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PSICOLOGIA
PASTORAL
ACADEMIA 21 980805262
Psicologia Pastoral
ÍNDICE
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Psicologia Pastoral
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Psicologia Pastoral
A psicologia através da evolução do conhecimento humano tem passado por três etapas bem
distintas:
Ainda hoje quando se dá a divisão da filosofia, dá-se também a ciência psicológica como parte
da mesma. Se a psicologia pertencia a filosofia, é lógico que se seguia os métodos da filosofia por
excelência: especulativo – e nisto levava a uma formulação de teses, hipóteses e demonstrações
teóricas sem nenhum valor prático. A palavra usada não era psicologia, mas sim Antropologia. O termo
Psicologia foi usado pela primeira vez por Melanchton.
A psicologia como parte da filosofia vem desde o princípio, desde a época dos filósofos gregos
e continua até o fim da Idade Média. Na Idade Média não encontramos nenhum desenvolvimento no
campo psicológico. O mesmo aconteceu em quase todos os campos.
Em 1550 aparece Melanchton, ligado com o movimento protestante, usando o termo: Psicologia
– estudo da alma. Ocler ou Oclenius aplica o termo Psicologia. Vem a Idade Moderna e acontece uma
revolução no conhecimento humano, e logicamente também na psicologia, mas ainda permanece ligada
à filosofia. Kant, (Immanuel Kant nascido em 1724 Prússia Oriental) dá um desenvolvimento teórico à
psicologia. No princípio ele usa o termo Antropologia, passando depois para Psicologia. Notamos que
ele confundia Psicologia com Antropologia. Aparece vário filósofo de valor, como Descartes, mas
ainda a psicologia fica dentro da filosofia. Desde os tempos dos filósofos gregos até o fim do século
XVIII a psicologia nada mais é do que uma das partes da filosofia.
Psicólogos de Gabinete – aquela que ainda fica presa a filosofia, embora dando maior
individualidade à psicologia e um certo destaque para maior desenvolvimento. A psicologia seria uma
especialização dentro da filosofia. Esta corrente dos psicólogos de gabinete é também conhecida como
Psicólogos de Poltrona. Eles orientavam suas investigações psicológicas em:
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(a) Investigar a natureza da alma e do espírito, quanto à sua origem, quanto à sua essência e quanto
a sua formação. Eram apenas pesquisas por meio de meditações e especulações. Nesse sentido a
psicologia era profundamente metafísica transcendendo toda matéria.
(b) Desenvolver a psicologia no sentido que o homem pudesse compreender a si mesmo, ou seja,
conhecer a si mesmo. É o método da auto-observação, método introspectivo. É o que chamavam de
Fatos Psíquicos, ou seja, fatos da consciência. Pela meditação classificavam esses fatos. A consciência
do indivíduo voltando-se sobre si mesmo. Esta primeira corrente dominou todo o século XIX e deu
grande psicólogo.
Psicólogos Experimentais - Esta corrente foi inspirada pelos métodos mecanicista e científico
do século XIX. Vamos ver uma confusão muito grande. É o início deste método. Procuravam destacar
a psicologia da filosofia, mas faltava material e de onde tirá-lo.
A psicologia passou a ser uma manifestação superior da Biologia. Todos os fatos psíquicos
nada mais eram do que o resultado do sistema nervoso, ou seja, das funções cerebrais. Daí vieram os
psicólogos descobrir a gênesis (início) dos fatos psíquicos. Para desenvolver este método tiveram que
criar laboratórios, que eram verdadeiros laboratórios de investigações biológicas. Não chegaram a
grandes resultados porque a biologia estava muita atrasada e em formação.
Muitas destas correntes eram semelhantes e nasciam umas das outras. Há uma consequência: a
Psicologia destaca-se completamente da Filosofia. Já é uma ciência separada da Filosofia.
Algumas destas correntes que surgiram no século XX, isto é, no início do presente século. Estas
correntes procuram interpretar os fatos psicológicos dentro de certos limites. As principais são:
2. DIVISÕES DA PSICOLOGIA.
Primeira – (1) Empírica ou experimental – lida com os fatos da consciência numa base
objetiva. (2) Ocupa-se mais com o sentimento, no lado metafísico ( – “aquilo que esta além da física”.
Segunda – (1) Geral – trata de um modo geral de todos os fenômenos que se passam com a
consciência e que estão ligados com ele. É mais filosófica, busca mais explicar a psique. (2) Especial –
trata os fatos subdivide-se em tantos ramos quantos fossem necessários. A Psicologia Pastoral é
especial. Para expandir a Psicologia Pastoral, precisamos conhecer a geral.
Psicologia é a ciência da alma em todos os seus fenômenos. É a ciência da Psique. Alma aqui
significa o própria indivíduo, a essência do indivíduo. O que significa esta definição para nós? Estamos
objetivando a personalidade do indivíduo em todas as suas qualidades. Quais as reações do indivíduo
no meio ambiente? São reações internas ou externas? Em todo ambiente há excitantes e o indivíduo
reage a todos. O indivíduo precisa ser satisfeito em tudo o que é, nas suas reações e nas suas
exigências. Tudo isto se apresenta harmônico, relacionado e de um modo dinâmico, vivo e não de um
modo separado e estático. Assim a Psicologia moderna não concebe a criança parada.
A psicologia dinâmica entra no trabalho Pastoral. A reverência não inibe as excitações internas
e externas do indivíduo. Se o culto preenche todas exigências da personalidade, então haverá
reverência. Do contrário não haverá. A Psicologia Especial constitui setor especializado da psicologia.
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Assim temos a Psicologia do Trabalho, a Psicologia das Estatísticas, a Psicologia Cronométrica (a qual
estuda o comportamento do indivíduo nas várias idades). O Pastor deve ter conhecimento do ambiente
social em que os membros de sua igreja vivem. Ele deverá utilizar-se da psicologia como uma arma nas
suas mãos para realizar o seu trabalho e não para pregar.
No processo científico temos que ter métodos, e esses métodos em psicologia tem aplicação não
só para a Psicologia Pastoral, mas em todas as atividades do Ministério.
O que é método? Metá + odós= através de um caminho. Método é o caminho através do qual
alcançamos os objetivos que temos. São os diversos recursos que lançamos mão para alcançar o
objetivo. São todos os recursos possíveis para alcançar e entender a personalidade.
Estatísticas – inquérito.
3. Observação
É exatamente saber ver. É ver como se desenvolve os acontecimentos, que prendem a nossa
atenção. Fazer isto de um modo natural, sem a nossa intervenção, isto é, deixar que os acontecimentos
se desenrolem por si mesmos. Só vemos como se desenrolam os acontecimentos nos indivíduos. A
igreja e o culto são grandes laboratórios onde há centenas de fenômenos que podemos observar.
Observar e tirar conclusões práticas para nós. Quando se trata da psicologia temos dois campos de
observação: o indivíduo e o próximo, temos então o método introspectivo e o objetivo ou
extrospectivo.
4. Introspectivo.
Quando vamos fazer observação de nós mesmos há uma série de estudos para que nós nos
conheçamos. Se nos conhecermos, seremos bem equilibrados e poderemos vencer as dificuldades que
se nos apresentarem. Estas observações devem ser acompanhadas de um juízo crítico. Devo perguntar a
mim mesmo: Por que sou assim? Aqui então, podemos separar em duas etapas:
(1) ligadas a nossa parte ou mundo íntimo, interno. Entram aqui as experiências de salvação,
santificação, chamada, etc...A avaliação destas nossas experiências com Jesus Cristo é muito
importante, porque fornece a nossa personalidade como pastores. À medida de que vamos conhecendo
a nossa personalidade devemos estabelecer uma relação desta nossa personalidade com a de Jesus
Cristo. O exemplo disto temos na vida do apóstolo Paulo.
Aqui é que muitos equivocam. Este campo é para o nosso uso. Uns entregam-se a um
sentimentalismo barato e outros para uma intelectualidade excessiva. É preciso equilibrar a afetividade
e a intelectualidade de acordo com a personalidade de Cristo. Para isto precisamos de uma hora de
recolhimento espiritual e de meditação diária, no mínimo. Esta hora de recolhimento espiritual e para
meditação, é uma hora em que devemos observar nossa vida em particular, na sua estruturação.
Começamos então a observar a nossa personalidade. Damos expansão à mente. Colocamo-nos diante
de Cristo. Psicologicamente nós precisamos de uma outra pessoa em nossa frente. Esta pessoa não é
para censurar-nos, mas auxiliar-nos. Há uma necessidade imperiosa de estarmos em contato com os
Evangelhos, pois a nossa estruturação espiritual deve ser feita neles. Nesta hora de recolhimento
espiritual abrimos a Bíblia e começamos a observação. Surge um problema: sinto fraqueza no sermão.
Qual a causa? Não oro? Não tenho fé; não sou vocacionado? Se não é nada disso porque fraqueza?
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Estou lendo a Bíblia, meditando, orando e aos o resultado vem? Em função disso eu devo modificar!
Jesus fazia isto. Passava muito tempo em recolhimento espiritual. Orava em função do Pai, e nos temos
a função de orar como Jesus. Assim fazendo elaboramos um auto-conhecimento da nossa atividade
pastoral e espiritual, com a personalidade de Jesus, vem então.
