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f
8 5 104 h i (8)
solo
f
4 5 104 Dik (9)
solo
k’
’
i’ Nas equações (8) e (9), solo é a resistividade do solo sobre
o qual os condutores estão dispostos.
Fig. 4. Sistema de condutores O campo magnético interno a um condutor dá origem a
uma impedância própria denominada interna ou impedância
Desse modo, para os condutores mostrados na fig. 4, devido ao efeito pelicular. Na fig. 4, a impedância interna Zintii
define-se a impedância longitudinal própria Zii e a mútua Zik do condutor i é definida como sendo [8]:
como sendo:
Z ii Zext ii Zsolo ii Zint ii (1) j m i ber(m ri ) j bei(m ri )
Zint ii (10)
2 ri ber '(m ri ) bei '(m ri )
Z ik Zext ik Zsolo ik (2)
sendo:
2 f i
Na eq. (1), Zii, Zextii , Zsoloii e Zintii são, respectivamente, a m (11)
impedância longitudinal própria total, a impedância externa i
própria, a impedância própria devido ao efeito solo e a
impedância interna do condutor i; sendo esta última função do Nas equações (10) e (11), i, ri e i são: a resistividade, o
efeito pelicular do condutor. raio e a permeabilidade do i-ésimo subcondutor do feixe,
Na equação (2), Zik é a impedância longitudinal mútua respectivamente. Os termos ber e bei são as funções de
entre os condutores i e k, que é constituída pela impedância Kelvin, enquanto que os termos ber’ e bei’ são as derivadas
externa mútua Zextik e pela impedância mútua devido ao efeito dessas mesmas funções [9].
solo Zsoloik. Para os condutores mostrados na fig. 4, define-se a matriz
As impedâncias externas próprias e mútuas dos condutores de coeficientes de potencial [P] a partir dos elementos
mostrados na fig. 4 são escritas como sendo [6]: genéricos abaixo [7]:
0 2 hi 1 2h
Zext ii j ln (3) Pii ln i (12)
2 0 ri
2 ri
D 1 D
Zext ik j 0 ln ik (4) Pik ln ik (13)
2 dik 2 0 dik
sendo:
Nas equações (12) e (13), 0 é a permissividade do vácuo
2 f (5) cujo valor é 8.854 ηF/km [9].
A partir da matriz [P], obtém-se a matriz de capacitâncias
Em que o termo f descreve a variável frequência. [C] para os condutores i e k por meio da seguinte relação:
Nas equações (3) e (4), hi e ri são, respectivamente, a altura
e o raio do condutor i. Os termos dik e Dik são a distância entre [C] [P]1 (14)
os condutores i e k e a distância entre o condutor i e a imagem
do condutor k, respectivamente. A constante 0 é a A matriz de admitâncias transversais pode ser expressa
permeabilidade magnética no vácuo, cujo valor é 4π.10 -4 então como sendo:
H/km. [Y] j [C] (15)
As indutâncias própria e mútua resultantes do efeito solo
sobre os condutores i e k são descritas pelos termos Zsoloii e
Zsoloik. Na fig. 4, essas impedâncias são descritas como [7]:
III. ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DAS A. Parâmetros elétricos longitudinais
REPRESENTAÇÕES CONVENCIONAL E NÃO CONVENCIONAL A fig. 6, logo a seguir, mensura a diferença entre as
O comportamento dos parâmetros elétricos longitudinais e resistências relativas às representações convencional e não
transversais em função da frequência de linhas de transmissão, convencional, considerando a resistividade do solo variável:
bem como comportamento eletromagnético frente a 100, 1000 e 10000 Ωm. As curvas pontilhadas indicadas por
transitórios de origens diversas, estão intrinsicamente "a" mostram a relação entre as resistências mútuas enquanto
relacionados às caracteristicas geométricas e fisicas da linha e que as curvas indicadas por "b" mostram a relação entre as
seus condutores. Ademais, o solo sobre o qual a linha de resistências próprias. Nessa mesma figura, a resistência da
transmissão é projetada exerce uma grande influência sobre representação convencional é denominada Rc enquanto que a
suas caracteristicas elétricas. resistência da representação não convencional é dada por Rn.
Serão mostrados resultados para duas linhas de A variação entre os parâmetros das duas representações é
transmissão, sendo uma linha de transmissão trifásica mensurada por meio da simples relação Rc/Rn.
convencional de 440 kV e a outra uma linha suportada por
torres de altura elevada, 300 m, tal como descrito
anteriormente. A linha típica será denominada ao longo da
análise como a representação convencional, enquanto que a
linha com torres de altura elevada será denominada como
representação não convencional.
As duas representações apresentam silhuetas semelhantes,
no entando, as configurações geometricas das fases e da torre
apresentam variações de acordo com as descrições de um dos
fabricantes. Ou seja, as representações apresentam variações
na altura das fases e distância entre elas, tal como descrito em
detalhes na fig. 5.
IV. CONCLUSÃO
Este estudo apresenta algumas conclusões importantes
sobre esta forma emergente de transmissão de energia elétrica.
