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Turma e Ano: Turma Regular Master B (2015)

Matéria / Aula: ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – 2015


Professor: Ângela Maria Silveira
Monitora: Fernanda Helena

Aula 11

1. Da apuração de ato infracional atribuído à adolescente

ECA. Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade


judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
qualificado.

Esse dispositivo é muito usado pela defensoria pública, porque ele permite a elaboração de
um relatório (PIA – plano individual de atendimento), feito por equipe interdisciplinar de
profissionais e que auxiliará o juiz na escolha da medida mais adequada ao menor.

ATENÇÃO: O juiz não está vinculado a nenhum laudo psicossocial. O Laudo tem o escopo
de auxiliar na convicção do juiz, apenas. Ademais, a ausência do laudo não importa em
nulidade.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante


do Ministério Público, proferindo decisão.

Essa possibilidade de remissão surge para o juiz depois da oitiva do menor, na audiência de
apresentação. Não é necessário que o MP requeira a remissão, mas é essencial a presença do
membro para que o juiz conceda a remissão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em


regime de semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não
possui advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em
continuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.

OBS: A audiência em continuação tem a mesma natureza jurídica da audiência de instrução


e julgamento.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da


audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação
e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe
interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao
defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por
mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.

O procedimento é regido pela forma oral, pelo Princípio da concentração das formas e o
momento para produção de provas para o MP é no oferecimento da representação e para a

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defesa é na apresentação da defesa prévia. Caso as partes percam o momento adequado para
a apresentação das provas, dependerão da faculdade do juiz em aceitar ou não que elas sejam
produzidas em outra oportunidade.

Ao final da audiência em continuação, caso o juiz não se sinta convicto para dar a sentença
oralmente, e o prazo de 45 dias tenha expirado, ele pode marcar nova data para a leitura de
sentença no prazo de 05 dias.

ECA. Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer,


injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará
nova data, determinando sua condução coercitiva.

Esse dispositivo não fala da hipótese de evasão do menor, ele faz menção ao seu não
comparecimento.

ECA. Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá
ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

Com o início do processo, abre-se para o juiz a possibilidade de remissão e o prazo máximo é
o anterior à sentença.

ECA. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que
reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional;
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será
imediatamente colocado em liberdade.

Essas mesmas situações que levam à absolvição, são fundamentos para que o MP requeira o
arquivamento.

ECA. Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime
de semi-liberdade será feita:
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo
do defensor.

É condição de procedibilidade que o juiz ente em contato com o menor na audiência de


apresentação. Depois desse momento, caso o menor tenha se evadido, o processo segue o seu
rito normal. A audiência em continuação independe da presença do menor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do


defensor.

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§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja
ou não recorrer da sentença.

OBS: Cabe ao defensor o melhor interesse do menor, por esse motivo é que o defensor pode
interpor recurso, mesmo contra a vontade do menor.

2. Da apuração de irregularidade em entidade de atendimento

ECA. Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade


governamental e não-governamental terá início mediante portaria da autoridade
judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde
conste, necessariamente, resumo dos fatos.

O Eca legitima 03 (três) pessoas para dar inicio ao procedimento de apuração de


irregularidade: o juiz, o MP e o conselho tutelar.

ATENÇÃO! Essa legitimação, que incumbe ao juiz a função de fiscal, permite que ele atue de
oficio para iniciar o procedimento. Essa é uma das exceções ao princípio da inércia da
jurisdição. A peça inicial usada pelo juiz é a portaria. Lembrando que o juiz iniciou o
procedimento não julga o caso, ele apenas exerce uma função tabelar.

Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o


Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
entidade, mediante decisão fundamentada.

O afastamento do dirigente deve observar as medidas previstas no art. 97 do ECA.

ECA. Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
ECA. Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade
judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.

Esse dispositivo não aproveita os efeitos da revelia e não prevê o julgamento antecipado da
causa. Ou seja, apresentada ou não a resposta a AIJ será designada.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias


para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade
governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo
para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo
será extinto, sem julgamento de mérito.

