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SENHOR DO BONFIM
2018
ELIANA MACÊDO DOS SANTOS
SENHOR DO BONFIM
2018
ELIANA MACÊDO DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Prof.ª Esp. Maria Elizzabette A. G. Fonseca Examinadora (UNEB)
_______________________________________________________________________
Prof.º Esp. Francisco Arapiraca dos Santos Examinador (UNEB)
Dedico este trabalho ao meu esposo, pelo
incentivo, paciência e apoio nessa trajetória.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois é o meu companheiro durante toda a minha
vida, me dando sempre força e coragem para ir adiante.
Quero agradecer a todos que me acompanharam nessa jornada, o meu carinho a cada
companheiro de classe que me estimulou a prosseguir; aos mestres que me encaminharam e me
ensinaram o melhor caminho para chegar até aqui. Ao querido Edval, pelo suporte nesses anos
todos de dificuldades, mas também de muitas alegrias e superação.
Quero demonstrar aqui todo meu amor e gratidão a minha família; ao Gilson dos Santos
meu esposo, aos meus irmãos, as minhas mães Maria Augusta e Eliane Costa e não posso
esquecer da minha sogrinha Maria Madalena, que foram e sempre serão o meu suporte e a
minha força.
Minha gratidão aos meus colegas de trabalho por todo o incentivo e paciência.
Muito obrigado a todos.
“Transformar o medo em respeito, o respeito
em confiança. Descobrir como é bom chegar
quando se tem paciência. E para se chegar onde
quer que seja, não é preciso dominar a força,
mas a razão.
(Amyr Klink)
RESUMO
DR Doutor
PROFº Professor
1. INTRODUÇÃO 12
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 16
2.1 COOPERATIVAS DE CRÉDITO 17
2.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO 20
2.3 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) MEDIDA DE EFICIÊNCIA
DAS COOPERATIVAS 21
2.4 HISTÓRIA DA CREDI NORTE 24
3. METODOLOGIA 27
4. DISCUSSÕES DO RESULTADO 30
5. CONCLUSÃO 36
6. REFERÊNCIAS 38
12
1 INTRODUÇÃO
O cenário que envolve o sistema financeiro nos últimos anos tem evidenciado,
especialmente pela grande expansão de novas instituições financeiras (bancos populares), um
mercado cada vez mais competitivo, que vem acirrando a concorrência entre as instituições.
Conforme Lima (2011, p. 39), instituições tem regras ou códigos formais, mas também
informais. No caso dos Bancos oficiais, seu papel institucional é tanto aquele definido em
termos legais ou estatuários, por exemplo, conceder financiamento rural, quanto àquele que se
consolidou informalmente; atuar como regulador do mercado, e também prover liquidez
quando o mercado interbancário estiver paralisado, balizar as taxas de juros praticadas, etc.
São muitas as atividades realizadas por este tipo de instituições, observa-se, pelas
“vantagens” oferecidas e pela possibilidade de acesso ao crédito fácil, especialmente para
trabalhadores do serviço público e aposentados, através destas instituições convencionais.
Aquilo que a princípio se apresenta como benefício (o credito fácil), vem se tornando um grande
problema de endividamento para os credores, o acesso ao crédito através dos bancos oficiais
(Caixa Econômica, Banco do Brasil), diante das grandes exigências da sociedade, não tem
crescido na mesma proporção, que estas novas ninstituições vem alcançando.
Neste contexto de disputas e com uma visão sustentável de desenvolvimento, surgem os
Empreendimentos Solidários e/ou Economia Solidária, a exemplo das Cooperativas de Crédito,
que vem ganhando espaço e surgem como uma importante alternativa para o desenvolvimento
econômico, fornecedora de crédito, com diferenciação dos bancos, é uma instituição coletiva,
que propicia a seus cooperados assistência financeira, promovendo o desenvolvimento da
comunidade através do microcrédito, da formação de poupança, e de serviços direcionados ao
empreendimento local.
Na busca de uma sociedade econômica e socialmente mais justa do que aquela a que
leva o capitalismo, concentrador de riquezas, e com menor limitação ao direito de
autodeterminação dos indivíduos imposta pelo socialismo estatal, estudiosos e pesquisadores
encontram, no cooperativismo, uma terceira forma de organização da sociedade. KONZEN &
KRAUSE (2002).
