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INFORMAÇÃO INTERATIVA E A

relato de pesquisa
FORMAÇÃO DE COLÉGIOS INVISÍVEIS

Edna Gusmão de Góes Brennand*


Eládio de Góes Brennand**

RESUMO Pesquisa de caráter exploratório buscou, nas interfaces entre


a educação, as ciências cognitivas e a ciência da informação,
nuances de aproximação para subsidiar uma reflexão
sobre a complexidade dos usos e apropriações das novas
configurações das redes de informação e conhecimento.
Aborda aspectos relacionados ao estágio atual de
desenvolvimento da Sociedade Cognitiva, com ênfase na
emergência de colégios invisíveis, construídos nas redes de
comunidades de aprendizagem como espaços não formais,
mas que têm se fortalecido com estratégia de busca de
informação e conhecimento fora das instituições formativas
tradicionais. A categoria colégios invisíveis é atual e adequada
para nos referirmos à emergência criativa de formas de
compartilhamento de mundos da vida diversos através do * Doutora em Sociologia pela Université
ciberespaço, independente das organizações formais como de Paris I- Panthéon-Sorbonne, França.
Docente permanente do Programa
escolas, universidades e empresas. Foi problematizada a de Pós-Graduação em Educação da
emergência do ciberespaço como estruturador de novas Universidade Federal da Paraíba, Brasil.
E-mail: ednabrennand@gmail.com.
práticas cognitivas que implicam a reestruturação de
arquiteturas da informação, da comunicação e da partilha de ** Doutor em Ciências pela Université
Libre de Bruxelles, Bélgica. Docente
conhecimentos para pensar a educação do futuro. permanente do Mestrado Profissional
Gestão em Organizações Aprendentes
Palavras chave: Colégios invisíveis. Informação e conhecimento. Redes da Universidade Federal da Paraíba,
Brasil.
digitais. E-mail: eladiobrennand@uol.com.br.

1 INTRODUÇÃO colocar à disposição das pessoas os múltiplos


acervos de bens culturais produzidos pelas

E
sociedades; que também não é nova a discussão
ste artigo é oriundo de estudos
sobre a necessidade da promoção da educação ao
desenvolvidos no âmbito do grupo de
longo da vida como forma de democratização do
pesquisa Cultura Digital e Educação e
acesso aos bens culturais.
aborda aspectos relacionados ao estágio atual Entretanto, é necessário reconhecer que
de desenvolvimento da Sociedade Cognitiva, não são, ainda, bem conhecidas as formas
com ênfase para o debate sobre a emergência encontradas por grupos sociais específicos para
de colégios invisíveis, espaços de aprendizagem usar as tecnologias digitais para desenvolver
não formais, mas que têm se fortalecido novas habilidades e competências em um mundo
com estratégia de busca de informação e em crescente exigência do uso das inteligências
conhecimento fora das instituições formativas para interpretar os códigos culturais, interagir
tradicionais. Parte do princípio de que não é socialmente, adquirir competências para a vida e
nova a constatação de que as instituições como para a carreira. Assim, nossas pesquisas buscam
a escola, a universidade, os centros de pesquisa, vestígios, experiências, debates, teorias que
bibliotecas, empresas, etc., não dão conta de tragam elementos teórico-conceituais que possam