(2) A parte realizadora – quando progredimos na parte ligada ao nosso íntimo, então, vamos
observar a parte realizadora. É em função disto que fazemos o trabalho da Igreja e nas causas.
Devemos analisar porque ficamos nervosos ao subir ao púlpito, por exemplo. Saber o porque e depois
corrigir o erro.
Temos que observar os fenômenos de atração e repulsão. Uma das reuniões atraem e outras
dispersam. Boas ou ruins as reuniões podem oferecer material para a nossa experiência. Dizemos, as
vezes, que o problema de atração ou repulsão é o dirigente, mas na maioria das vezes os problemas são
conosco mesmo. Devemos ver a causa para podermos consertar o mal.
(3) Observar pessoas com as quais estamos diretamente relacionadas. Observar sem comentar e sem
dizer nada à ninguém.
(4) Observação através da história – perdemos muito em não conhecer certos personagens.
(5)Línguas.
(6)Bíblia.
(7)Enfim, todo o material fora de nós.
5. Experimentação.
É quando já vamos manobrar os fenômenos psíquicos. É na igreja que vamos trabalhar e agir.
Os métodos de trabalho estão no campo da experimentação. Temos que lançar mão dos resultados que
temos:
(1) recursos humanos – pessoa.
(2) recursos materiais – matéria.
(3) recursos espirituais – Bíblia.
Aplicamos todas as técnicas que sabemos e podemos inventar para esses recursos. Os métodos
de trabalho por isso não devem ser rígidos. Experimentação é todo programa de Educação Religiosa e
Eclesiologia da mesma. No trabalho de experimentação nós não podemos permitir que a nossa
personalidade fique misturada com a mesma
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3. FATOS PSÍQUICOS.
Fatos psíquicos ou fatos de consciência são diversos modos de responder as excitações externas
e internas. Exemplo: alguém abre a porta. Temos aqui uma excitação. Nós reagimos a esta solicitação.
Voltamos a nossa atenção para lá.
Os estímulos chegam até nós através dos sentidos. Nem sempre este estímulo chega a nós por
processo fisiológico; muitas vezes por processo psíquicos, que podem estar no campo da nossa
consciência ou fora do campo de nossa consciência. O que está no campo da consciência, isto sabemos
que existe mesmo, e o que está fora do campo da consciência, isto ignoramos, mas não quer dizer que
não exista.
O processo da salvação está fora do campo da consciência. Não se sabe o momento exato em
que aconteceu. Entrou na consciência, no sentido de querer, mas sem saber como foi.
Quando procuramos estudar estes estímulos nas relações com todos esses campos: fisiológicos,
da consciência e de fora da consciência, num sentido global, sem separar o físico do psíquico. Não
podemos separar e dizer qual deles é mais importante. No caso do hipnotismo, o fenômeno físico existe
mas a pessoa não sente. Tomar conhecimento de um fato ou não tomar, não altera o fato em si,
continua existindo.
Qual a vantagem do pastor em conhecer estes fenômenos? O valor é que vai lidar com
personalidades para conseguir um objetivo. Deve lidar com estes fatos. Se não tiver conhecimento,
embora tenha tudo, no mais não conseguirá bons resultados.
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Psicologia Pastoral
Para melhor compreensão, os fatos psíquicos são divididos em três grandes grupos. Isto não
quer dizer que haja compartimentos, mas as divisões são apenas para fins didáticos. A divisão é a
seguinte:
1) Fatos Representativos ou Intelectivos.
2) Fatos Afetivos.
3) Fatos volitivos.
A mente é a parte do corpo mais ligada com os fatos psíquicos. O fator intelectivo se exterioriza
mais pelo campo da mente. Se entra no cérebro, não vamos dizer que é uma fisiológica, mas o
psiquismo está em ação. Isto não quer dizer que os fatos intelectivos sejam apenas uma coisa do
cérebro. Se o cérebro é deficiente, então, a maneira como estes fatos se exteriorizam é deficiente, mas
não quer dizer que não existam na sua personalidade.
Estes já têm um núcleo todo especial que não depende tanto do cérebro, ou seja, da função
cerebral. Depende de um órgão central, vitalizador, que é o coração. São fatos que se expressam em
nós através do coração. Como é que tomamos conhecimento e controlamos esse sentimento?
A resposta seria a seguinte: “através do próprio cérebro”. Alegria, tristeza, são fatos afetivos.
A salvação é um fenômeno que se dá especialmente no campo da afetividade. Por isso, um indivíduo
imbecil, de compreensão dura, pode se converter, só é difícil fazer parte de uma igreja, dado a sua
incapacidade.
A criança aprende muito pelos fatos afetivos. O mesmo se dá com os povos primitivos e com
os selvagens, que mais se relacionam com o mundo exterior pelos sentimentos. As interpretações que
dão do mundo que os cerca é mais ligado com os sentimentos. Por este fato a evangelização dos índios
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deve ser feita pelos fatos afetivos. O fenômeno psicológico de regeneração se opera nos adultos como
se fossem crianças.
O indivíduo se apresenta com o mundo intelectual e o mundo afetivo. Através destes dois
campos expressa tudo que é. Quando entra em contato com a realidade ambiente, ele vai mostrar que
tomou contato com a realidade do ambiente pela vontade e aí que se impõe a sua personalidade.
Demonstra então, consciência própria e direção própria. A consciência de que existimos é muito
limitada. Dos 60 anos, por exemplo, que podemos viver, mais da metade não tomamos consciência de
nós mesmos. No campo da consciência própria, se por exemplo, estamos numa sala de aula – tomamos
conhecimento apenas do professor e da matéria. Deixamos de tomar contato com outros elementos do
ambiente e ficamos apenas com estas duas realidades: professor e matéria. Temos que deixar outras
para nos preocuparmos com esta. Há uma esfera imensa com a qual lidamos, mas a consciência da
realidade é muito limitada. Atrás de tudo isto existe um mundo desconhecido, que dificilmente
tomamos conhecimento de que existe e se expressa em nós quando estamos na realidade da vida,
através dos fatos psíquicos. Eles surgirão através da vontade. A transformação do homem é um
fenômeno que não sabemos como se opera, mas está no mundo da inconsciência.
Os fatos da natureza intelectiva são fatos mais ligados aos fatos intelectivos, os quais por sua
vez estão ligados a outros fatos. Os principais fatos intelectivos são: Atenção, Orientação, Consciência,
Raciocínio, Percepção, Sensação, estes dois últimos têm muita relação com o campo emocional.
(a) Atenção.
É a capacidade que a mente tem de voltar-se sobre determinado objeto, permitindo que se
estabeleça um contato com este objeto por intermédio da consciência.
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A atenção é como que uma porta ou farol, através do qual a nossa consciência toma
conhecimento com um determinado objeto. É de importância fundamental porque sem ela não se pode
estabelecer contato com as realidades presentes, ou sugeridas. A atenção tem uma série de qualidade.
São quatro qualidades da atenção:
(a) Tenacidade.
(b) Intensidade.
(c) Desviabilidade.
(d) Extensão.
As três primeiras são as mais importantes.
A nossa atenção quando está em trabalho, vai depender destes quatro aspectos. Os dois
primeiros trazem o cansaço e os dois últimos servem para a recreação da mente.
Tipos de Atenção:
(a) Natural ou expontânea.
(b) Voluntária ou controlada.
(c) Provocada – deliberadamente provocada.
A atenção é natural quando se faz sem nenhum esforço; é voluntária quando se faz esforço
com a mente – neste caso se utiliza a tenacidade. A atenção pode ser ainda Máxima ou Mínima. A
atenção é máxima quando tem estas duas qualidades: tenacidade e intensidade; e mínima quando tem
características de desviabilidade.
Propriamente não existe perturbação da atenção. O que existe são graus de atenção: maior ou
menor. Quando há fenômenos de anormalidade a atenção desaparece. Podemos considerar como
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desatenção ou perturbação da atenção, mas só é desatenção com relação a um assunto determinado, não
que seja um anômalo por causa da sua grande desviabilidade.
Uma das forças psíquicas que controlam a atenção é o interesse que já pertence ao mundo
afetivo. Para conseguir os objetos é preciso despertar a atenção. Lançamos de recursos para despertar o
interesse. Outros fatores que intervêm são: Cansaço físico, enfermidades, alimentação ou melhor sub-
alimentação, cultura, etc. O sermão deve estar à altura da capacidade cultural do auditório. Às vezes,
temo o cansaço físico que perturba a atenção.
Temos uma palestra a fazer. Um dos ouvintes tem interesse em aprender, mas o cansaço físico
o prejudica. Temos, então, que lançar mão de recursos que afastem o cansaço físico e que deixem a
mente num estado de atenção. Para isto podemos lançar mão de qualquer coisa que excite o auditório,
como por exemplo um hino, uma oração, recitação de versículos, etc... A reverência na preparação do
auditório tem que ser dinâmica.
5. Orientação.
É um fenômeno psicológico, ligado a consciência, que nos indica a nossa posição existencial
no momento em que vivemos, ligado com toda nossa vida regressa. Temos os seguintes pontos a serem
observados:
(a) Auto-psiquica – nós sabemos que existimos e como tal, sabemos que existimos e como
seminaristas (estudantes). Temos consciência disto e sabemos que devemos agir como estudantes nas
diversas circunstâncias. É a parte da orientação que inclui o conhecimento do próprio indivíduo de si
mesmo. Há fatores que perturbam a auto-psiquismo e isto determina muitas vezes extravagâncias nos
indivíduos: na conduta, no vestir-se, pentear-se, nas suas relações sociais ou então num rigoroso
extremo.