De acordo com a Lei 5764/71, as cooperativas “são sociedade de pessoas, com forma e
natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar
serviços aos associados”, ou seja, são instituições financeiras, que oferecem produtos e serviços
13
aos cooperados, pautadas no anseio coletivo. Elas juntamente com os Bancos e outras
organizações formam o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Santos (2009, p. 18), em sua obra “Estratégias Competitivas das Cooperativas de
Crédito”, esclarece porque as cooperativas de crédito são instituições financeiras.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
social, insistindo mais ou menos no aspecto econômico ou no aspecto social: na fronteira, tudo
na economia tem um alcance social, ou vice-versa, pode ser descrito como uma economia
social. No entanto, há mais de dez anos, é um conceito mais específico, que é imposto a nível
internacional. Embora as denominações ou definições possam variar de país para país, a ideia
de um terceiro setor juntamente com o setor privado com fins lucrativos e o setor público,
aparece e reaparece em todo o mundo. Certamente, este terceiro setor da economia social não
está separado dos outros por fronteiras perfeitamente definidas e impermeáveis, mas sua própria
dinâmica é suficientemente original para não confundir com os outros dois. (López, 2001: 4).
Ao longo dos últimos anos, houve um aumento considerável no interesse das
autoridades públicas e dos pesquisadores em cooperativas, isso é evidente no nosso país no ano
de 2006 quando Lula assumiu o governo, apostou na força produtiva da agricultura familiar e
economia solidária, investindo em vários programas, como Pronaf, Pronatec e outros. Esse
interesse deve-se principalmente ao fato de que há evidências suficientes para demonstrar que
as cooperativas demonstraram estar mais aptas a resistir à crise econômica do que as empresas
capitalistas típicas (Birchall, 2013, Cantero, González Loureiro e Puig, 2013).
Seus argumentos se baseiam no fato de que as imperfeições do sistema econômico
capitalista, que levaram à crise econômica internacional, não se reproduzem nessas entidades
da economia social, uma vez que são guiadas por valores e princípios diferentes. E em mais de
400 cidades do país, cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras disponíveis,
responsáveis pela inclusão econômica de centenas de brasileiros (Vantagens da cooperação -
12 dez, 2016).
Outro fato interessante é que em meio aos diversos tipos de cooperativas existentes
(trabalho, sociais, agropecuárias, saúde, transporte, consumo, crédito, habitacionais,
infraestrutura, mineração, produção, turismo e lazer), a primeira cooperativa a se instalar no
Brasil foi especialmente a de crédito, de acordo com Schardong, (2003, p. 63),
O Cooperativismo de Crédito chegou ao Brasil, trazido da Europa pelo Padre Theodor
Amstad, com o objetivo de reunir as poupanças das comunidades de imigrantes e
colocá-las a serviço de seu próprio desenvolvimento. (...) foi em Linha Imperial,
município de Nova Petrópolis, que o Padre precursor constituiu formalmente a
primeira Cooperativa da espécie, em 28 de dezembro de 1902.
cooperados, com autorização e fiscalização do BACEN, como observam Meloni (2005) e Geriz
(2004).
Contudo, o surgimento da cooperativa como uma forma ordenada e baseando-se em
regras válidas para todo o país, está regulada pela Lei 5.764/1971, que definiu a Política
Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas. Como elas se
equiparam as outras instituições financeiras, são controladas e fiscalizadas pelo BACEN,
conforme dispõe o art. 92, I da lei que lhe regulamenta. Ela é assegurada pelo FGCOOP (Fundo
Garantidor das Cooperativas de Crédito), quem tem produtos (conta corrente, crédito,
investimentos) em uma cooperativa conta com cobertura do FGCOOP, assim como o FGC dos
bancos, o fundo garante até R$ 250 mil por CPF e por cooperativa.
As vantagens do modelo creditício são tantas que, em todo Brasil, 7,8 milhões de
pessoas e empresas já são associadas a cooperativas de crédito. E esse número tem aumentado
a cada dia, com juros altos e restrição de bancos, cooperativas de crédito avançam e mais
pessoas a procuram por suas taxas camaradas, como podemos ver na tabela 2, abaixo.
73 76
CRÉDITO CRESCENTE 67
Com Bancos mais restritos, cresceram 57
os empréstimos nas cooperativas 47
34
(em R$) Bilhões 26
No ano de 2008, sofreu baixa financeira, por não atender outros setores da cadeia
econômica ficou restrito ao um número pequeno de associados e acabou tendo dificuldades no
seu gerenciamento, altos impostos e inadimplências de alguns membros que não entendiam o
princípio de cooperativismo que é associação de pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, em prol dos
diversos interesses econômicos e sociais dos mesmos.