Por exemplo, se autoridade judiciária verificar que a estrutura do local e que se encontram os
menores representa algum perigo ou risco de perigo, poderá, a critério do juiz, fixar um prazo

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para que tais irregularidades sejam sanadas. Caso as irregularidades sejam sanadas no curso
do, o juiz extingue o processo sem o julgamento do mérito.

CRÍTICA: muitas das vezes, as irregularidades observadas na instituição é resultado de má


administração ou de desvio de recursos, e quando se extingue o processo sem o julgamento
do mérito não é possível apurar essas situações.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de


atendimento.

O art. 97 do ECA fala das medidas aplicáveis às entidades de atendimento pessoa jurídica. O
§ 4º do art. 193 fala de medidas punitivas aplicáveis ao dirigente pessoa física.

3. Da Apuração de administrativa às normas de proteção à criança e ao adolescente

ECA. Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por


infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por representação
do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por
servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, se
possível.

É competente para dar início a este procedimento o MP e o conselho tutelar, por representação;
ou pelo comissário de menores, por auto de infração assinado por duas testemunhas.

ATENÇÃO: A figura do comissário voluntário não é mais usada no âmbito do estado do RJ.
O comissário voluntário é classificado como colaborador e por decisão do TJ/RJ o colaborador
não tem a prerrogativa do poder de polícia.

OBS: O auto de infração é uma peça técnica, elaborada pelo comissário de menores, que deve
conter o resumo dos fatos apurados e a assinatura de duas testemunhas.

CUIDADO! O comissário de menor é servidor público e os seus atos possuem presunção de


veracidade, assim, na falta de duas testemunhas para assinar o auto de infração não é requisito
que eiva de nulidade o ato.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas


impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto,
certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.

A lei dá flexibilidade para a atuação do comissário de menores permitindo que o auto seja
lavrado, mesmo após a constatação do fato.

ECA. Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa,
contado da data da intimação, que será feita:

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O prazo para a resposta e a contestação sempre será de 10 (dez) dias.

I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;

No momento da autuação, o comissário já intima a pessoa e o prazo para a contestação já


começa a contar desse momento.

Lembrando que o prazo começa a correr no momento em que é feita a citação validada do réu.

Em regra, a ação é proposta no domicilio do réu, mas quando a infração é praticada por meios
de comunicação (TV e rádio) que atinjam mais de uma comarca, a competência para o
julgamento da ação observa a regra do § 3º do art. 147 do ECA: “§ 3º Em caso de infração cometida
através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença
eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado”.

OBS: No caso previsto no art. 249 do ECA (descumprimento doloso ou culposo de obrigações
inerentes ao poder familiar) a competência será do local do domicilio dos pais ou do local onde
o menor se encontra.

II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do


auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do
requerido ou de seu representante legal.

A lei prevê as formas de citação: por oficial de justiça; por via postal ou por edital.

ECA. Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária
dará vista dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do
artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e
julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério
Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
sentença.

4. Da habilitação de pretendentes à adoção

ECA. Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão


petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração
relativa ao período de união estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

O art. 197-A e seus incisos estabelecem os requisitos que devem conter na petição inicial da
ação de habilitação de pretendentes à adoção.

ECA. Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,


dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias
poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada
de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e
testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras
diligências que entender necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

O art. 197-B e seus incisos descrevem o que comete ao MP na ação de habilitação de


pretendentes à adoção

Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da


Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o
exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e
princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

O motivo para a habilitação é saber qual o motivo que leva a pessoa querer adotar um menor,
porque o ato de adoção tem como escopo dar uma família a quem não tem família e a
intervenção obrigatória de uma equipe interdisciplinar tem a função de fazer essa avaliação.

