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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII


COLEGIADO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ELIANA MACÊDO DOS SANTOS

ANÁLISE DE EFICIÊNCIA DAS COOPERATIVAS DE


CRÉDITO UTILIZANDO INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
UM ESTUDO EXPLORATÓRIO CREDI NORTE, NA CIDADE DE JAGUARARI - BA

SENHOR DO BONFIM
2018
ELIANA MACÊDO DOS SANTOS

ANÁLISE DE EFICIÊNCIA DAS COOPERATIVAS DE


CRÉDITO UTILIZANDO INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
UM ESTUDO EXPLORATÓRIO CREDI NORTE, NA CIDADE DE JAGUARARI - BA

Monografia apresentada à Universidade do Estado


da Bahia, Campus VII, Senhor do Bonfim-BA,
Colegiado de Ciências Contábeis, como requisito
final para obtenção do grau de Bacharel em Ciências
Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Marcone Lopes da Silva

SENHOR DO BONFIM
2018
ELIANA MACÊDO DA SILVA

ANÁLISE DE EFICIÊNCIA DAS COOPERATIVAS DE


CRÉDITO UTILIZANDO INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
UM ESTUDO EXPLORATÓRIO CREDI NORTE, NA CIDADE DE JAGUARARI - BA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação do Campus VII - Senhor do Bonfim da


Universidade do Estado da Bahia – UNEB como requisito para obtenção do grau de Bacharel
em Ciências Contábeis.

Aprovado em 09 de julho de 2018.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________________

Profº Dr. Marcone Lopes da Silva Orientador (UNEB)

________________________________________________________________________
Prof.ª Esp. Maria Elizzabette A. G. Fonseca Examinadora (UNEB)

_______________________________________________________________________
Prof.º Esp. Francisco Arapiraca dos Santos Examinador (UNEB)
Dedico este trabalho ao meu esposo, pelo
incentivo, paciência e apoio nessa trajetória.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois é o meu companheiro durante toda a minha
vida, me dando sempre força e coragem para ir adiante.
Quero agradecer a todos que me acompanharam nessa jornada, o meu carinho a cada
companheiro de classe que me estimulou a prosseguir; aos mestres que me encaminharam e me
ensinaram o melhor caminho para chegar até aqui. Ao querido Edval, pelo suporte nesses anos
todos de dificuldades, mas também de muitas alegrias e superação.
Quero demonstrar aqui todo meu amor e gratidão a minha família; ao Gilson dos Santos
meu esposo, aos meus irmãos, as minhas mães Maria Augusta e Eliane Costa e não posso
esquecer da minha sogrinha Maria Madalena, que foram e sempre serão o meu suporte e a
minha força.
Minha gratidão aos meus colegas de trabalho por todo o incentivo e paciência.
Muito obrigado a todos.
“Transformar o medo em respeito, o respeito
em confiança. Descobrir como é bom chegar
quando se tem paciência. E para se chegar onde
quer que seja, não é preciso dominar a força,
mas a razão.

É preciso, antes de mais nada, querer.”

(Amyr Klink)
RESUMO

Este estudo evidencia a investigação do desempenho das Cooperativas de Economia de Crédito,


a partir das informações contábeis e financeiras. Para seu desenvolvimento, foi utilizada a
pesquisa de campo, tendo como lócus de investigação a Cooperativa de Crédito CREDI
NORTE, em Jaguarari/BA, composta por 1200 membros. A mensuração da eficiência pode ser
feita por diversos métodos, como DEA (Data Envelopment Analysis), Fronteira Isoquanta,
Fronteira Determinística, Fronteira Estocástica, e outros. Para mensurar os níveis de eficiência
da cooperativa em estudo, foi selecionada a técnica não paramétrica de análise envoltória de
dados DEA, a partir de seus indicadores contábeis e financeiros, referentes ao período de 2015
à 2017. A vantagem de utilizar um método não paramétrico deve-se à simplificação deste, em
relação à de exigências e pressuposições, em relação aos modelos paramétricos, o que viabiliza
sua aplicação na pesquisa de temas relevantes para as organizações. Além do DEA, foi utilizado
também para o tratamento de dados, a técnica de cálculo dos indicadores apropriados para as
instituições financeiras, retirados do estudo de Gonçalves (2005) e o deflacionamento de
valores, através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). De natureza exploratório-
descritiva, após coleta e análise de dados, o estudo revelou que a cooperativa investigada está
operando com grau de eficiência relativamente baixo ao longo de todo o período, indicando que
há limitações de eficiência, e um índice elevado de inadimplência, mas presta serviços em
melhores condições aos seus associados do que o mercado bancário tradicional. Como
resultado, observou-se que é necessário a cooperativa se esforçar para maximizar seus
resultados, com o intuito de atingir maiores padrões de eficiência e adotar políticas rígidas de
cobrança para diminuir a inadimplência.

PALAVRAS-CHAVE: Análise da Eficiência. Análise Envoltória de Dados. Cooperativas de


créditos. Inadimplência.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ASCOOB Associação das Cooperativas de Apoio a Economia Familiar

BACEN Banco Central do Brasil

CMN Conselho Monetário Nacional

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CREDI NORTE Cooperativa de Crédito Rural Norte do Itapicuru

DEA Data Envelopment Analysis

DMU Decision making units

ECOSOL Cooperativa de crédito Rural da Economia Familiar

EMS Efficiency Measurement System

FGC Fundo Garantidor de Crédito

FGCOOP Fundo Garantidor das Cooperativas de Crédito

IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado

DR Doutor

OCB Organização das Cooperativas Brasileiras

PROFº Professor

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SFN Sistema Financeiro Nacional

SICOOB Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil

SICREDI Sistema de Crédito Cooperativo

UNICRED Instituição Financeira Cooperativa da União de Médicos do Brasil


LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 – Principais diferenças entre Cooperativas de Crédito e Bancos 14

Tabela 2 – Empréstimos entre Cooperativas de Crédito e Bancos 19

Tabela 3 – Indicadores de Solvência (Fórmulas) 28

Tabela 4 – Indicadores de Resultados 29

Tabela 5 – Variáveis de benefícios socioeconômicos para análise DEA 29

Tabela 6 – Valores padrão dos indicadores de solvência e rentabilidade de cooperativas


de crédito em condições financeiras satisfatórias em Minas Gerais 30

Tabela 7 – Indicadores de solvência no período de 2015 a 2017 31

Tabela 8 – Escore de eficiência da cooperativa no período de 2015 a 2017 34

Figura 1 – Software livre EMS 34


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Valores das Disponibilidades x Depósitos à Vista da cooperativa 31

Gráfico 2 – Custo Total com Funcionários 32

Gráfico 3 – Valores da Reserva de Liquidez 33

Gráfico 4 – Evolução das Operações de Créditos x Inadimplência 33

Gráfico 5 – Evolução dos valores de Perdas 35


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 12
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 16
2.1 COOPERATIVAS DE CRÉDITO 17
2.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO 20
2.3 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) MEDIDA DE EFICIÊNCIA
DAS COOPERATIVAS 21
2.4 HISTÓRIA DA CREDI NORTE 24