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subsidiar algumas das questões, aqui discutidas, Fomos encontrar as origens da expressão
como a emergência de colégios invisíveis. colégios invisíveis no século XVII, nas memórias
A pesquisa de caráter exploratório tentou do filósofo natural britânico Robert Boyle (1627-
buscar, nas interfaces entre a educação, as 1691), cidadão irlandês que a utilizava para se
ciências cognitivas e a ciência da informação, referir a um seleto grupo de intelectuais que,
nuances de aproximação para subsidiar uma trabalhavam em espaços físicos diferentes, e
refelexão sobre a complexidade dos usos e encontravam-se, informalmente, para discutirem
apropriações das novas configurações das redes ideias inovadoras e construírem caminhos
de informação e conhecimento. diferenciados a fim de buscar informações e
O aumento da velocidade de transmissão conhecimentos que não estivessem registrados
de mensagens, a quantidade de transmissão de nos livros que circulavam na academia.
informação e a multiplicação de fontes e tipos Esses intelectuais, à epoca, direcionaram a
de informação parece ser uma característica atenção para a busca de uma nova dinâmica
fundamental da sociedade do conhecimento de produção e divulgação do conhecimento
ou sociedade cognitiva. Baseada na que se diferenciavam dos padrões das fontes
permanente necessidade de aquisição e troca reconhecidas de informação. Durante mais de
de conhecimentos, esse estágio civilizatório quatro séculos a força relacionada aos debates
tem como marca a constatação de que ensinar promovidos, entre várias gerações de cientistas
e aprender é um processo contínuo ao longo e com eles surgiam a refutabilidade fundamental
da vida. Estudos e experiências neste domínio para o avanço e renovação da ciência. Não é de
abriram largas infovias para a compreensão se estranhar que esse movimento tenha dado
de que este tipo de aprendizagem tem sido origem na Grã Bretanha, a Royal Society em
reestruturado pela entrada, em cena, de artefatos Londres, bem como, a chamada Escola de Palo
tecnológicos que têm modificado, de forma Alto nos Estados Unidos (WINKIN, 1981).
recorrente, o processo de comunicação humana. Mais recentemente, na década de 80,
Comunicar através de redes digitais tem se no Brasil, Santana (1981) retoma a categoria
tornado um fenômeno que ultrapassa as relações para discutir as estratégias de disseminação
humanas, assumindo o sentido de participação da informação por bibliotecas especializadas.
permanente através de um sistema de múltiplos Posteriormente o francês Le Codiac (2004) e, na
canais que incluem gestos, olhares, silêncios e, última década, Moreira (2005), trazem nessa
sobretudo, partilhas. mesma perspectiva o termo colégios invisíveis
Neste século, o sentido de aprender e para discutirem a emergência dos colégios
comunicar assume definitivamente o sentido de virtuais. Para os fins que nos interessaram
partilhar por meio das vias digitais, desenhando, na exploração do tema, inicamos o caminho
dinamicamente, múltiplas possibilidades de admitindo a ideia de que esta categoria é atual e
encontros e tipos de informação diferenciados. adequada para nos referirmos às comunidades
Poderíamos, metaforicamente, dizer que de aprendizagem que partilham mundos
comunicar, nas duas últimas décadas, tem da vida diversos através do ciberespaço,
assumido significado semelhante a ser membro independente das organizações formais como
de uma orquestra onde os instrumentos e os escolas, universidades, empresas e outras
músicos estão em lugares sem fronteiras definidas. instituições. O fortalecimento do ciberespaço
Poderíamos, igualmente, utilizar a metáfora para como estruturador de novas práticas cognitivas
dizer que para aprender, nesse contexto, implica nos desafia a compreender as teias desta rede e
fazer parte de comunidades de aprendizagem aspectos relativos à estruturação de arquiteturas
chamadas de “colégios invisíveis”, onde os da informação, da comunicação e da partilha de
autores e os leitores podem estar em diversos conhecimentos, tendo em vista reestruturações
espaços e tempos, partilhados em espaços necessárias para pensar a educação do futuro.
formais e informais, reconhecidos ou não. Mas Não é nossa pretensão, evidentemente,
o que pode significar na era das redes o termo considerar as múltiplas entradas de
colégios invisíveis? Como pensar as arquiteturas possibilidade para pensar esta questão de caráter
informacionais neste espaço? Como estruturar interdisciplinar e complexa. Fomos motivados a
aprendizagens relevantes neste contexto? contribuir para esse debate, por considerarmos

