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HISTÓRIA

SUMÁRIO
“Uma biografia de Charles Chaplin” ....... 235
Os sujeitos da história .............................. 236
Tempo e história ........................................ 237
Uma sociedade indígena ........................... 240
A Grécia Antiga .......................................... 243
A sociedade espartana .............................. 244
Sociedade ateniense ................................. 245
A sociedade romana antiga ...................... 246
Direitos dos escravos ............................... 247

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HISTÓRIA
Aos estudantes e leitores em geral,

É um prazer estar com você compartilhando nosso trabalho. Este é o primeiro fascículo
de história elaborado para a 5ª série. Nosso principal objetivo é contribuir para a construção
de seu conhecimento histórico afinal ele é, seguramente, um elemento importante para sua
formação enquanto pessoa crítica e reflexiva, que deseja compreender melhor o mundo em
que vivemos, ou seja, que busca ser um cidadão.
Neste fascículo, estamos discutindo alguns, veja bem, alguns aspectos de um período
histórico denominado “Idade Antiga”. Sobre este muitas coisas poderiam ser trabalhadas aqui,
porém, diante da impossibilidade disso, selecionamos algumas questões, buscando discutir
com você algumas possibilidades da investigação histórica, bem como a relação existente
entre o presente e o passado, afinal “a história continua”.

Texto I:

Importância da história ou por que estudar história?



“(...) para compreender um grupo humano, a primeira
condição essencial é conhecer seu passado(...)”

Marc Bloch

Quando andamos pela nossa cidade, com certeza nos deparamos com inúmeros nomes, de ruas, tais como:
Avenida Presidente Vargas, Avenida Alcindo Cacela, Rua dos Mundurucus, Rua dos Tamoios, Avenida Governador
José Malcher, Rodovia Augusto Montenegro e outros. Quantas vezes já paramos para pensar no porquê dessas
denominações? Talvez nenhuma vez, mas elas continuam aí, presentes em nosso dia a dia.
Mas o que isso tem a ver com o tema desse texto? Afinal ele refere-se à História. Fique tranquilo(a), tem
tudo a ver, pois quando pensamos em História, é muito provável que relacionemos à matéria que estudamos
no colégio. Mas será que é só isso mesmo: História é só uma das matérias que estudamos no colégio? Não, a
história nos acompanha o tempo todo, porque nós mesmos e tudo o que nos cerca tem História.
Se estudarmos sobre as ruas de nossa cidade por exemplo, descobriremos como elas surgiram e porque
receberam determinado(s) nome(s). O mesmo acontecerá se estudarmos sobre as escolas, as fábricas, as lojas,
os bairros, as cidades, os países. Perceberemos que a construção de tudo isso dependeu das ações que homens
e mulheres desenvolveram em diferentes momentos de suas vidas.
Então, para compreender as transformações ocorridas nas sociedades humanas, ao longo do tempo, é
essencial estudar História. Em parte, é isso que Marc Bloch quer nos dizer quando afirma: “(...) para compreender
um grupo humano, a primeira condição essencial é conhecer seu passado(...)”, ou seja, se estudamos o passado
conseguimos entender melhor o que acontece nos dias de hoje.
Usando lápis comum e lápis de cor, faça um desenho detalhado da rua em que você mora. Em seguida
escreva uma frase sobre esse lugar.

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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO

“Uma biografia de Charles Chaplin”


Uma biografia é a história de vida de alguém. Nela está presente tudo
aquilo que o autor considerou importante sobre a vida dessa pessoa. Leia
agora uma pequena biografia do cineasta inglês Charles Chaplin, escrita pela
estudante Lívia Guimarães.
Charles Spencer Chaplin nasceu em um subúrbio de Londres no dia 16
de abril de 1889, e tanto o seu pai quanto a sua mãe, Lili Harley, trabalhavam
no ramo artístico. Ele começou a trabalhar aos cinco anos e passou os seus
primeiros anos de vida vivendo em orfanatos. Este último fato o influenciou
muito na hora de escrever os roteiros dos filmes que dirigiu e interpretou.
Fez filmes curta-metragens como: Carlitos no armazém (1916), Rua
da paz (1917), O balneário (1917), O emigrante (1917). Além de vários
outros filmes como Vida de cachorro (1918), Os clássicos vadios (1921), O
garoto (1921). Porém, os mais marcantes foram as suas duas únicas longa-
metragens: Tempos modernos (1936) e O grande ditador (1938), sendo o
primeiro uma crítica ao trabalho operário nas fábricas e o segundo, uma
crítica ao governante Adolf Hitler (Alemanha nazista). Em vários de seus
filmes interpretou o personagem mais famoso de sua carreira: Carlitos. Cena do filme “O grande ditador”, onde Chaplin
Chaplin casou-se quatro vezes e teve vários filhos. Foi premiado com um Oscar entre
interpretou o dirigente nazista que governou a Alemanha
1933 e 1943, Adolf Hitler. No filme Chaplin
honroso pelo conjunto da sua obra (1972), recebeu um Oscar pela trilha sonora do substituiu esse nome por “Astolf Hinkel”.
filme Luzes de Ribalta (dirigido e interpretado por ele) em 1973, e recebeu também
um título de Cavaleiro do Império Britânico, pela rainha Elizabeth II em 1975.
Em 1977, Chaplin falece na madrugada de Natal, aos oitenta e oito anos.

Ditador: governante que concentra enormes poderes de decisão, que não é democrático.

Texto II:
Reencontrando o passado ou a história e o ofício do historiador
O que é história? Para responder a essa pergunta vamos ler algumas explicações encontradas nos dicionários:
“História: conhecimento, estudo ou registro de fatos passados”.
(HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.).