3. METODOLOGIA 27

4. DISCUSSÕES DO RESULTADO 30
5. CONCLUSÃO 36

6. REFERÊNCIAS 38
12

1 INTRODUÇÃO

O cenário que envolve o sistema financeiro nos últimos anos tem evidenciado,
especialmente pela grande expansão de novas instituições financeiras (bancos populares), um
mercado cada vez mais competitivo, que vem acirrando a concorrência entre as instituições.
Conforme Lima (2011, p. 39), instituições tem regras ou códigos formais, mas também
informais. No caso dos Bancos oficiais, seu papel institucional é tanto aquele definido em
termos legais ou estatuários, por exemplo, conceder financiamento rural, quanto àquele que se
consolidou informalmente; atuar como regulador do mercado, e também prover liquidez
quando o mercado interbancário estiver paralisado, balizar as taxas de juros praticadas, etc.
São muitas as atividades realizadas por este tipo de instituições, observa-se, pelas
“vantagens” oferecidas e pela possibilidade de acesso ao crédito fácil, especialmente para
trabalhadores do serviço público e aposentados, através destas instituições convencionais.
Aquilo que a princípio se apresenta como benefício (o credito fácil), vem se tornando um grande
problema de endividamento para os credores, o acesso ao crédito através dos bancos oficiais
(Caixa Econômica, Banco do Brasil), diante das grandes exigências da sociedade, não tem
crescido na mesma proporção, que estas novas ninstituições vem alcançando.
Neste contexto de disputas e com uma visão sustentável de desenvolvimento, surgem os
Empreendimentos Solidários e/ou Economia Solidária, a exemplo das Cooperativas de Crédito,
que vem ganhando espaço e surgem como uma importante alternativa para o desenvolvimento
econômico, fornecedora de crédito, com diferenciação dos bancos, é uma instituição coletiva,
que propicia a seus cooperados assistência financeira, promovendo o desenvolvimento da
comunidade através do microcrédito, da formação de poupança, e de serviços direcionados ao
empreendimento local.
Na busca de uma sociedade econômica e socialmente mais justa do que aquela a que
leva o capitalismo, concentrador de riquezas, e com menor limitação ao direito de
autodeterminação dos indivíduos imposta pelo socialismo estatal, estudiosos e pesquisadores
encontram, no cooperativismo, uma terceira forma de organização da sociedade. KONZEN &
KRAUSE (2002).
De acordo com a Lei 5764/71, as cooperativas “são sociedade de pessoas, com forma e
natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar
serviços aos associados”, ou seja, são instituições financeiras, que oferecem produtos e serviços
13

aos cooperados, pautadas no anseio coletivo. Elas juntamente com os Bancos e outras
organizações formam o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Santos (2009, p. 18), em sua obra “Estratégias Competitivas das Cooperativas de
Crédito”, esclarece porque as cooperativas de crédito são instituições financeiras.

As cooperativas de crédito são consideradas instituições financeiras, pois são


intermediadoras de crédito, elas facilitam e desburocratizam o acesso ao crédito a
grupos com recursos menores, que individualmente não conseguiriam determinadas
vantagens. Suas atividades de empréstimos são financiadas por depósitos de poupança
feitos pelos membros da cooperativa que compartilham de um vínculo comum de
associação, geralmente de natureza geográfica ou de natureza ocupacional.

Com o objetivo de captar recursos financeiros através de empréstimos para financiar


atividades econômicas, conceder crédito, gerenciar poupanças e a prestação dos serviços de
natureza bancária, as cooperativas ainda promovem o desenvolvimento econômico e social
local, o cooperativismo uni pessoas em prol de melhores condições de trabalho e renda. As
cooperativas de crédito dispõe de uma variada gama de serviços voltados para os seus
cooperados, os principais serviços financeiros que as cooperativas de crédito oferecem aos
associados são: concessão de crédito, captação de depósitos, prestação de serviços de cobrança,
de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições
financeiras públicas e privadas e de correspondentes no País, além de outras operações
específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor. (SEBRAE, 2009, p 106).
As cooperativas de crédito são ferramentas de desenvolvimento em vários lugares do
mundo. No Brasil, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), 2010, existem
1.148 cooperativas de crédito, com 2.851.426 cooperados e 37.266 empregados.
Quando se trata de crédito e sistema financeiro brasileiro, a maior parte dos estudos
restringe-se, naturalmente, ao sistema bancário, havendo uma escassez de trabalhos que
abordem o cooperativismo de crédito dentro dessa perspectiva (SILVA, 2011).
Deve-se ficar claro que este sistema não é um banco, é preciso reconhecer suas
diferenças e semelhanças, distinguir ambos é primordial, e o principal diferencial das
cooperativas de crédito em relação aos bancos é a ausência de lucro. As cooperativas de crédito
têm como finalidade prestar serviços financeiros aos seus associados, trazendo por
consequência uma melhor qualidade de vida devido ao acréscimo de renda.
As principais diferença em relação aos bancos, de acordo com Santos (2009), podem
ser observadas na tabela I.
14

Tabela 1 – Principais diferenças entre Cooperativas de Crédito e Bancos


Cooperativas Bancos

Sociedade simples, de pessoas, sem fins Sociedade empresária, de capital, prioriza o


lucrativos. lucro para os acionistas.
Número ilimitado de associados. Cada associado (pessoa) tem um voto. Voto
proporcional às ações ordinárias.
As cotas são inacessíveis a estranhos, ainda que As ações são livremente negociadas e/ou
por herança. transferidas.
Os resultados positivos oriundos de atos Os resultados positivos (lucros) são tributados.
cooperativos (sobras) são isentos de tributos.
As sobras são devolvidas aos associados, O lucro fica à disposição dos acionistas,
proporcionalmente às suas operações com a proporcionalmente ao número de ações ou
cooperativa. participação no capital do banco.
Desenvolve-se pela colaboração. Avança pela competição.
Fonte: Santos (2009)

As cooperativas são sociedades de pessoas, enquanto os bancos são sociedades de


capital. Inclusive, por força da resolução CMN 3.106, as cooperativas de crédito devem adotar,
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Cooperativa", vedada a utilização
da palavra "Banco" (FONSECA, 2008).
Este sistema já é uma realidade mundial, e não é diferente em nosso país. No Brasil ela
já representa 18% das agências bancárias e ainda há uma busca crescente pelas cooperativas de
crédito, ampliando assim sua atuação no SFN. Elas surgiram como contribuição para o
desenvolvimento econômico local de modo inclusivo, onde a ambiguidade entre economia e
sociedade dão as mãos, tendo como atividade preponderante operar na área creditícia, com
finalidade de proporcionar assistência financeira e formação educacional dos associados,
fomentando o cooperativismo, através de ajuda mútua, da economia sistemática e do uso
adequado do crédito.
Levando em conta sua relevância social e econômica, surge a necessidade de avaliar o
desempenho financeiro dessas organizações. Até que ponto as cooperativas de crédito
conseguem se manter no mercado e empoderar seus membros, apesar de utilizar-se de um
sistema de crédito e lucro diferenciado? Como se pode analisar a eficiência econômica das
cooperativas de crédito?
Posto isso, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar o desempenho da cooperativa de
crédito, a partir das informações contábeis e financeiras, buscando por meio destas informações
mensurar sua eficiência, tendo como objetivos específicos: i) Compreender o significado de
cooperativismo de crédito e identificar suas principais características; ii) Estudar métodos de
15

Mensuração e Análise do grau de eficiência de cooperativas; e iii) Identificar os parâmetros da


eficiência dessas cooperativas. A Instituição escolhida para investigação foi a Cooperativa
CREDI NORTE, no município de Jaguarari (BA). A mensuração da eficiência deu-se por meio
da Análise Envoltória de Dados (DEA), a partir de indicadores contábeis e financeiros da
CREDI NORTE, referentes ao período de 2015 à 2017, que compôs o escopo da pesquisa,
Gomes e Baptista (2004). Para o tratamento de dados utilizou-se a técnica de cálculo dos
indicadores financeiros apropriados para as instituições financeiras, retirados do estudo de
Gonçalves (2005) e o deflacionamento de valores.
O estudo justifica-se pela necessidade de um conhecimento mais aprofundado da relação
entre contabilidade, desempenho das cooperativas e sua eficiência, uma vez que o
conhecimento sobre a eficiência através dos dados contábeis pode alavancar de forma potencial
os resultados de cada unidade produtiva, pois, toda e qualquer organização necessita de uma
contabilidade eficaz para que seus resultados sejam alcançados, manter uma postura mais
competitiva requer das organizações cooperativas, além da revisão de seus processos e
estratégias, a adoção de “estruturas organizacionais” adequadas aos objetivos da organização e
às condições do seu ambiente. Com a pretensão de analisar a eficiência das cooperativas de
crédito como agentes de desenvolvimento econômico para a comunidade onde ela está inserida,
evidenciando os benefícios para seus cooperados e as características relevantes para
empoderamento de seus membros.
A monografia está dividida em cinco seções, além desta parte introdutória. A segunda
seção apresenta o referencial teórico, que dá consistência aos Métodos de análise da eficiência
em cooperativas. Na terceira seção, estão descritos os aspectos metodológicos utilizados para a
realização da pesquisa, bem como exemplo de sua aplicação. Em seguida, na quarta seção,
aplicação da metodologia aos dados contábeis da Credi Norte e apresentação dos resultados,
bem como análise destes. Por fim, a quinta seção traz as considerações finais sobre o estudo
desenvolvido. Desse modo, considerando-se que as cooperativas operam com margens
operacionais menores e, em parte têm financiado seus cooperados, faz-se importante analisar a
relação entre a eficiência e a capacidade de geração de sobras operacionais, ou seja, o fato de
as margens serem comprimidas faz com que as cooperativas sejam mais eficientes na obtenção
de melhores resultados em suas operações. A situação oposta seria as cooperativas que não
conseguiam ser eficientes do ponto de vista técnico e, no entanto, compensavam sua
ineficiência operacional aumentando suas margens de retorno.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O cooperativismo nasceu como uma forma de organização social que se contrapunha à


