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Universidade de São Paulo

Departamento de Filosofia
PIC - Programa de Iniciação Científica

Relatório Parcial das Atividades de Pesquisa

São Paulo, Março de 2019

Relatório Parcial das Atividades de Pesquisa


Título: Dialética da Consciência na Fenomenologia do Espírito
Aluno: Pedro Henrique Marques Silva Mauad
Curso: Filosofia
Orientador: Prof. Dr. Marco Werle

1. Resumo

Será apresentado aqui os caminhos pelos quais a pesquisa passou desde seu início: as

mudanças referentes ao objeto pesquisado, as considerações e reflexões feitas sobre a

metodologia de pesquisa e também sobre a bibliografia levantada. A pesquisa ainda encontra- Commented [ACT1]: Eu tiraria esse ainda, só deixaria
encontra-se
se em andamento, portanto, será apresentado somente conclusões parciais das atividades
Commented [ACT2]:
realizadas e intenções futuras de trabalho.

2. Introdução

Esta pesquisa, desde seu início, passou por algumas transformações em relação ao seu

objeto. A intenção inicial era investigar o conceito de ‘sujeito’ na Fenomenologia do

Espírito, de Hegel. No entanto, após algumas conversas com meu orientador, Marco Werle, e

algum tempo de reflexão, percebeu-se que essa investigação apostava em uma temática Commented [ACT3]: Quem percebeu-se? Substituir
por percebi ou percebemos, essa terceira pessoa não
existe na sentença anterior.
demasiadamente genérica, além de exigir que outras questões fossem elucidadas para que o

objeto pudesse ser devidamente investigado. Sendo assim, optou-se por outros caminhos, e Commented [ACT4]: Quem optou-se? Substituir por
optei ou optamos.
um deles também se mostrou insuficiente, até que o tema e objeto pudessem ser definidos Commented [ACT5]: A frase está solta e vaga.
Desenvolve melhor esse caminho ou tira que ele
existiu.
com melhor precisão.

Por se tratar de meu primeiro contato com a pesquisa científica em filosofia, as

primeiras tentativas de abordagem do objeto mostraram-se inconsistentes, principalmente

naquilo que se refere ao método. Partia-se de premissas genéricas, em nada óbvias, e não se Commented [ACT6]: Certeza que você está fazendo
essa pesquisa sozinha? Acho que a partícula SE está
te ajudando. Substituir por algo do tipo “De início
definia com precisão o objeto pesquisado, passando ao largo do rigor metodológico que se partia[...]”

espera em uma pesquisa. Além disso, o escopo também era insuficientemente delimitado, Commented [ACT7]: Fragmento vago
Commented [ACT8]:
tornando-se muito amplo para uma pesquisa inicial.
Commented [ACT9]: Se, agora sim! Rs
Após as fragilidades serem identificadas e compreendidas, decidiu-se por um novo
Commented [ACT10]: Substitui por decidi ou delimitei
um novo objeto
objeto: a consciência (Bewusstsein) em seu processo dialético de conhecimento de si nos

quatro primeiros capítulos da Fenomenologia do Espírito. Optou-se, assim, por tentar Commented [ACT11]: CARAIO DE SE

compreender em que medida podemos enxergar nesses capítulos uma epistemologia

hegeliana e o que Hegel propunha ao descrever o modo como a consciência conhece segundo

um processo dialético, que se dá em movimento. Ou seja, o problema inicial que tínhamos em

relação ao método da pesquisa tornou-se uma reflexão sobre o método hegeliano e sua

originalidade.

3. Atividades Realizadas

A pesquisa iniciou visando esclarecer o conceito de substância na filosofia de Commented [ACT12]: Iniciei a pesquisa visando [...]