“História: narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida dos povos, em particular, e na vida
da humanidade, em geral: a história do Brasil; a história universal.”
(FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986).

A História é o estudo das ações humanas ao longo do tempo.


Os estudos históricos podem envolver diversas e diferentes pessoas, tais como: governantes, sacerdotes,
guerreiros, trabalhadores, mulheres, crianças, jovens e outros.
Esses estudos são desenvolvidos pelos profissionais da história – os historiadores. São eles que pesqui-
sam as fontes históricas. E o que são fontes históricas? São os vestígios, ou sinais deixados pelas pessoas em
diferentes espaços e tempos.
Os historiadores estudam as fontes históricas para conseguir informações sobre os modos de viver das
sociedades humanas. Eles também estudam os trabalhos de outros pesquisadores. Depois produzem obras
(textos, livros) onde mostram o resultado de seu trabalho. Portanto, o que estudamos na disciplina (matéria)
História em nossas salas de aula, deve-se ao trabalho de muitos historiadores que, ao longo do tempo vem
realizando suas pesquisas.
Vemos então que, como todas as profissões, a de historiador exige anos de estudo e de dedicação, pois
a pesquisa histórica é muito trabalhosa. Mas não devemos pensar que ser historiador é um ofício unicamente
penoso, ele também é prazeroso e muitíssimo importante, pois nosso presente não tem sentido sem o passado,
ou seja, para entender nossa situação atual, o mundo em que vivemos, precisamos entender também nosso
passado. E será possível entender o que já passou? Sim, porque o passado não desaparece, continua vivo nos
objetos, nas construções, nas obras de arte, nos documentos que resistiram ao tempo. Desse modo, podemos
reencontrar o passado nos escritos dos historiadores.

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Texto III:
Os sujeitos da história
Conforme discutimos no texto anterior, o historiador pesquisa
fontes históricas, que o informam sobre ações humanas em determi-
nados tempo e espaço. Então quem constrói (faz) a história? Todos
nós, ou seja, em qualquer tempo, ou espaço, todas as pessoas são
responsáveis pela construção da História.
Escravos trabalharam em diferentes atividades no Brasil até o
século XIX, tanto em cidades quanto em fazendas. Eles foram sujeitos
históricos? Sim, com certeza. Com seu trabalho geraram riquezas
para alguns e lutaram de diferentes maneiras, contra a exploração
que sofriam.
Vamos ler com atenção o trecho a seguir. Ele é parte do poema
“Perguntas de um trabalhador que lê”, do poeta alemão Bertold Brecht:
Preparação doméstica da farinha de mandioca (Johann
(...) Quem construiu a Tebas das sete portas? Moritz Rugendas, século XIX).
Nos livros constam os nomes dos reis. In: SOUZA, Laura de Mello e. História da vida privada no
Brasil: cotidiano e vida privada na América
Os reis arrastaram os blocos de pedra?(...) portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 142

O que Brecht quer dizer neste trecho de seu poema? Que a História é feita não só pelos que reinam, ou
governam, mas também pelos que trabalham duro e que penam em seu dia a dia.
Os historiadores podem estudar as ações dos governantes (os monumentos que mandaram construir,
as leis que aprovaram etc.), ou dos chamados “heróis”. Esses estudos têm importância, porém, eles não são
os únicos, existem historiadores que estudam as ações dos trabalhadores pobres, dos populares sem emprego
ou ocupação e mesmo dos chamados marginais. Esses estudos são muito importantes, pois voltam-se para a
maioria das pessoas e comprovam que a história é feita por diversos sujeitos.

1) Observe as imagens e depois:

Mehinaku/Aldeia Uiaipiuko/Parque Nacional Revista Nossa História. Biblioteca Nacional, novembro/2003.


do Xingu-MT In: Calendário da Fraternidade
Revista História Viva. São Paulo: 2002. São Paulo: Editora Salesiana, 2002
Ediouro, 2003. Edição no 1. P.22

a) Descreva, no seu caderno, cada uma delas;


b) Escreva três linhas sobre o tema: “Os diferentes sujeitos da história.”
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2) “Quando eu era professor do que se chama hoje Ensino Fundamental, muitas vezes tinha que
responder a essa pergunta para as crianças (pra que estudar História?). Costumava brincar
com os alunos da quinta série – a primeira série que tinha um professor específico para a
disciplina História – devolvendo outra pergunta: “Por que vocês gostam tanto dos dinossau-
ros?” Como eu, eles não sabiam a resposta, apenas diziam que gostavam dos dinossauros,(...).
Claro, quando a gente gosta de algo, não pergunta porquê gosta, apenas gosta (...). E mais:
eles também gostavam – e muito – dos temas da História Medieval, das histórias do Rei Artur
(...), de Robin Hood, das bruxas, das fadas e feiticeiras, das guerras e das cruzadas,(...), das
pirâmides e dos camelos, enfim, de tudo o que era diferente de seus ambientes.”
(Marc BLOCH, 1997)

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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO
A partir do texto acima responda.
a) Você gosta de ouvir e de contar histórias ou de assistir filmes de passado histórico?
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b) Você pode encontrar uma boa explicação para uma pessoa gostar de História? (Resposta Pessoal)
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3) A foto ao lado é da Rua João Alfredo, no início do século XIX. Você


notou como é comum as ruas receberem o nome de políticos, além
de datas históricas.
a) Você acha que só os políticos e pessoas que fizeram grandes feitos
é que merecem ser lembradas pela História? Explique.
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b) Pesquise o significado histórico que existe no nome da rua da sua casa.