Neste período ela ficou inerte, por um ano não houve nenhuma movimentação, o
BACEN ao perceber que a cooperativa estava neste estado entrou em contato com o sr. João
Paulo Crisostómo, ele era filho da terra, nascido na cidade de Jaguarari, e o mais importante na
época era Diretor das Cooperativas do Brasil, então o BACEN propôs que ele trabalhasse para
reativar o CNPJ da cooperativa, que não deixasse morrer já que é uma instituição que agrega
valor as produções locais, gerando emprego e renda, levando desenvolvimento socioeconômico
a região.
O BACEN, deu 6 meses para que o CNPJ fosse reativado, alguns requisitos a serem
cumpridos no decorrer deste e nos próximos anos como:
- Plano de Recuperação para 20 anos;
- Capital Inicial (Social) de R$ 80.000
- 100 novos sócios;
- Direção composta por 80% de novos sócios;
- Novo Estatuto;
- Novas estratégias
- Estar totalmente regularizada até 2013
Os primeiros requisitos foram cumpridos e então no fim do exercício de 2009, o CNPJ
é reativado e a cooperativa surge agora como CREDI NORTE, mas ainda atendendo apenas os
produtores rurais.
Mas no ano de 2013, a CREDI NORTE (Cooperativa de Crédito Rural Norte do
Itapicuru) engloba no seu leque de atendimento além dos Produtores Rurais; Pequenos
Empresários; Professores; Estudantes; Aposentados e demais outros segmentos da sociedade.
Portanto, tem um foco especial e mais agressivo com os Agricultores Familiar e os Pequenos
Empreendedores.
O plano de recuperação foi elaborado pela ASCOOB (Associação das Cooperativas de
Apoio a Economia Familiar), entidade que apoia as associações baianas, ela dá assistência
técnica, financeira, jurídica e capacitação dos dirigentes da CREDI NORTE até hoje.
26
Como vimos qualquer pessoa pode se associar a cooperativa CREDI NORTE, com a
quota mínima de R$ 100,00 (valor estabelecido por lei, e pode ser parcelado) e mais R$ 25,00
para se cadastras na cooperativa. No entanto, no momento da filiação pode ser pago o mínimo
que é R$ 30,00, assumindo o compromisso de estar aumentando sua quota até o mínimo ou um
valor maior ainda. A cooperativa prestar serviços como pagamentos de boletos, pagamentos de
salários, seguros de vida, casa e automovéis, poupança, financiamentos, empréstimos, etc.
A CREDI NORTE é composta por 3 diretores executivos, 4 Conselheiros
Administrativos, 6 Conselheiros Fiscais, que são eleitos por uma Assembleia realizada todo fim
de exercício.
- 3 Diretores: Presidente Operacional, Administrativo; estabelecem normas e regras de
e atua na orientação geral e estratégica de atuação da cooperativa; bem como a definição dos
objetivos da cooperativa, que devem considerar, dentre outros, aqueles que visem perenidade
dos negócios;
- 4 Conselheiros Administrativos: São responsáveis pela execução das atividades-meio
da cooperativa, tais como as administrações financeira e do fundo de reserva, negociação de
contratos, divulgação de produtos e/ou serviços, negociações de compra: de matérias primas,
materiais de apoio etc., das negociações de venda de produtos e/ou serviços etc.
- 6 Conselheiros Fiscais: São responsáveis por fiscalizar a administração em suas ações
e contratos, tem plenos poderes, portanto, podem a qualquer momento que desejarem
comparecer a cooperativa e fazer seu papel;
A Assembleia Extraordinária anual é o órgão mais importante da cooperativa, pois ela
elege e destitui os Diretores, Conselheiros e Fiscais; ela fornece informações financeiras e de
resultados, é feita a divisão e distribuição de sobras ou perdas. Também é aqui que acontece a
realização da Aprovação do Plano de Atividade Anual que será seguido no ano seguinte, como
se fosse um plano orçamentário. A cooperativa tem 15 dias para enviar ao BACEN a ata de
tudo que foi realizado nesta assembleia.
A CREDI NORTE, abrange a micro região do Piemonte, como a cidade de Jaguarari,
Sr. do Bonfim, Andorinha, Filadélfia, Ponto Novo, Caldeirão Grande, Pindobaçu, Antônio
Gonçalves e Campo Formoso. Ela possui 1.200 associados, destes 720 são cooperados da
cidade de Jaguarari, onde está instalada a Matriz desta cooperativa, ou seja, 60% do total de
associados estão associados a CREDI NORTE em Jaguarari, os outros estão distribuídos nas
demais localidades.
As sobras e perdas da cooperativa são provenientes de toda movimentação que é gerada
a partir dos produtos e da prestação dos serviços.