§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça


da Infância e da Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, que
inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências
e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida
no § 1o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado
sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da
Juventude, com o apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento
familiar ou institucional e pela execução da política municipal de garantia do direito
à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido
no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a
juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de instrução e
julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a
autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir
vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual
prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos
no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes
adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada
pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou adolescentes indicados importará
na reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

Uma vez feito o relatório, o juiz poderá, através de sentença, homologar ou não aquele pedido
de adoção.

5. Dos recursos

ECA. Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude fica
adotado o sistema recursal do Código de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 5.869,
de 11 de janeiro de 1973, e suas alterações posteriores, com as seguintes adaptações:
ECA. Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,
inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema
recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Princípio da unidade recursal: significa que o legislador, no âmbito do ECA, só adotou os


recursos previstos no CPC, independentemente da matéria discutida (penal ou civil).

I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;

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No âmbito da infância os procedimentos são regidos pela gratuidade de justiça, não há
cobrança de custas e emolumentos, no que tange à proteção dos diretos fundamentais da
criança e do adolescente.

II - em todos os recursos, salvo o de agravo de instrumento e de embargos de


declaração, o prazo para interpor e para responder será sempre de dez dias;
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério
Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)

O ECA unificou todos os prazos de contestação e de recurso em 10 (dez) dias, com exceção dos
embargos de declaração, que tem prazo de 05 dias.

III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;

Pelo princípio da celeridade, dispensa-se a figura do revisor e todos os recursos nessa área têm
preferência de julgamento.

IV - o agravado será intimado para, no prazo de cinco dias, oferecer resposta e indicar
as peças a serem trasladadas; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - será de quarenta e oito horas o prazo para a extração, a conferência e o conserto do
traslado; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - a apelação será recebida em seu efeito devolutivo. Será também conferido efeito
suspensivo quando interposta contra sentença que deferir a adoção por estrangeiro e,
a juízo da autoridade judiciária, sempre que houver perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação,
ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;

No âmbito do processo civil, o juízo de retratação só é permitido quando a petição inicial for
indeferida, no ECA, em qualquer recurso é permitido o juízo de retratação e o juiz pode fazer
o juízo de retratação de ofício.

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o


instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente
de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias,
contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de
apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita
a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de
adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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Em regra, todo recurso no âmbito da infância é recebido com efeito devolutivo, as exceções se
dão quando se tratar de adoção internacional ou quando houver perigo de dano irreparável o
de difícil reparação ao adotando.

Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder
familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito
devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

No caso de destituição do poder familiar, a apelação será recebida apenas no efeito devolutivo.

Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder


familiar, em face da relevância das questões, serão processados com prioridade
absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em
qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento
sem revisão e com parecer urgente do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

Devido ao princípio da celeridade, em caso de apelação, não será concedido prazo para o MP
apresentar parecer, ele deverá apresentar o parecer na data do julgamento, de forma oral.
Lembrando que o relator tem que colocar o recurso em mesa no prazo de 60 (sessenta) dias do
recebimento.

Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá


na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para
apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do
prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

Caso o relator não coloque o recurso em mesa para julgamento no prazo de 60 (sessenta dias),
a lei autoriza que o MP requeira a instauração de procedimento para a apuração de
responsabilidade em face do desembargador-relator. Na prática, o que o MP pode fazer é
representar contra o desembargador junto ao CNJ.

6. Do Ministério Público

ECA. Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas
nos termos da respectiva lei orgânica.

A Lei orgânica de cada ministério público é que vais regular a sua atuação na vara de infância.

ECA. Art. 201. Compete ao Ministério Público:

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I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;

A remissão só pode ser concedida pelo juiz ou pelo MP que atua junto à vara da infância e
juventude da comarca que se deu a ação ou a omissão.

II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a


adolescentes;

A ação socioeducativa tem natureza eminentemente pública e incondicionada, logo, o único


legitimado para interpor ação apara a apuração do ato infracional é o MP.

