Disciplina: ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - AJA Professora: Vinicius Varella Aluno: Gilberto Batista da Silva Matrícula: 2017-01-77450 - Data: 06/05/2019
Processo de enunciação X processo de alfabetização na EJA
Alfabetização de Jovens e Adultos é discutir os sujeitos e suas linguagens
assumindo a língua como processo interacional dialógico. Entendamos sujeito como o lugar que indivíduo ocupa no processo de enunciação por meio de textos orais e escritos. Analisar textos verbais na EJA é analisar não só as marcas enunciativas dos alunos, mas os sentidos que eles dão de si mesmos enquanto sujeito. Sujeito e enunciado/enunciação estão ligados, quando falamos em análise linguística, pelas relações da língua. Segundo Foucault o enunciado só existe ao reconhecermos um campo associativo de identificação das marcas dos sentidos das produções verbais dos enunciados linguísticos.
Quando falamos em processo de avaliação dos alunos da EJA devemos
perceber que não se pode priorizar apenas um aspecto. Ou seja, os jovens e adultos da EJA devem apresentar competências tanto na leitura quanto na escrita. Desprezar qualquer um destes aspectos estaremos incorrendo em uma aprendizagem que não é a ideal. Neste sentido, o processo de enunciação consta em apresentar propostas claras em questões linguísticas que envolvam o sujeito enquanto parte de um espaço e tempo que comunica com um alguém de maneira a não colocar em segundo plano o processo de leitura ou o de escrita.
A leitura tem por finalidade, especialmente na EJA, a construção de sentido
na relação de autor X leitor. Autor é aquele que produz o enunciado textual, enquanto leitor é a quem se destina a leitura. No texto, os fonemas, grafemas, palavras e enunciados devem ser suficientemente acessíveis aos alunos de forma que não haja dúvidas de interpretação na relação de quem seja o autor, como foi escrito o texto, e, quem é o leitor.
Bakhtin já afirmava que não podemos separar a forma e o sentido quando
estamos estudando a linguagem. Fazer alunos da EJA perceber que no contexto oral existe uma relação de escrita que deve ser entendida no uso da língua que, por sua vez mantém relação de sentido na estrutura e na enunciação (forma de apresentar o conteúdo linguístico). Vejamos, assim, que a linguagem não é um sistema abstrato. Nasce da coletividade na relação dialógica entre o eu e o tu e entre o aqui e o lá. As produções textuais verbais existem pelas produções sociais e históricas do indivíduo, do ente social que acumula ao longo dos anos sua experiência linguística, seja na língua enquanto instância coletiva, seja na fala perspectiva individual da linguagem. Assim, no processo de enunciação temos a mediação, ou seja, produzir um enunciado, alguém diz algo. Já o enunciado é aquilo que é dito.