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Lista de equipamentos para você começar a fazer sua cerveja em casa!

Agora vamos falar sobre a parte prática, né? Quem está pensando em começar a fazer cerveja em casa
sempre tem dúvidas sobre quais equipamentos comprar, quantas panelas, qual tamanho, o que é
necessário e o que é supérfluo.
22 de abril de 2014
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Como já havia falado no último post, o espaço e o investimento disponíveis devem ser avaliados na hora de escolher o tamanho das levas a serem produzidas, mas
independente do tamanho, o básico que se deve ter é:

Dois caldeirões, um para a brassagem e um para a fervura. Se for possível, 3 caldeirões facilitam bastante a vida na hora de aquecer a água de lavagem – falaremos
sobre esses processos posteriormente. Neles devem ser instaladas torneiras na parte inferior para facilitar a trasfega de líquidos entre eles.

Um filtro para a brassagem. O objetivo desse filtro será separar o bagaço do malte do mosto. Uma das opções é a bazooka, uma malha do tipo que se encontra em
volta de mangueiras de gás. A bazooka é instalada na parte de dentro da panela, ligada à torneira. Ela é muito fácil de se usar e por isso é a preferida pelos cervejeiros
inciantes.

Caso as panelas sejam um pouco maiores, com levas superiores a 50L, 100L, deve­se pensar em um fundo falso para fazer a filtragem. Apesar de não ser tão simples
quanto a basooka, ele aumenta a eficiência do equipamento, o que faz uma boa diferença nas levas maiores. O fundo falso nada mais é do que uma chapa metálica
com vários pequenos furos, instalada logo acima da torneira e de modo que cubra o fundo inteiro da panela.

Fogareiros de alta pressão. Para aquecer as panelas maiores, o fogão de casa se torna um grande limitante. Mas para levas pequenas e em espaços apertados, ele pode
servir sem problemas. Em panelas maiores, de 50L pra cima, é interessante ter um fogareiro para cada panela, pois fica difícil carregar essas panelas cheias de um
lugar para o outro. Os fogareiros individuais dispensam essa tarefa.

Moedor de grãos. Boa parte dos iniciantes optam pelo famoso moedor Guzzo, que é muito fácil de encontrar nos mercados e na internet, além de darem resultados
bastante razoáveis. A opção mais eficiente, porém mais cara, é o moedor de rolos, que realiza a moagem de maneira muito homogênea e não gera muita destruição
das cascas, o que é muito desejado. Esses moedores podem ser comprados pela internet.
Um resfriador para o mosto após a fervura. Nesse caso, uma bacia com gelo pode ser usada para resfriar levas pequenas, mas não é eficaz para panelas maiores, da
um trabalho grande e demora mais do que o recomendado. Por isso uma serpentina de cobre pode ser usada e tem uma eficiência bem maior quando ligada à torneira
ou à alguma fonte de água fria. Outra opção um pouco mais cara, porem bem mais eficiente é um trocador de calor de placas. Além de precisar de pouco espaço,
resfria quase que instantaneamente o mosto que passa por ele.
Geladeira ou freezer. Apesar de já ter visto pessoas deixarem suas cervejas fermentarem sem controlar a temperatura, apenas em um quarto que não bata sol ou coisa
parecida, não recomendo por dois motivos. Primeiro devido ao fato de as leveduras produzem substâncias diferentes à temperaturas diferentes, o que faria você
produzir cervejas completamente distintas só por ser inverno ou verão, por exemplo. Outro problema é a produção de lagers, que tem sua temperatura de fermentação
ideal abaixo de 15 graus, o que no Brasil, é bem difícil de acontecer. Não precisa ser nenhum freezer de ultima geração, só precisa caber o seu fermentador dentro, e
isso varia de acordo com o tamanho das levas produzidas. Uma maneira de controlar as temperaturas de fermentação e de maturação nessas geladeiras é comprar um
termostato e instala­lo nelas. O controle fica bastante preciso e as preocupações com uma fermentação saudável diminuem bastante.

Fermentador. Nesse caso o tamanho é a variável mais importante. Cervejeiros com produções menores usam baldes de plástico de 10L, 20L ou bombonas de 50L
sem muitos problemas. A partir dessa litragem pode ser difícil fazer purgas e trasfegar o líquido entre bombonas. Talvez nesse caso um fermentador cônico seja
indicado para facilitar a vida do cervejeiro. Vale lembrar que existem fermentadores cônicos pequenos também, para quem quer facilidade até mesmo com levas
menores. Como a fermentação é a parte da processo produtivo com mais risco de contaminação, é importante conferir que a tampa esteja fechando o balde/bombona
por completo, sem buracos, rachaduras e etc. Há a necessidade de um escape no fermentador para o CO2 produzido na fermentação poder sair para o ambiente.
Nesse caso, um Airlock é o mais indicado, barato e fácil de comprar ou até mesmo de produzir. Ele permite que o gás de dentro saia, sem permitir que o ar de fora
entre.

