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Introdução à Anatomia

Eixos e Planos
Instituto de Biologia
Departamento de Biologia Animal-AAA
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Helcimar Barbosa Palhano


I - Introdução

A anatomia é o ramo da ciência biológica que estuda a forma e a estrutura


dos organismos.

A anatomia comparada tem como objetivo central a descrição e a


comparação das estruturas dos animais de diferentes famílias para
estabelecer critérios de classificação.
Métodos de estudos utilizados em Anatomia

I – Método Sistemático

O corpo é analisado como um sistema de órgãos sendo


semelhantes em origem e estrutura, estando associado no
desempenho de certas funções.

Divisões da anatomia sistemática:

- Osteologia
- Sindesmologia
- Miologia
- Angiologia
- Esplancnologia
- Neurologia
- Órgãos do sentido
- Tegumento comum
II – Método Topográfico

Método de estudo pelo qual as posições relativas das várias


partes do corpo são rigorosamente determinadas.

Termos de posição e direção (topográficos) utilizados:

cranial/rostral (cabeça)
oral/aboral (boca)
proximal/distal
cranial/caudal
medial/lateral
dorsal/ventral
dorsal/palmar
dorsal/plantar
axial/abaxial
Termos de relação em topografia:

- Holotopia: posição (localização) do órgão em relação ao corpo

- Sintopia: relação de vizinhança entre órgãos

- Esqueletopia: relação de um órgão com o esqueleto

- Idiotopia: relação de partes do próprio órgão


III – Método Aplicado

Áreas de estudo e aplicação:

Diagnóstico por imagem


Clínica
Cirurgia
Reprodução
Variações anatômicas – variações do plano geral de construção

Em cada grupo principal de organismos há um plano geral de


organização das estruturas anatômicas, ou das características
morfológicas, contudo, elas não são uniformes e não podem ser
padronizadas matematicamente, havendo diferenças entre espécies,
nas espécies e nos indivíduos (diferenças de órgãos pares, bilaterais
por exemplo).

Assimetrias: forma e posição (interna/externamente)


II – Eixos e Planos

Eixos para formação dos planos

Craniocaudal (longitudinal)

Laterolateral (transversal)

Dorsoventral (vertical)
II – Eixos e Planos

Planos de delimitação

A- dois planos horizontais: um tangente ao dorso (plano


dorsal); um tangente ao ventre (plano ventral)

B- quatro planos verticais:

um tangente ao lado esquerdo – plano lateral esquerdo


um tangente ao lado direito – plano lateral direito
um tangente à cabeça – plano cranial
um tangente à cauda – plano caudal
Planos de delimitação

Plano dorsal

Plano lateral direito


Plano cranial Plano lateral esquerdo Plano caudal

Plano ventral
Princípios morfológicos que estruturam o plano geral de construção:

- Zigomorfismo (antimeria)

- Metamerismo (metameria)

- Tubulação (paquimeria)

- Estratificação
Planos de construção ou de secção

Princípio de Zigomorfismo

Princípio morfológico segundo o qual, os animais podem ser divididos em


duas metades ou dois antímeros (direito e esquerdo), separando-se assim,
os órgãos pares ou homotípicos (superficiais e profundos), que apresentam
pequenas diferenças de tamanho, posição e relações.

-Antímeros direito e esquerdo


- divididos, pelo plano mediano
- conjugação de um eixo imaginário crânio-caudal e um eixo vertical.

Topograficamente, os órgãos ímpares contribuem para a assimetria morfológica bilateral dos


antímeros, em função de suas localizações (fígado, baço, etc.).
Planos: sagital mediano
Eixo craniocaudal (heteropolar) + eixo vertical ou dorso ventral (heteropolar)

Antímeros direito e esquerdo


Planos

Princípio de Metamerismo

Princípio morfológico segundo o qual, os animais podem ser


divididos em dois metâmeros (cranial e caudal). Dirige a homologia
seriada (segmentar), cujos órgãos e estruturas estão dispostos de
acordo com uma série linear longitudinal.