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sua importância no sentido de refletir acerca mitos, teorias, simulações. Este novo espaço
dos grandes dilemas educacionais trazidos favorece conexões e sinergias entre inteligências
pela civilização tecnológica, que implica, entre individuais, interesses e competências e o
outras coisas, colocar à disposição de crianças, encontro de módulos cognitivos comuns.
jovens e adultos, ferramentas e informações Com a evolução das pesquisas
para a participação cidadã em um mundo onde interdisciplinares sobre a aprendizagem humana
comunicar e partilhar é exigência basilar para o um novo locus de circulação aberta da informação
desenvolvimento de habilidades e competências. se consolida. É importante considerar as
O artigo está estruturado de forma que possibilidades levantadas a partir dos trabalhos
os diversos elementos trazidos à discussão do Matemático Alain Touring, que permitiram a
pudessem concatenar temas que permitissem criação de um sistema formal, tornando possível
ao leitor ingressar no debate e testar os o processamento de símbolos, ligando a abstração
argumentos construídos. São discutidas algumas de sistemas cognitivos e a realidade concreta dos
características fundamentais do fenômeno da numeros. Isso traz para a cena das pesquisas
convergência digital para iluminar os fins que sobre aprendizagem humana, questões sobre a
nos interessam que é compreender novas formas cognição e como o cérebro humano é estudado e
de utilização social da informação no processo tomado como parâmetro para desenvolvimento
de nascimento e fortalecimento dos colégios dos atuais sistemas digitais inteligentes
invisíveis. (NORVIG, 1992).
O desafio de desenvolver simuladores
computacionais para estudar processos
2 NOVO LOCUS DE CIRCULAÇÃO mentais humanos requereu a contribuição
ABERTA DA INFORMAÇÃO de pesquisadores que estivessem direta ou
indiretamente, envolvidos com o estudo
Com a convergência digital, são da mente: psicólogos, linguistas, filósofos,
inúmeras as possibilidades de uso de sistemas neurocientistas, etc. Esse esforço interdisciplinar
inteligentes, uma vez que a conexão em rede de pesquisa levou mais tarde, à consolidação do
dos bancos de dados digitais, das ferramentas que hoje se denomina de Ciências Cognitivas,
interativas como redes sociais fazem emergir uma grande reorganização de tudo o que
formas de comunicação cada vez mais abertas sabemos sobre a mente humana (TEIXEIRA,
e multimodais. Convergência digital é aqui 1996a, 1996b). A compreensão de que a
entendida como a tendência de utilização de inteligência humana pode ser replicada, e que
uma única infraestrutura de tecnologia de as funções cognitivas podem ser simuladas
telecomunicações para prover serviços que em por processos computacionais tem gerado
momentos anteriores requeriam equipamentos, desafios em vários campos do conhecimento, em
canais de comunicação, protocolos e padrões particular no campo da ciência da informação e
independentes como o rádio, a televisão, as redes dos modelos que lhe são próprios, desde a teoria
de computadores e telefonia. matemática da informação aos novos aportes que
A convergência digital transforma implicam a informação interativa.
a maneira como a informação é expressa e Durante as últimas décadas do século
os métodos que são usados para gerenciá- XX, à medida que as formas de aprendizagem
la e disseminá-la. Esse processo ocasiona foram se tornando mais complexas, e o
mudanças que estimulam alterações conhecimento crescendo em escala exponencial,
importantes na maneira como as pessoas criam, disponível em toda parte e em vários formatos,
armazenam, usam e disseminam a informação os desafios de compor uma base informacional
e as transformam em conhecimento. Permite, de relevância social começam a ser considerados
conforme argumenta Lévy (2009), a emergência como fundamental. A Inteligência Artificial
de redes de saberes nunca antes conhecidas. Cria e a criação de sistemas inteligentes para
e fortalece formas sociais, novas instituições, vários fins e usos sociais desafiam buscas de
organizações econômicas e políticas, interfaces respostas permanentes. Poderemos, grosso
de comunicação, novos ambientes cognitivos modo, argumentar que a Inteligência Artificial
favorecendo modos de conhecimentos distintos: Simbólica, que ganha contornos nítidos no final

