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Um fato oculto incontestável causou uma profunda impressão em

Benjamin: consistentemente, cada vez que as inovações modernas apareciam


na história, assumiam a forma de restituições históricas. Novas formas “citavam”
as velhas, fora de contexto. Assim “Há uma tentativa de controlar as novas
experiências da cidade no marco das velhas experiências da natureza
tradicional”
(BUCK-MORSS, Suzan. Dialética do olhar: Walter Benjamin e o projeto
das passagens. Belo Horizonte: UFMG; Chapecó – SC: Universitária Argos,
2002, p.145).
Hoje vivemos o retorno de meios tecnológicos que foram vertiginosamente
atirados à condição de obsoletos. Os discos de Vinil, como suporte sonoro, de
música, foram talvez os primeiros. Na sua esteira vieram os filmes fotográficos:
em plena evolução e sucesso de venda das câmeras digitais e de seus
softwares, surgem grandes grupos de aficionados em câmeras antigas e uma
imensidão de jovens fotografando com filmes. Filmes para fotografia voltam a ser
fabricados.

As hortas urbanas e outros sem números de expedientes que promovem o


alimento orgânico, a sustentabilidade tanto na agricultura como nos transportes,
e também nos objetos e procedimentos domésticos. É uma imensidão de
retornos; a sacola retornável talvez seja uma delas.

Nos enganamos se pensamos que tais retornos à experiência mais rica, à vida
mais natural (ou rumo ao seu respeito) são coisas inéditas. Tudo indica que
nasceram já junto com a grande ruptura entre campo e cidade que foi a revolução
industrial. Ver mais em Walter Benjamin.

Posso indicar, tanto em Benjamin quanto em outros autores reflexões e estudos


sobre estes fenômenos de retorno à vida viva, natural.

salvesandro@gmail.com.br

Sandro Alves Silveira

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