Espinosa, ao qual Hegel, possivelmente, opõe seu conceito de sujeito, para então investigar o

conceito de sujeito por meio das noções de negatividade (Negativität), mediação

(Vermittlung) e reconhecimento (Anerkennung) tais como aparecem na Fenomenologia do

Espírito. Acreditava-se, assim, que essas três noções compõe o núcleo do sujeito bem como Commented [ACT13]: Acreditando, assim, que essas
três noções [...]
são as chaves de entendimento das outra figuras do Espírito encontradas na Fenomenologia. Commented [ACT14]: compõem

Commented [ACT15]:
Foram feitas leituras, além da Fenomenologia do Espírito, de autores como Jean Hyppolite, Além do livro base da pesquisa, Fenomenologia Do
Espirito, foram feitas leituras de autores como [...]
Slavoj Zizek, Robert Pippin, Gerard Lebrun entre outros. Porém, como mencionado na

introdução, surgiram dificuldades para uma boa delimitação do objeto, uma vez que o

conceito de sujeito encontra-se diluído ao longo de todo o livro. Também uma série de

pressupostos não esclarecidos tornavam a pesquisa inviável por esse caminho. Desse modo,

buscando compreender melhor a formação do pensamento hegeliano em relação à conceitos

como o de subjetividade, sujeito e consciência-de-si do modo como aparecem na Commented [ACT16]: Não seria “ e o modo como” ?

Fenomenologia, buscou-se investigar os textos de Hegel ao longo do seu período em Jena. Commented [ACT17]: Busquei

Optou-se por começar a investigação nos primeiros anos de Hegel em Jena, quando Commented [ACT18]: Optei

ele iniciou a formulação do idealismo objetivo em consonância com a filosofia de Schelling.

As principais obras escolhidas para serem analisadas foram Diferença entre os Sistemas

Filosóficos de Fichte e de Schelling (1801), Fé e Saber (1802) e O Sistema da Vida Ética

(1802/03), com especial atenção ao tratamento teórico que Hegel dá a questão da

subjetividade e da objetividade. Desse modo, no primeiro momento da pesquisa focou-se no Commented [ACT19]: Foquei

período que vai de 1801 a 1803 através das três principais publicações de Hegel Commented [ACT20]: Esse através está meio solto.

anteriormente mencionadas, com o fito de identificar mais que somente a influência de

Schelling sobre Hegel, mas uma afinidade entre a filosofia de ambos que tinha o mesmo

‘inimigo’ comum, o subjetivismo de Kant e Fichte. Foram lidos os capítulos iniciais dos

respectivos livros, buscando enxergar os primeiros traços do sistema hegeliano que a Commented [ACT21]: Eu tiraria essa vírgula. Não sei
se é certo, mas deixaria o texto mais fluído.
Fenomenologia do Espírito mais tarde consagrou. Entretanto, não foi buscado aquilo que na

letra hegeliana já indicava de forma embrionária o que mais tarde se consumou na Commented [ACT22]: Dois mais tarde muito perto um
do outro
Fenomenologia, mas também e principalmente, determinados pressupostos e formulações

que aproximam Hegel de Schelling e que foram sendo abandonados ou transformados até a

publicação da Fenomenologia. Uma vez que o objetivo da pesquisa era compreender o modo Commented [ACT23]: Aqui não poderia virar um novo
parágrafo? Achei um pouco extenso eles unidos.
como as noções de subjetividade e consciência foram evoluindo no interior da filosofia

hegeliana no período de Jena, até atingirem a forma e o lugar que ocupam em seu sistema,
através, talvez, do conceito de “sujeito”, tal como exposto na Fenomenologia, mostrou-se

imprescindível entender suficientemente a construção de tais conceitos por meio das críticas

que Hegel tinha às noções de subjetividade fichteana e objetividade schellinguiana.

Num segundo momento da pesquisa, a intenção era se debruçar sobre textos de Hegel Commented [ACT24]: CARAIO ESSE SE É BÃO
MESMO EIN
que antecederam a publicação da Fenomenologia do Espírito, com por exemplo, O Sistema

de Jena: Lógica e Metafísica (1804/05). Assim, daria-se continuidade na identificação das Commented [ACT25]: EU QUERO CHORAR

diferenças teóricas e metodológicas que separam a filosofia de Hegel da filosofia de

Schelling, Fichte e Kant. No entanto, a pesquisa valia-se de um escopo muito grande e

ambicioso para uma primeira aproximação do pensamento de Hegel, o que mostrou-se

impraticável e precisou, mais uma vez, passar por uma reformulação a fim de conseguir

maior rigor e precisão na delimitação do escopo e definição do objeto.

