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Organização Judiciária

 Surgiu pela necessidade de as comunidades organizarem a justiça


 Actividade levada a cabo por órgãos de soberania do Estado designadas
por Tribunais  Administrar a justiça em nome do povo
 Está em causa:
 a determinação e enumeração das categorias de tribunais existentes, a
respectiva sede e repartição territorial das áreas de actuação;
 a relação entre os tribunais, nomeadamente a sua hierarquização para
efeitos de recurso e entre os juízes de cada um deles.
 os critérios de repartição da jurisdição e da competência entre as
diferentes ordens de tribunais

Fontes de Direito

1) Constitução da República
 art. 110º/2 – define a formação, composição, competência e
funcionamento dos órgaos de soberania
 209º/1 a 3 – diz quais as categorias de tribunais que devem ou
podem existir na ordem jurídica portuguesa
 210º - organização hierarquizada dos tribunais comuns, ditos
judiciais + 211º - carácter residual da respectiva jurisdição
 212º - delimitação do âmbito da jurisdição administrativa e fiscal e a
determinação do STA como órgão superior da hierarquia dos
tribunais e fiscais
 214º - Tribunal de Contas
 221º, 222º, 223º e 224º - Tribunal Constitucional

Noções Fundamentais

Tribunais

 O que é um Tribunal:
Os tribunais são órgãos de soberania, dotados de independência, aos
quais compete administrar a justiça em nome do povo – 202º/1 e art. 203º
CRP.

 “dotados de independência” – independência interna porque não há


qualquer tipo de subordinação às decisões de tribunais anteriores,
embora exista a jurisprudência uniformizadora, também quanto a esta
não há uma obrigação de seguir à letra toda a decisão e sem prejuízo
das relações de hierarquia que implicam um dever de acatamento das
decisões dos tribunais superiores pelos inferiores (art. 4º/1 do EMJ; art.
4º/1 LOSJ)

- e indepência externa: ausência de subordinação dos tribunais a qualquer


outro poder, concretizando o princípio da separação de poderes entre os
órgãos de soberania (111º/1 CRP e 205º/2).

 A actividade jurisdicional é feita ao abrigo do princípio da soberania


popular e não em nome do Estado, do Direito, da Razão, de Deus,
etc... (art. 2º e 3º/1 CRP).
 A independência dos juízes está consagrada no 222º/5 CRP, é
reafirmada no art. 4º LOSJ. E é concretizada ainda por alguns
mecanismos:
 Princípio da inamovibilidade (5º e 6º LOSJ e 6º EMJ): confere-se
estabilidade ao cargo de juiz – os juízes são podem ser transferidos,
suspensos, aposentados ou demitidos senão nos casos previstos na lei.
Impede que os juízes sejam arbitrariamente deslocados ou removidos dos
seus cargos, por exemplo, através de uma decisão governamental. (216º/1
CRP)
 Princípio da irresponsabilidade: nos termos do nº2 do 216º CRP, os
juízes não podem ser responsabilizados pelas suas decisões, o que
constitui uma garantia da sua independência. Mas tem um carácter relativo,
a lei define as situações em que os juízes são passíveis de incorrer em
responsabilidade civil, disciplinar ou criminal. (+ 4º/2 LOSJ)
 Regime da incompatibilidade: Os magistrados judiciais, excepto os
aposentados e os que se encontrem na situação de licença sem vencimento
de longa duração, não podem desempenhar qualquer outra função pública
ou privada de natureza profissional, salvo as funções docentes, desde que
autorizadas pelo Conselho Superior da Magistratura e desde que não
impliquem prejuízo para o serviço, ou funções de investigação científica de
natureza jurídica, não remuneradas, e ainda funções directivas em
organizações sindicais da magistratura judicial.
 Existência de Conselhos Superiores:
Conselho Superior da Magistratura (CSM) - n.º 1 do art. 217.º da Consttuição;
art. 149.º do EMJ; n.º 1 do art. 6.º da LOSJ; Lei n.º 36/2007 de 14 de Agosto.
Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais - n.º 2 do art. 217.º
da Constituição; art. 149.º do EMJ; n.º 2 do art. 6.º da LOSJ; arts. 74.º e ss.
ETAF.
São os órgãos privativos de gestão e disciplina a quem cabe a nomeação,
colocação, transferência e promoção, bem como o exercício da acção
disciplinar em relação aos juízes das respectivas jurisdições.
 Ministério Público: é uma magistratura paralela, independente da
magistratura judicial e que goza de autonomia, tendo estatuto próprio
(219º/2 CRP; 9º LOSJ).  os seus magistrados são autónomos ≠
independentes: só os juízes são independentes – estes sao livres na sua
acção, sem prejuízo de terem de justificar a sua decisão; os magistrados do
MP têm de seguir o que lhes é apresentado, mesmo que não concordem:
se o juiz de instrução disser que têm de arquivar, o MP deve arquivar. o MP
tem de seguir determinadas regras, não está apenas sujeito à lei (como
acontece com os juízes).
Quanto à questão da responsabilidade dos magistrados do MP: os
mecanismos para os juízes são os mesmos, vão ser responsabilizados por
via indirecta, havendo direito de regresso contra o Estado.