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c) Converse com um morador antigo e procure saber quais as mudanças ocorridas na sua rua ao longo do
tempo.
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4) Ao lado você tem uma carteira de identidade. Todos nós somos seres únicos com
uma história de vida particular, mas relacionada com a nossa sociedade e seu tempo.
A esse respeito responda.
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a) Resgate um pouco da sua história de vida. A partir do seu nascimento quais foram
os acontecimentos mais importantes ocorridos na sua vida?
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b) Encontre um objeto antigo que esteja relacionado à história da sua família (uma foto, um relógio, um
troféu, entre outras coisas). Traga para a sala de aula para explicar a importância histórica desse objeto.

Tempo e história

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Neste módulo vamos procurar entender o que significa o termo tempo para a nossa sociedade.
A ideia de tempo diferencia muito as sociedades humanas. Muitos representaram e representam o tempo
pela passagem das estações do ano e pela sucessão dos dias e das noites.
Para diversos povos, antigos ou não, o tempo é visto de modo tão simples que nem haveria a necessidade
de medi-lo com exatidão. Mas em sociedades como a nossa, não é isso que acontece, as pessoas organizam
suas vidas de acordo com as horas marcadas pelo relógio. Você já pensou nisso? Acreditamos que sim. A partir
de agora, daremos continuidade aos nossos estudos sobre este tema.

Tempo e história
Conforme estudamos até agora, as ações humanas acontecem ao longo do tempo. Mas como se conta o
tempo, ou ainda, como o tempo passa? Aliás, dizemos muito, frases como: – Nossa como o tempo passa rápi-
do. Mas será que passa rápido mesmo? Bem, sabemos que o tempo não pára, então é correto afirmar que ele
passa, e ao passar, transforma o presente em passado, e o futuro em presente. Mas as pessoas não sentem o
tempo passar da mesma forma e é por isso que para uns o tempo custa a passar e para outros, ele passa rápido.
Observe os exemplos que seguem:
Fragmento 1:

Nem me fala!
– Vamos Adriana, é hora do recreio.
– Não dá. Preciso terminar o trabalho de história.
– Mas a gente só tem quinze minutos pra brincar.
– Ih! Nem me fala. Preciso terminar. Vai sozinho brincar, eu não posso.
– Tá bom! Olha só, agora só tem dez minutos.
– Ai, ai, ai! Nem me fala, nem me fala.
(Larissa Guimarães)


Fragmento 2: Fragmento 3:

Os fragmentos acima mostram diferentes exemplos de sensação diante


da passagem do tempo. A ansiedade de Adriana (fragmento 1) e a preocupação
do trabalhador com o trem das onze horas (fragmento 2) levam ambos a sentir
o tempo passar mais rapidamente. Na canção (fragmento 3), o autor refere-se
ao anoitecer como o momento de declarar o seu amor a alguém, e naquele
momento, não há espaço para a sensação da pressa.
As sociedades humanas e as medidas de tempo
As sociedades humanas desenvolveram diferentes maneiras de medir o
tempo. Devido a isso temos diferentes calendários, os quais refletem, de certa
maneira, os modos de viver de cada povo. Vejamos alguns exemplos:
• Os astecas, povo que viveu na América, na área correspondente ao México atu- A pedra do Sol (Astecas)
al, criaram um calendário solar e um calendário sagrado formado por vários círculos, preenchidos por figuras
que simbolizam os dias, as semanas, os meses e as divindades cultuadas por aquele povo. O calendário solar
apresentava 365 dias, 18 meses e 20 dias. O sagrado somava 260 dias.
• Os povos muçulmanos têm como marco básico para a contagem do tempo, o ano em que o profeta Maomé,
fugiu da cidade de Meca para Medina, o que ficou conhecido como hégira. Isso se deu no ano de 622 do

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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO
calendário cristão, mas para encontrarmos a data atual em que se encontram os muçulmanos, não devemos
apenas subtrair 622 do ano em que estamos, calendário cristão, porque o calendário muçulmano é lunar (ele
dividi-se em 12 meses, contados, cada um, como um ciclo completo da lua, e todos juntos são contados a
partir de uma órbita da lua em torno da terra). Essa maneira de construir o seu calendário está relacionada
ao significado da lua no Islamismo. Enquanto o calendário cristão baseia-se no tempo gasto pela terra para
dar uma volta em torno do sol (o que chamamos de transladação), acontecendo uma diferença de dez dias a
mais no calendário muçulmano.
• Os povos cristãos usam o nascimento de Jesus Cristo como marco básico para contagem do tempo no calen-
dário cristão. Este foi construído a partir do calendário solar, de 365 dias, que os romanos antigos seguiam.
Linhas do tempo
A linha do tempo é uma forma de representação de um calendário. O calendário cristão, por exemplo,
pode ser representado das seguintes formas:

Contando o tempo
Nós utilizamos o calendário CRISTÃO, que também é chamado GREGORIANO. Este calendário foi estabe-
lecido pelo Papa Gregório XIII, no ano de 1581.
Os anos anteriores ao nascimento de Cristo são contados no sentido inverso. Neste caso, o ano que se
segue a 2003 a.C. é 2002 a.C., e assim por diante. A sigla a.C. significa “antes de Cristo”. Se a data não apresenta
esta sigla, significa que é de algum período “depois de Cristo”.
Para sabermos a que século pertence um determinado ano. Retiramos os dois últimos algarismos do ano
e somamos o número um ao que restou. Vejamos:
Ano de 2004

De acordo com o cálculo, estamos no século 21, o qual deve ser escrito em romanos, ou seja, XXI.
Porém, quando o ano termina em 00, como 2000, ou 1900, retiramos os dois últimos algarismos, mas não
somamos a unidade ao que restou. Ex.: ano de 1800 = século XVIII.