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Quando realizamos alguma coisa que não está de acordo com a realidade presente, estamos
desorientados. No auto-psiquismo podemos observar que:
(1) Conduta própria.
(2) Conduta espiritual – perdidos.
(3) Funcional – o que o indivíduo faz.
Auto-psíquica é aquela que coloca o indivíduo em relação positiva (real) com a realidade. O
indivíduo está sincronizado com a realidade que o envolve. O indivíduo vê o problema como realmente
é. É importante ao pastor, conhecer seus problemas. Esta realidade se expressa no tempo e no espaço,
por isso dizemos: topo-psíquicas e crono-psíquicas.
4. CONSCIÊNCIA.
Ainda a consciência é a vida psíquica atual. Esta última definição já é mais simples, porque a
vida psíquica atual não é só consciência, mas a inconsciência entre também. Devemos notar:
(a) Vida psíquica em nós.
(b) Conhecimento da vida psíquica em nós. É o caso de “penso”, logo “sou”. Os fatos psíquicos
se dão em nós e nem sempre de maneira que sabemos que existem, mas isto não quer dizer
que não atuam em nós. Temos que aceitar a Psicologia dinâmica.
Consciência.
Pré-consciência.
Inconsciência.
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Psicologia Pastoral
Pelo gráfico vemos que a maioria dos fatos psíquicos que determina a nossa vida está no
campo da inconsciência. Os fatos da inconsciência podem ser trazidos à consciência mediante certas
técnicas, pela psicanálise. O fenômeno da salvação é uma realidade na vida do indivíduo e não
controlado pela consciência. O mesmo se verifica com a santificação. A conversão e a santificação
determinam serias modificações e se dão na inconsciência.
O indivíduo é o que é o seu inconsciente, mesmo que não seja um convertido. Toda gama de
conduta está na inconsciência. Quando lidamos com indivíduos convertidos temos que fazer uma
diferença não propriamente da consciência. A consciência do indivíduo convertido e não convertido é a
mesma coisa, mais ou menos. Muitas vezes é até superior. Quando caímos no campo da inconsciência,
temos que observar uma diferença. Esta diferença explicamos por uma natureza diferente que
determina uma manifestação do inconsciente. A conversão se dá no campo da afetividade. A
afetividade está ligada mental ao inconsciente. O indivíduo tema tendência para roubar, convertendo-se
a sua força muda de rumo, sendo que às vezes é traído por esta força. O homem é impelido por forças
do inconsciente e tem os seus modos de compensação. O ladrão tem a sua compensação no roubo. O
homem compensado por aqueles atos, depois de convertido vai ter novos meios de se compensar.
Ainda suponhamos, o homem exibicionista convertido, vai agora como era antes? Sim, mas
com diferenças de canalização, direção dada a estas forças do seu inconsciente.
Quando o indivíduo consegue julgar estas forças do inconsciente para o consciente pode
controlá-las. A conversão tem uma grande contribuição: jogar na consciência do próprio indivíduo o
que ele realmente é. Dá-lhe a consciência de um perdido. Em consequência há um mundo de coisas que
agora podemos controlar, mas há muita coisa que fica lá – que desconhecemos- e determina certas
mudanças da igreja e do ministério. Na distribuição dos trabalhos com os membros é preciso ver como
estes indivíduos eram antes de sua conversão, como se portavam. Se era um ladrão refinado, não deve
ser colocado na tesouraria. Era o meio em que se compensava. Ele mesmo não conhece tudo que há no
seu inconsciente e poderá haver deslizes.
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interpretação dos sonhos hoje é uma arma terapêutica. Há uma outra teoria psicanalista que diz que o
sonho cria algumas coisas que no futuro poderão realizar-se. Encontramos no Velho Testamento cheio
de sonhos. O sonho em si não é caráter profético. Oferece material para que se interprete, oferece fundo
profético. O sonho de Nabucodonosor ofereceu matéria para interpretação profética de Daniel. O
mesmo caso se deu com o sonho de Faraó e José. Dentro da concepção do desenvolvimento universal,
os profetas tinham a missão de interpretação. Os sonhos davam material para profecias do futuro. O
sonho para nós não tem este fim. Há pessoas que se convertem num sonho.
Existe ainda os ATOS FALHOS – a pessoa está conversando em vez de dizer cadeira – diz
mesa – é também uma manifestação do inconsciente que queremos camuflar.
Crente que está cansado e não pode aprender a lição, mas fala de uma série de coisas
complicadas, pode revelar que a verdade não é realmente esta. É uma arma na mão do pastor o ATO
FALHO. O pastor pode usar o Ato Falho para esclarecer muitos problemas.
1. A Livre Associação.
O indivíduo vai falando o que vai surgindo e deixa correr tudo ao “léu”. Isto é importante para
ajudar as pessoas que vivem amarguradas, cheias de problemas. Deixar que a pessoa fale. Com isto
vamos conhecê-la. Às vezes afirmamos qualquer coisa para incentivar. Para reanimar os crentes temos
que ter entrevistas constantes e podemos usar a livre associação.
2. Lucidez da Consciência.
Quando a consciência funciona bem, dizemos que é lúcida. A consciência lúcida quando os
fatos da vida conscientes se desenrolam bem. Quando o indivíduo tem este estado perturbado fica meio
aéreo. Para vermos a lucidez da consciência verificamos três fatos:
(1) Se orienta bem.
(2) Capaz de fixar ou aprender alguma coisa.
(3) Capaz de se lembrar de algum fato de sua vida no passado. No campo da lucidez temos graus
de lucidez:
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Limiar da Consciência – Nós podemos despertar a consciência, agir de tal maneira que o
indivíduo tome contato com a realidade. Logo, há o valor limiar da consciência. Para que a consciência
seja despertada exige um grau de excitação. Uma simples observação pode despertar a consciência.
Esta capacidade de responder aos excitantes tem graus. O valor limiar da consciência pode
estar abaixo quando todos os interesses estão canalizados para um fim. Por exemplo: uma mãe pode
não ouvir os maiores barulhos, mas um simples gemido de seu filho, ela ouve. O seu valor limiar em
geral é baixo, mas com relação ao seu filho é alto. Isso é de grande valor na pregação e de valor
fundamental na conversão. Excitantes podem ser usados para despertar o pecador, ilustrações, fatos,
etc. A consciência sendo despertada deve ser orientada imediatamente.
Campo da Consciência – a consciência tem também o seu campo, onde parece o objeto e em
número maior de quatro, sendo que os demais são muitos apagados daí a inconveniência de sugerir
inúmeros objetos ao auditório. Lançamos por exemplo, o dízimo no campo da consciência – não
devemos desviar o assunto para outros objetos como centrais. Devemos começar com a parte
intelectiva para depois descermos ao campo sentimental.
3. Senso – Percepção.
(A) SENSAÇÃO. É um estado de consciência conseqüente da reação verificada num dos órgãos
do sentido mediante um excitante. Exemplo: colocar a mão sobre a mesa. Excitante = mesa – mediante
o tato.
Estes órgãos que nos dão sensação são canalizados de um fato geral que está em todo o
organismo, que então, extravasa. Há algumas coisas que percebemos sem ser por meio dos sentidos.
Percebemos por uma intuição. Exemplo: a sensação de certo perigo ou a sensação de satisfação que
sentimos num certo ambiente. São impressões que nós temos.
Para haver sensação tem que haver pelo menos três coisas:
(1) Sistema Nervoso Condutor – que comunica o sistema cerebral com o exterior. Exterior não
é só fora do corpo, mas mesmo o que está dentro do corpo, como por exemplo, uma dor no
estômago.
(2) Centro Nervoso – é o cérebro em perfeito estado.
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(3) Estado de Consciência – já é psiquismo, enquanto os outros dois são nervosos. Quando
estamos dormindo estamos num estado de inconsciência ou quase isto. A sensação nos da um
conhecimento de qualidade do objeto, quando tomamos conhecimento do que está acontecendo.
Quando entramos em contato com alguém logo tomamos conhecimento de alguma coisa que
nos leva a formar ideias sobre essa pessoa.
(B) PERCEPÇÃO – temos uma sensação, em seguida a elaboração mental em torno dessa
sensação, passamos então a uma percepção do objeto. Percepção já inclui uma sensação de
conhecimento global.
A percepção é um grau bem mais elevado do que a sensação e há ainda um grau mais elevado
que é a apercepção.
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Como podemos conhecer as coisas na nossa limitação, através das sensações e percepções?
Conhecemos havendo uma impressão no campo da consciência. Isto se apresenta no campo
daconsciência de imagens. Quando conhecemos, por exemplo uma certa pessoa; temos uma imagem
daquela pessoa em mente. Se o indivíduo é cego de nascença não pode ter imagem visual, real da
pessoa; pode ter outra imagem pela voz.