Jurisdição

 Iuris dictum = dizer o direito (sentido amplo)

 poder de julgar os lítigios (sentido restrito)

 Temos 4 ordens jurisdicionais estabelecidas na ordem jurídica portuguesa:


 Tribunal Constitucional
 Tribunal de Contas
 Tribunais Comuns (judiciais)
 Tribunais Administrativos e Fiscais (4º ETAF)

+ 1 (?) – há quem considere os Julgados de Paz como uma quinta ordem


jurisdicional

Competência

 Poder/ parcela da jurisdição que a lei atribui a um determinado Tribunal,


tendo como critérios determinantes – 37º e ss LOSJ; 64º e ss CPC:

 matéria
 valor
 hierarquia
 território

Instância

 “entrar em...” – uma relação jurídica processual que se estabelece e


desenvolve entre cada uma das partes e o tribunal (que é submetida à
apreciação de uma entidade judicial). – 259º e ss CPC.

 Tribunais de 1ª instância – quando uma acção é julgada pela primeira vez


num tribunal (1º contacto com o caso) (tribunal a quo)
 Tribunais 2º instância – o caso está a ser reapreciado em matéria de facto
e de direito por um outro tribunal, necessariamente superior (tribunal ad
quem)
 Não falamos numa 3ª instância, porque quando o caso vai para o STJ não
são apreciados factos, SÓ DIREITO. Só numa situação excepcional é que
se pode falar em 3ª instância: caso apresentado no Julgado de paz – a 2ª
instância será um Tribunal de 1ª Instância; e a Relação a 3ª Instância.
Alçada

 Limite do valor das causas dentro do qual o Tribunal julga sem


admissibilidade de recurso ordinário

 44º LOSJ – alçada nos Tribunais judiciais:

1. Em matéria cível, a alçada dos tribunais da Relação é de 30.000€ e a


dos tribunais de instância é de 5.000€  para haver recurso, a acção
tem de ter este valor (respectivamente) + 1(nem que seja +1 cêntimo).
2. Em matéria criminal não há alçada (...)

 Artigo 6º ETAF – alçada nos tribunais administrativa e fiscal

 Tribunal Constitucional – lei 28/82 (LOFPTC):

 cabe-lhe administrar a justiça em matérias de natureza jurídico-


constitucional: onde se suscita uma questão de insconstitucionalidade,
ele pode apreciar, independentemente de ser uma matéria de jurisdição
administrativa, por exemplo.
 A fiscalização concreta da constitucionalidade ou da legalidade (art.
280.º da CRP) verifica-se quando o T.C. é chamado a pronunciar-se
mediante recurso interposto de decisões proferidas pelos outros
tribunais (n.º 1 do art. 280.º; n.º 1 do art. 70.º LOFPTC), quanto a
questões de inconstitucionalidade ou ilegalidade (n.º 6 do art. 280.º; n.º1
do art. 71.º da LOFPTC).
 Mas a questão que suscita a fiscalização concreta tem de ser levantada
desde o início, caso contrário o TC não vai tomar posição (condição
fundamental para que se possa recorrer para o TC).