Tempo cronológico e tempo histórico


O tempo cronológico é muito importante, mas, para a compreensão da história o tempo mais importan-
te é o TEMPO HISTÓRICO, ou seja, o conjunto de períodos no qual acontecem ações humanas mais ou menos
ligadas, umas às outras. Vejamos um exemplo: se usamos a expressão “nos tempos da 2ª Guerra Mundial...”,
bem a 2ª Guerra desenvolveu-se entre os anos de 1939 e 1945, então estamos nos referindo a esse período.
Um outro exemplo: para alguns historiadores, o século XIX começa em 1789, e termina em 1914, mas por
quê? Porque são duas datas históricas que marcam o início de dois grandes conflitos vividos pelas pessoas do
continente Europeu (e de outros lugares do mundo): a Revolução Francesa (1789) e a 1ª Guerra Mundial (1914).
Veja bem, de acordo com as medidas cronológicas do nosso calendário, o século XIX começou em 1801 e
terminou em 1900. Mas, o tempo das ações humanas não segue rigorosamente o tempo marcado nos relógios
ou nos calendários. É devido a isso que há historiadores que afirmam que o TEMPO HISTÓRICO tem diferentes
durações. Então vamos pensar um pouco: é possível MEDIR O TEMPO HISTÓRICO?
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Bem, MEDIR o tempo histórico é dividí-lo em partes, ou seja, é dividí-lo em períodos (periodizar). Mas é
fundamental lembrar que as sociedades humanas têm diferentes compreensões de mundo, assim como pen-
sam diferentemente sobre sua própria existência. Essas diferenças existem porque as sociedades humanas têm
diferentes culturas, ou seja, pensam, sentem, falam, estudam, trabalham, divertem-se de diferentes modos.
Sendo diferentes as sociedades humanas, são TAMBÉM diferentes os TEMPOS HISTÓRICOS. Pois o tempo
histórico é expressão da cultura. Então, dividir o tempo histórico em períodos, como se esses períodos valessem
para TODAS as sociedades NÃO É CORRETO, pois as periodizações também são expressões culturais.
Vejamos um exemplo:

Uma sociedade indígena


A festa antigamente

A festa era feita na época do rio cheio. Toda as caças estão gordas, diziam assim.
“Vamos fazer bebidas”, falava o cacique da tribo. O nome do cacique era Ksîro, o
segundo chama-se Yuura. Eles tomavam uma bebida chamada caxiri ou pukukwa na nossa
língua. Faziam a bebida dentro de uma panela de barro chamada paxikirpa.
O segundo cacique mandava o calendário, que chamavam xim-xim, para outra aldeia
convidando para participar das festas. O calendário era um fio com vários nós. Cada dia
que passava, eles desmanchavam um nó, até chegar o último dia que era o dia da festa.
Lá vem chegando o povo da aldeia Xuuwi, com a maior alegria. Chegavam à noite por volta das 8 horas.
Cada um deles vinha com uma buzina feita de casca de pau. O primeiro que vinha na frente era chamado Piira.
A festa era noite e dia. Assim era antigamente. O que não se faz mais hoje em dia.
(Relato da índia Kanamama da aldeia Mapuera. Wai-Wai. In: Do tema ao texto:
A produção escrita dos professores e alunos das escolas indígenas do Pará,
Brasília: Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria Executiva de Educação, 1999).

5) Escreva em seu caderno dois textos, com cinco linhas cada um. No primeiro você contará uma experiência
sua, na qual você sentiu que o tempo passou vagarosamente. No segundo, você contará uma experiência,
através da qual você sentiu que o tempo passou rapidamente.

6) Em nossas aulas estudamos a importância da linha do tempo para nossa compreensão sobre “tempo e his-
tória”. Então responda: O que é linha do tempo?
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7) Identifique o século ao qual corresponde cada um dos anos indicados a seguir:

8) Identifique os anos demarcadores do início e do final de cada século indicado a seguir:

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hisTória 1º móDULo 6º ano
9) A partir do texto “Festa de Antigamente” resolva as questões abaixo:
a) Através do relato da índia Kanamama, comente como a tribo Mapuera conta o tempo?
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b) Responda: quais são as medidas de tempo que aparecem no calendário dessa tribo?
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10) A foto ao lado mostra uma comunidade de Manaus vítima dos alagamen-
tos provocados pelas chuvas intensas. Na região Amazônica essas chuvas
são comuns.
a) Pesquise com a ajuda do professor (a) de geografia qual é o período
do ano que chove mais em nossa região.
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b) Que diferenças você consegue estabelecer entre o tempo da natureza (estação das chuvas) e o tempo
cronológico?
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11) Identifique os períodos em que se divide a História.

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2. _______________________________________________________________________________________
3. _______________________________________________________________________________________
4. _______________________________________________________________________________________
5. _______________________________________________________________________________________
12) Com relação ao trabalho do historiador coloque (C) para as que estiverem Corretas e (E) para as Erradas, em
seguida corrija o erro.

a) ( ) O historiador se preocupa apenas com o passado.