Todo o conhecimento pela percepção só pode ser manobrado por nós através de imagens. Se
temos apercepção, temo então, uma incorporação deste objeto e este objeto depois cai no campo da
inconsciência. Nenhum de nós tem uma consciência do fígado, por exemplo, a não ser que o mesmo
tenha qualquer enfermidade. Existem coisas em nós que nem sabemos. Exemplo: a natureza
pecaminosa existe, mas nem todos têm conhecimento disto, mas pode aflorar e vir à consciência. Mas
mesmo permanecendo no inconsciente ele continua existindo. Existe também um conhecimento fora da
pessoa, que ela consegue pela sensação, percepção, vindo depois a apercepção. Depois que assimila e
faz parte do seu patrimônio, aquele conhecimento pode sair do campo da consciência, mas não quer
dizer que não exista. Como aquilo está nele, na conduta, mesmo sem saber vai refletir aquilo.
Quando lidamos com coisas espirituais, como um reavivamento espiritual veremos que isto só
é possível na base de qualidade que o indivíduo tenha. O reavivamento nada mais é do que jogar no
campo da consciência aquilo que já temos. No Pentecostes o que houve, foi a afloramento daquela
experiência que os discípulos tinham tido com Jesus.
(D) IMAGENS – Há muitos tipos de imagens e nem sempre são imagens visuais, se bem que
elas predominam. Cada imagem tem suas qualidades de modo geral:
(1) Nítidas – quando os contornos estão bem definidos.
(2) Viveza – (ou intensidade) qualidade viva. Já se liga com o simbolismo. Para um crente, por
exemplo, a viveza da Bíblia na sua mente é superior à do incrédulo.
(3) Ilusória – é aquela que nos dá a impressão deformada das coisas. É preciso cuidado neste
tipo de imagem com a disciplina da Igreja. O sendo realidade e duvidoso.
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(4) Alucinatória – é a imagem completamente irreal para o consenso geral, mas parecem reais. O
ciúme exagerado pode gerar imagens alucinatórias.
(5) Pseudo-alucinatórias – para o indivíduo elas surgem e não reais no indivíduo, mas ele sabe que
são irreais e não as repele. É diferente da ilusória porque ele sabe que o objeto está presente, mas na
pseudo-alucinatória só há imagem.
(6) Idética – é a imagem do artista – é aquela que representa a imagem sem aumentar nem
diminuir, só que é mais viva do que a realidade.
(7) Fantasiosa – é uma imagem que não tem nenhum senso da realidade.
(8) Periódica – são um tanto ilusórias, são imagens que surgem deformadas, dando figuras de
animais.
5. PENSAMENTO.
Todos são inimigos e amigos. O que é interessante é o equilíbrio existente entre eles. Se temos
uma igreja com 200 membros, devemos tratar os 200 membros igualmente, levando em conta os
valores pessoais, mas o modo psíquico que rege esta nossa atuação é uma só. Quem confia na amizade
está perdido ou também o contrário. Essa questão de contraste chama-se ANTONÍMIA.
2. Pensamento.
Pensar é julgar. Dizia Kant: logo pensamento inclui julgamento. Julgar é fazer conexão lógica
entre duas ideias para se chegar a uma terceira. Pensamento é um fenômeno psíquico através do qual os
dados elaborados do conhecimento (ideias que são representadas por imagens) se selecionam e se
orientam em torno de um propósito (o tema) seguindo as vias do processo associativo.
1. O Pensamento Possui:
Os três primeiros não deformam o pensamento. O que pode deformar o pensamento é a força
impulsora: os afetos, os sentimentos. O curso do nosso pensamento depende da força impulsora para
que a conclusão seja boa; ao contrário a conclusão pode ser irreal, inatural.
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2. Perturbação do Pensamento.
5.3. Memória.
O conceito integral da memória é baseado em vivências. São todos os sinais ou marcas que as
vivências nossas determinam no campo da nossa consciência e inconsciência. É um fenômeno que
começa desde os nossos primeiros anos de vida e vai até o fim de nossos dias.
Vivência é a relação psicológica afetiva entre nós e os que nos envolvem. Esta relação
psicológica se faz de uma maneira própria, tudo pessoal, de modo que nunca duas pessoas tem
vivências das mesmas coisas do mesmo modo. Isso determina uma marca no indivíduo, no consciente
ou no inconsciente. Os psicólogos alemães deram o nome a estes sinais de ENGRAMA.
Essas vivências mesmo que sejam fortes em nós, estando no campo da consciência podemos
controlá-las. Muita coisa fazemos em função das vivências passadas. Exemplo: um aluno que desde o
primeiro não assiste aos cultos. Justificações todas elas são aparentes. O fenômeno psíquico deste é o
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mesmo do crente que não aparece na igreja. Não é falta de fé, salvação ou vocação. Isto esta ligado às
vivências passadas. Se tomar conhecimento destas vivências pode vencê-las.
(a) Fixação. Não se sabe onde se verifica a fixação, mente, cérebro. Alguns acham que a
inteligência tem que ver com as células nervosas. Esta fixação pode ser intensa, média ou fraca.
Há quem diga que a fixação sempre se faz desde que haja contato, mesmo que inconsciente.
Quando no processo da aprendizagem estamos lutando para que haja uma fixação consciente. O fator
que auxilia muito é o interesse. Os fatores que perturbam a fixação são: desinteresse, indiferença,
desviabilidade da atenção, etc.
(b) Conservação. Alguns acham que vai até o fim da vida. Se o que estudamos fica gravado,
então, podemos utilizar o conhecimento por toda vida. Porque parece que a conservação vai até o fim
da vida:
(1) Porque quando a pessoa chega a certa idade se lembra de coisas ocorridas na infância.
(2) No estado febril fala de coisas passadas.
(3) No hipnotismo – é capaz de reproduzir certas coisas que ele mesmo não sabe.
(4) Em casos de asfixia e enquanto luta entre a morte e a vida (coma), a pessoa lembra-se de
coisas passadas.
(c) Fenômeno da Evocação. Traz à mente o que foi fixado. Em certos momentos a inibição
prejudica a evocação.
(d) Localização. É o ato que vem ao campo da consciência localizando no tempo e no espaço. Se
a pessoa não possuir esta capacidade, então, sua mente é falha. Exemplo: os idosos que saem de casa e
não sabem mais voltar. Conhecem onde moram, mas não conseguem, ou não sabem localizar.
2. Tipos de Memória.
(a) Quantitativos.
(b) Qualitativos.
(1) Já visto – é o mais importante. É a impressão que já viu aquelas mesmas coisas, quando na
verdade não as viu.
(2) Nunca vista – afirma que viu, quando nunca viu.
(3) Polignésia – é a impressão que conhece todo o mundo.
(4) AlucinosoMimônico – é a exageração dos fatos guardados, memorizados. Lembramos de
fatos e costumamos acrescentar coisas em torno.
6. AFETIVIDADE E VONTADE.
(a) Afetividade. No mundo afetivo se encontram todas as forças psíquicas que determinam e
condicionam a conduta do indivíduo. É onde estão aninhadas todas as energias, que uma vez reveladas
por um processo de reação do indivíduo, elas caracterizam o indivíduo. A reação do indivíduo
determina se ele está triste ou alegre. As reações servem para mostrar o conteúdo qualitativo do
indivíduo, se é crente, se é bem ajustado, se é de caráter firme, etc. O campo de trabalho por excelência
do pastor está na afetividade. O pastor é aquele que menos deve fazer e conseguir mais, fazendo os
outros trabalharem.
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Psicologia Pastoral
A afetividade compreende:
(1) Afeto. Expressa qualidade da afetividade. Exemplo: ódio e amor. Ambos, sentimentos. São
inteiramente diferentes, qualitativamente. A qualidade ódio é um característico dele próprio – um afeto.
O mesmo acontece com o amor. As qualidades amor e ódio, são afetos. Afeto é qualidade da afetividade.
Dá a cor da afetividade e prevê os resultados desta afetividade.
(2) Emoção. É a potencialidade num momento determinado. É o aspecto quantitativo.
(3) Sentimento. É o estado afetivo da criatura. Todo tem um estado afetivo. Exemplo: ódio, é um
estado afetivo para todos. Todos podem sentir ódio por alguma coisa, os cristãos, todos sentem ódio do
pecado. Esse estado afetivo não se apresenta sempre da mesma cor. Conhecendo o estado afetivo de
alguém e manobrando com os seus afetos, já podemos prever as emoções (explosões) consequentes.
(b) Vontade.
É uma esfera psíquica que nos leva à realidade. Nessa realização temos dois elementos. As
forças que agem na decisão são forças da natureza afetiva, entra também a inteligência. Na execução é
que entra mais fortemente o raciocínio. Quando dizemos que um indivíduo tem vontade fraca é no
campo afetivo e não da vontade propriamente que falamos.
7. HEREDITARIEDADE BIO-PSÍQUICA.
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Psicologia Pastoral
Está provado pela genética que o indivíduo herda dos pais aqueles característicos tanto físicos
como psíquicos. Isto significa que se os pais, por exemplo, são brancos, esta qualidade “branco” se
transmitirá aos filhos. Se os pais possuem características especiais e particular, os filhos herdam, como
por exemplo, fisionomia, cor dos olhos. Essas verdades biológicas no campo da genética também se
aplicam no campo da psicologia. A inteligência de uma família de débeis mentais é medíocre, isto é
transmitido aos filhos.
Como essa transferência se dá, é sumamente complexo. Por isso mesmo, apesar de estudos
feitos, já um verdadeiro mundo a descobrir.
