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Quando críticas, leituras, olhares sociopolíticos e econômicos sobre a arte tocam as

questões que são consideradas formais? Enquanto me debato com O poder simbólico
e As regras da arte, de Pierre Bourdieu, que tratam de questões que alimentam, quase
sempre, diretamente a questão que coloquei na primeira frase acima, eu não paro de
Assistir F for fake, de Orson Welles. Não sabendo o que falar do filme, vou mencionar
um lugar que ele ocupa no segundo volume sobre o cinema de Gilles Deleuze,
Cinema II: a imagem-tempo. Deleuze aponta dois conceitos de consciência, a
“consciência de alguma coisa” em Husserl e “a consciência é uma coisa”, em Bergson.
Grosso modo colocado é isso. Que eu tenha conseguido compreender e memorizar,
ele só lança, nos seus dois volumes, uma outra consciência, uma consciência que
envolve o falso e que vem de Nietzche. E esse é um dos pontos da obra no qual
Deleuze está se referindo a filmes de Welles. Vale a pena assistir A marca da maldade
e F for fake, pensando na consciência formada também pelo falso.

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