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Pensando nas relações entre Benjamin e o cinema, vejo em 'Dialética do olhar', de Susan Buck-

Morss e, agora, em artigo de Francisco Garcia Chicote, como Benjamin usou os princípios da
montagem cinematográfica em textos como 'Rua de mão única'. Já quanto ao Passagens, existe
declaração de Benjamin afirmando que usaria, no trabalho, o método da montagem
cinematográfica.

Em Didi-Huberman vemos que a montagem também foi usada por surrealistas, por Aby Warburg
e outros. Buck-Morss relaciona o método de montagem de Rua de mão única com as
fotomontagens de John Heartfield. Então, a questão do cinema pode dialogar com a da
montagem cinematográfica sendo apropriada por outras áreas expressivas que não a da sétima
arte. Penso que é uma conexão valiosa. (imagem: fotomontagem de John Heartfield). O método
da montagem como escritura historiográfica, crítica e filosófica, faz com que as narrativas sejam
fragmentárias, negando o historicismo linear, tanto o positivista quanto o marxista; sem
linearidade e sem teleologia, é esse o texto que a montagem propicia a Benjamin. E nisso ele se
distingue fortemente de Lucaks.

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