Você está na página 1de 7

ARTE E DIREITO

Daniel.nicory@gmail.com
Avaliações: 1ª 14/03
Não haverá aula 07/03
Anteposições:
1ª 11/02 – 10:50 ou 12/02 7:20, ou 9:00; ou 10:50
2ª 18/02 – 10:50; 19/02 7:20; ou 9:00; ou 10:50
AULA 1 – 07/02/2019
Assunto: Poética Aristotélica
1. INTRODUÇÃO
2. POÉTICA ARISTOTÉLICA
2.1. MYTHOS
2.2. MIMESIS
2.3. KATHARSIS
3. MODOS FICCIONAIS EM NORTHKOP FRYE
3.1. MÍTICO
3.2. MODO MARAVILHOSO
3.3. MODO MIMÉTICO ALTO
3.4. MODO MIMÉTICO BAIXO
3.5. MODO IRÔNICO
4. TEXTOS PARA AULA DE HOJE (NA XEROX)
 ARISTOTELES – ARTE POÉTICA
 RICOVER, PAUL – MODOS FICCIONAIS EM FRYE
TEXTOS PARA PRÓXIMA AULA
 IHERING, PUDOLPH VON – A LUTA PELO DIREITO
 OST, FRANÇOIS – “NO COMEÇO ERA A LEI”; “NO COMEÇO ERA O
JUIZ

Em termos de valoração: A arte tem como função (estética) a busca pelo belo. O Direito
busca o justo. Contudo, nem todo fazer humano vai conseguir alcançar os objetivos a
que se propõe. Ou seja, pode haver desacordo entre os interpretes entra “belo” e “justo”.
Porém, em muitos casos haverá coincidências de opiniões sobre o belo e o justo.
Arte e Direito se referem a vários assuntos de nossa vida. Existe arte que tem objeto o
Direito e vice-versa, e este é o primeiro ponto de aproximação entre os dois.
A 2ª parte do curso será a apresentação de obras artes que o próprio aluno
escolherá sobre temas jurídicos. Abranger se possível: O Que a obra trata como
justo e o que o Direito diz?
Do ponto de vista filosófico aas formas de compreender certos problemas é comum
entre o Direito e a arte. O problema número 1 é a interpretação.
A diferença fundamental é o que o Direito (sistema jurídico) precisa dar uma resposta
final à questão. A ciência nunca fecha questão, mas dá respostas (conclusão provisória)
sobre os problemas, até que venha outra resposta melhor e lhe substitua. Já no Direito
para fins de segurança (jurídica) para a sociedade é preciso que se estabilizem as
relações (trânsito em julgado).
Em Dom Casmurro, onde para a arte fica em aberto o adutério ou não de Capitu, no
Direito o Juiz teria que decidir pelo crime de adultério ou não.
Em síntese, a arte não precisa fechar questão diante da dúvida (mesmo podendo fechar
questão em alguns casos). O Direito precisa fechar questão.

O 2º ponto é RETÓRICA:
Tanto o Direito como a arte precisam. (mas é tema da matéria
O 3 ponto é a narrativa e é aqui que se dá início a matéria.