27
Se um membro quiser se desassociar, ele deve solicitar por escrito, não ter nenhum
pendencia com a cooperativa, ou seja, para se desvincular deve estar quite com suas obrigações
para com a instituição, sendo assim retira sua quota parte mais as sobras de resultado do ano
em exercício, e se houver perdas tem que arcar com elas antes de sua saída.
3 METODOLOGIA
Para Gitman (2010), a liquidez de uma empresa diz respeito à facilidade que a mesma possui
de pagar suas contas em dia. Na Tabela 3, estão descritos os principais indicadores de solvência
que serão utilizados nesta pesquisa. No que diz respeito ao indicador de Encaixe, valores mais
elevados garantem maior segurança financeira à instituição e, ao mesmo tempo, comprometem
as aplicações rentáveis em empréstimos e financiamentos. Portanto, valores maiores indicam
estratégia mais conservadora por parte da instituição. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao
indicador de Cobertura Voluntária. O indicador de Volume de Crédito, por sua vez, mostra a
relação entre as operações de crédito e o Patrimônio Líquido, explicitando a magnitude da
principal atividade de uma cooperativa de crédito em relação à sua fonte de capital mais segura.
Valores elevados indicam que os empréstimos e financiamentos concedidos estão próximos ao
limite de cobertura com recursos próprios, indicando risco financeiro. Por outro lado, também
podem significar boa capacidade de captação de recursos de terceiros, materializados em
depósitos à vista e a prazo.
Em razão de ser o DEA uma abordagem determinística, e trabalha com dados de entrada
(input) e transformação/saída (output), temos como input os produtos e output os insumos da
30
4 DISCUSSÕES DO RESULTADO
Comprometimento 0,10
RENTABILIDADE
Despesas Operacionais X Captação Total 0,16
Rentabilidade do Patrimônio Líquido 0,07
Fonte: Adaptada de Gonçalves (2005)
possuir boa liquidez e condição de atender seu cliente na hora do saque em suas contas de
depósitos à vista.
R$ 250.000,00
R$ 200.000,00
R$ 150.000,00 Diponibilidade
R$ 100.000,00 Depósitos à Vista
R$ 50.000,00
R$ -
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017
Diponibilidade R$ 4.648,20 R$3.622,91 R$21.825,92
Depósitos à Vista R$15.432,25 R$180.118,26 R$373.874,12
Importante ressaltar, nesse caso, que a cooperativa em análise tem sua sede localizada
em área pertencente à empresa privada, assim, o espaço não é cedido, exigindo o desembolso
de aluguel, e ainda há um custo muito alto com funcionários, para uma cooperativa
relativamente pequena, representado no gráfico 2.
32
R$100.000,00 R$109.579,80
R$80.000,00
R$60.000,00
R$63.679,69 R$64.046,09
Custo
R$40.000,00
c/funcionários
R$20.000,00
R$-
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017
Esse aspecto contribui para o alto valor das despesas operacionais, entretanto, não pode
ser considerado a única explicação para a expressiva redução do indicador.
O indicador de cobertura voluntária, ele também apresentou um resultado muito inferior
aos padrões de eficiência (Gonçalves, 2005), ela mostrou que para cada real de dívida ativa, a
cooperativa possui R$0,01 em disponibilidades para quitá-la.
Os demais indicadores também revelaram baixos índices, apenas um dos indicadores
superaram a média, como podemos ver no gráfico 3, a Reserva de Liquidez que é nas palavras
de Gonçalves (2005), avaliação da capacidade da cooperativa de atender a demandas excessivas
de resgate dos recursos aplicados pelos sócios. Para tanto, esse quociente compara os ativos que
podem ser convertidos em dinheiro com maior facilidade – como disponibilidades, aplicações
interfinanceiras de liquidez, títulos e valores mobiliários e as relações interfinanceiras – com os
depósitos realizados pelos cooperados. Quanto maior for o seu valor, menor será o risco de
insolvência da organização.
No que diz respeito a este indicador, pode-se verificar conforme gráfico abaixo, que a
cooperativa em análise pode ser considerada uma cooperativa liquida, se todos os seus ativos
considerados de elevada liquidez forem transformados em caixa, seria possível quitar, em
média, 74% dos depósitos captados no período.
33
Reserva de Liquidez
0,90
0,83
0,80 0,79
0,74
0,70
0,61
0,60
0,50
0,40 Reserva de Liquidez
0,30
0,20
0,10
0,00
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017 Média
Por sua vez, o provisionamento indica o percentual das operações de crédito estão
comprometidas com eventual inadimplência dos clientes. Segundo Gonçalves (2005), o
indicador de Provisionamento explicita o quanto dos empréstimos/financiamentos concedidos
pela cooperativa é de liquidação duvidosa, que poderá ser classificado como inadimplência.