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dos anos 60, abre novos horizontes para a teoria ao invés de planejados e centralizados;
da informação. A possibilidade de simulação da permitam encontrar soluções emergentes
inteligência não através de hardwares (máquinas), tendo em vista as interações entre agentes e/ou
mas através de softwares (programas) específicos, humanos; sua execução possa ser concorrente
que operariam basicamente sobre dados ou ao invés de sequencial; permita a expansão das
representações, inauguram uma nova pragmática funcionalidades através do encapsulamento
para a teoria da informação. Algumas pesquisas de aplicações em novas plataformas. Assim,
realizadas no campo dos sistemas inteligentes, a Inteligência Artificial Distribuída, evolui
desde a década de 90 até os dias atuais, por como um ramo da inteligência artificial que
Maturana e Varela (1997), Lévy (1998), Gavidia está relacionado com a solução cooperativa
e Gupta (2004), Gavidia et al (2004), Silva (2004), de problemas em certo ambiente através de
Fernandes (2005), Azevedo (2006, 2008), Freitas, agentes distribuídos (BITTENCOURT, 2011).
(2006), Freitas et al (2006), Brennand e De Góes Nesse contexto, os modelos de estruturação do
Brennand (2007), Prescott (2008), Bittencourt conhecimento e da informação transcendem
(2011), apontam que tem sido crescente a busca qualquer possibilidade de linearidade e
de como modelizar a inteligência humana, fechamento.
transportá-la ao nível computacional e A possibilidade de produzir um
aperfeiçoar os chamados sistemas inteligentes programa capaz de simular aspectos específicos
informatizados. da inteligência humana traz um divisor de
No que se refere aos sistemas inteligentes águas para a questão relativa à arquitetura
com fins de aprendizagem, o que aqui nos da informação e fortaleceu, durante algumas
interessa particularizar, é importante salientar décadas, a teoria matemática da informação.
que os mesmos são estruturados, tendo como Segundo Teixeira (1996a, p. 42) os sistemas
base um comportamento tutorial denominado especialistas,
Sistemas Tutor Inteligente que, utilizando
técnicas de Inteligência Artificial associadas à São solucionadores de problemas
Psicologia Cognitiva, se destinam a guiar um acoplados a imensos bancos de memória
processo cognitivo dado. Os criadores destes onde conhecimento humano acerca
de uma determinada área ou disciplina
sistemas há muito ultrapassaram o modelo linear encontra-se estocado. Este acoplamento
tão criticado por gerar a instrução programada. permite ao sistema especialista
Já chegaram a um nível de complexidade que responder a consultas, fornecer
incorporam adaptações que incluem resolução conselhos (sobre um determinado
de problemas e as incertezas do mundo real. assunto) para leigos, auxiliar os
especialistas humanos e até mesmo
Assim, para dar conta do complexo processo de auxiliar no ensino de uma disciplina
aprender, neste século, que tipo de arquitetura ou área de conhecimento específica.
informacional é necessário para subsidiar A idéia subjacente à construção dos
sistemas que busquem maximizar a inteligência sistemas especialistas é que a inteligência
coletiva e articular saberes e práticas no mundo não é apenas raciocínio, mas também
memória. Cotidia-namente, atribuímos
virtual? Evidentemente, que uma arquitetura inteligência a uma pessoa quando esta
aberta e editável. possui grande quantidade de informação
Um sistema inteligente, quando construído sobre um determinado assunto, ou
para fins educativos, possui uma base capaz de seja, quando esta pessoa é capaz de
gerar um problema de acordo com o nível de memorizar grande quantidade de
informação. Assim sendo, a construção
conhecimento de um aprendente, sendo capaz de dos sistemas especialistas obedece ao
construir uma solução e diagnosticar a resposta princípio de que a memória é condição
dada pelo mesmo ao problema apresentado. necessária à inteligência.
Assim, nessa primeira década do século XXI, os
avanços foram significativos neste campo, no que Neste modelo, o conhecimento
se refere à agilidade, à flexibilidade, à inteligência acerca de uma área específica é estocado,
e ao desempenho, podendo ser melhorados permitindo a interação com o usuário. Cada
para permitir que quando sejam utilizados para banco de conhecimentos é separado de
alcançar objetivos possam ser: descentralizados outros conhecimentos que estão no sistema,

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criando o que chamamos de conhecimento uma arquitetura capaz de suportar fluxos de