desigualdade crescente produzida pelo sistema capitalista, através da polarização entre
ganhadores e perdedores de um regime competitivo. Essa nova forma de organização,
predomina a igualdade entre todos os membros e a solidariedade. Para isto, os participantes na
atividade econômica devem cooperar entre si em vez de competir (SINGER, 2002).
As cooperativas se tornaram nos últimos anos, grandes aliadas da economia nacional.
Embora algumas tenham surgido de forma não original ao modelo, ou seja, algumas empresas
quiseram fazer uso deste e acabaram por denegrir o modelo, gerando uma imagem ruim do
setor. Mas isso, não impediu seu crescimento, transformando-se numa locomotiva econômica
no país em que buscamos uma “economia para todos”, um país de co-proprietários, onde a
riqueza é gerada para milhões de pessoas de forma inclusiva, de certa forma coletiva e
compartilhada.
O conceito de Economia Social esteve presente na economia de vários países e
principalmente dos europeus desde os anos oitenta do século XX, espalhando-se mais
intensamente durante a década de 1990.
Em relação á sua origem, Schimmelfenig, (2008, p. 22), diz que o cooperativismo
nasceu na França, e quase ao mesmo tempo na Inglaterra, entre os anos de 1820 e 1845. No
Brasil, surgiu no início do ano de 1902, pelas mãos do Padre europeu Theodor Amstad, no
Município de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, e pode ser definida e entendida como um
conjunto de pessoas, destinado a prestar serviço e proporcionar desenvolvimento econômico e
social aos mesmos.
De acordo com Bialoskorki Neto (2002), as cooperativas exercem um papel importante
na organização e coordenação das atividades econômicas de seus associados. Tal relevância é
atribuída à realização de operações de mercado de forma conjunta, como aquisição de insumos,
comercialização da produção buscando melhores preços, difusão de tecnologias, programas de
educação cooperativista e políticas de preservação do meio ambiente.
Desse modo, os efeitos da atuação das cooperativas envolvem tanto a perspectiva social
quanto a econômica. Segundo Ferreira (2007), a eficiência nas cooperativas pode ser vista como
a combinação entre racionalidade econômica e valores de ajuda mútua, solidariedade, liberdade,
igualdade e justiça. Dessa forma, a razão de ser da ação cooperativista está no fato de os
17

cooperados se unirem em torno de um empreendimento sólido e competitivo e, por meio deste,


visarem obter benefícios de natureza econômica e social.

2.1 COOPERATIVAS DE CRÉDITO

As cooperativas de crédito surgiram como uma via de acesso simples e prática ao


microcrédito, recheada de aditamentos. Como a especificidade de produtos a cada necessidade
do associado, empréstimos e financiamentos a juros simplórios, rapidez e flexibilidade nas
operações, poupança com maior rentabilidade. É um sistema que concentrasse na satisfação e
resolução das dificuldades de seus cooperados. Para Boesche e Mafioletti (2005), manter o
equilíbrio entre as dimensões do social e o econômico é o principal desafio do cooperativismo
e a ineficiência das cooperativas tem ocasionado perca de espaço para seus concorrentes.
Nas palavras de Ricciardi e Lemos (2000), o tipo de crédito das cooperativas é
diferenciado e utiliza um método de trabalho conjugado, ao mesmo tempo em que pode ser
visto como um sistema econômico peculiar, em que o trabalho comanda o capital. É que as
pessoas que se associam cooperativamente são as donas do capital e as proprietárias dos demais
meios de produção (terras, máquinas, equipamentos, instalações e outros), além de ser a própria
força de trabalho. Como essa disposição de se associarem tem o objetivo de realizar um
empreendimento que venha a prestar serviços mútuos, é óbvio que essa união busca a elevação
dos padrões de qualidade de vida desses associados.
O economista John T. Croteau, (1968, p. 58), afirma que “a cooperativa de crédito é um
instrumental econômico que diligencia em desenvolver entre os seus participantes uma
abordagem de eficiência empresarial na operação de suas respectivas realizações”.
Bastidas-Delgado (2004b: 12) aponta, que este modelo tem frequentemente sido usado
de forma confusa para se referir a certos processos econômicos ou organizacionais que,
socialmente justificados, buscam resolver problemas socioeconômicos relacionados aos setores
populares, confundidos de acordo com contextos ou outros conceitos como economia popular,
terceiro setor, terceira via, economia alternativa, economia indígena, economia marginal,
economia solidária e economia compartilhada ou reduzindo seu mundo apenas às cooperativas.
De acordo com Defourny (citado por López, 2001: 4), a ambiguidade terminológica da
noção de economia e social deve ser reconhecida em primeiro lugar, uma vez que a combinação
de dois grandes termos permite a cada um elaborar uma concepção ou definição de economia
18

social, insistindo mais ou menos no aspecto econômico ou no aspecto social: na fronteira, tudo
na economia tem um alcance social, ou vice-versa, pode ser descrito como uma economia
social. No entanto, há mais de dez anos, é um conceito mais específico, que é imposto a nível
internacional. Embora as denominações ou definições possam variar de país para país, a ideia
de um terceiro setor juntamente com o setor privado com fins lucrativos e o setor público,
aparece e reaparece em todo o mundo. Certamente, este terceiro setor da economia social não
está separado dos outros por fronteiras perfeitamente definidas e impermeáveis, mas sua própria
dinâmica é suficientemente original para não confundir com os outros dois. (López, 2001: 4).
Ao longo dos últimos anos, houve um aumento considerável no interesse das
autoridades públicas e dos pesquisadores em cooperativas, isso é evidente no nosso país no ano
de 2006 quando Lula assumiu o governo, apostou na força produtiva da agricultura familiar e
economia solidária, investindo em vários programas, como Pronaf, Pronatec e outros. Esse
interesse deve-se principalmente ao fato de que há evidências suficientes para demonstrar que
as cooperativas demonstraram estar mais aptas a resistir à crise econômica do que as empresas
capitalistas típicas (Birchall, 2013, Cantero, González Loureiro e Puig, 2013).
Seus argumentos se baseiam no fato de que as imperfeições do sistema econômico
capitalista, que levaram à crise econômica internacional, não se reproduzem nessas entidades
da economia social, uma vez que são guiadas por valores e princípios diferentes. E em mais de
400 cidades do país, cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras disponíveis,
responsáveis pela inclusão econômica de centenas de brasileiros (Vantagens da cooperação -
12 dez, 2016).
Outro fato interessante é que em meio aos diversos tipos de cooperativas existentes
(trabalho, sociais, agropecuárias, saúde, transporte, consumo, crédito, habitacionais,
infraestrutura, mineração, produção, turismo e lazer), a primeira cooperativa a se instalar no
Brasil foi especialmente a de crédito, de acordo com Schardong, (2003, p. 63),
O Cooperativismo de Crédito chegou ao Brasil, trazido da Europa pelo Padre Theodor
Amstad, com o objetivo de reunir as poupanças das comunidades de imigrantes e
colocá-las a serviço de seu próprio desenvolvimento. (...) foi em Linha Imperial,
município de Nova Petrópolis, que o Padre precursor constituiu formalmente a
primeira Cooperativa da espécie, em 28 de dezembro de 1902.

