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Universidade federal do Piauí – UFPI

Centro de tecnologia – CT
Disciplina: Conversão Eletromecânica
Aluno: Rudiardi Rocha Alvarenga Júnior

Materiais magnéticos macios e duros


Materiais magnéticos são os que apresentam propriedades magnéticas,
propriedades essas resultantes do seu arranjo e estrutura atômica, tais como momento
angular orbital e momento angular de spin do elétron, as combinações entres esses
momentos ditam o comportamento do material diante de um campo magnético. É a partir
dessas configurações que se classificam os materiais magnéticos quanto ao seu tipo:
diamagnéticos, paramagnéticos e ferromagnéticos.
Os materiais ferromagnéticos são aqueles que quando expostos a um campo
magnético externo passam a ter um campo magnético na mesma direção do campo ao
qual foram submetidos. O interior de um material ferromagnético pode estar dividido em
várias regiões magnetizadas. Em cada região destas, a intensidade da magnetização é
a mesma, mas as direções podem ser diferentes, cada região é chamada de domínio
magnético. Durante a magnetização ocorre que os elétrons que estão
desemparelhados, interagem entre si e se alinham na direção do campo magnético.

Os materiais ferromagnéticos possuem uma característica marcante que é


conhecida como magnetização espontânea, ou seja, eles apresentam uma
magnetização não nula, mesmo na ausência de campo externo aplicado.
Os ferromagnéticos podem ser classificados em dois grupos: macios e duros.
A partir da curva de magnetização, chamada de curva de histerese é possível analisar
as características dos materiais quando expostos a campos magnéticos. O que vai
determinar se o material é duro ou macio é a facilidade ou a força necessária para que
se alinhe os domínios magnéticos.
Os duros apresentam uma alta coercitividade, que é a capacidade de
um material magnético de manter seus ímãs elementares presos numa determinada
posição, portanto retendo sua magnetização na ausência de um campo aplicado, suas
curvas B-H são largas e quase retangulares. Por isso, esses materiais são usados para
fazer ímãs permanentes, imãs esses que tem aplicação na fabricação de refrigeradores
e fones de ouvido por exemplo. As impurezas melhoram as propriedades dos materiais
magnéticos duros.
Os materiais macios por sua vez são os que tem facilidade para se magnetizar
e também para desmagnetizar, e, portanto, requerem intensidades de campo magnético
relativamente baixas. Em outras palavras, seus loops nos eixos B-H são estreitos e por
sua vez tem uma área pequena e, portanto, a perda de energia por histerese por ciclo
também é pequena, devido essa propriedade é ideal para aplicações em que existem
ciclos repetidos de magnetização e desmagnetização, como em motores elétricos,
transformadores e indutores, onde o campo magnético varia ciclicamente. A aplicação
em relés também é importante pois também é necessário que o material do relé seja
magnetizado e desmagnetizado rapidamente.

A temperatura também influencia nas características dos materiais


ferromagnéticos. Quando ocorre um aumento de temperatura do material resulta em
uma elevação na magnitude das vibrações térmicas dos átomos e a livre rotação dos
momentos magnéticos torna seu alinhamento aleatório. A magnetização de saturação
é máxima a 0 K, diminui gradualmente com o aumento de temperatura até cair
abruptamente a zero na chamada “temperatura de Curie” ou “ponto de Curie”. A
temperatura de Curie é o ponto crítico onde o momento magnético intrínseco do material
muda de direção. Momentos magnéticos são momentos de dipolo permanentes que
dentro do átomo são criados a partir do momento angular e do spin dos elétrons.
Materiais tem diferentes estruturas de momentos magnéticos intrínsecos que variam
com a mudança de temperatura.

O ferro com alto grau de pureza raramente é usado, as principais desvantagens


do ferro puro são seu custo e sua condutividade elétrica relativamente alta, o que torna
altamente indicado para aplicações em corrente continua e inadequado para aplicações
de corrente alternada. Devido isso se faz necessário a utilização de impurezas, tais
quais acontecem na produção de semicondutores, a adição de impurezas modifica as
propriedades do material.
Um dos maiores crescimentos na utilização de materiais magnéticos nos anos
recentes foi na área de gravação magnética. Por exemplo, as memórias dos primeiros
computadores eram feitas de tambores magnéticos girantes. Posteriormente eles deram
lugar aos núcleos de ferrite. Quando estes começaram a ser superados pelos
dispositivos semicondutores, houve grande desenvolvimento nas memórias de bolhas
magnéticas. Finalmente, os discos magnéticos rígidos ou flexíveis, passaram a dominar
a tecnologia de armazenamento.

Referencias
FIORILLO, F.; Pasquale, M.; Appino, C.; Soft Magnetic Materials. 2016.

SINNECKER, João Paulo. Materiais Magnéticos Doces e Materiais Ferromagnéticos


Amorfos. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Ensino de Física, 2000.

JILES, DAVID.; Introduction to magnetism and magnetic materials. Iowa: Springer


Science+Business Media B.V., 1991

TEIXEIRA, Mariane Mendes. Propriedades magnéticas dos materiais. Mundo educação,2019.


Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/propriedades-magneticas-dos-
materiais.htm. Acesso em: 31 de Mar. De 2019.

FERROMAGNETIC Materials. electrical4u, 2015. Disponível em:


https://www.electrical4u.com/ferromagnetic-materials/. Acesso em: 1 de Abr. De 2019.

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