vulnerabilidade do consumidor – não é possível, em regra, a cláusula arbitral. Assim, a cláusula arbitral é admitida livremente nos demais contratos de adesão que não configurem relação de consumo (compra e venda de matéria-prima entre indústrias, por exemplo), e, nesses contratos, a Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/1996) exige forma escrita, cláusula no bojo do contrato ou em documento anexo, destaque (negrito) e visto ou assinatura específica. OBS.: Por fim, a esse respeito, são irretocáveis as razões transcritas: “Direito Processual Civil e Consumidor. Contrato de Adesão. Convenção de Arbitragem. Limites e Exceções. Arbitragem em contratos de financiamento imobiliário. Cabimento. Limites. 1) Com a promulgação da Lei de Arbitragem, passaram a conviver, em harmonia, três regramentos de diferentes graus de especificidade: (I) a regra geral, que obriga a observância da arbitragem quando pactuada pelas partes, com derrogação da jurisdição estatal; (II) a regra específica, contida no art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/1996 e aplicável a contratos de adesão genéricos, que restringe a eficácia da cláusula compromissória; (III) a regra ainda mais específica, contida no art. 51, VII do CDC, incidente sobre contratos derivados de relação de consumo, sejam eles de adesão ou não, impondo a nulidade de cláusula que determine a utilização compulsória da arbitragem, ainda que satisfeitos os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. 2) O art. 51, VII, do CDC se limita a vedar a adoção prévia e compulsória da arbitragem, no momento da celebração do contrato, mas não impede que, posteriormente, diante de eventual litígio, havendo consenso entre as partes (em especial a aquiescência do consumidor), seja instaurado o procedimento arbitral. 3) As regras dos arts. 51, VIII, do CDC e 34 da Lei nº 9.514/1997 não são incompatíveis. Primeiro porque o art. 34 não se refere exclusivamente a financiamentos imobiliários sujeitos ao CDC e segundo porque, havendo relação de consumo, o dispositivo legal não fixa o momento em que deverá ser definida a efetiva utilização da arbitragem. 4) Recurso especial a que se nega provimento”. OBS.: “A convenção de Arbitragem em contratos de adesão envolvendo relação de consumo. Exceções à regra geral: Constatado o fato de que a controvérsia em questão se submete aos ditames do CDC, não se pode ignorar os termos do seu art. 51, VII, que estabelece serem nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que determinem a utilização compulsória da Arbitragem”. OBS.: “Dessa forma, a questão se resume em verificar se há incompatibilidade entre o art. 51, VII, do CDC e os dispositivos da Lei de Arbitragem, notadamente o seu art. 4º, § 2º”. “Nesse sentido, ao mesmo tempo em que estabeleceu como regra geral a obrigatoriedade de se respeitar a convenção arbitral, a Lei nº 9.307/96 criou mecanismos para proteger o aderente que, ao firmar contrato de adesão, se vê impossibilitado de discutir as cláusulas contratuais, que lhe são impostas unilateralmente pelo proponente”. “Para tanto o art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96 dispõe que a cláusula compromissória só terá eficácia nos contratos de adesão “se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula””. “Na realidade, com a promulgação da Lei de Arbitragem, passaram a conviver, em harmonia, três regramentos de diferentes graus de especificidade: (I) A regra geral, que obriga a observância da arbitragem quando pactuada pelas partes; (II) A regra específica, aplicável a contratos de adesão genéricos, que restringe a eficácia da cláusula compromissória; (III) A regra ainda mais específica, incidente sobre contratos sujeitos ao CDC, sejam eles de adesão ou não, impondo a nulidade de cláusula que determine a utilização compulsória da arbitragem, ainda que satisfeitos os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96”. “O CDC veda apenas a utilização compulsória da arbitragem, o que não obsta o consumidor de eleger o procedimento arbitral como via adequada para resolver eventuais conflitos surgidos frente ao fornecedor”. A discussão