Tribunais Judiciais

 A CRP enuncia os Tribunais judiciais como uma das ordens jurisdicionais,


prevendo a existência de três níveis hierárquicos e determinando a sua
denominação e grau de instância – 209º/1, a) e 210º.
 A jurisdição desta ordem é exercida quanto à matéria cível, criminal e a
todas as áreas não atribuídas a outras ordens jurisdicionais – 211º/1 CRP
(competência residual: se não cabe a mais nenhum tribunal, o caso vai para os
judiciais).

 Temos 23 Comarcas

 Temos juízos com competência para todo o território nacional  o legislador


atribuiu as parcelas do poder jurisdicional, de acordo com os 4 critérios de
competência (arts. 37º e ss LOSJ; 64º e ss CPC):

 Matéria – distingue entre os tribunais de competência territorial alargada e


os juízos de competência especializada – 40º/2 LOSJ.
 Valor – distingue, nas acções declarativas cíveis de processo comum,
conforme o valor da causa, entre os juízos centrais cíveis e os juízos locais
cíveis – 41º LOSJ; e limita os recursos em matéria cível – 42º/e e 44º LOSJ.
Quanto aos julgados de paz, estes têm competência para questões cujo
valor não exceda os 15.000,00€.
 Território – elemento de conexão relevante fixado pelas leis processuais
(33º/2 e 4 e 43º LOSJ):
o Cível – arts. 70º a 90º CPC
o Penal – arts. 19º e ss CPP.
 Hierarquia – determina a competência para efeitos de recurso (42º e 44º
LOSJ).

Em matéria cível, além de outras exigências, em regra, a admissibilidade de


recurso ordinário depende do valor da causa ser superior à alçada do tribunal
de cuja decisão se recorre, embora haja excepções (vide art.629.º do CPC).

1) Tribunais de 1ª Instância:
1. Tribunais de comarca (arts. 33.º, 79.º a 82.º-B, 117.º a 131.º e Anexo II
da LOSJ, arts. 64.º, 66.º a 102.º e Mapa III do ROFTJ):
1.1. Juízos de competência especializada (eventualmente mista) (81.º):
a) Central cível (41.º, 117.º)
b) Local cível (41.º, 117.º a contrario; 130.º, n.º 1)
c) Central criminal (118.º)
d) Local criminal (118.º a contrario; 130.º, n.º 1)
e) Local de pequena criminalidade (118.º a contrario; 130.º, n.º 4)
f) Instrução criminal (119 a 121.º)
g) Família e menores (122º a 125º)
h) Trabalho (126º e 127º)
i) Comércio (128º)
j) Execução (art. 129º) (independentemente do valor da acção – 129º/3)
1.2. Juízos de competência genérica (81º e 130º/1 a 4)
1.3. Juízos de proximidade (81º e 130º/ 5 e 6)
2. Tribunais de competência territorial alargada – matéria especializada
(33º; 83º; 111º e ss; 131º, Anexo I e III LOSJ; 65º e Mapa IV do ROFTJ)

 Juízos de competência especializada


Arts. 81º/1, a), nº2, nº4; 117º a 129º da LOSJ.
Arts. 66º a 102º e Mapa III ROFTJ

a) Juízos Centrais Cíveis – 117º: cabe-lhes:


 a preparação e julgamento das acçoes declarativas cíveis de processo
comum (o que exclui os processos especiais)1 de valor superior a 50.000€
(art. 117º/1, a) LOSJ e 117º/3 – incluindo aquelas em que se verifique a
alteração do valor susceptível de determinar a sua competência nos
processos pendentes nas secções da instância local;
 Preparar e julgar os procedimentos cautelares a que correspondam acções
de competência (117º/1, c));
 Caso não exista outro juízo ou tribunal competência em matéria de
execução, cabe-lhes exercer as competências previstas no CPC, no âmbito
das acções executivas de natureza cível, incluindo os processos especiais,
de valor superior a 50.000€ (117º/1, b))
 Caso não exista juízo de comércio na comarca, é-lhes atribuída
competência para estas matérias, desde que sejam competentes em razão
do valor – 117º/2.