b) ( ) O historiador trabalha como um detetive, fazendo uma investigação para descobrir como as pessoas
viviam no passado, para isso ele utiliza os documentos históricos tanto escritos quanto não escritos.
c) ( ) O historiador importasse apenas com os grandes líderes políticos, generais e pessoas que ocuparam
lugares de destaque na sociedade.
d) ( ) O historiador não se preocupa em estudar apenas a sociedade humana, mas também os dinossauros,
as formigas, as abelhas, os macacos e outros animais, que assim como o homem, também vivem em
sociedade.
e) ( ) Para o estudo da Pré-História os historiador precisa da ajuda dos Paleontólogos e Antropólogos, pois
as únicas fontes históricas desse período são os fósseis e artefatos.
13) “O documento que eles estão procurando, eu comi na semana passada” é o que diz o rato do quadrinho ao
lado. A respeito dos documentos históricos, responda.
a) Como os documentos históricos podem ser divididos?
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14) A imagem ao lado mostra um grupo de arqueólogos em busca de vestígios
de povos antigos. O trabalho desses especialistas, juntamente com o dos
paleontólogos, é fundamental para o estudo de um período da história
da humanidade, anterior à invenção da escrita. Que período é esse?
• Marque apenas o acontecimento usado para iniciar da contagem do
tempo no calendário cristão.
a) O aparecimento do homem;
b) O nascimento de Cristo;
c) A invenção da escrita;
d) O desenvolvimento da agricultura;
e) O desaparecimento dos dinossauros;

15) Classifique os acontecimentos abaixo de acordo com o período da história:


(PH) Pré-História – Do aparecimento do homem (4 milhões de anos) até a invenção da escrita (3.500 a.C.);
(IA) Idade Antiga – Da invenção da escrita até a queda do Império Romano (476 d.C.);
(IM) Idade Média – Da queda do Império Romano até a tomada de Constantinopla pelos turcos Otomanos
(1453);
(M) Idade Moderna – De 1453 até o início da Revolução Francesa (1789);
(IC) Idade Contemporânea – De 1789 até os nossos dias.
( ) 3.200 a.C, Menés torna-se o primeiro faraó do Egito;
( ) 1822, o Brasil torna-se independente de Portugal;
( ) 711, os árabes invade e conquistam a península Ibérica;
( ) 100 mil anos atrás, surge o homo sapiens moderno, do qual descendemos;
( ) 1616, fundação da cidade de Belém;
( ) 1969, o homem conquista a lua;
( ) 753 a.C, fundação da cidade de Roma;
( ) 622, Hégira (Maomé foge de Meca);
( ) 1997, clonagem da Ovelha Dolly;
( ) 11.500 anos atrás, caçadores de mamutes teriam chegado ao continente americano.
A variação dos calendários
Através de nossos estudos, pudemos discutir sobre os dife-
rentes calendários. Vimos que estes são os resultados das diversas
e diferentes culturas. Reforçando essa questão, poderemos ampliar Internet:
mais um pouco, nosso conhecimento acerca desse tema. www.stm.sp.gov.br
Como todos os calendários, o judaico também apresenta http://nariz.sites.uol.com.br/index.html
características interessantes tais como: o dia começa e termina
ao pôr-do-sol. Os judeus contam o tempo a partir do Êxodo, Livros:
que representa a fuga do povo judeu do cativeiro do Egito para Biblia, Antigo Testamento – Êxodo
a Palestina, sob a condução do profeta Moisés. KOLATCH, Alfred J. Livro judaico dos porquês.
O calendário judeu está sempre 3 760 anos à frente do São Paulo: Sefer, 1997.
nosso. Então “se uma pessoa nasce às nove horas da noite de Do tema ao texto: A produção escrita dos
quinta-feira, dia 1º de janeiro de 1981, é considerada nascida professores e alunos indígenas do Pará. Bra-
na sexta-feira, 26 de Tevet de 5 741, que corresponde a 2 de silia: Ministério da Educação e do Desporto/
janeiro de 1981”. Secretaria Executiva de Educação, 1999.
(KOLATCH, 1997. In: BRAICK e MOTA, 2000)

16) A forma de contar o tempo diferencia de uma sociedade para a outra. O marco inicial para a contagem do
tempo é um dos fatores para isso. Pesquise e encontre o marco inicial para a contagem do tempo das três
maiores religiões do mundo: Judaísmo, Cristianismo e Muçulmano.
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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO
A Grécia Antiga
As sociedades grega e romana da Antiguidade têm sido muito
estudadas por historiadores de diversos lugares do mundo. Uma das
características marcantes dessas duas sociedades foi o uso do traba-
lho escravo. A produção agrícola, a artesanal, os serviços domésticos,
entre outros, contavam com a participação ativíssima desse tipo de
trabalhador.
Através dos séculos, elementos culturais dessas duas sociedades
perduraram e chegaram até nós, influenciando idiomas, política, leis,
alfabeto, entre outros. Partenon, em Atenas, Grécia
Localizada ao sul da Península dos Bálcãs, a Grécia antiga dividia-se em:
• Grécia Continental;
• Grécia Peninsular (no Peloponeso);
• Grécia Insular (ilhas espalhadas nos mares Egeu e Jônio);
• Grécia Asiática: Eólia, Jônia e Dória.
Há discussões sobre o povoamento da antiga Grécia, mas, parece que a partir de 2.000 a.C. aconteceram
as invasões dos povos indo-europeus: aqueus, eólios, jônios e dórios, que se misturaram entre si e desenvol-
veram outras culturas.

Sociedade Creto-Micênica
Existe muita pesquisa histórica sobre a antiga Grécia. Nós não poderemos estudar tudo. Então seleciona-
mos algumas informações interessantes, que poderão ser ampliadas por você também.
Iniciaremos pelos creto-micênicos, habitantes da ilha de Creta. Eram agricultores, extraíam madeira e
desenvolveram o comércio marítimo. (MAESTRI, 1994)
Pesquisas indicam que em Creta, os governantes eram reis-sacerdotes. Havia comerciantes poderosos,
bem como habilidosos artesãos (ceramistas).
Os produtos principais do comércio eram o azeite de oliveira e as vasilhas de cerâmica.
Por volta do ano de 1400 a.C., os cretenses tiveram uma agitada experiência: as invasões dos povos aqueus,
jônios e eólios. Daí formou-se a sociedade creto-micênica, que predominou na Grécia até cerca do ano 1100 a.C.
Algumas ideias sobre o modo de vida da sociedade creto-micênica
Os grupos humanos dividiam-se em comunidades denominadas genos. Nelas as pessoas eram unidas
por laços de sangue ou então laços religiosos. Um conjunto dos genos formava uma frátria, e um conjunto de
frátrias, formava uma tribo. Nesses grupos humanos havia a utilização do bronze.
Entre os anos de 1200-1100 a.C., ocorreu outra invasão indo-europeia – a dos dórios. Tal invasão motivou
a saída de inúmeros habitantes para as regiões da Ásia Menor, onde se desenvolveram as colônias gregas. Com
isso, os habitantes passaram a utilizar o ferro.