baseou-se na permissão de dirimir conflitos mediante arbitragem contidas na Lei nº 9.514/1997, que dispõe acerca da alienação fiduciária de bem imóvel. O art. 34 da referida Lei prevê que “os contratos relativos ao financiamento imobiliário em geral poderão estipular que litígios ou controvérsias entre as partes sejam dirimidos mediante a arbitragem”. Código de Defesa do Consumidor & A Lei da Alienação Fiduciária de Bem Imóvel. A possibilidade da aplicação da solução arbitral aos conflitos decorrentes de relações jurídicas trabalhistas, será necessário separar as questões referentes aos conflitos individuais e coletivos. Nos conflitos coletivos nada obstra que haja solução pela via arbitral, mormente em razão do que dispõe o art. 114, § 1º, da CF, segundo o qual, “frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros” . Assim é possível que a arbitragem nos conflitos trabalhistas decorrentes de greves (arts. 3º e 7º da Lei nº 7.783/1989) e participação nos lucros (art. 4º da Lei 10.101/2000). Consolidação das Leis do Trabalho OBS.: Arbitragem e Conflitos Individuais de Trabalho: “A arbitragem é, por excelência, o meio de solução de conflitos humanos, precedendo no tempo ao próprio Poder Judiciário”. “A solução de conflitos por um terceiro isento, escolhido pelas partes, sempre foi o caminho histórico de pacificação de litígios, porque, gozando da confiança dos que lhe pedem justiça, concilia a rigidez da norma com a flexibilização natural da equidade”. “Somente na fase imperial de Roma é que e adotou a solução exclusivamente estatal de controvérsias. Antes, no período das legis actiones e no período per formula, a atuação do pretor se limitava a dar a ação, compor o litígio e fixar o thema decidendum. A partir daqui, entregava o julgamento a um árbitro, que podia ser qualquer cidadão romano”. “Esta situação predominou durante a Idade Média, em que não havia tribunais exclusivamente patrocinados pelo Estado, pois, pertencendo o cidadão a reinos e condados, comandados por nobres e senhores feudais, a justiça era feita de comum acordo, por tribunais comunitários, de natureza mais compositiva do que decisória”. “Somente a partir do século XVIII, com a criação do Estado Constitucional, é que houve o monopólio pelo Estado da prestação jurisdicional. Esta nova potura, entretanto, nunca exclui o julgamento fora do Estado, por terceiros escolhidos pelas partes, pois não é, nem nunca foi possível ao Estado decidir sozinho as controvérsias humanas, principalmente na sociedade moderna, em que se multiplicam os conflitos e acirram- se as divergências, não só dos cidadãos entre si, mas deles contra o Estado e do Estado contra seus jurisdicionados”. “O próprio Estado brasileiro, através da Lei nº 9.307/2006, deu um passo decissivo neste aspecto (...). Desta forma, conciliou-se o monopólio da jurisdição, naquilo que o Estado considera fundante e inalienável para construir a ordem pública e o interesse social com direitos em que predominam os interesses individuais ou coletivos, centrados em pessoas ou grupos”. “Os conflitos trabalhistas não se excluem do âmbito genérico do art. 1º da Lei nº 9.307/2006 porque seus autores são pessoas capazes de controlar a detêm a titularidade de direitos patrimoniais disponíveis”. “A indisponibilidade de direitos trabalhistas é conceito válido e internacionalmente reconhecido porque se trata de núcleos mínimos de proteção jurídica, com que o trabalhador é dotado para compensar a desigualdade econômica gerada por sua posição histórica na sociedade capitalista. Destes conteúdos mínimos não têm as partes disponibilidade, porque afetaria a busca do equilíbrio ideal que o legislador sempre tentou estabelecer entre o empregado e o empregador”. “Porém, indisponibilidade não se confunde com transação, quando há dúvida sobre os efeitos patrimoniais de direitos trabalhistas em situações concretas. Indisponibilidade não se há de confundir com efeitos ou consequências patrimoniais. Neste caso, a negociação é plenamente possível e seu impedimento, pela lei ou pela doutrina, reduziria o empregado à incapacidade jurídica, o que é inadmissível, porque