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Quase ficção e não saberes – uma escritura

Essas naturalizações vem de longe. Para ficar mais perto, podemos lembrar dos
conceitos de reificação e coisificação, Marx. Parece que Foucaut conta como
foram sendo criados edifícios de grandes dimensões para internar certos tipos
de pessoas: os hospícios para internar os loucos, as penitenciárias (diferentes
das pequenas prisões) para internar os criminosos e os colégios internos para
internar as crianças. Parece que estas instituições surgiram no século XVIII. E
no final desse século as pessoas saem de suas comunidades, onde imperavam
contratos sociais como a família, a religião, a vizinhança, entre outros, e vão para
Londres (e outras metrópolis menores) onde os laços destes contratos são
rompidos. Estas pessoas ficam nas fábricas, ruas e cortiços, dissociadas umas
das outras, como átomos, formando uma massa na qual o indivíduo se torna
indiferenciado.

É nesta esteira que vão surgir as comunicações de massa ao longo do século


XIX. O capitalismo industrial acelera e eleva a outros patamares o processo que
Marx chamou de fetichização da mercadoria ( "sex appel do inorgânico”, na
versão de Walter Benjamin).

Esse é o berço do jornalismo, um mundo que matou o indivíduo e suas formas


de comunicação que aconteciam nas comunidades. E no lugar das antigas
formas de comunicação, como a narração oral, foi colodo o jornal. E então ... deu
no que deu, né?

É como dizia o poeta: "Que merda, veio!"

Agora a pergunta final: quem é dono do que nós pensamos ?

Sandro Alves Silveira

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