1Independentemente do valor da causa ser de 2milhões de euros!!! Exemplos de processos


especiais: insolvência; divisão de coisa comum – pertencem ao juízo local cível.
b) Juízos Locais Cíveis – 41º, 117º, a contrario; 130º/1: cabe-lhes exercer as
competências para as causa que não sejam atribuídas a outros juízos ou
tribunais de competência territorial alargada (130º/1):
 preparação e julgamento das acções declarativas cíveis de processo
comum de valor até 50.000€ (41º; 117º/1, a) a contrario)
 preparação e julgamento das acções declarativas cíveis de processo
especial (117º/1 a) a contrarios)
 preparar e julgar os procedimentos cautelares a que correspondam acções
da sua competência
 caso não exista outro juízo ou tribunal competente em matéria de execução,
cabe-lhes exercer as competências previstas no CPC no âmbito das acções
executivas de natureza cível de valor superior até 50.000€ (130º/2, c))
 Exercer as demais competências conferidas por lei (130º/2, f) – p.ex:
apreciar os recursos interpostos das sentenças proferidas nos Julgados de
Paz).

 Juízos de competência genérica


Arts. 81º e 130º/1 a 4; Mapa III do ROFTJ
 Têm competência residual quanto a todas as causas não atribuídas aos
Tribunais de competência territorial alargada e aos Juízos de competência
especializada.

 Juízos de proximidade (81º, 82º e 130º/5 e 6) – lógica: que chega a justiça


a chegar às pessoas e não as pessoas a chegar á justiça. Prestam
informações de carácter geral e processual.  MTS: “são meros
desdobramentos funcionais e não tribunais”. Nenhuma acção pode ser
proposta nesses juízos.

 Tribunais de competência territorial alargada


Arts. 33º, 83º, 111º e ss; 131º; Anexo I e III LOSJ | 65º e Mapa IV

São tribunais de competência especializada quanto a matérias


determinadas, independentemente da forma de processo aplicável, cabendo-
lhe também a execução das decisões por si proferidas relativas a custas,
multas ou indemnizações.
Com excepção dos tribunais marítimos e de execução de penas,
exercem a sua competência sobre todo o território nacional.

 Tribunais de 1ª Instância

Funcionamento – arts. 85º LOSJ


 Tribunal singular – 132º LOSJ
 Tribunal colectivo – 133º LOSJ/ 134º LOSJ
 Tribunal de júri – 137º LOSJ  13º CPP. O júri intervém na decisão das
questões da culpabilidade e da determinação da sanção (ideia de que os
tribunais devem ser o eco da comunidade).

 Tribunais da Relação
Existem 5 Tribunais da Relação: Guimarães, Porto, Coimbra, Lisboa e
Évora, sendo a respectiva competência territorial definida por referência a
agrupamentos de comarcas (art. 32º e Anexo I da LOSJ, Mapa II do ROFTJ).
Estão organizados em secções em matéria cível e secções em matéria
criminal.
Funcionamento: os TR funcionam por secções e em plenário – 67º/2
LOSJ.
Competência: por regra, conhece em sede de recurso as decisões
proferidas pelos tribunais de 1ª instância, julgando-as por secções (73º LOSJ;
68º CPC e 427º e ss CPP).
 Excepcionalmente tem competência originária para – 73º/ c) e g) LOSJ; 73º,
b) LOSJ; 73º, d) LOSJ; 73º, e) LOSJ.

 STJ
É o órgão superior da hierarquia dos tribunais judiciais, sem prejuízo da
competência própria do Tribunal Constitucional – 210º/1 CRP.
Tem sede em Lisboa (45º/2 LOSJ) e a sua competência territorial
estende-se a todo o território nacional – 43º/1 LOSJ.
Está organizado em secções, em matéria social – 47º/1 LOSJ. As
secções cíveis julgam as causas não atribuídas às outras duas espécies; as
criminais julgam as causas de natureza criminal e a social as causas de
natureza laboral (54º LOSJ).

Funcionamento: por secções; em pleno das secções especializadas;


em plenário.
Competência: a regra é: conhecer, em via de recurso, as causas cujo
valor exceda a alçado dos tribunais da Relação (42º/2 LOSJ) quer de acórdãos
desses tribunais (69º CPC), quer de decisões de tribunais de 1ª instância, nos
casos em que seja admitido recurso “per saltum” (671º e 678º CPC). E em
regra também só reconhece de matéria de direito – 46º LOSJ; art. 682º CPC e
art. 434º CPP.
Excepcionalmente tem competência originária para conhecer, em
secção criminal, dos pedidos de habeas corpus, em virtude de prisão ilegal –
55º/d) LOSJ e 11º/4 CPP. E julgar (em pleno das secções criminais) e praticar,
nos termos da lei de processo, os actos jurisdicionais relativos ao inquérito,
instrução, presidir o debate instrutório, proferir despacho de pronúncia ou não
pronúncia nos processo contra PR, PAR e o PM (53º LOSJ e 11º/3, a) LOSJ).