especializado (TEIXEIRA, 1996b). Entretanto, informações inteligentes. O autor assinala a
com a convergência digital, as memórias importância de, primeiramente, redefinir um
da humanidade não se encontram somente quadro teórico sobre a teoria da informação. Por
nas máquinas, bibliotecas e museus, mas na isso, propõe uma teoria menos restritiva e mais
inteligência coletiva. As redes de memórias ambiciosa: do fluxo da informação aos fluxos da
coletivas não são mais construídas em banco inteligência, integrando as ciências dos signos
de dados e estocadas para acesso por públicos ou a semiologia, numa perspectiva do estudo
específicos. Ela está por toda parte. A Inteligência da vida dos signos no seio da vida social. Para
Coletiva, segundo Lévy (1998), é a partilha se pensar em comunicação da informação, é
de funções cognitivas como a memória, a necessário reconhecer a existência de um espaço
percepção e o aprendizado. Ela pode ser comum dividido entre o emissor e o intérprete de
melhor compartilhada quando aumentada e qualquer mensagem. O conceito de comunicação,
transformada por sistemas técnicos e externos ao no contexto das redes abertas, traz implícita a
organismo humano. Ela possui três dimensões: a busca pela inteligência conectada ou inteligência
inteligência técnica (lida com o mundo concreto), coletiva, entendida como uma hipótese relativa
conceitual (conhecimento abstrato) e emocional à capacidade de um grupo de agentes cognitivos
relação entre os seres humanos, e compreende (de natureza humana, animal ou artificial)
o grau de paixão, confiança e sinceridade que para atingir um nível de ação otimizada. Essa
envolve essas relações, e tem a ver com o direito, capacidade compreende o desencadeamento
a ética e a moral. de um processo cognitivo de aprendizagem, de
Nesse sentido, a informação interativa é representação e de decisão, bem como processos
a nova modalidade de informação que fortalece sociais como: a partilha, a troca, a negociação
a inteligência coletiva, isto é chamada ecologia e a auto-organização. Incorporam, ainda,
das ideias. Assim, a dimensão implícita na processos relacionais (ou de socialização) como
interação entre os seres humanos cria e consolida o reconhecimento e a competição. Assim, as
os Colégios Invisíveis, e o ciberespaço é sua arquiteturas da informação no contexto das redes
principal fonte de estruturação. É nesta criação não mais podem ser finalísticas ou pragmáticas.
coletiva de ideias que a colaboração focada A cognição e, muito menos, a cognição coletiva,
em conhecimento subjetivo numa mistura de não pode ser reduzida à estocagem simbólica
inteligência artificial e inteligência coletiva traça de informações sob a forma bruta (memória de
novos horizontes para a aprendizagem humana. estocagem) ou sob a forma de representações.
A cognição funda-se num conjunto de ações,
em cuja otimização será preciso trabalhar os
3 A CONVERGÊNCIA DIGITAL dados relativos à situação, que são selecionados
FAVORECE E A INFORMAÇÃO em função de uma intenção de transformá-los
INTERATIVA COMO em informação. Mas é a experiência dos atores
ESTRUTURADORES DOS e o contexto dessa experiência que permitirão
produzir conhecimento útil (que pode ser
ESPAÇOS DO CONHECIMENTO
acionado).
Não é possível pensar em módulos Isso se explica porque o uso das tecnologias
cognitivos sem refletir a forma de como se da informação e comunicação abre, de forma
estrutura a informação colocada à disposição tão importante, o debate sobre os modelos de
de uma dada sociedade. Para os fins que nos organização e disseminação da informação. Os
interessam, neste trabalho, a informação é dois mais importantes modelos podem ser assim
considerada um elemento fundamental das resumidos: o anglo-saxão (informação orientada
redes inteligentes. Em pesquisa desenvolvida para um fim), que privilegia a instrumentalização
anteriormente (BRENNAND; DE GOES do tratamento da informação - isso significa
BRENNAND, 2007), discutimos um modelo dizer que a máquina revela, faz emergir o
desenvolvido por Legay e colaboradores conhecimento (knowledge discovery), e o utilizador
(2004- 2005) onde uma nova abordagem para a racionaliza-o para atender fins pretendidos - e o
formação de redes de conhecimento pressupõe oriental, que faz inversão dos papéis e assume