O crédito é um dos ramos mais dinâmicos do cooperativismo, sendo formado por


instituições financeiras sob a forma de cooperativas, as quais têm como propósito a prestação
de serviços financeiros aos associados, segundo o BACEN (2008). Essas organizações não têm
fins lucrativos, mas, sim o objetivo de propiciar crédito e prestar outros serviços financeiros aos
19

cooperados, com autorização e fiscalização do BACEN, como observam Meloni (2005) e Geriz
(2004).
Contudo, o surgimento da cooperativa como uma forma ordenada e baseando-se em
regras válidas para todo o país, está regulada pela Lei 5.764/1971, que definiu a Política
Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas. Como elas se
equiparam as outras instituições financeiras, são controladas e fiscalizadas pelo BACEN,
conforme dispõe o art. 92, I da lei que lhe regulamenta. Ela é assegurada pelo FGCOOP (Fundo
Garantidor das Cooperativas de Crédito), quem tem produtos (conta corrente, crédito,
investimentos) em uma cooperativa conta com cobertura do FGCOOP, assim como o FGC dos
bancos, o fundo garante até R$ 250 mil por CPF e por cooperativa.
As vantagens do modelo creditício são tantas que, em todo Brasil, 7,8 milhões de
pessoas e empresas já são associadas a cooperativas de crédito. E esse número tem aumentado
a cada dia, com juros altos e restrição de bancos, cooperativas de crédito avançam e mais
pessoas a procuram por suas taxas camaradas, como podemos ver na tabela 2, abaixo.

Tabela 2 – Empréstimos entre Cooperativas de Crédito e Bancos

Outro caminho para empréstimos


Existem mais de mil cooperativas pelo Brasil

TARIFAS MAIS CAMARADAS


Por não visarem lucro, as cooperativas cobram COOPERATIVAS BANCOS
menos que os bancos pelos serviços* S

Transferências TED/DOC na internet R$ 4,80 R$ 4,80


Transferências TED/DOC no caixa R$ 14,00 R$ 4,80
Boletos de cobrança R$ 2,50 R$ 4,80
Cartões de crédito Juros entre 7,5% e 9,5%/mês 15,2%/mês

Cadastro para iniciar relacionamento A partir de R$ 5,00 A partir de R$ 15,00

73 76
CRÉDITO CRESCENTE 67
Com Bancos mais restritos, cresceram 57
os empréstimos nas cooperativas 47
34
(em R$) Bilhões 26

2010 2011 2012


2013
2014
2015
2016

Fonte: Organização das cooperativas Brasileiras (OCB)/ Banco Central


20

É grande o aumento no volume de recursos emprestados (que triplicou em cinco anos)


e também a expansão no número de cooperativas por todo o país em meio ao momento de crise
política e econômica vivido pelo país. O empreendedorismo e a inovação, a capacidade de
visualizar oportunidades e se reinventar, são diferenciais para empresas e pessoas nesse cenário
conturbado (Jornal o Globo, 2016).
Juntas, as quatro maiores cooperativas financeiras do país (Sicoob, Sicredi, Unicredi e
Confesol), já são, hoje, o sexto maior banco de varejo brasileiro, segundo estudo inédito feito
pela consultoria alemã Roland Berger. Além disso, segundo dados do Banco Central, as
cooperativas de crédito já possuem a segunda maior rede de agências do país, atrás apenas do
Banco do Brasil.

2.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO

Os princípios do cooperativismo expressam o sentimento social do sistema cooperativo


através de uma inspiração democrática, onde os associados são os dirigentes, recebem os
excedentes da cooperativa de forma proporcional às suas operações, mantém a neutralidade
político-religiosa, visam o capital como mero instrumento e não como fator determinante, não
perseguem lucros e acima de tudo visam o desenvolvimento e aperfeiçoamento do ser humano.
Os princípios cooperativos, apresentados a seguir, são as linhas orientadoras através das
quais as cooperativas levam os seus valores à prática.
a) 1° princípio - adesão voluntária e livre: as cooperativas são organizações voluntárias,
abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como
membros, sem discriminação de sexo, idade, raça, preferências políticas e religiosas;
b) 2° princípio - gestão democrática e livre: as cooperativas são organizações
democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das
suas políticas e na tomada de decisões. A Diretoria eleita agirá por delegação e com
responsabilidade para com os associados. Os membros têm igual direito de voto (um membro,
um voto). Segundo Bulgarelli “todo associado tem direito a um voto, seja qual for o valor de
suas quotas de capital, todo associado pode desta forma votar e ser votado, participando da
gestão da sociedade”;
c) 3° princípio - participação econômica dos sócios: os sócios contribuem
eqüitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte
21

desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os sócios recebem,


habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição
de sua adesão. O destino dos excedentes visa sempre o desenvolvimento da cooperativa, seja
por meio da criação de reservas legais, em benefício dos sócios nas transações com a sociedade
ou, através de apoio a outras atividades, sendo imprescindível a aprovação via assembléia;
d) 4° princípio - autonomia e independência - as cooperativas são organizações
autônomas, de ajuda mútua, sob controle de seus membros. As relações das cooperativas com
outras organizações, sejam públicas ou privadas, devem ser exercidas de modo a preservar seu
controle democrático e autônomo;
e) 5° princípio - educação, formação e informação: as cooperativas promovem a
educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos colaboradores, de
forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas.
Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza
e as vantagens da cooperação. É dever das cooperativas prestar assistência técnica, educacional
e social para os seus associados, devendo, constituir um fundo, previsto em estatuto, para
garantir a realização desse princípio;
f) 6° princípio – intercooperação: além de suas atividades específicas de atendimento
aos associados, as cooperativas trabalham juntas, regidas por estruturas locais, regionais,
nacionais e internacionais, que permitam manter o desenvolvimento, o fortalecimento e a
sustentação do movimento cooperativo.
g) 7° princípio - interesse pela comunidade – as cooperativas buscam o conhecimento
além do mercado onde atuam, conhecendo a comunidade onde se inserem, trabalham para o
desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos
membros.
Esses são os Princípios Cooperativistas que dão grandioso sentido social e democrático
a esse tipo de organização, visando o capital como instrumento para realização de seus objetivos
e não elemento determinante de sua constituição.

2.3 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) MEDIDA DE EFICIÊNCIA DAS


COOPERATIVAS

A partir dos conhecimentos de microeconômica, uma produção é eficiente


tecnologicamente se não existir outra forma de aumentar a produção com a mesma quantidade
22

de fatores, ou gerar a mesma quantidade de produtos com um número inferior de fatores de


produção (FARRELL, 1957; VARIAN,2006).
A eficiência econômica pode ser dividida em técnica e alocativa. A eficiência técnica é
a capacidade da firma em maximizar seu produto, dada ao uso dos fatores disponíveis. Já a
eficiência alocativa é a capacidade da firma em utilizar os insumos da produção em proporções
ótimas, minimizando assim seus custos de produção (FARRELL, 1957).
As ineficiências nos processos produtivos geralmente coexistem nos centros de
produção. Para Proite e Souza (2004), a combinação das duas eficiências auxilia na busca pela
eficiência ótima.
Os indicadores de eficiência são instrumentos estatísticos que permitem identificar a
relação entre os objetivos alcançados, o tempo e os recursos consumidos em relação a um
padrão, norma ou situação similar. A eficiência é uma das relações através das quais o processo
de otimização permanente é realizado; dirigido pelo objetivo da produção deve ser a força
motriz da reprodução das relações de produção socialista, a realização da lei econômica
fundamental do socialismo e, junto com ela, a lei da economia de tempo, aumentando a
produtividade de trabalho e a lei de distribuição de acordo com o trabalho (Labrador, 1998).
As medidas de rendimento utilizadas com maior frequência em cooperativas, para obter
os niveis de eficiência tem sido rentabilidade e produtividade. Do ponto de vista econômico, a
eficiência de uma unidade de decisão produtiva DMU (decision making units) é identificado
comparando os valores ótimos com aqueles obtidos, tanto do ponto de vista da alocação de
fatores (insumos) quanto da obtenção de produtos (saídas), se a avaliação dessa variável for
realizada em termos físicos, isso é chamado de eficiência técnica, constituindo uma dimensão
fundamental da análise de negócios no sentido de avaliar a aplicação de recursos (insumos) para
obter os produtos (saídas) que constituem a principal atividade da unidade avaliada.
Vários métodos estão disponíveis para o cálculo de medidas de eficiência, tornando-se
cada vez mais importante nas últimas décadas o conceito de fronteira de produção, através do
qual você pode obter medida de eficiência relativa, comparando os níveis de desempenho de
cada DMU em relação a a fronteira de eficiência, que é formada precisamente a partir das
unidades mais eficientes com tecnologia produtiva aplicada.
A estimativa de eficiência é geralmente feita através do método econométrico (baseada
em funções de fronteiras estocásticas) ou matemáticos (Análise Envoltória de Dados-DEA).
No presente estudo, para obter os níveis de eficiência foi selecionado a técnica de DEA
capaz de obter uma relação multidimensional que fornece um ranking de pontuações baseado
em fronteiras eficientes extraídas dos dados fornecido pelo processo de produção, sem
23