Julgados de Paz

 Os Julgados de Paz, cuja criação foi prevista pela Constituição (209º/3)


constituem uma categoria paralela e estreitamente ligada aos tribunais
judiciais, mas não são órgãos de soberania.
 A Lei da Organização, competência e funcionamento dos Julgados de Paz,
foi aprovada pela Lei nº78/2001 de 13 de Junho.
 Apenas têm competência para as acções declarativas.
 Pretende-se estimular a justa composição de litígios onde se visa o acordo
entre as partes (questões de vizinhança e proximidade).
 Cabe muitas vezes ao advogado escolher onde vai ser intentada a acção,
sendo importante não esquecer que os julgados de paz são uma alternativa.
 Quando não haja julgado de paz no concelho que seria territorialmente
competente, admite-se uma excepção ás regras de competência territorial: os
interessados podem utilizar qualquer JP, embora só para mediação.
 Os juízes de paz não são magistrados judiciais, mas sim juristas.
 Alçada: < € 7.500,00. Têm competência para questões cujo valor não
exceda os 15.000,00€ (art. 8º LJP)
 Embora por vezes possa ser mais vantajoso propor a acção no JP, importa
não esquecer que existem algumas diferenças de funcionamento face aos
t.judiciais: tanto no que é permitido (há algumas flexibilidades), como quanto
aos limites:
Por exemplo: restrição do número de testemunhas a apresentar
afastamento expresso da prova pericial – importante numa
acção de reinvidação – pois por exemplo, no caso de uma acção de
reinvidicação de um imóvel rústico junto ao litoral cujo valor patrimonial é 266€
e, segundo o CPC, o valor da acção é o valor patrimonial do bem, a acção de
reinvidicação pode ser intentada num JP, mas o JP não admite prova pericial,
esta que acaba por se revelar muito importante numa acção de reinvidicação,
logo não faria muito sentido recorrer aos JP nestes casos.
E se o autor ainda assim intentar a acção no JP, como resolvemos
enquanto requeridos?  neste caso, não sendo permitida a prova pericial
importante da perspectiva do réu, pode estar em causa um problema de
acesso ao direito e à justiça – 20º CRP. Há uma violação de paridade de
armas que pode ser invocada pelo réu/requerido. Foi o autor que escolheu o
meio litigante, ao qual o réu estaria sujeito. Não se pode admitir que a
intervenção dos JP fique dependente da vontade exclusiva do autor.

Tribunais Arbitrais

 São uma categoria diversa dos tribunais estaduais, pelo que não fazendo
parte do Estado, não são órgãos de soberania.
 A sua existência está prevista no nº2 do 209º CRP.
 Podem ter carácter permanente ou meramento eventual, sendo tribunais de
competência meramente declarativa que dependem de uma lei especial que
submeta o litígio a arbitragem (necessária) ou de uma manifestação da vontade
das partes (arbitragem voluntária), neste último caso a sua esfera de actuação
mostra-se delimitada pela Lei nº 63/2011 de 14 de Dezembro.

Tribunais de Conflitos

 Conflitos de Jurisdição: quando dois ou mais tribunais, integrados em


ordens jurisdicionais diferentes, ou duas ou mais autoridades, pertencentes a
diversas actividades do Estado se arrogam (conflito positivo) ou declinam
(conflito negativo) o poder de conhecer da mesma questão.
 209º/3 CRP e 4º ETAF
 É um tribunal ad hoc, ou seja, é constituído com o fim de resolver um
determinado processo e seguidamente é desfeito.
 O conflito pode verificar-se, no âmbito do mesmo processo, entre entidades
administrativas e tribunais judiciais; tribunais administrativos e fiscais; ou entre
os tribunais administrativos e fiscais e o tribunal de contas, ou os tribunais
judiciais.

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