2. POÉTICA ARISTÓTELICA
Vida é sucessão de movimentos (não é inércia). O que traz para linguagem o movimento
é a narrativa. A narrativa é uma forma de contar a vida. O profissional do Direito é um
grande contador de História. O artista e o jurista contam histórias, desde que
verdadeiras.
Quem faz uma ação conta uma história. Quem contesta a ação também conta uma
história. O Juiz ouve as duas histórias e decide por uma delas ou conta até conta outra
história.
Nas petições em geral temos: Dos Fatos, Do Direito e Do Pedido.
O Juiz não tem conhecimento dos Fatos, por isso, a narrativa é tão importa.
A arte estudou a contação de história muito mais que a teoria do Direito. Para o Direito
em processo criou-se a cultura de colocar a contagem da história em segundo plano,
inclusive a testemunha é chamada de Prostituta do Processo.
Em arte e direito a questão é como as histórias são contadas na prática jurídica,
convincentes ou não.
Aristóteles > Discípulo de Platão, falou de vários assuntos diferentes. Temos obras
como: Ética à Nicômaco; e A Política. Frase de Aristoteles: A Arte imita a Vida.
Aristoteles vê a Arte como representação (e não tanto como expressão: visão
iluminista). Essa representação seria o que ele chama de imitação. Esse termo imitação
gera 2 termos:
 Mythos: Organização dos Fatos
É uma história que dá sentido a um mistério. Se a ciência resolve o mistério encerra o
mito. Não por acaso o mito está associado a religião e à metafísica. Quando Aristoteles
falava em Mythos ele enfatizava a história, pois seria então a organização dos fatos em
uma sequência com início, meio e fim. Isto dentro da Teoria da Arte é o Enredo ou
Trama. Neste sentido a Mitologia é o conjunto de histórias, em geral, envolvendo
divindades; em geral, Divindades personificando valores como Justiça e etc... Portanto,
a abordagem cientificista chama esses mitos de mentira, mas trata-se de conhecimento
em outro âmbito. Aristóteles: fala sobre a verossimilhança, que seria a sucessão de
eventos segundo o necessário ou provável.
Verossimilhança é a aparência de verdade. Mas nem sempre corresponde à verdade.
Então, algumas decisões judiciais em grau de urgência levam em consideração a visão
do Juiz naquele momento em verossimilhança, ou seja, com a visão dele no caso.
Para Aristóteles seria verossímil: Se o evento necessariamente decorreria do anterior,
ou provavelmente decorreria do anterior.
Sucessão de acordo com o Necessariamente = Ex: A pena de água no fogo terá uma
sucessão física de acontecimentos que envolve o aquecimento, até a evaporação da água
e etc... (Leis Naturais)
Sucessão de acordo com o Provável = está ligado ao comportamento humano. Certas
respostas humanas ao estimulo são parecidas como por exemplo: Se os irmãos não se
falam, e os pais morrem muito ricos morrem, é provável que esses irmãos briguem de
forma ferrenha. A partilha pode se dar de forma diferente, ou seja, de forma amigável,
mas a probabilidade é a briga.
Quando todo coletivo usa da mesma história para mentir, aquela história cai em
descrédito. Mas é possível testar essa credibilidade dentro da história. Ex: um preso diz:
sou inocente.
O defensor pede um tipo de prova que vai ferrar o cliente (o que seria papel da
acusação) caso ele esteja mentindo, para assim testar a verossimilhança.
O defensor mostra para o acusado as consequências de contar uma história ridícula.
Com isso o própria acusado vai escolher a história que vai contar.
 Mimesis: Representação da Ação
Mimesis é imitação. Mimetismo ex: camaleão. Especie de camuflagem. Arte como
imitação e como representação, aristoteles está pensando no teatro (hoje tv, cinema e
etc..), pois o ator está representando e agindo como se fosse o personagem. Mimesis =
Agir como se. Está ligado a ideia de ficção. Então a arte representa a realidade sem se
transformar na realidade. 2 formas imitação: Tragédia e Comédia. Tragédia é a
representação homem melhor que são. E Comédia piores do que são. Na Tragédia os
sentimentos são temor e compaixão. Na comédia simpatia e riso.

 Katharsis: Purificação Espiritual


Purificação espiritual do público, a partir da experiência da arte. Seria então a
provocação de um sentimento no público. A Katharsis é provocada pelo Mythos -
atráves da organização dos fatos. A partir de 3 elementos: Peripécia (Reviravolta);
Descoberta (Reconhecimento); Patético (Sofrimento). *Patético no sentido de polo
passivo da ação, aquele padece da ação, sofre as consequências da ação.

Édipo Rei. Laio e Jocasta são Rei de Tebas. Os Oráculos fazem profecia tanto para o Pai
de Èdipo, como também outro Oraculo faz a profecia para o próprio Èdipo já adulto. O
erro de Edipo é Hubris = desmedida.