Por fim, após mais algum tempo de reflexão sobre os rumos da pesquisa, foi escolhido

o objeto que até hoje se mantém, como já mencionado: a consciência (Bewusstsein) em seu

processo dialético de conhecimento de si nos quatro primeiros capítulos da Fenomenologia

do Espírito. Partindo da pesquisa de Marcos Nobre sobre a Introdução da Fenomenologia em

seu livro Como Nasce o Novo, descobriu-se, com isso, que a Introdução anunciava um Commented [ACT26]: Cê nem agradece os presente
top que eu te dou.
projeto - o “exame da realidade do conhecer”- para a Fenomenologia que foi transformado ao

longo da escrita e publicação do livro. Entretanto, e é aqui que a atual pesquisa se coloca, Commented [ACT27]: Essa é uma parte importante,
certo? E se você organizasse pra ela se transformar
num novo paragrafo?
acredita-se que os capítulos iniciais da Fenomenologia são capítulos em que as intenções

expostas na Introdução foram mantidas, e mais que isso, levadas à cabo segundo um método

singular que Hegel desenvolveu, a saber, a exposição do objeto em seu movimento dialético,

utilizando-se mais do artifício da descrição do que de afirmações categóricas. O estágio atual

que a pesquisa se encontra está em ler o primeiro capítulo, ‘a certeza sensível’, buscando Commented [ACT28]: Se ela se encontra já é atual,
está redundante.
reconstruir os passos da consciência sensível nas suas primeiras abordagens ao objeto, àquilo

que aparece para ela como fenômeno exterior, na tentativa de elucidar o que significa para a
consciência essa primeira abordagem, e o que a consciência descobre ao atravessar esse

caminho.

4. Próximas Etapas

As próximas etapas da pesquisa será realizar a leitura dos capítulos II, III e IV, Commented [ACT29]: A próxima etapa da pesquisa
será [...]
seguindo o mesmo método que está sendo aplicado ao capítulo I. Então, posteriormente, feita

essa primeira leitura que tem o fito de se aproximar da forma e do conteúdo apresentados Commented [ACT30]: Descobriu palavrinha nova, né?
2x no mesmo relatório rs e nunca tinha usado antes.
pelo texto hegeliano, nos voltaremos para o texto da Introdução para traçarmos e melhor Commented [ACT31]: voltarei
Commented [ACT32]: traçar
definirmos em que medida é possível enxergar nesses quatro primeiros capítulos a realização
Commented [ACT33]: definir

do que Hegel se propõe na Introdução. Por fim, realizadas essas etapas, pretende-se refletir Commented [ACT34]: eu não lembro qual realização
é...

sobre a epistemologia que encontramos nessa parte da obra e o que Hegel tinha em vista ao Commented [ACT35]: quais partes? Os capítulos?

expressá-la da forma como foi exposta, e no que ela é inovadora em comparação com as

epistemologias de sua época.

Para isso, além da leitura da Fenomenologia, nos serviremos dos comentários de

Marcos Nobre em seu livro supracitado, da Filosofia do Espírito, de Hegel, que encontra-se Commented [ACT36]: Ignora, não sei apagar
comentários.
na Enciclopédia das Ciências Filosóficas, e de outros comentadores que porventura se

mostrarem adequados ao escopo da pesquisa, como por exemplo, Martin Heidegger e seu

texto “O Conceito de Experiência em Hegel”. Na medida em que se mostrar útil, também

poderemos recorrer a algum outro texto de Hegel que antecede a publicação da Commented [ACT37]: Poderemos? Você + SE?
Recorrerei
Fenomenologia do Espírito para buscar algum esclarecimento de algum conceito ou

elucidação de algum possível problema. No mais, a pesquisa permanece aberta a futura Commented [ACT38]: A futuras

modificações que o avanço da investigação venha demandar.