conhecimento prévio da forma funcional da função de produção. Nesse sentido, na literatura


recente sobre cooperativas em geral, e nas de créditos em particular, encontramos estudos que
usam a técnica DEA para avaliar a eficiência técnica dessas organizações.
A DEA é uma metodologia determinística, a qual tem como objetivo analisar
comparativamente as unidades independentes de tomadoras de decisão DMU no que se refere
ao seu desempenho. Cujo desenvolvimento matemático corresponde ao trabalho seminal de
Charnes, Cooper e Rhodes (1978), baseado no trabalho preliminar de Farrell (1957) que
investigam o conceito de eficiência global. Assim, com base em uma tecnologia específica a
eficiência técnica ou produtiva é alcançado obtendo-se o nível máximo possível de saída de
acordo com uma combinação predeterminada de insumos, definindo a eficiência no preço como
o melhor combinação de insumos que é capaz de atingir um certo nível de produção com o
menor custo, assumindo conhecidos os preços dos diferentes insumos utilizados. A eficiência
global obtida por combinação de eficiência técnica e preço (Thanassoulis, 2001).
Outra considerável vantagem da DEA em relação à estimação de parâmetros de posição
central está na identificação individualizada do posicionamento de cada empresa no quesito
eficiência, o que é possível através dos escores de eficiência gerados pela operacionalização do
modelo. Outra conveniência da abordagem DEA está no fato de ela ser multiproduto e multi-
insumo, o que a aproxima da realidade das empresas no mercado, as quais utilizam uma
infinidade de fatores para maximizar múltiplos vetores de objetivos, e não apenas um objetivo.
Essas características conferem ao método uma potencialidade de explicar, com maior
propriedade e com pouca interferência dos avaliadores, as complexidades inerentes às
condições reais, a exemplo dos demais métodos de programação matemática.
De acordo com Charnes et al. (1978), Charnes et al. (1994) e Estelita Lins e Meza
(2000), essa relação pode ser obtida por meio da solução do Problema de Programação Linear
(PPL), a seguir:

em que yi é um vetor (m x 1) de quantidade de produto, da i-ésima DMU; xi, um vetor


(k x 1) de quantidades de insumos da i-ésima DMU; Y, uma matriz (n x m) de produtos das n
24

DMUs; , uma matriz (n x k) de insumos das n DMUs; λ um ,vetor (n x 1) de pesos; e z um


escalar que tem valores iguais ou maiores do que 1 e indica o escore de eficiência técnica da i-
ésima DMU em relação às demais. O cálculo de (z - 1) indica o aumento proporcional nos
produtos que a i-ésima DMU pode alcançar, mantendo constante a quantidade de insumos.
Para se determinar os escores de eficiência, o problema (1) é resolvido n vezes, sendo
uma vez para cada DMU. Como resultado, têm-se os valores de z, que representa o escore de
eficiência e o de λ que se refere às DMUs eficientes, que são utilizadas como referência
ou benchmarks e também as DMUs ineficientes. O modelo BCC pressupõe a possibilidade de
se analisar eficiência técnica sob a pressuposição de retornos variáveis à escala e originou-se
da proposta de Banker et al. (1984) de introduzir no modelo CCR uma restrição de convexidade,
ou seja, construir uma fronteira de produção a partir dos retornos variáveis. Desse modo, é
possível captar os ganhos de eficiência das DMUs, conforme a escala de produção praticada.
A DEA considera uma coleção de unidades de decisão produtiva (DMUs). Cada uma
delas consome uma ou várias entradas para produzir uma ou várias saídas, e pode assumir para
o cálculo de a eficiência relativa uma possível orientação dupla, de acordo com o objetivo
previamente programado para a investigação. Assim, a orientação – entrada, identifica a maior
redução radial de todos somas de insumos para obter um nível de produção previamente aceito,
enquanto o orientação – saída, calcula a expansão radial máxima dos produtos a partir de um
certo nível assumido de consumos de insumos.
Álvarez (2001) salienta que as metodologias não paramétricas já superam o número de
pesquisas que usam as técnicas paramétricas, mesmo reconhecendo que a fronteira DEA é
muito suscetível às observações extremas e não sensível às perturbações estocásticas do
processo produtivo. Por tanto, a DEA calcula a eficiência relativa para cada DMU comparando
seus dados de inputs e outputs com todas as outras DMU's.

2.4 HISTÓRIA DA CREDI NORTE

A cooperativa surgiu no ano de 2003 como ECOSOL (Cooperativa de crédito Rural da


Economia Familiar), atendendo a cidade de Ponto Novo, no ano de 2004 se estendeu a cidade
de Senhor do Bonfim, beneficiando apenas agricultura Familiar.
Foi fundada pelos párocos e sindicatos da região (Pindobaçu, Filadélfia, Andorinha,
Senhor do Bonfim e Jaguarari.
25

No ano de 2008, sofreu baixa financeira, por não atender outros setores da cadeia
econômica ficou restrito ao um número pequeno de associados e acabou tendo dificuldades no
seu gerenciamento, altos impostos e inadimplências de alguns membros que não entendiam o
princípio de cooperativismo que é associação de pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, em prol dos
diversos interesses econômicos e sociais dos mesmos.
Neste período ela ficou inerte, por um ano não houve nenhuma movimentação, o
BACEN ao perceber que a cooperativa estava neste estado entrou em contato com o sr. João
Paulo Crisostómo, ele era filho da terra, nascido na cidade de Jaguarari, e o mais importante na
época era Diretor das Cooperativas do Brasil, então o BACEN propôs que ele trabalhasse para
reativar o CNPJ da cooperativa, que não deixasse morrer já que é uma instituição que agrega
valor as produções locais, gerando emprego e renda, levando desenvolvimento socioeconômico
a região.
O BACEN, deu 6 meses para que o CNPJ fosse reativado, alguns requisitos a serem
cumpridos no decorrer deste e nos próximos anos como:
- Plano de Recuperação para 20 anos;
- Capital Inicial (Social) de R$ 80.000
- 100 novos sócios;
- Direção composta por 80% de novos sócios;
- Novo Estatuto;
- Novas estratégias
- Estar totalmente regularizada até 2013
Os primeiros requisitos foram cumpridos e então no fim do exercício de 2009, o CNPJ
é reativado e a cooperativa surge agora como CREDI NORTE, mas ainda atendendo apenas os
produtores rurais.
Mas no ano de 2013, a CREDI NORTE (Cooperativa de Crédito Rural Norte do
Itapicuru) engloba no seu leque de atendimento além dos Produtores Rurais; Pequenos
Empresários; Professores; Estudantes; Aposentados e demais outros segmentos da sociedade.
Portanto, tem um foco especial e mais agressivo com os Agricultores Familiar e os Pequenos
Empreendedores.
O plano de recuperação foi elaborado pela ASCOOB (Associação das Cooperativas de
Apoio a Economia Familiar), entidade que apoia as associações baianas, ela dá assistência
técnica, financeira, jurídica e capacitação dos dirigentes da CREDI NORTE até hoje.
26