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Esse foi um período marcado pela redução da importância do comércio marítimo, os habitantes buscavam
organizar os pastos e as plantações de cereais, pomares e vinhas. O objetivo era garantir o mínimo indispensável
ao consumo da comunidade.
Eles também produziam tijolos, vasos e outros utensílios. Para isso havia pedras e argila em grande quan-
tidade. Mas não havia metais em abundância, devido a isso eram conseguidos em outras regiões da Europa
central e da Ásia ocidental.
Esse período tem duas importantes fontes históricas: as obras Ilíada e Odisseia, ambas atribuídas ao poeta
Homero. Esses poemas falam das mudanças na organização dos genos.

“A nova sociedade constituía-se de pequenas comunidades, que eram denominadas oikos (casa). Em
cada oiko havia um senhor, seus familiares, seus escravos, pessoas comuns que de alguma forma trabalhavam
para ele, seus aliados, parentes e hóspedes.
Os produtos fabricados ou colhidos para o consumo eram armazenados e depois distribuídos pelo senhor,
de acordo com as necessidades.
(VAN ACKER,1994)

“A Grécia que é retratada nos poemas de Homero, foi um mundo essencialmente rural, mas havia pe-
quenos centros urbanos onde os homens livres se reuniam periodicamente para as práticas religiosas, decisões
políticas e trocas. O comércio e a política realizavam-se na ÁGORA (praça de reuniões ou mercado local) e os
atos religiosos aconteciam na ACRÓPOLE.”
(MAESTRI. 1994)

A partir do ano de 750 a.C. aproximadamente, surgiram pequenas comunidades no sul da Itália, nos mares
Egeu e Negro. Eram colônias de agricultores que mantinham ligações com as cidades-mães. Entre colônias e
cidades-mães havia a prática do comércio e devido a isso, crescia a produção artesanal.
Com o desenvolvimento do comércio, cresceram os centros urbanos, que eram denominados póleis (plural
de polis). Os artigos de artesanato (vasos, por exemplo) eram, na sua maior parte, exportados para as colônias
do Mediterrâneo. Tanto na agricultura, quanto no artesanato, aumentava o emprego de trabalhadores escravos.
A sociedade espartana
A cidade-estado de Esparta localizava-se na península do Peloponeso. Entre as características apresentadas
por ela, podemos apontar que:
• Era formada por um conjunto de aldeias;
• Ocupava uma vasta área no Peloponeso, sobretudo após a conquista da Messênia, quando passou a ter mais
de 5000 km, em contraste com os 2500 km da Ática;
• Seus habitantes produziam cereais em abundância;
• Dispunha de minas de ferro na região da Lacônia, fato muito raro na Grécia Antiga;
• Os esparciatas, elite de Esparta, eram uma camada social especializada no militarismo. As demais atividades
econômicas ficavam sob a responsabilidade de periecos e hilotas.
Os habitantes de Esparta
A sociedade espartana apresentava-se dividida em camadas sociais:

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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO
• Os espartanos, ou esparciatas:
Formavam a elite, acreditavam descender dos conquistadores dórios, dedicavam-se exclusivamente à
política e à guerra.
Cada família esparciata possuía hereditariamente um kleros (lote de terra), que era cultivado pelos hilotas.
Essa elite era minoritária, mas possuía direitos políticos .

• Os periecos (habitantes da periferia):


Eram habitantes livres, porém sem direitos políticos, mas que podiam administrar as comunidades, fora
da cidade de Esparta, onde viviam.
Os periecos eram camponeses, artesãos e comerciantes, eram obrigados a pagarem impostos, poderiam
possuir terras e outros bens. Mas, não poderiam casar-se com espartanos e eram obrigados a servir no exército.

• Os hilotas:
Eram trabalhadores forçados, do Estado espartano, camponeses que cultivavam o kleros, entregando parte
de suas colheitas aos esparciatas. Parece que, depois de um certo tempo, passaram a entregar uma quantidade
fixa de produtos.
Os hilotas cultivavam a terra do proprietário espartano com suas próprias ferramentas e pagavam uma
renda anual com o próprio produto cultivado: trigo, vinho, queijo, azeite.
Eles podiam possuir bens, constituir família, ir às guerras, mas eram tratados com dureza pelos senhores.
Os hilotas resistiram às imposições dos esparciatas. Então, buscando prevenir-se das revoltas desses traba-
lhadores, os espartanos desenvolviam anualmente, matanças de hilotas nas aldeias, que eram chamadas criptias.

Sociedade ateniense
Os atenienses acreditavam descender dos antigos jônios. Historiadores antigos, como Tucídides, acredita-
vam que o surgimento de Atenas deveu-se a um processo de união de várias cidadelas da Ática.
A população livre de Atenas dividia-se em: eupátridas (“bem nascidos”); geomores, que eram os pequenos
proprietários rurais; demiurgos, que eram os artesãos. Estes três participaram, de diferentes modos, da vida
política de Atenas.
Os metecos (estrangeiros) eram comerciantes, também eram livres, mas não tinham direitos políticos.
Os escravos não eram habitantes livres. Eles poderiam ser prisioneiros de guerras, filhos de escravos,
crianças abandonadas, pessoas endividadas que não conseguiam pagar seus débitos.