Termometro. Existem vários termômetros possíveis de serem usados, e o uso deles é fácil e óbvio. A única coisa a se prestar atenção é a faixa de temperatura que ele
atinge. A maioria dos usados pelos cervejeiros vai de 0 – 100°C

Densímetro e proveta. Dá pra fazer cerveja sem ele? Sim. Mas não se consegue criar as próprias receitas, repeti­las e nem controlar a fermentação de maneira
satisfatória. Como fazer cerveja caseira envolve criar e experimentar e repetir, o densímetro passa a ser essencial. Uma outra possibilidade no quesito ‘medir
densidade’ seria o refratômetro. É superior ao uso do densímetro principalmente por necessitar de apenas algumas gotas para realizar a medição, porém não é
indicado para a fermentação, pois a presença das leveduras podem alterar suas medidas.
Pá cervejeira. Essa dispensa comentários.

Balança. Que atinja desde poucas gramas até alguns quilos, para que se possa pesar com ela tanto os maltes quanto os lúpulos.

Um cravador de tampinhas. Existem alguns modelos comuns no mercado, mas o mais comum é esse da imagem. Todos eles funcionam de maneira semelhante e sem
eles não há como fechar as garrafas.

Além desses equipamentos básicos, outros podem ser comprados para um upgrade das produções, tanto no sentido de melhorar a qualidade quanto no de facilitar a
vida do cervejeiro.

Um deles é uma bomba para recirculação e de trasfega entre as panelas. Ela, sem dúvidas, é uma mão na roda do cervejeiro.  Dependendo do dinheiro a ser gasto,
podem variar desde pequenas bombinhas de maquina de lavar, baratas e que te ajudam sem muito segurança, até bombas especializadas para fazer esse trabalho, de
inox e que aguentam altas temperaturas, como as March Pumps, Chugger, ou Novax.

Outra possibilidade de facilitar a vida do cervejeiro é o tratamento da água da torneira para uso cervejeiro. Isso é possível com um filtro simples de carvão ativado e
evita as compras e transporte de vários galões de 20L de água mineiral.

O que ajuda muitos cervejeiros também é usar a gravidade ao seu favor. Se o seu espaço permitir, é bom colocar as panelas em níveis diferentes de altura, para que se
possa trasfegar entre as panelas apenas abrindo a torneira. Na foto, temos a panela com água de lavagem em cima, logo abaixo dela a panela de brassagem, depois a
de fervura e depois o exemplo de um fermentador. Essa rack cervejeira também é fácil de se encontrar, até mesmo em outras formas ou pode­se utilizar o próprio
ambiente, caso o espaço disponível seja bom, para formar essa disposição. Caso não seja possível os 4 niveis, 2 ou 3 já são uma boa ajuda, claro!
Para os que querem praticidade, existem vários Kits de iniciantes à venda no mercado. Já vem com tudo montado e poupa muito trabalho, apesar de sair mais caro.
Eu recomendo sempre montar o próprio equipamento. Isso ajuda o cervejeiro a entender o processo geral de produção, além de permitir que o equipamento se adapte
às condições do cervejeiro.

É importante lembrar que existem várias técnicas diferentes de se produzir cerveja e os equipamentos que eu falei aqui englobam apenas as produções All­grain,
mais comum e usada aqui no Brasil. Nos próximos posts escreverei sobre essa e outras técnicas.

E Lembre­se, aprenda bebendo!

Arthur Dias
E­mail: arthurmd@hotmail.com

Biológo, Beer Sommelier, homebrewer criador das cervejas König Artus e semeador da cultura cervejeira. Aqui, escreverá sobre cerveja caseira no Brasil e no
mundo.
6 Comments Sort by  Oldest

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Ricardo Viegas · São João del Rei
Belo e esclarecedor artigo. Bem legal!
Like · Reply · Apr 22, 2014 11:41am

Ricardo Aguiar · Churrasqueiro profissional at Churrasco BH
Viva a a boa cerveja !!!
Like · Reply · Apr 23, 2014 4:43am

Moisés Azevedo · Works at Benner Sistemas
Arthur, ótimas dicas pra quem está começando. Uma dúvida sobre o "rack cervejeira", já que não tinha visto isso antes. Acho que é a resposta é um pouco óbvia,
mas vou perguntar. Todas a panelas ficam ali nessa posição, mas e o aquecimento delas, são todas feitas nessa posição mesmo? por exemplo, a panela mais
alta da lavagem, o "rack" permite esquentar essa água lá naquela altura ou nesse caso é preciso colocar a água "quente" e ela apenas facilita a passagem para
a panela da brassagem?
Like · Reply · May 27, 2014 5:06pm

Carlos Filipe Figueiredo
Muito bom artigo, obrigado
Like · Reply · Jun 1, 2014 1:27pm

Marcelo Dalazen · Mestre Cervejeiro at Big Jack Bier
Se alguem precisar de fogareiro me add,tenho os melhores.
Like · Reply · Jun 25, 2014 7:33am

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