III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão


e destituição do pátrio poder poder familiar, nomeação e remoção de tutores,
curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais procedimentos
da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Lembrando que a legitimação extraordinária depende de previsão legal, e o MP tem


legitimidade para promover e acompanha todas as ações de competência da vara da infância
e da juventude, com fundamento no inciso III do art. 201 do ECA.

ATENÇÃO: O MP atua como parte e como fiscal da lei.

IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a


inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
administradores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses
individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;

A Lei dá ao MP legitimidade extraordinária para propor ACP para proteção de direitos


individuais (Ex. pedir remédio para uma criança necessitada); difusos e coletivos. Por
exemplo, o MP pode propor uma ACP (ação civil pública) em face de uma rede de TV ou de
rádio que esteja transmitindo programação em desacordo com a classificação indicativa.

VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:

Diante de uma denúncia de irregularidade, antes de propor uma ACP, o MP pode instaurar
um processo administrativo para tentar sanar a irregularidade.

a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não


comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia
civil ou militar;

Caso uma pessoa notificada para prestar esclarecimentos sobre uma denúncia de
irregularidade não compareça, o MP pode requisitar a força policial para condução coercitiva.
Claro que essa requisição só será realizada caso o MP observe, no caso concreto, que a pessoa
está se omitindo dolosamente em comparecer.

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Por exemplo, quando a escola segura o histórico escolar do menor para obrigar o responsável
a quitar as dívidas, o MP notificará o responsável pelo estabelecimento de ensino sobre o
comparecimento para prestar esclarecimentos, caso não compareça, o MP requisitará a força
policial para realizar condução coercitiva.

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,


estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover
inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;

A Lei permite ao MP requisitar informações tanto das autoridades, entidades e órgãos públicos
quanto das pessoas e instituições privadas.

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a


instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
proteção à infância e à juventude;

Além de promover a ACP e o processo administrativo, o MP pode instaurar sindicância para


apurar as denúncias de irregularidades. Da sindicância o MP pode arquivar a denúncia, caso
apure que não se trata de irregularidades, ou pode promover a ACP.

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças
e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

O legislador permite ao MP tomar qualquer medida judicial ou extrajudicial, mas não legitima
que o MP a abrigar um menor, na situação do art. 98 do ECA em uma instituição de crianças
carentes, assim como não é permitido também que interne o menor infrator em uma unidade
de internação, seja ela provisória ou definitiva.

IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,


instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
afetos à criança e ao adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas
contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas
de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos,
hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o
desempenho de suas atribuições.

O MP pode requisitar a força policial ou qualquer tipo de serviço que venha auxiliar no
exercício de suas funções. Por exemplo, o MP pode requisitar exame de DNA para determinar
a paternidade de um menor.

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§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo
não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição
e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis
com a finalidade do Ministério Público.

Esse artigo é exemplificativo, assim, mesmo que não esteja previsto neste dispositivo, mas seja
da alçada do MP, ele poderá tomar medida.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de


suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.

No exercício da função, o MP tem livre acesso em qualquer local, publico ou privado.

§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das


informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

O membro do MP só poderá ser responsabilizado se agir com dolo.

§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
representante do Ministério Público:

Atribuições extrajudiciais do MP visando a garantia de um direito fundamental do menor:

a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente


procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e
horário previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância
pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida
esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar
documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.

O MP atua em qualquer procedimento junto à vara da infância e da juventude, até mesmo nos
procedimentos disciplinares.

ECA. Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita
pessoalmente.

O MP tem que ser intimado pessoalmente. Caso contrário, essa intimação será nula, anulando
todos os atos praticados em seguida.

ECA. Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do


feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

Assim como a não intimação, a não participação do MP

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ECA. Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público
deverão ser fundamentadas.

Toda e qualquer manifestação do MP tem que ser fundamentada.

7. Do advogado

ECA. Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa
que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de
que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos os atos,
pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.

Em qualquer procedimento de competência da vara da infância e juventude, a lei garante a


intervenção dos pais, responsáveis ou de terceiros legitimamente interessados na solução da
lide.