Sobre as ocupações dos trabalhadores escravos


Os escravos podiam ocupar-se de tarefas de manutenção e produção doméstica. Ex.: moagem de grãos,
transporte de produtos, preparação de alimentos, acompanhamento de seus senhores nas ruas etc.
As escravas tinham tarefas como fiar, tecer etc.
Havia escravos que tinham ampla liberdade de movimentação, mas eram obrigados a entregar uma renda
periódica e combinada ao senhor.
O escravo urbano podia ser explorado pelo seu senhor, ou pelo governo de Atenas. Ele podia trabalhar
nas padarias, nas carpintarias, nas olarias, nas peixarias, na extração e transporte da prata.
Quando trabalhavam para o governo, os escravos ocupavam-se como: varredores, agentes policiais, es-
crivãos, verificadores de pesos e medidas.
(MAESTRI, 1994)

Sobre as condições de trabalho e de vida dos escravos


Eram variadas as condições de vida e de trabalho dos escravos, vejamos alguns exemplos: os domésticos,
cujo senhor dispunha de melhores condições, geralmente viviam razoavelmente, mas o mesmo provavelmente
não acontecia quando o doméstico pertencia a uma família pobre.
Nas minas de prata, muitos trabalhavam acorrentados e recebiam castigos físicos.
Sobre os direitos dos escravos
Os escravos não poderiam ser mortos, ou mutilados por seus senhores. Em Atenas, o castigo normal de
um cativo não deveria exceder cinquenta chicotadas, mas essa regra raramente era cumprida.
Os escravos tinham direito ao pecúlio, o qual consistia numa espécie de poupança que permitia ao cativo
obter sua liberdade (alforria, manumissão).
Sobre as ocupações e condições de trabalho dos populares
Muitas atividades realizadas pelos escravos, também eram realizadas pelos habitantes livres pobres.
Como exemplos citamos: plantação de árvores, manutenção de hortas e pomares etc. Em família as mulheres
ocupavam-se com: fabricação de pães e bolos de cevada ou de trigo; fiação, tecelagem e lavagem de roupa.
Havia também as vendas na ágora. Entre estes se encontravam algumas mulheres, que vendiam legumes e
objetos de uso feminino.”
(MAFFRE, 1988)

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A sociedade romana antiga

Segundo a tradição, Roma foi fundada em 753 a.C., sendo governada inicialmente
por reis. “A tradição romana refere-se a uma sucessão inicial de sete “reis”: Rômulo,
Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquinio, o Antigo, Sérvio Túlio e Tarquinio,
o Soberbo.
Parece que o período monárquico estendeu-se até o ano de 509, quando a mo-
narquia foi substituída pela República. Mas a República também foi substituída por uma
nova forma de governar: o Império, fundado em 40 a.C. O Império romano estendeu-se
até o ano de 476 (depois de Cristo) aproximadamente.

Os escravos de Roma Antiga


Nos tempos monárquicos de Roma (750 a.C. a 509 a.C. aproximadamente), predominava a escravidão
doméstica. Parece que o número de escravos ainda era reduzido e, embora o comércio de escravos fosse inten-
so no mar Mediterrâneo, Roma ainda era um centro comercial pobre, sem condições para comprar um grande
número de escravos caros.

O crescimento da escravidão

O crescimento da escravidão em Roma, relacionou-se:

• Ao aumento das guerras e conquistas territoriais;


• Ao nascimento de filhos de escravos; “(...) comerciantes e piratas alimentavam
• Ao aumento do comércio de escravos durante o longo incessantemente os grandes mercados de ca-
período da República; tivos. Com a expansão das fronteiras de Roma,
• Ao abandono de crianças, inclusive recém-nascidas; os romanos viram-ste em contato direto com
• À desocupação (estar pelas ruas sem ocupação); os chamados povos bárbaros, que dispunham
• Às dívidas que não eram pagas; de prisioneiros das guerras locais, devedores,
• À condenação à morte; crianças e jovens vendidos por parentes etc. ”
(MAESTRI, 1994)
• À auto-venda.

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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO
Atividades desenvolvidas por escravos
Os cativos desenvolviam atividades diversas, tanto na vida rural quanto na urbana. Vejamos alguns exemplos:
• Pastoreio;
• Administração de fazendas;
• Artesanato em geral: cerâmica; fiação; tecelagem; carpintaria;
• Vendas;
• Atividades domésticas: amas de leite, cozinheiros etc.
Direitos dos escravos
Assim como na Grécia Antiga em Roma, principalmente durante o Império, alguns escravos recebiam o
pecúlio. A alforria também era uma possibilidade para alguns escravos. Porém um ex-escravo não era conside-
rado cidadão romano, e sim, estrangeiro. Desse modo, ele não tinha direitos políticos.