Como vimos qualquer pessoa pode se associar a cooperativa CREDI NORTE, com a
quota mínima de R$ 100,00 (valor estabelecido por lei, e pode ser parcelado) e mais R$ 25,00
para se cadastras na cooperativa. No entanto, no momento da filiação pode ser pago o mínimo
que é R$ 30,00, assumindo o compromisso de estar aumentando sua quota até o mínimo ou um
valor maior ainda. A cooperativa prestar serviços como pagamentos de boletos, pagamentos de
salários, seguros de vida, casa e automovéis, poupança, financiamentos, empréstimos, etc.
A CREDI NORTE é composta por 3 diretores executivos, 4 Conselheiros
Administrativos, 6 Conselheiros Fiscais, que são eleitos por uma Assembleia realizada todo fim
de exercício.
- 3 Diretores: Presidente Operacional, Administrativo; estabelecem normas e regras de
e atua na orientação geral e estratégica de atuação da cooperativa; bem como a definição dos
objetivos da cooperativa, que devem considerar, dentre outros, aqueles que visem perenidade
dos negócios;
- 4 Conselheiros Administrativos: São responsáveis pela execução das atividades-meio
da cooperativa, tais como as administrações financeira e do fundo de reserva, negociação de
contratos, divulgação de produtos e/ou serviços, negociações de compra: de matérias primas,
materiais de apoio etc., das negociações de venda de produtos e/ou serviços etc.
- 6 Conselheiros Fiscais: São responsáveis por fiscalizar a administração em suas ações
e contratos, tem plenos poderes, portanto, podem a qualquer momento que desejarem
comparecer a cooperativa e fazer seu papel;
A Assembleia Extraordinária anual é o órgão mais importante da cooperativa, pois ela
elege e destitui os Diretores, Conselheiros e Fiscais; ela fornece informações financeiras e de
resultados, é feita a divisão e distribuição de sobras ou perdas. Também é aqui que acontece a
realização da Aprovação do Plano de Atividade Anual que será seguido no ano seguinte, como
se fosse um plano orçamentário. A cooperativa tem 15 dias para enviar ao BACEN a ata de
tudo que foi realizado nesta assembleia.
A CREDI NORTE, abrange a micro região do Piemonte, como a cidade de Jaguarari,
Sr. do Bonfim, Andorinha, Filadélfia, Ponto Novo, Caldeirão Grande, Pindobaçu, Antônio
Gonçalves e Campo Formoso. Ela possui 1.200 associados, destes 720 são cooperados da
cidade de Jaguarari, onde está instalada a Matriz desta cooperativa, ou seja, 60% do total de
associados estão associados a CREDI NORTE em Jaguarari, os outros estão distribuídos nas
demais localidades.
As sobras e perdas da cooperativa são provenientes de toda movimentação que é gerada
a partir dos produtos e da prestação dos serviços.
27

Se um membro quiser se desassociar, ele deve solicitar por escrito, não ter nenhum
pendencia com a cooperativa, ou seja, para se desvincular deve estar quite com suas obrigações
para com a instituição, sendo assim retira sua quota parte mais as sobras de resultado do ano
em exercício, e se houver perdas tem que arcar com elas antes de sua saída.

3 METODOLOGIA

Com o intuito de conhecer a realidade do cooperativismo e sua história, fez-se um


levantamento bibliográfico da temática a ser estudada, uma vez que este serviu como base para
ajudar a responder todos os objetivos da presente pesquisa.
Sendo assim, buscou-se através do método dedutivo, o qual consiste, de acordo com
Leite (2008), na construção científica a qual parte do raciocínio geral para o particular, do
universal ao individual, a presente pesquisa buscou analisar e conhecer o cenário nacional do
universo das cooperativas brasileiras.
Realizou se pesquisa de natureza descritiva exploratória, uma vez que busca-se
descrever o comportamento da cooperativa de crédito. Conforme Gonçalves e Meirelles (2004),
neste estudo, evidencia-se a associação entre variáveis proporcionando maior familiaridade
com o problema, tornando-o mais explícito. Neste sentido, realizou-se a coleta de dados
contábeis da cooperativa em estudo, com a finalidade de análise estatística para a apresentação
de dados numérica e gráfica, bem como para o estudo de eficiência, através dos modelos de
análise de envoltória de dados (DEA).
Como uma das ferramentas de avaliação da eficiência financeira da cooperativa de
crédito serão calculados os indicadores financeiros mais apropriados de acordo com o teórico
Gonçalves (2005), enfatizando rentabilidade e liquidez. Utilizar-se-ão os dados disponíveis nas
demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício),
que serão utilizadas de fontes primárias de informações.
Os indicadores financeiros que melhor demonstram a eficiência de uma organização são
divididos em dois conjuntos: um que diz respeito à liquidez e outro relacionado à rentabilidade,
conforme Assaf Neto e Lima, 2007. Serão utilizados neste estudo e calculados a partir das
principais demonstrações contábeis publicadas pela cooperativa no período de 2015 a 2017. Os
indicadores de liquidez permitem melhor avaliação da capacidade de pagamento da cooperativa
ou, em outros termos, de sua capacidade de arcar com as obrigações contraídas junto a terceiros.
28

Para Gitman (2010), a liquidez de uma empresa diz respeito à facilidade que a mesma possui
de pagar suas contas em dia. Na Tabela 3, estão descritos os principais indicadores de solvência
que serão utilizados nesta pesquisa. No que diz respeito ao indicador de Encaixe, valores mais
elevados garantem maior segurança financeira à instituição e, ao mesmo tempo, comprometem
as aplicações rentáveis em empréstimos e financiamentos. Portanto, valores maiores indicam
estratégia mais conservadora por parte da instituição. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao
indicador de Cobertura Voluntária. O indicador de Volume de Crédito, por sua vez, mostra a
relação entre as operações de crédito e o Patrimônio Líquido, explicitando a magnitude da
principal atividade de uma cooperativa de crédito em relação à sua fonte de capital mais segura.
Valores elevados indicam que os empréstimos e financiamentos concedidos estão próximos ao
limite de cobertura com recursos próprios, indicando risco financeiro. Por outro lado, também
podem significar boa capacidade de captação de recursos de terceiros, materializados em
depósitos à vista e a prazo.

Tabela 3 – Indicadores de solvência (Fórmulas)


Nome Fórmula

Encaixe Disponível/ Depósitos à Vista


Cobertura Voluntária Disponível / Passivo Reala

Volume de Crédito Operações de Crédito / Patrimônio Líquido


Depósitos Totais X Operações de Crédito Depósitos Totais / Operações de Crédito
Reserva de Liquidez Ativos Líquidos c / Depósitos Totais
Provisionamento PCLDb / Operações de Crédito

Comprometimento PCLD / Patrimônio Líquido


a
Passivo Real = Passivo total – Relações Interfinanceiras – Relações Interdependências
b
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (inadimplência)
c
Ativos Líquidos = Disponível + Aplicações Interfinanceiras de Liquidez + Títulos e Valores Mobiliários +
Relações Interfinanceiras. Fonte: Adaptado de Gonçalves (2005).
Fonte: Adaptada de Gonçalves (2005)