AULA 03 – CONCEITOS DE AÇÃO


VERDADE E MUNDO
1. CONCEITOS DE AÇÃO, VERDADE E MUNDO
1.1. AÇÃO ESTRATÉGICA
1.2. AÇÃO NORMATIVA
1.3. AÇÃO DRAMATURGICA
1.4. AÇÃO COMUNICATIVA
2. TRIPLA MIMESIS
2.1. PRÉ-FIGURAÇÃO
2.2. CONFIGURAÇÃO
2.3. REFIGURAÇÃO
Leituras de Hoje:
Habermas - Conceitos sociológicos da ação
Ricover – A tripla mimesis.

Habermas – O que é ação? O comportamento humano voluntário (excluídos atos


reflexos e etc...). Aristóteles diz que ele é teleológico. ou seja, orientado para um
finalidade, e isto demonstra a sua racionalidade.
Classificação em Aristoteles:
Aspectos internos
 Surgimento da vontade
 Delimitação da finalidade
 Aplicação do conhecimento
 Escolha dos meios
 Definição do plano
Aspectos externos
 Execução da ação
 Produção de efeitos
 Alcance (ou não) da finalidade
Habermas diz que estes comportamentos acima, se dão em sociedade. Hoje ocorre uma
interação. E a partir disso ele cria os 4 conceitos de ação: Estratégia, Normativa,
Dramatúrgica, Comunicativa. Ações variam de acordo com o conceito de verdade e de
mundo.
Estando sozinho os limites decorrem da própria natureza.
Mas na interação em sociedade o comportamento dos outros limita o meu
comportamento. A depender da ação os limites serão diferentes.
Habermas segue Weber que segue Aristóteles.
A primeira forma de Ação conforme Habermas é a Estratégica, o único time de limite é
o eficacial, ou seja, para ele vale tudo desde que funcione. Esses limites vão ser dado
tanto pelas pessoas como pelo ambiente.
Ex: Estamos na Faculdade buscando o bacharelado. Para isso precisamos passar nas
disciplinas. Para isso até mesmo pescamos. Então o agente só avalia se vai dar certo, ou
não. Ou seja, não leva em consideração questões éticas. Nessa avaliação do que daria
mais certo (Estudar ou pescar) a melhor decisão vai depender do caso concreto (estilo
de prova, perfil do professor, fiscal da prova e etc..) para isso o sujeito racional, vai
preparar a pesca, correr riscos e etc... e tudo isso a pessoa avalia. E só importa se vai dar
certo ou errado. Em conclusão: O Agente cumpre a norma, não é pelo certo ou
errado, mas sim pelo medo da punição. A partir disto ele executa ação, isto produz
efeitos, e ocorro o alcance da finalidade ou não.
Essa modalidade de ação está ligada a dada ideia de verdade e de mundo.
O conceito clássico de verdade – é a verdade como correspondência.
Mundo – Totalidade de coisas. Mundo objetivo – Totalidade de objetos percebidos pelo
sentido.

1.2 Ação Normativa – O agente reconhece como limites para a sua ação (além dos
eficaciais) os limites impostos por algum sistema normativo (que não se restringe ao
Direito). Temo como exemplo: Gramática (Sistema normativo da língua); Moda (Impõe
tendências a todos).
Em qualquer destas possibilidades o agente normativo, para alcançar sua finalidade, vai
considerar o que está certo ou errado, a partir das regras de moda, língua, etiqueta,
direito e etc...
O agente normativo, carrega um pouco do agente estratégico, e todos serão, o que eles
não são é exclusivamente estratégico. No caso da pesca, o agente normativo ele descarta
a pesca, só sobra o estudo. Mas ainda resta a analise estratégica de como estudar
(conhecer o estilo da prova, o professor, no caso dos concursos o examinador e etc...).
O conceito de verdade aqui está ligado à verdade correção => Correspondência entre
a afirmação e a interpretação do fato a partir do que está prescrito em um sistema
normativo. Está ligado a ideia de mundo intersubjetivo/social. Pois a norma não
pode ser tocada (conforme a ideia de mundo vista anteriormente).