tutela e proteção não se confundem com privação da capacidade negocial como atributo jurídico elementar de todo cidadão”. “A arbitragem, tradicionalmente prevista no direito coletivo, pode e deve também estender-se ao direito individual, porque nele a patrimonialidade e a disponibilidade de seus efeitos e é o que mais se trata nas varas trabalhistas, importando na solução, por este meio, de 50% dos conflitos em âmbito nacional. Basta que se cerque de cuidados e se mantenha isenta de vícios a declaração do empregado pela opção da arbitragem, que poderá ser manifestada, por exemplo, com a assistência de seu sindicato, pelo Ministério Público do Trabalho ou por cláusula e condições constantes de negociação coletiva”. “Em vez da proibição, a proteção deve circinscrever-se à garantia da vontade idependente e livre do empregado para resolver seus conflitos. Se opta soberanamente pela solução arbitral, através de árbitro livremente escolhido, não se há de impedir esta escolha, principalmente quando se sabe que a solução judicial pode demorar anos, quando o processo percorre todas as instâncias, submetendo o crédito do emprego a evidentes desgastes, pois são notórias as insuficiências corretivas dos mecanismos legais”. “A arbitragem em conflitos individuais já é prevista na Lei de Greve – Lei nº 7.783/1989, art. 7º, Lei de Participação nos Lucros – Lei nº 10.101/2000, na Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras, ratificada pelo Decreto nº 4.311/2002. Trata-se, portanto, de instituição já inserida no direito brasileiro, que não pode mais ser renegada pela doutrina ou pela jurisprudência, sob pena de atraso e desconhecimento dos caminhos por onde se distende hoje o moderno direito do trabalho”. “Já é tempo de confiar na idependência e maturidade do trabalhador brasileiro, mesmo nos mais humildes, principalmente quando sua vontade tem o reforço da atividade sindical, da negociação coletiva, do Ministério Público, que inclusive pode ser árbitro nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho – art. 83, XI, da LC 75/1993”. “A relutância em admitir a arbitragem em conflitos individuais de trabalho é uma prevenção injustificada que merece urgente revisão. Não se pode impedir que o empregado, através de manifestação de vontade isenta de vício ou coação, opte por meio mais céleres, rápidos e eficientes de solução do conflito do que a jurisdição do Estado”. “De qualquer forma, conclui que a execução, ainda que seja de mera transação, não encontra óbice na Constituição Federal, cujo art. 114 ampliou a competência da Justiça do Trabalho: “Consiliação firmada perante Câmara Arbitral. Natureza de título executivo. Execução na Justiça do Trabalho. A Emenda Constitucional nº 45/2004, ao alterar o art. 114 da CF, ampliou a competência material da Justiça obreira, possibilitando o ajuizamento de ação executiva de títulos extrajudiciais além daqueles expressamente previstos no art. 876 da CLT. Não há mais que se falar que o art. 876 celetista apresenta rol taxativo (numerus clausus). Quanto a este tema, prevalece a aplicação subsidiária do CPC, que dispõe que a sentença arbitral constitui título executivo (arts. 475-N, inciso IV, e 585, inciso VIII). Se o exequente não questiona a validade da avença realizada perante a Câmara Arbitral nem suscita qualquer vício de consentimento, tem direito legítimo de pretender a execução deste título executivo na Justiça do Trabalho, seara competente para processar e julgar matéria pertinente à relação de emprego (art. 877-A da CLT)”. Questiona-se se é possível a arbitragem para resolver um despejo, uma pretensão renovatória ou revisional de contratos de locação. À obrigatoriedade de suas disposições a Lei do Inquilinato (Lei nº8.245/1991) determina: “Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do contrato de locação que visem a elidir os objetivos da presente Lei, notadamente as que proíbam a porrogação prevista no art. 47, ou que afastem o direito à renovação, na hipótese do art. 51, ou que imponham obrigações pecuniárias para tanto. A pura solução arbitral não visa elidir os objetivos cogentes da Lei do Inquilinato, a