Já a comparação desses depósitos com as operações de crédito indica o risco incorrido


pela instituição financeira com a aplicação dos recursos captados na forma de passivo circulante
em seu principal negócio. Valores elevados refletem políticas de crédito mais restritas e,
consequentemente, assunção de menor risco de descapitalização. Em sequência, o cálculo da
Reserva de Liquidez, de acordo com Gonçalves (2005), tem como principal objetivo avaliar a
capacidade da cooperativa de atender a demandas excessivas de resgate dos recursos aplicados
pelos sócios. Para tanto, esse quociente compara os ativos que podem ser convertidos em
29

dinheiro com maior facilidade – como disponibilidades, aplicações interfinanceiras de liquidez,


títulos e valores mobiliários e as relações interfinanceiras – com os depósitos realizados pelos
cooperados. Quanto maior for o seu valor, menor será o risco de insolvência da organização.
Também segundo Gonçalves (2005), o indicador de Provisionamento explicita o quanto dos
empréstimos/financiamentos concedidos pela cooperativa é de liquidação duvidosa, ou seja,
mostra qual o percentual de operações de crédito que poderá ser classificado como
inadimplência. Valores elevados revelam a possibilidade de existência de problemas no setor
de liberação de recursos ou, ainda, no setor de cobrança, o que pode ser classificado como
ineficiência de política comercial. Já o indicador de Comprometimento pode ser analisado de
forma similar, com a diferença de relacionar a inadimplência com o capital próprio da
instituição. Por sua vez, os indicadores de resultado procuram avaliar o desempenho da
instituição na realização de suas principais atividades e a evolução de sua estrutura patrimonial
(Tabela 4).
Tabela 4 – Indicadores de Resultados
Nome Fórmula
 Despesas Operacionais X Captação Total Despesas Operacionais / Captação Total
 Rentabilidade do Patrimônio Líquido Resultado Líquido / Patrimônio Líquido
Fonte: Adaptada de Gonçalves (2005)

O estudo relacionado as variáveis de avaliação dos benefícios socioeconômicos,


apresentadas na tabela 5, será pelo DEA, as quais serão importantes para análise produtiva de
crédito na cooperativa, sendo de fundamental importância como parâmetro de quantificação de
sua eficiência.
Tabela 5 – Variáveis de benefícios socioeconômicos para análise DEA
Produtos (y) Insumos (x)
 Volume de operações de crédito em R$,  Custo total com empregados, em R$.
representando o principal benefício  Despesas administrativas, em R$.
socioeconômico das cooperativas de crédito.  Despesas não-administrativas, em R$.
 Sobras operacionais em R$, representando o
resultado global líquido da cooperativa de
crédito.
 Ativo total da cooperativa, representando
uma proxy do tamanho da cooperativa.
Fonte: Resultados da pesquisa

Em razão de ser o DEA uma abordagem determinística, e trabalha com dados de entrada
(input) e transformação/saída (output), temos como input os produtos e output os insumos da
30

cooperativa. Considerando como escores de eficiência (1/), qualquer resultado diferente da


plena eficiência pode ser interpretado como ineficiência.
Essa análise será realizada em consonância com a pesquisa bibliográfica para a
avaliação do desempenho da cooperativa em estudo, identificando problemas operacionais e
propostas de sua solução.

4 DISCUSSÕES DO RESULTADO

A literatura existente sobre avaliação de eficiência em cooperativas, de um modo geral,


aborda conceitos considerados essenciais no julgamento destas organizações, entre eles é
possível citar: rendimento, produtividade e resultados.
Esta pesquisa teve como referência o trabalho de Gonçalves (2005), onde ele analisou
os determinantes de eficiência ou ineficiência em cooperativas de economia e crédito mutuo do
estado de Minas Gerais e calculou os valores padrão dos quocientes de solvência e
rentabilidade, construindo valores bases para medir a eficiência das cooperativas de créditos
nacionais, como pode ser verificado na Tabela 6.

Tabela 6 – Valores padrão dos indicadores de solvência e rentabilidade de cooperativas de


crédito em condições financeiras satisfatórias em Minas Gerais
SOLVÊNCIA
Encaixe 1,28
Cobertura Voluntária 0,11

Volume de Crédito 2,01


Depósitos Totais X Operações de Crédito 1,44
Reserva de Liquidez 0,35
Provisionamento 0,05

Comprometimento 0,10

RENTABILIDADE
Despesas Operacionais X Captação Total 0,16
Rentabilidade do Patrimônio Líquido 0,07
Fonte: Adaptada de Gonçalves (2005)

O primeiro indicador é o de encaixe, que revela a relação entre o recurso de maior


liquidez, como dinheiro em caixa e bancos, com os depósitos à vista da cooperativa. Pelos
resultados obtidos fica evidente na tabela 7, a limitada eficiência da cooperativa Credi Norte,
que apresentou valores muito baixos para esse indicador no período analisado, que mostra não
31

possuir boa liquidez e condição de atender seu cliente na hora do saque em suas contas de
depósitos à vista.

Tabela 7 – Indicadores de solvência no período de 2015 a 2017


INDICADORES Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017 Média
Encaixe 0,30 0,02 0,06 0,13

Cobertura Voluntária 0,01 0,01 0,02 0,01

Volume de Crédito 4,27 12,97 -19,29 -0,68


Depósitos Totais x Operação de crédito 0,22 0,54 1,52 0,76

Reserva de Liquidez 0,79 0,83 0,61 0,74


Provisionamento -0,13 -0,15 -0,15 0,14

Comprometimento -0,54 -1,91 -2,99 -1,81

Fonte: Resultados da pesquisa

O gráfico 1, demonstra como a disponibilidade de dinheiro em caixa e Banco, no ano


de 2017 refere-se apenas a 6% do montante de seus depósitos à vista, revelando a descrepância
nos valores, destas duas variavéis.

Gráfico 1 – Valores das Disponibilidades x Depósitos à Vista da cooperativa, 2015 à 2017

Disponibilidades x Depósitos à Vista


R$ 400.000,00
R$ 350.000,00
R$ 300.000,00
valores em R$

R$ 250.000,00
R$ 200.000,00
R$ 150.000,00 Diponibilidade
R$ 100.000,00 Depósitos à Vista
R$ 50.000,00
R$ -
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017
Diponibilidade R$ 4.648,20 R$3.622,91 R$21.825,92
Depósitos à Vista R$15.432,25 R$180.118,26 R$373.874,12

Fonte: Resultados da pesquisa

Importante ressaltar, nesse caso, que a cooperativa em análise tem sua sede localizada
em área pertencente à empresa privada, assim, o espaço não é cedido, exigindo o desembolso
de aluguel, e ainda há um custo muito alto com funcionários, para uma cooperativa
relativamente pequena, representado no gráfico 2.
32

Gráfico 2 – Custo total com funcionários

Custo com Funcionários


R$120.000,00

R$100.000,00 R$109.579,80

R$80.000,00

R$60.000,00
R$63.679,69 R$64.046,09
Custo
R$40.000,00
c/funcionários
R$20.000,00

R$-
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017

Fonte: Resultados da pesquisa

Esse aspecto contribui para o alto valor das despesas operacionais, entretanto, não pode
ser considerado a única explicação para a expressiva redução do indicador.
O indicador de cobertura voluntária, ele também apresentou um resultado muito inferior
aos padrões de eficiência (Gonçalves, 2005), ela mostrou que para cada real de dívida ativa, a
cooperativa possui R$0,01 em disponibilidades para quitá-la.
Os demais indicadores também revelaram baixos índices, apenas um dos indicadores
superaram a média, como podemos ver no gráfico 3, a Reserva de Liquidez que é nas palavras
de Gonçalves (2005), avaliação da capacidade da cooperativa de atender a demandas excessivas
de resgate dos recursos aplicados pelos sócios. Para tanto, esse quociente compara os ativos que
podem ser convertidos em dinheiro com maior facilidade – como disponibilidades, aplicações
interfinanceiras de liquidez, títulos e valores mobiliários e as relações interfinanceiras – com os
depósitos realizados pelos cooperados. Quanto maior for o seu valor, menor será o risco de
insolvência da organização.
No que diz respeito a este indicador, pode-se verificar conforme gráfico abaixo, que a
cooperativa em análise pode ser considerada uma cooperativa liquida, se todos os seus ativos
considerados de elevada liquidez forem transformados em caixa, seria possível quitar, em
média, 74% dos depósitos captados no período.
33

Gráfico 3 – Valores da Reserva de Liquidez

Reserva de Liquidez
0,90
0,83
0,80 0,79
0,74
0,70
0,61
0,60
0,50
0,40 Reserva de Liquidez
0,30
0,20
0,10
0,00
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017 Média

Fonte: Resultados da pesquisa

Por sua vez, o provisionamento indica o percentual das operações de crédito estão
comprometidas com eventual inadimplência dos clientes. Segundo Gonçalves (2005), o
indicador de Provisionamento explicita o quanto dos empréstimos/financiamentos concedidos
pela cooperativa é de liquidação duvidosa, que poderá ser classificado como inadimplência.
Para a cooperativa em estudo, o valor desse indicador é negativo, revelando que, menos de 14%
dos financiamentos e empréstimos concedidos é contabilizado como despesa em função da
probabilidade de não pagamento por parte do cooperado. No que diz respeito à solvência, o
indicador de Comprometimento revela que pode haver uma grande deterioração no capital
próprio da instituição com devedores inadimplentes, que é alto e vem evoluindo, gráfico 4.