Como se dá esta herança? As leis da genética dão a resposta. Os trabalhos estudiosos na área,
Mendel e Morgan ajudam muito da solução. Mendel se concentrou em si mesmo num convento e vivia
fazendo suas culturas de ervilhas e tirando suas consequências. Ele explica como são transmitidos os
característicos hereditários. Exemplo: pai e mãe mulatos, o filho será obrigatoriamente mulato, branco
ou negro. Pode ser uma destas três coisas. Mostrou ainda que há os caracteres que são dominantes, que
aparecem de qualquer maneira. Se os olhos do pai forem azuis e ao da mãe pretos e se a cor dominante
for a dominante, apareceria obrigatoriamente. O preto não aparece, nesse caso, porque é recessivo. Não
quer dizer que não exista, fica escondido. Pode aparecer quando ficar do lado de um não dominante. Se
o pai tiver Ap e a mãe Pp, os filhos poderão ter azuis ou pretos. Tudo se herda aos pares. Pode herdar
dois dominantes, dois recessivos ou um dominante e um recessivo. Se isto vale para os característicos
físicos, vale também para o mundo psíquico.
Ng – Ng: Normal
Gg: Gênio.
7.1. Gens.
Como estes fatores se transitem? Vem então a teoria dos gens. Os gens são encontrados na
célula germinativa – células que dão origem ao ser vivo. Estas células são numerosíssimas, aos
milhares. Como se arrumam as células procriativas? Se arrumam dentro das células germinativas –
cromossomos.
F M
Óvulo cromossomos espermas
gens esperma
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Psicologia Cristã
O indivíduo adulto tem um par de cromossomos. Todas as suas células têm 24 pares:
48. Há umacélula que não tem 24 pares, é a célula germinativa que tem 12 pares.: 24. Isto no
óvulo e no esperma. Tem 24 cromossomos. Formam então o ovo que tem 48 cromossomas. Só
há fecundação quando ocorre o encontro de células germinativas nesta base (24x24).
8. PERSONALIDADE.
1. Sua formação.
Há diferença entre pessoa e personalidade. PESSOA é um ser que pensa, que tem
direção própria, que quer. PERSONALIDADE é o modo de ser de cada pessoa.
Como se forma esta personalidade? É claro que primeiramente ela é resultante de dois
núcleos de
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Psicologia Cristã
fatores:
(1) Genotípos – fatores herdados.
(2)Paratípicos – fatores que envolvem o indivíduo, os fatores ambientais.
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Psicologia Cristã
Se tem uma constituição psicopata – se leva a agir fora da faixa da normalidade, tem
uma constituição doentia. Estas personalidades implicam num plano normal e anormal.
Se a pessoa se tornar doente mental, cai fora da faixa de normalidade: psicose – doente
mental. O débil mental não é doente, é de inteligência dura, abaixo do normal. O esquizofrênico,
maníaco, paranóico, etc. Cada um vive no seu plano normal e são doentes mentais. Os psicopatas
chegam a um estado de despersonalização.
Causas que influem na despersonalização:
(1) Aumento ou diminuição da inteligência.
(2) Constituição psicopata exagerada, que herda ou sofre do ambiente.
(3) Certas doenças mentais.
(4) Choques emocionais.
(5) Desorientação educacional.
(6) Instabilidade nas relações entre pais e filhos.
Tomando o indivíduo normal, ele se conduz dentro daquela faixa: amor, - ódio, vem o
antinômio. A coisa fundamental nos alvos é descobrir seus pontos fracos e fortes. O antinômio
explica a questão do homem velho e o novo. O homem normal, tomando as suas características
como um todo, ele tem o equilíbrio.
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Psicologia Cristã
(1) Ambos os temas estão relacionados na orientação que o pastor deve da aos membros e
interessados na igreja. O pastor deve fazer um estudo meticuloso a respeito da personalidade que
está diante de si. Ver como é a família, se há diferenças físicas ou mentais, verificar se há
desajustamentos, o estado cultural, a orientação religiosa, etc.
(2) Conhecer outros fatores ligados com o processo educativo: escolas, ambiente em que
andou, etc.
(3) Procurar ver como é que o indivíduo tem se portado ou se porta no meio social.
Com estas coisas têm-se uma visão geral da personalidade do indivíduo. Isso no
primeiro contato. Depois observa-se o seu desenvolvimento na igreja, no seu modo de agir, etc.
O pastor precisa ser sagaz para saber com quem está lidando para não por em dúvida a
personalidade que tem diante de si.
As três partes do corpo: cabeça, tronco e membros podem ser harmônicas ou opostas.
Cada indivíduo, de acordo com a sua constituição tem o seu temperamento. Daí haver quatro
grupos.
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Psicologia Cristã
(3) Atléticos.
(4) Displasticos.
(1) Longilíneos.São os que vivem fechados para si, tem o seu mundo interior a parte de
todo o mundo externo. Não se sintonizam facilmente com o ambiente externo. Ele pode chegar
a um ponto tão extremo de ter uma vida irreal e até tornar-se neurótico.
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Psicologia Cristã
Todo indivíduo magricela é de modo geral introvertido, não expressa o seu sentimento
com facilidade, é desconfiado, meticuloso. Para sintetizar-se com o seu ambiente depende de
tempo, da convivência. O temperamento tende à especulação, à ciência, ao misticismo, tanto no
sentido bom como mau. Geralmente tem um comportamento contrário ao mundo ambiente. Com
relação a parte afetiva não se propaga com facilidade. Se apegando, depois ao separar-se sofre
muito.
(2) Brevelíneos ou Picnicos. Extrovertido, que vive para fora. É um mundo aberto.
Sintoniza-se com facilidade com o ambiente. Daí ser indivíduo prático no mundo atual. Lidando
com eles os conhecemos logo. São muito influenciáveis.
(3) Atléticos. São temperamentos que se caracterizam pelo caráter explosivo e pegajoso
(pessoa grudenta, chata). São eminentemente perigosos o porquê explodem. Isto pode chegar a
um grau até ser aplileptóide. O atlético pode conduzir como o esquizotímico ou o ciclotímico.
(1) Conhecer a si mesmo – procurar enquadrar-se num destes tipos. Daí a inferência,
conhecendo a si mesmo, nunca pode traçar as suas atividades como líder de acordo com o seu
tipo particular.
(2) No conhecimento que o pastor adquire previamente de cada membro de sua igreja e
diagnosticando-os, vai traçando as prováveis linhas gerais. O problema principal é descobrir o
estado emocional da pessoa, pois vai determinar as suas atividades no lar, no ambiente da igreja,
diante dos excitantes.
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Psicologia Cristã
(3) Outro valor está ligado com o problema da conversão. As pessoas esquizométicas
demoram mais para revelar a sua decisão. Os esquizomíticos são mais resistentes aos apelos. Os
ciclotímicos são mais fáceis.
(4) Situar nas atividades da igreja os indivíduos de acordo com as suas constituições e
temperamentos. Os esquizomíticos são os mais indicados para tesoureiros. Os mais pegajosos
mais indicados para o trabalho de biblioteca.
5. Caráter.
6. Simulação e Dissimulação.
Simular é tentar aparentar o que não é. Existem indivíduos de atitudes passivas e ativas
que procuram simular. Manobram certos pontos, que acham vantajosos, porque acham que
impressionam, por isso simulam. Exemplo: pode simular ser muito espiritual quando está na
igreja, com o pastor, com os diáconos, mas quando no seu quadro natural, desaparece a
simulação e revela o que é. Quando trabalhamos com esquizotímicos simulados, é difícil saber o
que se passa na casa dele. O pastor conversando com um ou com outro pode descobrir. O
simulador sempre procura tirar vantagem. É preciso cuidado para não cometer injustiça.
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Psicologia Cristã
Às vezes uma pessoa tem uma falha moral, então, se embrulha numa faixa de
espiritualidade. O pastor observa que ele não era ativo, começa a trabalhar muito. Está
simulando, mas com o tempo, vai se revelar no que realmente é. Se o indivíduo é ciclotímico é
mais fácil apanha-lo, no caso de ser simulador ou não.
Ainda nesta parte podemos incluir os não convertidos. As vezes são simuladores
conscientes (com o fim de alcançar algum objetivo) e outros inconscientes. Dissimulação é o
oposto, a pessoa tenta anular o que é.
Já vimos que temos faixa de normalidade e que a personalidade normal tem as suas
oscilações. Existe um limite nestas oscilações na qual o indivíduo se comporta como normal,
saindo da faixa, tem comportamento anormal.
Sua conduta é extravagante. Tem uma conduta própria dela. Cada qual delas tem uma
conduta. Cada uma delas apresenta uma facilidade muito grande de modificações: da maior
alegria para a melancolia. Daí também a debilidade afetiva. Por isso mesmo que ela não tem
grande estabilidade e nem objetivo na vida. Os objetivos mudam constantemente. Não sabem o
que querem. Ao lado desta falta de objetivo na vida, da instabilidade, há ainda uma falha no
juízo autocrítico, há, então um verdadeiro desgoverno. Não se governam a si mesmo como uma
pessoa normal e por isso adotam certos tipos de ação fora da normalidade que ferem os
princípios da ética e moral. Alguns caem no crime – os tipos de crime também oscilam muito.