aplicação, da Lei nº 9.307/1996 é absolutamente possível, seja através da cláusula ou do compromisso arbitral, com a aplicação da própria Lei nº 8.245/1991, no seu aspecto de direito material para solução dos conflitos. Organização Lage (“Caso Lage”). Lições de Carnelutti. É cedido que o juízo arbitral não subtrai a garantia constitucional do juiz natural, ao contrário, implica realizá- la, porquanto somente cabível por mútua concessão entre as partes, inaplicável, por isso, de forma coercitiva, tendo em vista que ambas as partes assumem o “risco” de serem derrotadas na arbitragem. Lei nº8.987 de 13 de fevereiro de 1995. Lei nº8.666/1993. Lei nº10.303/2001 redação alterada pela Lei nº6.404/1976 das Sociedades Anônimas. Lei das Sociedades Anônimas. Projeto de Lei do Senado (PLS) 406/2013. Lei nº11.101/2005 Lei de Falências. Câmaras de Arbitragens. Tribunal Arbitral. “A Recupaeração Judicial, tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”. Plano de Recuperação. Lei de Recuperação de Empresas. “Convenção de Condomínio”. Cartório de Registro de Imóveis. “Tribunal de Alçada”. Lei nº6.0151973 Lei de Registros Públicos. “Ação Ordinária de Nulidade”. Clausula Arbitral ou Compromisso Arbitral. Lei de Introdução ao Código Civil. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. “LEX MERCATÓRIA”. Arbitragem de Direito: Neste caso não afrontam a ordem pública (norma cogente que regule a matéria que se pretende submeter à arbitragem), as partes podem escolher a norma que querem ver aplicada pelo árbitro para solução do seu conflito decorrente de direito patrimonial e disponível. Caso não escolham, o árbitro decidirá com fundamento na lei nacional. Arbitragem de Equidade: Neste caso as partes convencionem a hipótese expressamente e desde que não haja, igualmente, a afronta à ordem pública nacional. Ao aplicar a equidade o árbitro se coloca na posição de legislador e aplica a solução que lhe parecer razoável, ainda que haja lei disciplinado a matéria, desde que não se trate de norma cogente. “Princípio da Autonomia da Vontade”. “Jus publicum privatorum pactis derrogare non potest”. Lei nº4.886/1965. Arbitragem Institucional ou Administrada: Na qual existe uma instituição especializada que administrará a arbitragem, com regras procedimentais de acordo com a Lei de Arbitragem (Lei nº9.307/1996) acerca dos prazos, forma da prática dos atos, maneira de escolha dos árbitros, custos para a realização da arbitragem, forma de produção de provas, entre outras regras indispensáveis ao procedimento. Câmara de Comércio Brasil-Canadá. Arbitragem Avulsa: Também conhecida como Arbitragem Ad Hoc, que se realiza sem a participação de uma entidade especializada. Arbitragem e Constitucionalidade do Instituto: É que o princípio da inafastibilidade da tutela jurisdiconal pelo Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, da CF), significa que o parecer óbvio a partir do dispositivo constitucional que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direitos”, ou seja nenhuma lei pode impor a aplicação compulsória da Arbitragem. A solução arbitral somente pode ser adotada em razão da vontade das partes, somente se houver um acordo de vontades. Sendo assim, em razão do contrato, que é um acordo de vontades, surgem duas obrigações, ou seja, a obrigação de não fazer, que implica em não ingressar com pedido junto ao Poder Judiciário e, consequentemente, a obrigação de fazer, que consiste em levar o conflito à solução arbitral. A Arbitragem não é obrigatória vez que ninguém pode ser compelido a se submeter à arbitragem. A Autonomia da Vontade significa que as partes são livres para criar suas obrigações, desde que respeitadas as normas de ordem pública, assim, podem criar a obrigação de submeter seus conflitos à arbitragem e, se assim procederem, tornar-se-á evidente a vinculação ao que contrataram. A Convenção de Arbitragem é gênero do qual são espécies a Cláusula Arbitral (ou Cláusula Compromissória) e o Compromisso Arbitral. Cláusula Arbitral: Espécie de convenção de arbitragem mediante a qual os contratantes se obrigam a submeter seus futuros e eventuais conflitos que possam