1.3 – Ação Dramaturgica – Por esta, a vida é o palco no qual o agente deve expressar a
melhor versão de si mesmo. Ele não mentir, nem se disfarçar, mas representar a melhor
versão de si mesmo.
No exemplo sobre passar na disciplina: Ele reconhece os mesmos limites normativos,
porém, para dar a melhor versão de si mesmo, precisará se conhecer, para saber qual a
melhores opções. Anotar na aula com caderno, ou computador, estudar pelo próprio
caderno, pelo livro, e diversas outras opções. Autoconhecimento aqui é a melhor
forma de agir dramaturgicamente, consigo mesmo.
Conceito de verdade Credibilidade ou verdade sinceridade. Ligado a ideia de
mundo subjetivo ou interior. Cada cabeça é um mundo = Mundo na ideia de totalidade
da subjetividade do individuo.

1.4 Ação Comunicativa – O nome do livro de Habermas é teoria da ação comunicativa.


A ação ele considera ideal é a comunicativa. Conceito: É aquela em que o agente busca
um entendimento coordenador da ação com os outros agentes. É a busca do
entendimento com o outro antes de agir. Visa harmonizar a ação com a do outro me
busca de um resultado melhor. Esta ligado a ideia de verdade consenso. E mundo da
vida, ou mundo da experiência.
Mundo da vida unifica as outras 3. A verdade consenso também unifica as outras
3.

2. Tripla Mimesis.
Ricover vai dizer que entre a vida (um extremo) e a compreensão do leitor de uma obra
de arte (outro extremo) se dá 3 mimesis: Pré-figuração; configuração; refiguração
Resumo: a vida prefigura, o texto configura, e o leitor refigura.
Discutimos a muitas formas de conceber a ação humana, tendo diferentes possibilidades
de interação.
O Sentido da obra só se completa com a experiência do leitor (refigura).
Toda obra é aberto (só se fecha com o completo do leitor). Mas tem obra que o autor
torna a obra explicitamente aberta.
Para próxima aula:
Humberto Eco – James Bond Uma combinatória narrativa
Karl Larenz - A conformação da situação de fato.
AULA 21/02/2019
Ilhering – A luta pelo Direito (1870) – um dos primeiros referenciais teóricos do Direito
na arte. E vai discutir como essa obra representa o tema.
Ilhering usa 2 obras. 1 de Shekeaspera e outra de Clist.
O que é a luta pelo Direito? Direito Objetivo = Law > Conjunto de normas no
ordenamento. Direito Subjetivo= Right. Na perspecta positivista o Direito subjetivo
depende do objetivo.
Ilhering vai dizer que os Direitos objetivos também dependem do Direito subjetivo.
Pois, se todos abrem mão dos seus direitos subjetivos, o Direito objetivo fica em risco.
Ora, se todos abrirem mão do Direito, o Direito fica em risco de falir. Kelsen também
reconhecia isso ao afirmar que o Direito precisava de uma eficácia mínima.
Ilhering, identifica na obra “Mercador de Veneza de Shakesp.” Personagens que
representam esta questão.
Resumo: Bassanio, sem muitas posses, deseja casar com Portia, que é rica. E Bassanio
precisa pagar Dote. Antonio Mercador de Veneza é amigo de bassanio. Bassanio precisa
de 3000 ducados. Antonio não tem esse direito a disposição, porque os barcos estão
voltando da Constantinopla. Para ajudar bassanio rápido, Antonio pega emprestado com
o agiota Shylock (Judeu).
Shylock era humilhado pelos cristãos. Ao receber o pedido de antonio, ele decide
emprestar sem cobrar juros. Parei de anotar.....
Ilhering interpretou Shylon como alguém que “Luta pelo Direito”.

Temas do Trabalho:
1) Limites da Liberdade
2) Violência e Criminalidade
3) Autoritarismo e Democracia
4) Família e Afetividade
5) Tribunais e Argumentação
6) Mercado e Propriedade

Cinema
Literatura
Musica
Teatro

Você também pode gostar