5. Bibliografia

1. HEGEL, F. W. Georg. Ciência da Lógica. A Doutrina da Essência. Editora Vozes. São


Paulo, 2017.
2. _______________. Ciência da Lógica. A Doutrina do Ser. Editora Vozes. São
Paulo, 2016.
3. _______________. Diferença entre os Sistemas Filosóficos de Fichte e de
Schelling. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Lisboa, 2003.
4. _______________. The Scienc of Logic. Cambridge University Press.
Cambridge, 2015.
5. _______________. Enciclopédia das Ciências Filosóficas 1830. A Filosofia
do Espírito. Editora Loyola. São Paulo, 2011.
6. _______________. Fé e Saber. Editora Hedra. São Paulo, 2011.
7. _______________. Fenomenologia do Espírito. Editora Vozes. São Paulo,
2016.
8. _______________. O Sistema da Vida Ética. Edições 70. Lisboa, 2018.
9. _______________. The Jena System 1804-5: Logic and Metaphysics (Jena,
1804–5), tr. J. Burbidge and G. di Giovanni 1986.
10. _______________. Phänomenologie des Geistes. Nikol Verlag. Hamburg, 2016.
11. KANT, I. Crítica da Razão Pura. Editora Vozes. São Paulo, 2012.

Bibliografia secundária:

1. ADORNO, W. Theodor. Três estudos sobre Hegel. Editora UNESP. São Paulo,
2007.
2. GADAMER, H.G. Hegel Husserl Heidegger. Editora Vozes. São Paulo, 2012.
3. HENRICH, Dieter. Between Kant and Hegel. Harvard University Press.
Massachusetts, 2008.
4. _______________. Hegel en su contexto. Monte Avila Editores. Caracas, 1990.
5. HÖSLE, Vittorio. O Sistema de Hegel. O idealismo da subjetividade e o
problema da intersubjetividade. Edições Loyola. São Paulo, 2007.
6. HYPPOLITE, Jean. Gênese e Estrutura da Fenomenologia do Espírito de
Hegel. Editora Discurso Editorial, 2003.
7. INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 1997
8. JAMESON, Fredric. The Hegel Variations. Editora Verso. Londres, 2010.
9. KOJÈVE, Alexandre. Introdução à leitura de Hegel. Editora Contraponto. Rio
de Janeiro, 2014.
10. LEBRUN, G. A Paciência do conceito – Ensaio sobre o discurso hegeliano.
Editora UNESP. São Paulo, 2000.
11. LUKÁCS, G. O Jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista.
Editora Boitempo. São Paulo, 2018.
12. MALABOU, Catherine. The Future Of Hegel. Plasticity, Temporality and
Dialectic. Editora Routiedge. Nova Iorque, 2005.
13. NOBRE, M. Como Nasce o Novo. Editora Todavia. São Paulo, 2018.
14. PLANA, V. Ramón. Del yo al nosostros. Lectura de la Fenomenología del
Espíritu de Hegel. 3a Edição. Editora PPU. Barcelona, 1994.
15. PIPPIN, B. Robert. Hegel’s Idealism: Satisfactions of Self-Consciousness.
Cambridge University Press. Cambridge, 1989.
16. TAYLOR, Charles. Hegel e a sociedade moderna. Editora Loyolla. São Paulo,
2005

17. WERLE, Marco Aurélio. O acolhimento hegeliano do pensamento


antinômico na época de Jena. In: Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e
Modernidade, 107-125.
18. ____________________. Hölderlin e Hegel: a afirmação trágica e filosófica
do idealismo. In: O que nos faz pensar 24 (36), 315-327.
19. ZIZEK, Slavoj. Menos que nada. Hegel e a sombra do materialismo
dialético. Editora Boitempo. São Paulo, 2013.
20. ___________ . O Sujeito Incômodo. O centro ausente da ontologia política.
Editora Boitempo. São Paulo, 2016.

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