Para a cooperativa em estudo, o valor desse indicador é negativo, revelando que, menos de 14%
dos financiamentos e empréstimos concedidos é contabilizado como despesa em função da
probabilidade de não pagamento por parte do cooperado. No que diz respeito à solvência, o
indicador de Comprometimento revela que pode haver uma grande deterioração no capital
próprio da instituição com devedores inadimplentes, que é alto e vem evoluindo, gráfico 4.
R$ 600.000,00
R$529.343,73
R$ 500.000,00
R$ 385.241,83
R$ 400.000,00
R$ 300.000,00
R$ 200.000,00
R$108.574,47
R$77.815,14
R$ 100.000,00 R$48.841,42
R$ -
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017
Esse valor também é bem inferior à média do setor, que girou em torno de 10%, esses
altos índices de inadimplência, estão associados à falta de política de liberação de crédito e
cobrança da instituição, pois não possuem requisitos ao conceder o crédito e ferramentas de
cobrança efetivas, o que pode ser classificado como ineficiência de política comercial
As medidas das variáveis de avaliação dos benefícios socioeconômicos, estimadas pelo
modelo DEA demonstram que os escores de eficiência a partir das informações contábeis
sinalizam um grau de ineficiência. Estes dados foram gerados utilizando o software livre EMS
(Efficiency Measurement System), com os parâmetros definidos conforme apresentado na
Figura 1, os quais determinam as características do modelo DEA aplicado.
Os escores de eficiência técnica têm valores máximos iguais a 1. Pela média dos escores
de eficiência de entrada, apresentados na tabela 8, nota-se que o menor escore de eficiência
técnica foi de 0,58 e ocorreu no ano de 2015 e o maior de 0,84 no ano de 2017, abaixo do escore
máximo 1.
Entrada Saída
Ano de 2015 0,58% 1,70%
Ano de 2016 0,83% 1,19%
Ano de 2017 0,84% 1,18%
Fonte: Resultados da pesquisa
35
Em relação aos escores de eficiência de saída o valor mínimo foi de 1,18 e o máximo
de 1,70, nos anos de 2015 e 2017, foram respectivamente parecidos, isso mostra que o escore
de insumos que estão representados aqui pelos custos e despesas são maiores do que os escores
de produtos que são as entradas de dinheiros, sobras e ativo. Estes resultados revelam uma
ineficiência da cooperativa e indicam que os gestores e as instituições fiscalizadoras devem
traçar políticas que estimulem o desempenho deste setor. Um fato bem determinante para essa
ineficiência são as perdas que a cooperativa vem acumulando, no decorrer deste anos, conforme
é apresentado no gráfico 5.
Valores de perdas
R$-
Ano de 2015 Ano de 2016 Ano de 2017
R$(20.000,00)
R$(40.000,00)
R$(60.000,00)
R$(80.000,00) R$(88.247,74)
R$(98.757,13)
R$(100.000,00)
R$(120.000,00)
R$(140.000,00) R$(153.319,01)
R$(160.000,00)
R$(180.000,00)
5 CONCLUSÃO
A cooperativa tem que se pocisionar, mostrar seu leque de serviços, convidar mais
pessoas para serem membros da cooperativa, pois relaçao há quantidade de habitantes da
cidade, o numero de associados é pequeno, deve-se fazer parceria com as empresas para que a
mesma façam os pagamentos de seus funcionários pela cooperativa, fazendo com que a
cooperativa movimente mais capital, isso também seria uma forma da coopertiva montar uma
ferramante de cobrança, caso algum deste novos cooperado pedissem um empréstimo, o
pagamento do memso já poderia ser descontado da folha de pagamento, a exemplo de um
empréstimo consignado.
É possível perceber que este é o momento de rever os princípios que norteiam as ações
das cooperativas e aprimorar as metodologias de controle, para permitir o funcionamento dos
mercados, tendo em vista que o objetivo principal desse tipo de instituição é garantir que seus
associados, por meio da organização econômica, tenham condições de se desenvolver e,
consequentemente, contribuir para o crescimento de sua região e do próprio País. As
cooperativas são imprescindíveis para o desenvolvimento local, especialmente nos aspectos de
formação de poupança e de financiamento de iniciativas empresariais, que trazem benefícios
evidentes em termos de geração de emprego e de distribuição de renda.
38
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