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uma posição de ruptura com a ideia de criação do parte dos conhecimentos adquiridos é explorada
conhecimento fora do contexto e das interações e alimenta atos de expressão e produção de
humanas; postula a existência de um processo ideias; os utilizadores entram em interação com
dinâmico, que se concretiza através de uma as representações partilhadas, seja através do
plataforma onde os atores usam a linguagem ato de modificar as representações existentes
comum a serviço de objetivos comunitários. seja pela produção de novos conteúdos na
As experiências e ações cognitivas mídia partilhada. Dito isso, e considerando a
humanas são ampliadas pelas tecnologias necessidade de estruturação de forma aberta e
da informação e comunicação, que as editável, posteriormente traremos elementos de
otimizam e criam condições para a criação de reflexão para a interpretação da emergência dos
“comunidades estratégicas de conhecimento”, colégios invisíveis.
que transformam os conhecimentos individuais
em saberes operacionais partilhados. Dessa
forma, a comunicação necessária à circulação 4 INTERAÇÂO ENTRE DIFERENTES
da informação pode ser entendida como CULTURAS E AS NOVAS
tecnologias da interação. A informação, ao ser APRENDIZAGENS
organizada, deverá levar em conta as seguintes
possibilidades: as situações de interação Podemos mapear a formação dos
(contextos, símbolos e signos, intenções, “colégios invisíveis” pela forma como as
implicações etc.); os modelos fenomenológicos diferentes culturas interagem com as ferramentas
(corpos de conhecimento, sistema dinâmico tecnológicas potencializadoras de formas sociais
complexo, universo multiagentes etc.); os de aprendizagem.
artefatos cognitivos (redes conceituais, Garcia Canclini (2007), ao discutir o
semânticas, semióticas etc.); os artefatos técnicos processo de hibridação cultural no mundo
(interfaces adaptativas, espaços virtuais, cartas contemporâneo, coloca alguns elementos
tópicas etc.); a plataforma de integração (funções, como o incremento de viagens, de relações
tratamentos, objetos, agentes, bases, interfaces entre as culturas, as indústrias audiovisuais,
etc.). as migrações, as redes e outros processos de
A comunicação é, em primeiro plano, comunicação mediados pelas tecnologias digitais
ascendente, pois os conteúdos da informação como um espaço fomentador de um maior acesso
são colocados à disposição dos utilizadores ou de certas culturas aos repertórios de outras. Para
agentes. A informação é publicada sob uma o autor, em muitos casos essa relação não é só
forma aberta e editável. Isso significa que todo de enriquecimento, ou de apropriação pacífica,
utilizador pode não somente ter livre acesso aos mas traz em si várias formas de conflitos,
conteúdos, mas, também, ter a possibilidade de divergências e convergências. Considera que os
interferir diretamente neles. A comunicação, processos de hibridação fortalecem modalidades
nesse contexto, torna-se bidirecional, uma vez de interculturalidade, noção abrangente, que
que os intervenientes utilizadores-editores inclui relações entre culturas e intercâmbios de
são percebidos imediatamente por outros conteúdos culturais diversos.
utilizadores ou agentes. Até o momento, a Na esteira de compreender como a
experiência tem demonstrado que existem mais convergência digital tem fomentado as trocas
lógicas de acesso do que conteúdos publicados. culturais, concordamos com o autor que esse
A finalidade das redes abertas inteligentes é processo tem sido intensificado pela forma
a de permitir a adaptação da diversidade de como as redes de saberes e conhecimentos
conteúdos à diversidade de interesses dos permitem aproximar processos e pessoas. Nesse
utilizadores. ciclo, evidentemente que os bens culturais são
Assim, a informação precisa de ciclos de objetos de operações de venda, compra e trocas
estruturação a partir dos quais os conteúdos tanto mercantis como não mercantis, mesclando
inteligentes possuam as seguintes características: desejos e necessidades, reafirmando o prazer, o
os conteúdos considerados como inteligíveis são caráter transcendente da experiência onde estão
interpretados pelo utilizador; a informação é presentes conjuntos de dimensões estéticas, de
transformada em conhecimento pelo utilizador; sentidos sociais, antropológicos, e de pluralidade

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cultural. Garcia Canclini (2007) avalia com inteligência coletiva e uma nova forma de cultura
propriedade e atualidade que, evidentemente, participativa. A expressão cultura participativa,
existem desenvolvimentos culturais distintos em Jenkis (2004), nos leva a aceitar o fato de
como resultado da desigualdade de acesso aos que os sujeitos sociais estão cada vez mais
bens culturais, entre as nações e grupos sociais. distantes da condição de receptores passivos de
São diversas as possibilidades de conexão e informações, bens culturais e conhecimentos
desconexão das comunicações, das redes de lineares. Estão assumindo cada vez mais a
informação, entretenimento e participação condição de construtores de cultura. Jenkis (2004,
social. Ele vai trazer à tona exemplos de 2008) toma como exemplo o telefone celular
que a convergência digital leva a tipos de como representativo do período cultural que
mobilidade identitária acentuada em função estamos vivenciando, ressaltando o papel que
dessas diferenças, desigualdades, conexões e o dispositivo móvel desempenha em diversas
desconexões. situações. Mostra como esses dispositivos se
Embora reconheçamos evidências afastam da condição de telefone, tornando-se
concretas de conflitos, é preciso reconhecer ferramenta importante para produção, envio e
que as redes digitais fomentam experiências recebimento de todo tipo de arquivo: vídeos,
criativas, por permitirem ampliação de formas músicas, fotos e jogos eletrônicos revolucionando
de comunicá-las e partilhá-las. A convergência experiências urbanas de trocas e partilhas de
digital tem acentuado a polissemia dos bens significados. O conceito de convergência digital
estéticos, obras literárias, narrativas, símbolos discutida pelo autor refere-se à configuração
e signos, conectando de modo diferente autores de formas de representação da mente dos
e leitores diversos e criando outra categoria: interagentes de redes individuais em suas
autores e leitores mais participativos que interações sociais e formas de se relacionar com a
produzem da ciência a arte de forma partilhada. tecnologia contemporânea. Para o autor, nesta era
Neste sentido, contribuindo para a minimização de convergência midiática, a inteligência coletiva
da homogeneização e do achatamento das é predominante. As narrativas que habitam
experiências sociais e culturais. O que seria as redes digitais exigem maior envolvimento
então uma experiência mais criativa? A dos interagentes para entender e se relacionar
possibilidade concreta de modificar e modificar- com este complexo universo intercultural. É
se pela presença de outros modos de vida, outras preciso interagir com o conteúdo espalhado em
religiões, outras línguas outros bens estéticos e diversos tipos de canais e mídias. Não é mais
culturais. possível desconsiderar a transformação cultural
Compreender este universo de mediação vivenciada na sociedade contemporânea. A
cultural contemporâneo não tem sido fácil. flexibilidade inerente à codificação digital de
Trazer esta discussão para o cenário educacional conteúdos dos mais diversos exige de produtores
é ainda mais nebuloso, uma vez que a escola e utilizadores um maior diálogo a fim de
em seu formato tradicional parece estar poderem retirar da teia os benefícios inerentes
timidamente inserida nestas mudanças e pouco à sua estruturação e relativa complexidade.
tem contribuído para enriquecer este universo Assim, a cultura digital vai criando os “colégios
multifacetado. À medida que os currículos invisíveis” e, dinamicamente, os currículos
parecem não dar conta dos processos de inovação e novas formas de aprendizagem vão sendo
no campo das trocas culturais e da dinâmica das construídas a múltiplas mãos.
redes, a inteligência coletiva tem sido fortalecida A linearidade está dando lugar a
através de outras participações sociais. A hipertextualidade, a mobilidade e a flexibilidade.
dinâmica das redes sociais e das redes de saberes A escola estruturalista dos saberes prontos,
e conhecimentos vão criando formas inusitadas definidos, acabados e descontextualizados
de aprendizagem que cada vez mais parecem será desestabilizada pelo descentramento, pela
desconectadas dos espaços formais de educação. contínua produção e negociação de sentidos e
Jenkins (2008), ao discutir este processo, de novos discursos, pelas construções abertas e
argumenta que tanto as sociedades quanto as paisagens inusitadas. Os conteúdos deixarão
a escola não podem mais desconsiderar que de estar contidos somente nas páginas escritas
a convergência digital ou midiática molda a para se tornarem janelas de um hipertexto, em