OBS: A nomeação do assistente de acusação, para a apuração do ato infracional, é controversa.


A 1ª corrente entende que é possível a intervenção e que ela pode ser feita a qualquer
momento, com base na literalidade do art. 206 caput do ECA; a 2ª corrente entende que não
cabe assistente de acusação no âmbito da vara da infância e juventude, porque ele tem 02 (dois)
objetivos: ou ele tenta recrudescer a pena, ou ele visa o ressarcimento financeiro resultante do
prejuízo causado com a prática da infração. Essas postulações são contrárias à proposta do
ECA no âmbito das medidas socioeducativas. A medida socioeducativa visa ressocializar e
reeducar o menor infrator.

ATENÇÃO! O TJ/SP admite a figura do assistente no âmbito das medidas socioeducativas


previstas no estatuto.

OBS: O segredo de justiça, no âmbito infracional, é previsto no próprio estatuto.

ECA. Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos


que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança
ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco
e residência.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança
ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco,
residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº
10.764, de 12.11.2003)

CUIDADO! Os demais procedimentos do estatuto, também são protegidos pelo segredo de


justiça, mas com base no CPC. O CPC regula a proteção das ações de Estado com o segredo de
justiça, logo, o advogado só poderá atuar, nos processos da vara de infância e juventude, com
procuração, seja em nível infracional ou cível.

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Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que
dela necessitarem.

O estatuto reforça essa garantia prevista em sede constitucional e no próprio ECA, na parte
das garantias processuais, e volta a mencionar a garantia da assistência judiciária integral e
gratuita aos necessitados, quando fala da figura do advogado.

ECA. Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional,
ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.

IMPORTANTE! O ECA, em relação ao infrator, coloca como condição de procedibilidade, que


o menor participe da audiência de apresentação. Caso o menor não possa participar, porque
está foragido, o juiz deve sobrestar o feito; se o menor não se apresenta porque não quer, o juiz
manda conduzir o menor. O contato com o menor na audiência de apresentação, como já dito,
é condição de procedibilidade. Após a audiência de apresentação, foragido, ou não, o juiz pode
prosseguir no feito normalmente. E o art. 207 garante ao menor, mesmo que foragido, que a
sua defesa técnica seja feita por um advogado.

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o


direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.

Por exemplo, caso o menor se apresente sozinho à audiência de apresentação, o juiz deverá
nomear um defensor público para atuar. O mesmo ocorrendo quando o advogado nomeado
pelo menor não comparece à audiência de apresentação, por algum motivo. Nesta situação, o
juiz também nomeará um defensor público para atuar naquele ato, pois o processo não pode
ser suspenso.

A lei permite ao menor constituir outro advogado a qualquer tempo, ele não fica vinculado ao
defensor público nomeado pelo juiz.

§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,


devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do
ato.

No processo comum a ausência do advogado importa em adiamento; na infância e juventude,


a ausência do advogado, por qualquer motivo, não implicará no adiamento de nenhum ato
processual, porque a lei determina que o juiz nomeie um defensor nessas hipóteses.

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou,


sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da
autoridade judiciária.

A outorga do mandato será dispensada, apenas no caso de defensor nomeado, que pode ser o
defensor público ou o defensor dativo.

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No caso do defensor dativo, será dispensada a outorga, mas não a procuração. Assim, na
audiência, o juiz constituirá procuração apud acta1.

ATENÇÃO: O advogado constituído dependerá de procuração para atuar junto ao processo


na vara de infância e juventude.

8. Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos

Como são direitos constitucionais que, na matéria da infância e juventude, extrapolam a esfera
do interesse individual e adentram na esfera dos interesses coletivos.

OBS: Esses interesses, previstos no capitulo VII do ECA, não são objetos apenas de ação civil
pública (ACP), qualquer ação, (de fazer, de não fazer, de dar coisa certa e etc.) poderá ser
utilizada para a defesa dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos do menor.