Podem dar-se também à bebida ou ao roubo, ou ainda a serem doentes morais ou mesmo
anormais. Podem descambar para o desvio sexual. Cada personalidade psicopata vai apresentar
uma destas coisas.
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Psicologia Cristã
O que interessa é que quando está numa destas fases mencionadas, está fora da faixa da
normalidade, e depois volta a faixa da normalidade podendo arrepender-se do mal que fez e
daqui a pouco voltar a fazer o mesmo (tendo passado novamente para a faixa da anormalidade).
São responsáveis porque sabem o que estão fazendo. Quanto à inteligência, a maioria é
inteligente com QI acima do normal e até mesmo gênios, transformando-se então nós gansters da
história.
(2) Disarmônicos.
9.1. Sadomasoquistas.
São perversos, maus. A tara está no prazer que tem a dor. Os masoquistas em si mesmos
e os sádicos nos outros. No fenômeno sexual é o indivíduo que se deixa machucar pelo
companheiro ou que machuca o companheiro. Estes dois fenômenos são muito entrosados. Esses
indivíduos podem tornar-se criminosos. Geralmente quando se convertem desviam está sua tara
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Psicologia Cristã
para outro campo, ou então, procuram corrigir-se. Mas aquele impulso perverso se desvia para
outro terreno.
2. Onanistas.
Este problema no meio da igreja pode tornar-se agudo. E como enfrentá-lo? É fácil
tratar na fase precoce. É uma questão de educação sexual por parte dos pais ou responsáveis.
Existem dois caminhos importantes a serem observados: (a) o carinho que a criança recebe e (b)
a higiene exigida. Para maiores informações sugiro que se consulte livros de psicologia infantil.
3. Leobitas.
4. Homossexuais ou Invertidos.
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Psicologia Cristã
Tanto para um sexo, como para o outro. Hoje em dia considerado normal no meio
social. Existem homens célebres que foram homossexuais.
6. Fetichismo.
Alguma coisa serve de despertamento sexual, como cabelos, tipos de calça, etc. Fazem
um deslocamento o objeto sexual.
7. Satirias.
São as pessoas que chegam até 10 orgasmos em muito pouco tempo, na mulher é
chamado de ninfomania.
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9.8. Voyarista.
São os que sentem prazer através de figuras, de ver atos sexuais, combinando com o
orgasmo. Estas anomalias uma vez praticadas pelo indivíduo, fazem dele um marginal ou
psicopata no aspecto sexual e trazem problemas.
Em nossas igrejas existe um grande número deles que formam um grande número de
crentes problemáticos. Como agir com eles?
(1) Saber identificá-los no meio dos crentes de nossas igrejas.
(2) Conhecer o comportamento destas pessoas, suas índoles, seus desejos, suas
extravagâncias.
(3) Não lhes dar trabalhos de responsabilidade permanente, mas rápidos e auxiliando-os em
suas tarefas.
Débil mental é aquele que tem deficiência de inteligência. Não tem as qualidades
necessárias para um raciocínio e uma compreensão dentro de um plano que chamamos normal.
Para que possamos compreender melhor precisamos estudar um pouco sobre inteligência.
(a) Inteligência. É a capacidade revelada pelo indivíduo em aprender alguma coisa que
envolve compreensão, aceitação e aplicações em sua vida. A capacidade do indivíduo fazer isto
está qualificado em graus. Baseado nisto há um grau que está numa faixa normal. Este conceito
de inteligência apresenta certas variações específicas até, quer dizer, às vezes se revela numa alta
capacidade de compreensão, podendo ser falha na aceitação e aplicação. Há também o outro
aspecto: capacidade um tanto reduzida, mas a aceitação bem desenvolvida. Teríamos uma
inteligência “teórica” e uma inteligência “prática”.
Há indivíduos com deficiências enormes na compreensão que são débeis, mas que tem
uma grande inteligência prática e por isso conseguem vencer na vida num plano relativo.
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Psicologia Cristã
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Psicologia Cristã
O teste de inteligência mais aplicado é o tipo clássico Binet-Simon. Serve tanto para
crianças como para adultos. Estes testes são suficientes? Indicam o grau de inteligência de modo
infalível? Não. Nunca se aplica um tipo de teste apenas. Além do teste de inteligência sem dar o
Q.I. vai indicar os graus qualitativos e não quantitativos.
Q.I. IM X 100
IC
Idade mental é aquela que o indivíduo apresenta no momento. Por exemplo: uma pessoa
pode ter a idade cronológica de 10 anos e a idade mental de 8. O seu Q.I. seria de 80. Quando
lidamos com um adulto a idade cronológica é 16. Existe grande diferença entre o analfabeto e o
desenvolvimento mental. O analfabetismo é muitas vezes como uma terra fértil sem ser
cultivada, enquanto que o débil mental é um terreno árido.
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Psicologia Cristã
Este grupo - débeis – também são chamados grupos olifrenicos. O ser humano através
de seu crescimento passa por várias fazes até os dois anos de idade. Não tem auto-controle nem
auto-crítica, não produz nada. Um imbecil poderia ser comparado a uma criança de 2 a 7 anos. O
seu Q.I. é de 50 a 70.
O débil tem a inteligência de uma criança entre 7 e 9 anos de idade. Com muita
dificuldade pode fazer o curso primário. Pode aprender um ofício. Na sua descendência vai gerar
outros débeis mentais. Os de sexo feminino tem a tendência de casar, os do masculino já tem
menor porcentagem. Com dificuldade extrema podem fazer o curso ginasial.
Qual a aposição do pastor diante de todos os grupos? Constituem a maior parte dos
crentes com problemas. A conversão pode ser real para os dois primeiros grupos. O imbecil
ainda pode se converter, mas sem ter a mínima responsabilidade. Como lidar com eles?
(1) Conhecê-los e diagnosticá-los.
(2) Descobrir até onde vai a experiência de conversão deles (salvação e santificação).Esta
pesquisa é interessante e está dentro do teste da personalidade. É preciso
cuidado com os débeis de muita memória. Podem citar muitas coisas da Bíblia sem terem tido
uma experiência.
(3) Ver a grau de capacidade de cada um deles. O que sabem e o que podem fazer.
(4) Orientar tanto o seu trabalho na esfera familiar como na igreja. Mostras à sua família
tudo. Arranjar-lhe um emprego que possa fazer. Tornar-se amigo do pastor. Com estes tipos, a
técnica do esclarecimento não dá resultado. Dá mais resultado expor-lhe aos perigos se fizer
aquilo. O seu trabalho deve ser restrito e que não implique no trabalho de outros e não envolva a
inteligência.
Quando um deles adquire uma extravagância e não pode ter o mínimo de requisito para
ser membro, deve ser excluído.
10.DEFESA DA PERSONALIDADE.
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Psicologia Cristã
Esta defesa da personalidade apresenta dois aspectos: (1) interno ou intrínseco e (2)
externo ou extrínseco.
O aspecto externo – está exatamente nas condições materiais que o meio oferece ao
indivíduo para satisfazer as suas exigências. Este meio é complexo: aspecto econômico, social,
ético, religioso, etc. Quais são as possibilidades materiais psíco-afetivas que o meio ambiente
oferece ao indivíduo para que este se satisfaça? Pode oferecer condições ideais ou pode ser um
meio que não reúna as condições necessárias para o indivíduo satisfazer as exigências internas.
Ou ainda, pode ser um meio que tem possibilidade, mas nega ao indivíduo a satisfação
interna das suas exigências. De qualquer maneira há sempre um aspecto frustrado, porque ele
reúne uma série de condições morais que não permite que o indivíduo realize todas as exigências
instintivas e psico-afetivas.
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Psicologia Cristã
Como se comporta a personalidade aí? Se tem fome, quer comer. Nos outros aspectos
também tem que resolver. Tem que arranjar outro meio. Esses meios são muito próprios da
personalidade de cada um. Encontramos uma situação de conflito por um processo qualquer,
como defesa da sua personalidade. Uma sociedade que tenha, por exemplo, todos os elementos
para a satisfação do indivíduo, nos instintos e na psico-afetividade. Esta sociedade proporciona
ao indivíduo duas coisas:
(1) procura orientar o indivíduo para que tome conhecimento de todas as necessidades. Isto
em doses de acordo com a idade. Começa a trabalhar com a infância.
(2) Dá a este indivíduo os meios para que se satisfaça. Estes meios oferecidos sãoregidos
por leis da sociedade e que não correspondem ao desejo do indivíduo, mas das algumas
satisfações compensatórias. Então, o indivíduo tem o desenvolvimento material da sua
personalidade.
Temos a exigência sexual. É uma necessidade que o indivíduo tem. Embora depois de
certa idade estar apto fisicamente para as relações sexuais, pode não estar em outros aspectos,
como o da mente. Como resolver o problema? Será desviar esta exigência para outro setor. Dar,
por exemplo, um aspecto sadio, de esportes, passeios, etc. Abrir as possibilidades de um novo
campo de afetividade e de atração. Isto feito não de maneira cega, mas apessoa sendo orientada a
fazer isto conscientemente.
As sociedades não têm sido uniformes. Cada sociedade apresenta uma solução. Há uma
definição que está dentro de um plano normal de vida e outra que está num plano anormal.