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múltiplas dimensões que se interconectam e educacionais e o desenvolvimento social. Mostra


interpenetram. as mudanças ocorridas nas últimas décadas com
As janelas abertas deixarão entrar luzes relação ao acesso à ciência e seus benefícios.
imprevistas. Nessa teia de significados, a Segundo o relatório, um mundo bipolar, no qual
informação interativa emerge, permitindo a a Ciência e a Tecnologia (C&T) eram dominadas
criação de mensagens, símbolos e significados pela Tríade composta por União Europeia, Japão
novos pela conexão das múltiplas inteligências e EUA, está se transformando gradualmente em
dos diversos autores-leitores. Uma nova lógica um mundo multipolar com um crescente número
de escolas com currículos abertos e editáveis de centros de pesquisa públicos e privados
fortalece o que aqui denominamos de colégios no Norte e no Sul do globo. Um dos cenários
invisíveis, isto é, escolas sem muros onde os destacados neste documento é a maneira como
currículos são tecidos por todos que povoam as a geopolítica da ciência moldará o futuro: na
redes. parceria e na cooperação. O documento nos
Através do conceito de colégios invisíveis permite assinalar a importância crucial singular
entramos na metáfora construída pelo filósofo das redes digitais nas conquistas sociais do
Pierre Lévy (2009) que nos ‘desconectamos’ da período histórico de rápido crescimento global
essência do conhecer tradicional, onde nossa entre 1996 e 2007. A América Latina e o Brasil
essência humana era cunhada na tradição e são destacados na arrancada de crescimento
nos saberes do passado. Vivemos, hoje, uma guiado pelas tecnologias digitais, pela crescente
cultura que valoriza os saberes que estão na participação e pelo desenvolvimento de matrizes
humanidade, estamos rompendo a era em que institucionais globais.
determinados saberes negavam outros, quando Entretanto, se realizarmos uma
vivíamos inseguros sobre o status do nosso comparação simples entre o papel importante
próprio saber e com medo de “não saber” e de atribuído às tecnologias digitais no
compartilhar nossos saberes. desenvolvimento científico e tecnológico, à
A expressão colégios invisíveis transforma importância do acesso ao conhecimento e
a máxima de que só os saberes “acadêmicos” informação para a democratização social e a
são legítimos e fonte única de informação. qualidade da educação pública, assinalaremos os
Transcende a teoria matemática da informação primeiros problemas. Inovação parece ser uma
que cria bancos de dados pré-fabricados para uso categoria que ainda não chegou à grande parte
comum. O mundo tornou-se, com as tecnologias das escolas fundamentais e grandes contingentes
digitais, um grande hipertexto editável onde de Faculdades privadas que dão o acesso ao
a informação interativa nos abre páginas que ensino superior de cerca de 60% dos jovens
podem ser reescritas permanentemente. Agora brasileiros.
temos mais oportunidades de nos conectarmos Pesquisa realizada pelo Ministério da
à fonte abundante do saber humano que se Educação (2011) aponta ainda a falta de cultura
fortalece à medida que trocamos e adquirimos digital nas escolas. Das 143 mil instituições de
novos saberes. Estamos sendo inundados de Ensino Fundamental do país, cerca de 17 mil
novas possibilidades de acesso à cultura como contam com laboratórios de informática, segundo
celeiro da humanidade. Entretanto, temos ainda, dados do Ministério. As tecnologias digitais
pela frente, muitos desafios e o maior deles é a dão impulso à inovação do ensino, mas grande
luta contra toda forma de exclusão de acesso de parte de jovens e crianças acessam as redes fora
grandes parcelas de pessoas em diversas regiões da escola, reforçando a nossa discussão de que
do planeta aos bens culturais. os colégios invisíveis tomam força. A escola
formal não tem dado conta da dinâmica do
desenvolvimento científico e tecnológico e da
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS importância da convergência digital para inovar
As discussões levantadas nos tópicos os processos de aprendizagem.
anteriores são reforçadas através de um estudo Há um ritmo desigual entre a dinâmica
desenvolvido pela UNESCO (2010), cujo do avanço científico e tecnológico e a chamada
conteúdo assinala que as tecnologias digitais são fratura digital que vem sendo acentuada.
fundamentais para aprimorar as competências As chamadas “cidades digitais” ou “cidades