Fig. 8. Variação entre as indutâncias próprias das representações convencional
Primeiro, com base nas análises realizadas no domínio da
e não convencional, considerando a resistividade do solo variável: 100 Ωm frequência, foi demonstrado que as indutâncias mútuas da
(curva 1), 1000 Ωm (curva 2) e 10000 Ωm (curva 3). representação não convencional em 60 Hz, com base na
estrutura de torre com mais de 280 metros, são
Com base nos resultados apresentados na fig. 8, observa-se aproximadamente 7% a 9% menores quando comparadas às
que ao contrario das resistências e indutâncias mútuas, as indutâncias calculadas a partir de um trecho de linha
indutâncias próprias apresentam variações muito pequenas, utilizando torres convencionais, com aproximadamente 36
praticamente nulas para altas resistividades do solo e discretas metros. Por outro lado, as resistências próprias e mútuas
quando considerada uma baixa resistividade do solo, e em calculadas a partir das duas configurações apresentam valores
altas frequências (como descrito pela curva 1). No entanto, de muito próximos em 60 Hz, demonstrando que as variações
forma geral, as diferenças entre as duas representações de geométricas entre as duas torres não implica em variações
linhas, associadas as variações das indutâncias próprias, significativas na potência ativa dissipada ao longo do sistema
podem ser consideradas desprezíveis dentro da faixa de de transmissão.
frequência estudada. De forma geral, variações mais acentuadas são observadas
De modo geral, com base no conjunto de curvas em frequências mais elevadas, acima de 10 kHz, entre as
apresentado nas figuras 6, 7 e 8, pode-se concluir que o trecho resistências e indutâncias calculadas a partir das duas
de linha não convencional, devido principalmente às representações. As resistências (próprias e mútuas) e
distâncias entre as fases e a altura elevada dos condutores, indutâncias mútuas apresentam variações mais acentuadas em
apresenta menores valores para os parâmetros longitudinais altas frequências, próximas a 1 MHz, principalmente devido a
em comparação com a representação convencional. Esse diferença de altura entre as representações e a variação das
comportamento é mais acentuado em baixas resistividades do distâncias entre as fases. Além disso, a representação da linha
solo, o que vem a ser o caso da região amazônica, não convencional mostrou-se mais sensíveis à variação da
caracterizada por um solo arenoso e com elevado índice resistividade do solo, mais especificamente para baixos
pluviométrico. valores. Todas as características apresentadas até então
resultam em variações no campo eletromagnético mútuo entre
B. Parâmetros elétricos transversais
as fases e no retorno da corrente através do solo, que por sua
Neste item são analisadas as matrizes com as capacitâncias vez, podem resultar em transitórios eletromagnéticos com
aparentes associadas as representações de linha convencional e níveis de tensão e correntes mais acentuados sobre a seção de
não convencional, cujas silhuetas são descritas na fig. 5. Com linha utilizando as torres de altura elevada.
base nas equações (12)-(15) foram obtidas as seguintes Outras questões importantes devem ser levadas em conta
matrizes: no estudo dessa nova tecnologia. Primeiramente, a região
amazônica é caracterizada por alta umidade do solo devido às
precipitações diárias, grandes bacias hidrográficas, umidade
do ar e áreas de várzea. Portanto, a resistividade do solo é em REFERÊNCIAS
geral muito baixa, possibilitando maiores níveis de [1] W. M. Frota. “Melhorias estruturais de suprimentos para os sistemas
sobretensões sobre o sistema de transmissão em destaque elétricos isolados de Manaus e Macapá”, Revista T & C Amazônia,
neste artigo. Outra questão se refere à altura elevada das torres vol. 3, n. 6, pp.23-29, 2005.
e ao posicionamento dos cabos para-raios. Devido à altura da [2] G. N. D. De Doile, R. L. Nascimento. “Linhão Tucuruí-1800 km de
integração regional”, Revista T & C Amazônia, vol. 8, n. 18, pp.58-62,
torre e ao alto índice ceráunico da região amazônica, as fases
2010.
dessas seções de linha estão mais sujeitas a descargas [3] Technique catalog. Hebei Eissun Communication Equipment CO.
atmosféricas, pois os cabos para-raios não oferecem uma (2010, November) Available: http://www.hebeicomms.com/cp1.htm.
blindagem efetiva. Todos esses aspectos são temas de futuros [4] S. Kurokawa, F. N. R. Yamanaka, A. J. Prado, L. F. Bovolato, J.
estudos e devem ser estudados com critério para a Pissolato. “Representação de Linhas de Transmissão por meio de
Variáveis de Estado levando em Consideração o Efeito da Freqüência
implementação adequada dessa nova tecnologia de
sobre os Parâmetros Longitudinais”, Revista Controle & Automação,
transmissão. vol. 18, n. 3, pp. 337-346, 2007.
[5] J. A. Martinez, B. Gustavsen, D. Durbak. “Parameters determination
AGRADECIMENTOS for modeling system transients – Part I: overhead lines”. IEEE Trans.
on Power Delivery, vol. 20, n. 3, pp. 2038-2044, 2005.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível [6] L. Hofmann. “Series expansions for line impedances considering
Superior (CAPES/Processo 4570-11-1) e ao Conselho different specific resistances magnetic permeabilities and dielectric
Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico permittivities of air and ground”, IEEE Trans. on Power Delivery, vol.
(CNPq). 18, n. 2, pp. 564-570, 2003.
[7] H. W. Dommel, “EMTP theory book”, Vancouver, 1986.
[8] W. Mingli, F. Yu, “Numerical calculations of internal impedance of
solid and tubular cylindrical conductors under large parameters”, IEE.
Proc. Gener. Transm. Distrib, vol. 151, n. 1, pp. 67-72, 2004.
[9] Y. J. Wang, S. J. Liu. “A review of methods for calculation of
frequency-dependent impedance of overhead power transmission
lines”, Proc. Natl. Sci. Counc., vol. 25, n. 6, pp.329-338, 2001.
[10] S. Kurokawa, J. Pissolato, M. C. Tavares, C. M. Portela, A. J. Prado.
“Behavior of overhead transmission line parameters on the presence of
ground wires”. IEEE Trans. on Power Delivery, vol. 20, n. 2, pp.
1669-1676, 2005.