Assim, por exemplo, os doentes neuróticos. A neurose é uma defesa num plano anormal. Quando
o indivíduo cai na psicose já está num plano anormal. Tudo é meio de defesa dos anormais. Isto
para poder continuar a existir. Estas condutas delinquentes são meios de defesa da reação.
Quando o indivíduo não consegue uma modalidade desta, tem uma só saída: o suicídio, ou então
fica completamente anulado, não servindo mais para nada. Quando olhamos para um criminoso
profissional, temos um doente diante de nós – foi o meio de defesa que encontrou. É também o
caso das prostitutas. Se tivermos estas perspectivas nunca nos igualaremos com as mesmas.
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1. Sublimação.
Tomemos, novamente como exemplo, o problema sexual. Emprega-se então toda a sua
energia noutra coisa. É claro que está sublimação não substitui o fim de si, mas traz uma
satisfação a estas energias, realizando alguma coisa. Não é só desviar a energia como
passatempo, mas para utilidade. Ele também tem que sentir que é útil naquele desvio. Estes
desejos sexuais visam a procriação e se não se desviar para outro fim útil, não satisfaz.
A sublimação é uma arma nas mãos do pastor para resolver os problemas das crianças e
jovens. Exemplo: a necessidade de uma sociabilidade para a satisfação de jovens. Isto é, em vez
de aliviar a tensão, aguça mais. Permanece insatisfeito aquele imperativo de realizar-se nalguma
coisa. A sublimação não é uma derivação. O imperativo social exige satisfação para a procriação,
não sendo possível é preciso desviar para um trabalho útil para o indivíduo se compensar. Os
grandes homens são mais viris, mas se sublimaram. Há também grandes homens que tiveram
grandes perversões, mas quando a criação foi devida esta energia, embora pervertidos. É preciso
para não pensar que toda criação é resultado do sexo, mas a sublimação das diversas forças. O
que acontece é o aproveitamento da força nas realizações do espírito.
2. Derivação.
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Psicologia Cristã
procuram um convento. No convento alguns se sublimam, mas a maioria deriva. Não deriva o
indivíduo, mas o indivíduo permanece como parasita, o que não acontece na sublimação, há
sempre criação.
A recreação é uma necessidade. É uma higiene mental. Não deixa de ser uma espécie de
derivação para o adulto, para a criança não é. A recreação não satisfaz. Muitas vezes serve de
excitante. Se a recreaçãoderivação e tem a sua função de higiene mental, deve ser programada, a
derivação vem ao encontro da personalidade quando ela se satura num sentido, vem proporcionar
então um alívio momentâneo. Muitas vezes a recreação serve como excitante. É que chamamos
mobilização. As reuniões sociais devem ser programadas sempre observando esses princípios.
Onde há meninos e meninas deve haver misturas. Nas reuniões entre moços deve ser evitado
tudo que serva de excitante, danças e qualquer outra brincadeira de contato corporal.
3. Substituição.
4. Recalque ouRepressão.
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Pessoas que reprimiram muito na infância ficam cheios de complexos. As crianças, por
exemplo, gostam de brincar com as fezes, com a urina, com a lama, etc. Faz aquilo por ser um
imperativo biológico ou psicológico. Para as crianças as suas fezes fazem parte delas. A mãe
repreendendo severamente ela vai tomando aquilo como mau, criando assim uma situação
angustiosa e depois vem a repressão. A repressão pode ser tão aguda que a criança toma até o ato
de defecar como ato criminoso.
A criança olhando um cartaz de cinema, sendo repreendida, reprime aquilo e vai então,
recalcando tudo. Os pais devem substituir tudo aquilo ao invés de repreenderem severamente.
Assim substituir as fezes por terra, areia, massa, água, etc.
A repreensão causa maior dano no setor sexual. Temos que fazer diferença entre a
sexualidade e a genitalidade. A sexualidade se manifesta desde que nasce, já nasce com isto. A
sexualidade se localiza nos aparelhos genitais. Na puberdade vem então a genitalidade, antes
desta idade a sexualidade se manifesta em várias partes, aí depois se localiza nos órgãos genitais.
Havendo falhas neste sentido pode haver deslocamento, que é o caso da homossexualidade, do
fetichismo.
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5. Compulsão.
É um fenômeno psíquico que leva o indivíduo a uma atitude fixa e o indivíduo passa a
agir dentro de um ritualismo. Por exemplo, com relação a Bíblia pode se criar tudo. Se o
indivíduo não lê a Bíblia antes de deitar-se, sente-se mal. Basta abrir, mesmo que leia tão
depressa que não entenda, fica satisfeito. A santificação destrói isso. Era inseguro para ser agora
seguro. Outro exemplo de compulsão são as solteiras que vivem num ritualismo, num sentimento
compulsivo, como olhar embaixo da cama e gritar assustada, revelando o inconsciente: “Há
trinta anos que espero por ti”.
6. Projeção.
Todo o mecanismo de projeção resume-se no seguinte: “Todo o mal fora de mim e todo
o bem dentro de mim”. É o mecanismo da projeção e intrajeção. O indivíduo pode intrajetar o
mal, então ele tem uma tendência para auto-meceração, podendo tornar-se masoquista, dando-lhe
um aspecto de expiação para si – uma espécie de purificação pelo sofrimento. Pessoa que na
religião procura santificação pela autopunição, são pessoas que tem introjeção do mau. Pode
apresentar-se até em indivíduos salvos.
A pessoa introjetando o mal, não sendo crente e não tendo auto-mutilação, ainda não
encontrou meios de defesa da personalidade, suicida-se. A base do suicídio é a introjeção. Aí se
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Psicologia Cristã
explica também o suicídio dos crentes. Às vezes o indivíduo suicida-se pensando em destruir o
mal que está em si e outras vezes querendo destruir o mal dos outros.
7. Racionalização.
Em última análise é a “desculpa esfarrapada” que o indivíduo arranja para tudo que
deixou de fazer, ou pelo que fez.
8. Catatemia.
11.PSICOLOGIA DA INFÂNCIA.
O que interessa saber é que existem estas influências e o que devemos fazer para dar
uma boa formação da personalidade na criança.
Há aqueles que acham que a criança já nasce com uma personalidade formada, com as
marcas e que isto vai ter influência na sua formação posterior; outros acham que não e que vem
depois a partir do primeiro ano de vida.
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As ideias básicas são de Freud. Temos que partir das suas ideias. Freud foi um
indivíduo muito discutido. Suas ideias foram rejeitadas no princípio, sendo depois aceitas. Freud
no seu trabalho visava a honra do indivíduo desajustado. Ele conseguiu grande êxito por
descobrir um aspecto da personalidade até então desconhecida.
O fator psicogenético, que ainda não tinha sido observado. Foi o criador da medicina
psicossomática.
Assim tinha que trazer novas ideias da formação da personalidade. Do ponto de vista
psíquico, ligado também ao instinto, a personalidade se forma ligada a três esferas:
O ID com este objeto atua no indivíduo deste modo e sem tomar conhecimento da
situação exterior. O ID é selvagem, bárbaro. Quando o ID não encontra os meios necessários
para satisfazer as necessidades psico-instintivas, então, imaginariamente cria esse meio de
satisfação. Há uma reação automática que cria estes meios, que são castelos no ar para o
indivíduo tentar-se satisfeito. Encontramos duas coisas:
(a) Os recursos naturais que o indivíduo tem e que serve para a sua satisfação. São
manobrados pelo reflexo. Por exemplo: os reflexos que levam a criança a urinar aonde estiver
quando sentir vontade. Quando não há os próprios recursos, surge então, a imagem para
satisfazer a exigência. A imagem funciona nessa parte independente da realidade. A criança tem
fome. Não há nada no organismo que possa alimentar a si mesmo. Se dermos uma chupeta, ela
chupa o dedo e se não dermos alimento ela morre de fome, satisfeito pela imagem apenas. Isso
traz uma satisfação para a criança, embora falsa. A criança vai crescendo e sendo alimentada;
esta parte instintiva vai se relacionando quase num reflexo condicionado com o elemento que
entra em sua boca e com a satisfação vai formando a imagem do alimento. Se está com vontade
de alimentar-se, vem então, a imagem do alimento, que já tem um caráter compensatória e
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Psicologia Cristã
funciona nela como satisfação. Isto chama-se processo primário, portanto, visa trazer a satisfação
pela imagem. Esta é uma parte da personalidade que se apresenta assim. A personalidade precisa
de um meio que lhe de a satisfação necessária.
(b) Vem então outra esfera para a satisfação psico-instintiva, que são fundamentalmente
duas:
(1) de conservação, a fome.
(2) da perpetuação, o instinto sexual.
Todas as demais forças psíquicas que estão no ID, tudo mais gira no indivíduo para
satisfazer estes dois grandes fins: conservação e perpetuação.
Tem que ser satisfeito sempre, continuamente. Estas energias continuam sempre dentro
do indivíduo. Se a parte da personalidade não é suficiente para estabelecer a satisfação, a
personalidade começa a se desmantelar.
Podemos designar o ID por Instinto, mas é mais do que instinto, ou então dizer instinto
humano, pois, o instinto humano é diferente dos animais irracionais.
(c)Esta instância, o ID, exige satisfação, sem querer como. É ditador. Aparece na
criança e nos casos de doentes mentais, claramente, isto porque esta instância da personalidade
aflora nestes casos, quebrando as resistências. No salvo a instância, ID, não aparece.