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Informação interativa e a formação de colégios invisíveis

conectadas” com seus pontos de inclusão digital alcance. Responde às mensagens do celular,
reafirmam a existência dos “colégios invisíveis” acessa vídeos e redes sociais, ouve música
que alavancam potencialidades colaborativas no iPod, vê TV e fala com os amigos pela
e movimentos de democratização do saber. A sincronização do Skype e facebook - tudo ao
interatividade das redes digitais mobiliza uma mesmo tempo. O jovem de hoje reconhece as
cidadania ativa que as instituições educativas não especificidades de cada tecnologia e se adapta
conseguem mais potencializar. O grande aporte a elas. Ele pode sair pela cidade enquanto olha
simbólico da mobilização de acesso ao saber a tela do celular - o que é impossível na frente
e o bem comum da humanidade não é mais a da tela de um computador. Fazer tudo isso
escolar, mas a informação interativa e os colégios simultaneamente é uma característica típica das
invisíveis. São eles o novo símbolo da liberdade novas gerações. Por um lado, isso lhes confere
de criar, executar, distribuir, modificar, repassar, uma elaboração cognitiva muito rápida e
simular espaços urbanos, recriar sentidos. Os diversificada pelo contato simultâneo com sons,
colégios invisíveis estão conquistando os espaços imagens, cores. Assim, precisamos intensificar
que a escola não consegue alcançar? a utilização de vários suportes para veicular
Nesta década, tem sido possível observar informações interativas que hoje potencializam
a importância dos colégios invisíveis na os colégios invisíveis e currículos ocultos que
formação de crianças e jovens. Eles utilizam a a as instituições formativas não conseguem
informação nos vários suportes que estejam ao enxergar.

Artigo recebido em 09/05/2013 e aceito para publicação em 16/07/2013

INTERACTIVE INFORMATION AND THE


FORMATION OF INVISIBLE COLLEGES

Abtsract This exploratory research aimed at the interfaces between education and cognitive science
and information science nuanced approach to subsidize the reflection on the complexity of
uses and appropriations of the new configurations of the information and knowledge networks.
Covers related aspects of the current development of the learning society, with emphasis on the
emergence of invisible colleges, built on the networks of learning communities as non-formal
spaces, but has been strengthened with the search strategy of information and knowledge outside
the traditional institutions of learning. These invisible colleges category is current and suitable
to refer to emergency of creative ways of sharing many worlds through cyberspaces, regardless
of formal organizations such as schools, universities and companies. The emergence of these
cyberspaces will be problematized as a designer of new practices involving cognitive restructuring
of architectures of information, communication and sharing of knowledge to think about the
education of the future.

Keywords: Invisible colleges. Information and knowledge. Digital networks.

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