-Direitos individuais: são aqueles em que os destinatários são identificados;

-Direitos difusos: são aqueles em que os destinatários não são identificados;

-Direitos coletivos: são aqueles em que, dentro de uma coletividade, é possível identificar
os grupos destinatários.

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa
aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
oferta irregular:

A oferta irregular, ou a não oferta dos direitos assegurados à criança ou adolescente justifica a
propositura de ação, nos casos enumerados em seguida:

I - do ensino obrigatório;

Segundo a LDB (art. 4º da Lei 9.394/94), o ensino obrigatório vai da pré-escola ao ensino
médio.

LEI 9.394/94. ART. 4º O DEVER DO ESTADO COM EDUCAÇÃO ESCOLAR


PÚBLICA SERÁ EFETIVADO MEDIANTE A GARANTIA DE:
I - EDUCAÇÃO BÁSICA OBRIGATÓRIA E GRATUITA DOS 4 (QUATRO)
AOS 17 (DEZESSETE) ANOS DE IDADE, ORGANIZADA DA SEGUINTE
FORMA: (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.796, DE 2013)

1 “É procuração dada nos próprios autos da causa pelo respectivo escrivão, perante o juiz oficiante, ou lavrada em
cartório, perante duas testemunhas. Tem caráter judicial, não sendo válida extrajudicialmente. Equipara-se à
procuração por instrumento público. Ex: procuração em que o réu em processo criminal indica seu defensor
mediante simples manifestação verbal feita ao juiz do processo”. (Jurisway.org).

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A) PRÉ-ESCOLA; (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.796, DE 2013)
B) ENSINO FUNDAMENTAL; (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.796, DE 2013)
C) ENSINO MÉDIO; (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.796, DE 2013)
II - EDUCAÇÃO INFANTIL GRATUITA ÀS CRIANÇAS DE ATÉ 5 (CINCO)
ANOS DE IDADE; (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.796, DE 2013)
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

É possível a participação do menor deficiente no mesmo ambiente educacional que os demais


menores. Mas para isso, é necessária a participação de uma equipe especializada para dar
suporte ao professor, a fim de evitar prejuízo às outras crianças.

ATENÇÃO: O disposto no art. 6º c/c o art. 3º do ECA são vitais para a sua melhor intepretação,
norteando a garantia dos direitos assegurados à criança e ao adolescente:

ECA. ART. 6º NA INTERPRETAÇÃO DESTA LEI LEVAR-SE-ÃO EM CONTA


OS FINS SOCIAIS A QUE ELA SE DIRIGE, AS EXIGÊNCIAS DO BEM
COMUM, OS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, E A
CONDIÇÃO PECULIAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMO
PESSOAS EM DESENVOLVIMENTO.
ART. 3º A CRIANÇA E O ADOLESCENTE GOZAM DE TODOS OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS INERENTES À PESSOA HUMANA, SEM PREJUÍZO DA
PROTEÇÃO INTEGRAL DE QUE TRATA ESTA LEI, ASSEGURANDO-SE-
LHES, POR LEI OU POR OUTROS MEIOS, TODAS AS OPORTUNIDADES E
FACILIDADES, A FIM DE LHES FACULTAR O DESENVOLVIMENTO
FÍSICO, MENTAL, MORAL, ESPIRITUAL E SOCIAL, EM CONDIÇÕES DE
LIBERDADE E DE DIGNIDADE.

A proposta do estatuto é permitir a toda pessoa em desenvolvimento, um desenvolvimento


físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Qualquer
medida adotada tem que ter como objetivo essa proposta.

Ademais, o bem comum deve ser garantido, isto é, dentro de um ambiente escolar, não é
permitida aplicação de uma medida que prejudique todo o corpo discente em detrimento de
um aluno. Deve-se buscar uma solução em que os direitos do aluno deficiente e os direitos da
coletividade não sejam violados.

Por exemplo, uma criança autista, que não participa e que prejudica o ambiente de ensino, não
pode ser colocada em u ambiente de alfabetização de crianças sem deficiência.

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