Estas estruturas (vértebras, costelas, membros torácicos e pélvicos)


são denominadas de homodinâmicas. São encontradas em uma
sucessão crânio-caudal de segmentos semelhantes do corpo sendo
reconhecido um tipo de polaridade nesta disposição.
Planos: transversal
Eixo vertical ou dorsoventral (heteropolar) + eixo transversal ou laterolateral
(homopolar)

Cranial Caudal

Metâmeros cranial e caudal


Planos

Princípio de tubulação

Esse princípio determina a presença de um tubo dorsal e um ventral


no corpo dos vertebrados, dividindo o corpo em dois paquímeros.

Esses dois tubos estão circundados por um tubo composto de pele


e músculos, sendo que muitas vísceras e vasos, por sua vez, são
tubos cilíndricos.
Planos: frontal
Eixo craniocaudal (heteropolar) + eixo transversal (homopolar) ou laterolateral

Dorsal

Ventral

Paquímeros dorsal e ventral


Planos

Princípio de estratificação

Governa a disposição dos órgãos e suas partes em camadas (ectoderma,


mesoderma e endoderma) que são formadas nos primeiros estágios de
desenvolvimento.

No adulto, a pele é formada por uma camada externa de epiderme composta


de diversas camadas ou estratos (córneo, lúcido, granuloso, espinhoso e
basal) seguida de uma camada mais profunda de cório (derme) e pela
camada mais profunda, a tela subcutânea.

Profundamente à tela subcutânea, a fascia muscular circunda músculos


dispostos em camadas. Na maioria, os músculos originam-se, inserem-se,
circundam ou formam camadas entre os ossos (assim todas as estruturas
anatômicas são constituídas por estratos).
Princípio de estratificação
Planos

Plano frontal

dorsal palmar dorsal plantar


III -Significados de algumas palavras em anatomia comparada:

Homologia: estruturas idênticas que possuem a mesma origem e


localização em animais diferentes.

Ex. : membros torácicos de um cavalo e asas de uma ave.

Obs.: órgãos homólogos não possuem necessariamente a mesma função.

Analogia: indica apenas identidade de função

Ex.: pulmões de aves e guelras de peixes.


Normal: em clínica de medicina veterinária e humana, quer dizer
sadio, contudo, em anatomia pode apresentar conotações
diferentes:

1 – pode ser a estrutura mais freqüente (+ de 50%) sob o ponto de


vista estatístico

2 – pode ser a estrutura mais adequada para realizar atividades


ótimas sob as exigências fisiológicas.

Atualmente o ponto-de-vista estatístico prevalece, assim, o normal é


a forma mais freqüente. É o ponto de partida para a identificação de
variações anatômicas, anomalias e monstros. Normal pode ser
considerado como indicativo de estrutura regular.
Variações anatômicas: ligeiros desvios do padrão morfológico
normal de um órgão.

Assim o órgão desviado é considerado como uma variante. O


desvio pode ser um aumento do número de partes, uma redução de
partes ou uma modificação no formato.

Uma distinção é normalmente feita entre a modificação de forma


(normal) e a alteração de forma (patológica).

Órgãos rudimentares em um animal são os que possuem um


desenvolvimento melhor ou completo em outras espécies. Eles, as
vezes, podem atingir desenvolvimento completo nos primeiros
estágios de vida do animal e depois tornar-se hipertrofiados ou
atrofiados.

Quando uma estrutura aparece em apenas 1 a 2% da população ela


é denominada de raridade.
Anomalia: grave desvio do padrão normal acompanhado pela
alteração ou depreciação da função. Uma anomalia grave,
incompatível com a vida, é denominada monstruosidade.

Obs.: além das chamadas variações individuais existem os fatores


gerais de variação, tais como idade, sexo, raça, biótipo, evolução e
meio ambiente.

Variações específicas: características morfológicas de determinadas


espécies (ausência de vesícula biliar em cavalo, divertículo
suburetral da vaca, fossa uretral do cavalo, recesso da pelve em rins
de cavalos, etc.).
Fatores gerais de variação - idade
Fatores gerais de variação - sexo
Fatores gerais de variação - raça
Fatores gerais de variação - biotipo
Fatores gerais de variação - evolução
Transmissão genética - indivíduos mais adaptados ao ambiente
Fatores gerais de variação - evolução

Carnívoro Suíno
Fatores gerais de variação - evolução

Mt III

Equínos Bovinos
Fatores gerais de variação – ambiente/nutrição
Considerações finais!

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