“Os escravos vendidos nos mercados romanos eram expostos nus, sobre estrados
ou em gaiolas. Tinham os pés pintados de branco. Pergaminhos pendurados aos pescoços
indicavam lugar de nascimento, preços e habilidades. Os cativos podiam ser negociados em
grupo ou individualmente. Os vendedores eram obrigados a declarar – em alta e viva voz,
no momento da venda – os vícios e as enfermidades das mercadorias. Entre tais ‘defeitos de
fabricação’, encontravam-se a tendência à “vagabundagem”, à ‘fuga’, à surdez, à miopia.
A falta de informação ou a falsidade dela podiam levar à anulação do ato de compra ou à
indenização do comprador, num prazo máximo de seis meses a um ano.”
(MAESTRI, Mário. O Escravismo Antigo. São Paulo: Atual, 1994)

17) Sobre a Grécia Antiga:


a) Descreva a localização e a divisão de seu território.
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b) Responda: qual era a condição para ser escravo em Atenas?
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_______________________________________________________________________________________
c) Cite as atividades realizadas pelos escravos atenienses.
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_______________________________________________________________________________________
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18) Sobre a Grécia Antiga, nas afirmações abaixo marque a resposta correta:

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19) As imagens abaixo mostram o teatro da Paz (Belém) e um templo da Grécia Antiga faça uma comparação
entre os dois e encontre as semelhanças.
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20) Aponte quatro motivos que levaram ao crescimento da escravidão em Roma.
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21) A partir do que lemos e aprendemos sobre a Grécia e Roma Antigas. Construam um texto de seis linhas,
apresentando os pontos que vocês acharam mais interessante em nosso estudo.
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22) Faça uma pesquisa e descubra o que foram as chamadas criptias que aconteciam na cidade espartana.
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23) Escreva três ocupações dos escravos romanos.


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24) Responda: qual a importância do trabalho escravo em Atenas e Roma?


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25) Com relação ao aspecto geográfico da Grécia Antiga adicione ou some apenas os itens que estão corretos:
1 – Possuía um litoral recortado, com portos naturais que favoreciam a navegação;
3 – Possuía um terreno plano, coberto por planícies que favoreciam a agricultura;
5 – Tinha um relevo acidentado, com inúmeras montanhas que dificultavam a agricultura;
10 – A Grécia teve origem em uma península chamada de Balcânica ou Bálcãs;
20 – As planícies do interior da Grécia contribuíram para união entre as cidades gregas;
30 – Peloponeso era uma das ilhas da Grécia.
Total =
26) “A história da Grécia tem início por volta do ano 2.000 a.C., quando povos indo-europeus de língua ariana,
vindos da Europa Central, invadiram a Grécia em momentos diferentes. Esses povos acreditavam ser des-
cendentes de um herói chamado Heleno, por isso, chamavam-se Helenos e a Grécia de Helade.”
A respeito do processo de ocupação da Grécia Antiga, responda:
a) Qual foi o primeiro povo indo-europeu a ocupar a Grécia?
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b) Qual foi o último povo indo-europeu a ocupar a Grécia?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
c) Qual o acontecimento escondido por trás da lenda de Teseu e o Minotauro?
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HISTÓRIA 1º MÓDULO 6º ANO
27) Assinale os itens abaixo que dizem respeito às cidades-Estado de Atenas ou Esparta:

28) Com relação à educação espartana, leia o texto abaixo em seguida responda.
Lisístrata: Saudações, cara Lampito. Como vai a vida em Esparta? Tens uma aparência esplendida. Que
cores. Que força. Poderias vencer um boi.
Lampito: Sabes, podias fazer o mesmo se tivesses o treino adequado. Faço uma preparação
minuciosa todos os dias.
(peça teatral Lisístrata, do grego Aristófanes)

a) Por que as mulheres espartanas eram levadas a fazer exercícios físicos?


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_______________________________________________________________________________________
b) Qual a diferença entre a educação das mulheres espartanas e a dos atenienses?
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______________________________________________________________________________________
29) “(...). Quando nascia, a criança era levada a um lugar onde se reuniam os mais velhos de cada tribo. Ali era
examinada e, se fosse saudável, ordenavam que fosse criada; se possuísse compleição (aparência) frágil, era
atirada do Monte Taigeto. (...)”.
• Como é chamado essa característica da educação Esparta?
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______________________________________________________________________________________
30) O quadro abaixo mostra jovens espartanos em seu treinamento militar. A respeito da educação espartana, responda.
a) Explique por que os espartanos eram educados para serem bons soldados?
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________________________________________________________________

b) Você acredita que está sendo educando para ser o quê?


________________________________________________________________

• AQUINO, Rubim e outros. História das sociedades – das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1990.
• BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Campanhia das Letras, 1994.
• BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio (5a série). São Paulo: Moderna, 2000.
• CARDOSO, Ciro Flamarion. A cidade-estado antiga. São Paulo: Ática, 1987.
• Do tema ao texto: a produção escrita dos professores e alunos das escolas indígenas do Pará. Brasília: Ministério da Educação
e do Desporto/Secretaria Executiva de Educação, 1999.
• FLORENZANO, Maria Beatriz. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga. São Paulo: Atual/Saraiva, 1996.
• HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Campanhia das Letras,1995.
• MAESTRI, Mário. O escravismo antigo. São Paulo: Atual, 1994.
• MAFFRE, Jean-Jacques. A vida na Grécia Clássica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.
• MONTELLATO, Andrea Rodrigues Dias, CABRINI, Conceição e CATELLI, Roberto. História temática – tempos e culturas. São Paulo:
Scipione, 2000. (Coleção História Temática).
• PLUTARCO. As vidas dos homens ilustres. São Paulo: Editora das Américas, 1959.
• REDE, Marcelo. A Grécia Antiga. (coleção que história é esta?) São Paulo: Atual/Saraiva, 1999.
• Revista: Grécia terra dos deuses: as origens e o esplendor. São Paulo: editora Escala, nº 1.
• SOUZA, Marcos Alvito Pereira. A guerra na Grécia Antiga. São Paulo: Ática, 1988.
• VAN ACKER, Maria Tereza. Grécia: a vida cotidiana na cidade-estado. São Paulo: Atual,1994. – (coleção história geral em documentos).

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