surgir do contrato à solução arbitral. A Cláusula Arbitral Cheia: É aquela que contém os requisitos mínimos para que possa ser instaurado o procedimento arbitral (as condições mínimas que o art. 10 da Lei de Arbitragem impõe para o compromisso arbitral), como por exemplo a formação de indicação dos árbitros, o local etc., tornando prescindível o compromisso arbitral. Sendo assim, ao surgir o conflito, as partes não precisam firmar compromisso arbitral e qualquer delas pode dar início ao procedimento arbitral. As duas formas de Cláusula Arbitral Cheia: a) Cláusula arbitral cheia mediante a qual as partes pactuam todas as condições para a instauração da arbitragem (do art.10 da Lei nº 9.307/1996); b) Cláusula arbitral cheia que se refere às regras de uma entidade especializada que já contém as condições formais para instituição da arbitragem. A Cláusula Arbitral Vaziza (ou em Branco):É aquela em que as partes simplesmente se obrigam a submeter seus conflitos à arbitragem, sem estabelecer, contudo, as regras mínimas para desenvolvimento da solução arbitral e, tampouco, indicar as regras de uma entidade especializada. Juizados Especiais Cíveis. O Compromisso Arbitral: Nada mais é que a convenção de arbitragem mediante o qual as partes pactuam que o conflito já existente entre elas será dirimido através da solução arbitral e pode ser: a) Judicial, na medida em que as partes decidem colocar termo no procedimento judicial em andamento e submeter o conflito à arbitragem; b) Extrajudicial, firmado depois do conflito, mas antes da propositura de ação judicial. “O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. §1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. §2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento públicos”. Requer-se portanto na forma escrita: a) Por termo nos autos no compromisso arbitral judicial, elaborado no curso do processo, mediante o qual as partes se obrigam a encerrar o litígio judicial e resolver a demanda através da arbitragem; a.1) Por documento particular, com duas testemunhas, no compromisso arbitral extrajudicial; a.2) Por documento público, sem a necessidade de testemunhas, ainda no compromisso arbitral extrajudicial. Superior Tribunal de Justiça. Art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Lei-Modelo da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (CNUDCI). Câmara do Comércio Internacional (CCI). Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados (CIRDI). Novo Código de Processo Civil (NCPC). Lei de Arbitragem Voluntária – LAV. Princípio da Autonomia do Juízo Arbitral. Princípio da Segurança Jurídica. Periculum in mora e o Fumus boni iuris. “A kompetenz-kompetenz (competência-competência) é um dos princípios basilares da arbitragem, que confere ao árbitro o poder de decidir sobre a sua própria competência, sendo condenável qualquer tentativa, das partes ou do juiz estatal, no sentido de alterar essa realidade. Em outras palavras, no embate com as autoridades judiciais, deterá o árbitro preferência na análise da questão, sendo dele o benefício da dúvida”. Constituição Federal (Princípio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional). Lei Brasileira de Arbitragem. Câmara de Arbitragem Empresarial Brasil (CAMARB) “Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes”. Nos termos do art.18 da Lei de Arbitragem, o árbitro é juiz de fato e de direito, prolatada sentença que não está sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário, constituindo título executivo judicial. O juiz togado não pode ser árbitro por vedação expressa da Lei (Lei Complementar 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN, art. 26, II, a). Deveres dos Árbitros: Nos termos do art. 13, §6º, da Lei nº 9.307/1996, são deveres dos árbitros no desempenho de suas funções: a) IMPARCIALIDADE : Ou seja, o árbitro não deve estar envolvido com os contendores, o que não se confunde com neutralidade, vez que neutro é aquele que nã toma partido de qualquer dos litigantes numa discurssão. É evidente que o árbitro tomará partido na sentença arbitral, mas, se isso ocorrer, será ele impedido; b) INDEPENDÊNCIA : Os árbitros devem estar distantes das partes, ainda que gozem, como de fato gozam, de sua confiança e por elas tenham sido indicados; c) COMPETÊNCIA : Os árbitros devem conhecer a matéria que lhes é submetida, além de ostentarem experiência, de acordo com os critérios estabelecidos pelas partes para indicação do árbitro. Assim, por exemplo, devem dominar o idioma em que a arbitragem se desenvolverá nos termos da convenção de arbitragem. De outro lado, devem contar com as características exigidas pelas partes na convenção de arbitragem, como, por exemplo, ser engenheiro mecânico com dez anos de experiência; d) DILIGÊNCIA : O que significa que o árbitro deve agir com cuidado, zelo e aplicação na busca da solução arbitral do conflito; e) DISCRIÇÃO : Tendo em vista este dever, imposto por lei, o árbitro deve manter sigilo daquilo que tem conhecimento em razão da arbitragem, de tal sorte que as pates podem incluir na cláusula ou no compromisso arbitral, sem descartar as regras da entidade especializada, a obrigação de não fazer, ou seja, de não divulgar aquilo que o árbitro tem conhecimento em razão do seu mister. Descumprida a obrigação, responderá por perdas e danos (arts. 189 e 389 do CC). Tal assertiva empresta supedâneo inclusive, ao sigilo que envolve a arbitragem, apontando, normalmente, como uma de suas vantagens em relação à solução judicial. Ao Presidente do Tribunal Arbitral incumbe: a) Receber a notificação para prolação da sentença, caso escoe o prazo legal ou convencional para tanto, sob pena de extinção da arbitragem (art.12, III, da Lei de Arbitragem); b) Receber exceção de suspeição ou impedimento (art. 15 da Lei de Arbitragem); c) Requerer ao juiz togado a condução coercitiva de testemunha renitente (art. 22, §2º, da Lei de Arbitragem); d) Proferir Voto de Minerva na hipótese de dissenso entre os árbitros, como, por exemplo, havendo três árbitros que condenam, todos, um dos contendores, mas divergem quanto ao valor da condenação. Neste caso prevalece o voto do presidente (art. 24, §1º, da Lei de Aritragem); e) Certificar a recusa de um dos árbitros em assinar a sentença que, mesmo assim, será válida (art. 26, parágrafo único, da Lei de Arbitragem); f) Enviar cópia da sentença às partes (art. 29 da Lei de Arbitragem). OBS.:Circunstânceas que impedem o Juiz de atuar no Processo de Arbitragem como Dispõe o art. 14 da Lei de Arbitragem: “Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, como as partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil §1º. As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e independência”. OBS.: Os motivos de Impedimentos e Suspeição que se aplicam aos Árbitros são os seguintes: Impedimentos: a) O árbitro é parte. Ora, incabível que alguém seja juiz em causa própria, o que inclui, conforme pensamos de acordo com a mens legis , a impossibilidade de o árbitro ser, igualmente, sócio ou acionista de uma das partes, ainda que a pessoa jurídica disponha de personalidade jurídica distinta daquela atribuída aos seus membros; b) Postula, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau. Assim, não é possível, a princípio, que funcione como árbitro alguém que tenha com advogado de uma das partes parentesco em linha reta (pai, filho, avô e etc.) ou colateral (irmão). Neste caso, se a outra parte, de má-fé, consegue, no curso do procedimento, que advogado com tais características ingresse no processo a fim de gerar o impedimento do árbitro, tal atitude será inócua, vez que o advogado não poderá postular. Portanto, só existe impedimento quando o advogado está na peculiar posição no início do procedimento; c) Quando o árbitro for cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; d) Quando o árbitro integrar a administração de pessoa jurídica, parte na causa. Suspeição de que o Árbitro é Parcial : a) Quando for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; b) Quando alguma das partes for credora ou devedora do árbitro, de seu cônjuge ou de parentes deles, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau. Não pode qualquer das partes ser devedora ou credora do árbitro ou de seus parentes em linha