Gráfico 4 – Evolução das Operações de Crédito x Inadimplência


R$ 800.000,00
R$701.080,45
R$ 700.000,00

R$ 600.000,00
R$529.343,73
R$ 500.000,00
R$ 385.241,83
R$ 400.000,00

R$ 300.000,00

R$ 200.000,00
R$108.574,47
R$77.815,14
R$ 100.000,00 R$48.841,42

R$ -
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017

Operações de crédito Inadimplência

Fonte: Resultados da pesquisa


34

Esse valor também é bem inferior à média do setor, que girou em torno de 10%, esses
altos índices de inadimplência, estão associados à falta de política de liberação de crédito e
cobrança da instituição, pois não possuem requisitos ao conceder o crédito e ferramentas de
cobrança efetivas, o que pode ser classificado como ineficiência de política comercial
As medidas das variáveis de avaliação dos benefícios socioeconômicos, estimadas pelo
modelo DEA demonstram que os escores de eficiência a partir das informações contábeis
sinalizam um grau de ineficiência. Estes dados foram gerados utilizando o software livre EMS
(Efficiency Measurement System), com os parâmetros definidos conforme apresentado na
Figura 1, os quais determinam as características do modelo DEA aplicado.

Figura 1 – Software livre EMS

Fonte: Site www.holger-scheel.de/ems/

Os escores de eficiência técnica têm valores máximos iguais a 1. Pela média dos escores
de eficiência de entrada, apresentados na tabela 8, nota-se que o menor escore de eficiência
técnica foi de 0,58 e ocorreu no ano de 2015 e o maior de 0,84 no ano de 2017, abaixo do escore
máximo 1.

Tabela 8 – Escore de eficiência da cooperativa no período de 2015 a 2017

Entrada Saída
Ano de 2015 0,58% 1,70%
Ano de 2016 0,83% 1,19%
Ano de 2017 0,84% 1,18%
Fonte: Resultados da pesquisa
35

Em relação aos escores de eficiência de saída o valor mínimo foi de 1,18 e o máximo
de 1,70, nos anos de 2015 e 2017, foram respectivamente parecidos, isso mostra que o escore
de insumos que estão representados aqui pelos custos e despesas são maiores do que os escores
de produtos que são as entradas de dinheiros, sobras e ativo. Estes resultados revelam uma
ineficiência da cooperativa e indicam que os gestores e as instituições fiscalizadoras devem
traçar políticas que estimulem o desempenho deste setor. Um fato bem determinante para essa
ineficiência são as perdas que a cooperativa vem acumulando, no decorrer deste anos, conforme
é apresentado no gráfico 5.

Gráfico 5 – Evolução dos valores de perdas

Valores de perdas
R$-
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017
R$(20.000,00)
R$(40.000,00)
R$(60.000,00)
R$(80.000,00) R$(88.247,74)
R$(98.757,13)
R$(100.000,00)
R$(120.000,00)
R$(140.000,00) R$(153.319,01)
R$(160.000,00)
R$(180.000,00)

Fonte: Resultados da pesquisa

As sobras e perdas da cooperativa são provenientes de toda movimentação que é gerada


a partir dos produtos e da prestação dos serviços. Se as sobras são rateadas para os cooperados
as perdas também seguem o mesmo principio, por tanto, todo fim de exercicio os cooperados
tem que arcar com as perdas provenientes da cooperativa, isso demonstra mais uma vez que a
cooperativa em estudo, está operando na ineficiência.
Embora a cooperativa não tenha atingido os escores máximos de eficiência, ela ainda
pode se reestruturar para ser uma instituição financeira competitiva local, ela é relativamente
uma empresa jovem, esses resultados demonstram que é imprescindível à realização de
intervenções qualitativas no setor, por meio da implementação de ações que visem maximizar
os níveis de eficiência das organizações, por intermédio da maximização dos resultados e da
capacidade operacional.
36

5 CONCLUSÃO

O cooperativismo é um instrumento em busca do sucesso das pessoas e de


empreendimentos neste mundo globalizado e tão competitivo. No atual cenário brasileiro, a
expansão das cooperativas tem funcionado como uma estratégia para as crises empresariais,
bem como para a redução de custos. É evidente que os sistemas de crédito cooperativos buscam
por meio de serviços bancários e de atividades socioculturais, melhorarem além da qualidade
de vida de seus cooperados, a da sociedade de uma forma geral.
A CREDI NORTE, associação em estudo nasceu da necessidade de fortalecer o
cooperativismo, com políticas de crédito que realmente atenda ao agricultor familiar, ao micro
e pequeno empreendedor. Com objetivo de prestar melhores serviços a seus cooperados,
assumiu sua missão de organizar, coordenar e fomentar o Cooperativismo de Crédito,
promovendo a inclusão social e financeira, o desenvolvimento e aquecimento da economia
local, com ênfase na geração de emprego e renda. Na medida em que se tornou instrumento de
desenvolvimento econômico e social, promovendo a aplicação de recursos privados, assumiu
os riscos em favor da própria comunidade na qual se inseriu.
Por tanto, os resultados demonstram a relevância da informação contábil para análise de
eficiência das cooperativas de crédito, uma vez que os desempenhos obtidos, via contas
contábeis, sinalizaram que a Credi Norte, está operando com um grau de ineficiência, quase
todos os indicadores foram inferiores aos valores padrão encontrados por Gonçalves (2005).
Essa ineficiência diz respeito ao mau desempenho nos aspectos de solvência e rentabilidade
associado à prestação de serviços bancários aos seus associados, que devem demonstrar
condições mais vantajosas que as encontradas no mercado local.
Constatou-se que essa condição de ineficiência da cooperativa, se deve ao fato de sua
falta de capacidade de coordenação, como tecnologia defasadas, demoras nos processos, menor
aporte de capital, pessoal não qualificada, gestão centralizadora, entre outros.
Cabe salientar, ainda que há altos índices de inadimplência dos associados para com a
cooperativa, isso se dá porque a mesma é falha ao conceder o crédito, não há uma fiscalização,
não se sabe onde verdadeiramente será aplicado o empréstimo ou financiamento, muitos
utilizam de má fé para com a cooperativa, como é um acesso desburocratizado de crédito,
acabam por adquirir a quantia e não arcar com o pagamento da mesma, deixando assim os
cooperados que entende o que é cooperativa e horam com seus compromissos com o prejuízo
levando assim a cooperativa ao um déficit gigantesco.
37

A cooperativa tem que se pocisionar, mostrar seu leque de serviços, convidar mais
pessoas para serem membros da cooperativa, pois relaçao há quantidade de habitantes da
cidade, o numero de associados é pequeno, deve-se fazer parceria com as empresas para que a
mesma façam os pagamentos de seus funcionários pela cooperativa, fazendo com que a
cooperativa movimente mais capital, isso também seria uma forma da coopertiva montar uma
ferramante de cobrança, caso algum deste novos cooperado pedissem um empréstimo, o
pagamento do memso já poderia ser descontado da folha de pagamento, a exemplo de um
empréstimo consignado.
É possível perceber que este é o momento de rever os princípios que norteiam as ações
das cooperativas e aprimorar as metodologias de controle, para permitir o funcionamento dos
mercados, tendo em vista que o objetivo principal desse tipo de instituição é garantir que seus
associados, por meio da organização econômica, tenham condições de se desenvolver e,
consequentemente, contribuir para o crescimento de sua região e do próprio País. As
cooperativas são imprescindíveis para o desenvolvimento local, especialmente nos aspectos de
formação de poupança e de financiamento de iniciativas empresariais, que trazem benefícios
evidentes em termos de geração de emprego e de distribuição de renda.
38

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