Ainda é preciso notar que o instinto, o ID, representa, segundo alguns, a carne ou a
carnalidade. Pode ser assim. Os frutos da carne têm o seu caráter eminentemente egoísta e
destruidor. Os frutos da carne não são os frutos do ID, podem ser em parte, outra parte da
personalidade é que vai providenciar os meios de satisfazer o ID.
Qual é o meio usado por esta instância da personalidade para satisfazer as suas
necessidades? São os seguintes:
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(1) Reflexo – o urinar, por exemplo, no caso da criança. Há no organismo recursos para
satisfazer parte das
(2) necessidades do próprio organismo. É o caso da polução noturna. Se há um mecanismo
de reflexo e nóssabemos que existem outros recursos que pelo processo da sublimação vão
ocupar a nossa personalidade de maneira a compensar o ID, uma vez aplicada ao
jovem ele não tem mais problemas antes do casamento.
Há muitas vezes exigências em que o reflexo não satisfaz, como por exemplo o caso da
fome. Para a fome tem que haver recursos, senão a pessoa morre. Mas há outros que não podem
ser satisfeitos, então, imagens de recurso, quer dizer esta instância do indivíduo, o ID, imagina a
coisa ideal para satisfazer-se fazendo uma mistura das coisas reais com as ideias imaginárias. A
criança, por exemplo, que tem o desejo de ser grande no seu aspecto lúcido ela se satisfaz
montando num cavalo de pau.
Quando há genitalidade (isto é, quando o instinto sexual se localiza nos órgãos próprios)
o jovem lança mão da imaginação e assim se masturba. Por que existe esta instância na
personalidade? É para a conservação e perpetuação da espécie. O que esta instância da
personalidade vai usar para chegar a personalidade e satisfazer-se, é o que chamamos de
PRAZER – a sensação de alívio, afastamento da dor. Se ele não se satisfazer, sofre. O princípio
do prazer não é só no sentido biológico, mas psíquico e imprimiu definitivamente este desejo de
todas as religiões: o paraíso. Até dentro do Evangelho existe: o céu – onde há ausência de dor e a
presença do prazer. Isto governa a vida do indivíduo. As vezes surgem soluções inadequadas
para as exigências apresentadas.
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O super-ego, que vai se formar no contato da criança com a realidade exterior. Quem
vai influenciar mais são os pais. A personalidade vai se formar em dois campos: (a) consciência
do bem-ego ideal e (b) consciência do mal.
Sob esse aspecto que devemos observar o valor educativo dos pais. Tudo que a criança
acha que é mau, projeta e vê fora de si. Como ela vai tendo consciência do que é bom e do que é
mau? Pelas aprovações ou reprovações dos pais. Esta aprovação ou reprovação pode ser: Palavra
– expressão facial – castigo e recompensa. Assim como a criança vai registrando a imagem do
alimento que gosta e que não gosta, vai também formando a imagem do que é bom e do que é
mau pela aprovação e pela reprovação.
A palavra pode exprimir aprovação como reprovação. A palavra envolve aquilo que ela
faz e estimula a fazer reprovação ao contrário. Exemplo: Samuel – a palavra de aprovação foi de
um valor extraordinário na sua vida. Aquele diálogo com o sacerdote e a atitude do sacerdote.
Os pais que só reprovam uma criança, vão traumatizá-la. A satisfação das exigências da
criança vai depender da orientação dos educadores. Para uma criança pequenina uma palavra
pronunciada com um sorriso tem um valor extraordinário para a afirmação da sua personalidade.
Exemplo: O caso da amamentação e a satisfação da criança. É preciso controlar porque o ID é
cego e age mesmo com reflexo. Se a criança descobre que chorando é colocada no colo e
embalada, sempre que a puserem na cama, começa a chorar a fim de conseguir o colo.
Se a reprovação for como uma expressão facial alegre, ela vai afirmar a personalidade
deixando a parte que foi reprovada. Se os pais agirem brutalmente então ela fica traumatizada.
Para a criança o mal está fora dela. Logo julga que os pais são maus. Se o pai a chama de burro,
a criança na primeira oportunidade que tiver vai chamá-lo de burro, por julgar que o burro é ele.
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A de um modo geral a criança não precisa apanhar. O castigo deve ser abolido. Os pais
devem ser educados. Pode haver castigo com tarefas e outras coisas, mas não o castigo corporal.
Na forma do superego a criança depende dos pais e vai separando o que é bom e o que é
mau pela atuação dos pais. Devemos partir do ponto de que a criança tem numerosas exigências
do ID. A criança tem que ser satisfeita, mas não pode ser satisfeita completamente. A criança
tem que ser orientada pelos pais. Se a orientação for boa, então a criança terá boa afirmação;
saberá o que quer, não terá complexos de desenvolvimento, será ativa, bem integrada no meio
em que vive. Ela terá consciência de que é bem aceita no meio ambiente. Depende do meio e o
meio depende dela. Será uma criança sadia e não terá problemas, é uma orientação correta.
Automaticamente vai liderando. Sabe quando deve brincar e quando deve ficar reverente. Não
tem nenhuma inibição.
O pastor deve ter paciência, compreender o problema quando a criança for mal
orientada. A igreja não pode ser monótona, precisa haver alegria. Uma criança que chora precisa
ser tolerada. As crianças toleradas e nunca afastadas. Temos que providenciar meio para que
sejam satisfeitas. O ambiente da Escola Bíblica Dominical para a criança tem que ser como um
parque infantil.
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Além disto devem ser feitas palestras com o pais, deve-se adquirir literatura sobre os
assuntos (como educar os filhos e como satisfazer as suas exigências). Assim o ambiente vai ser
preparado para a criança afirmar a sua personalidade. A criança para por várias fases:
1 – Fase oral.Esta fase é aquela que certas exigências se satisfazem pela boca, pelo
processo da alimentação. O alimento tem que dado com carinho com amor, no braço. A
educação pela alimentação.No primeiro ano, tem que ser deste modo, o restante a criança
desenvolverá pelo reflexo. Estabelece uma relação viva com a mãe. Difere entre a mãe boa e a
mãe má. Apresenta reações para receber o que quer. Está com fome e grita e a mãe lhe dá
comida. Sujou-se, grita e a mãe vem limpar-lhe.Na higienização da criança ela sente prazer. O
primeiro banho para a criança é uma angústia e por isso ela grita, mas em tudo existe o aspecto
do prazer.
2 – A higiene deve ser realizada sempre o mais rápido possível, pois a criança não deve
ficar suja no sentido de ter algum micróbio, ou qualquer coisa prejudicial à saúde.
3 – A criança precisa ter os seus movimentos desembaraçados, com pouca roupa, com o
membros do corpo livre. Nesta higiene deve ter cuidado com os órgãos sexuais. Fazer higiene
sem muita cócegas, sem muita festa com as partes genitais da criança. Tudo isto ocorre no
primeiro ano de vida. A criança tem o seu prazer na pele. Então ela descobre que vai ser atendida
se fizer alguma coisa. Se está alimentada e limpa e logo em seguida começa a gritar, deixe, pois
é bom, isto faz bem.
É um dos períodos mais agitados da vida humana. Este período vai dos 11 ou 12 anos
até os 18, mais ou menos, tanto no menino como na menina. Do ponto de vista biológico a
menina se desenvolve antes, no ponto de vista psicológico é mais ou menos o mesmo.
1. É um período de revoltas.
O indivíduo se revolta com facilidade diante dos problemas da vida. Isto porque ele ao
atingir este período é obrigado a tomar consciência e responsabilidade das imposições do ID em
relação aos recursos que o meio lhe oferece. Descobre que existe uma grande diferença,
discordância entre as suas necessidades e o que meio ambiente lhe oferece. Revolta-se porque
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sente-se ludibriado. Revolta-se contra o pai, contra a mãe, contra a igreja, etc. Revolta-se contra
a situação social, política, etc. Muitas vezes toma atitudes extremadas.
Ele pode permanecer neste estado de revoltas porque irá ficar num estado angustioso, e
discordante da situação geral. Diante disto há três caminhos que o adolescente segue:
(a) Permanecer numa atitude de revoltas, tornando-se antissocial, tornando-se pernicioso,
podendo tornar-se delinquente, irresponsável, etc. Nas igrejas tornam-se crentes problemáticos,
sendo sempre contra os trabalhos da igreja, nem sempre o indivíduo caí no crime, mas pode
permanecer sempre revoltado.
(b) Adquirir a cristalizar em si o sentimento importante – uma atitude de acovardamento,
de sentimento de falta de poder. É vencido pelo ambiente (tornando-se “marica”). Não tem
capacidade de iniciativa. Se eles não tiverem a devida proteção e frequentarem ambientes
sórdidos podem tornar-se invertidos e pervertidos em outros aspectos.
(c) O adolescente resolve os seus problemas numa harmonização das suas exigências com
as possibilidades do ambiente. O adolescente adquire um super-ego. Compreende os direitos
que tem e aceita o lugar que ocupa na sociedade e torna-se um elemento normal e útil. Torna-se
um crente operoso, ajustado, bom pregador, bom professor, bom dirigente, etc.
A problemática sexual destes adolescentes não é abafada, mas vencida pela sublimação.
Nesta idade, geralmente o indivíduo masturba-se. Depois vai descobrindo os meios de
sublimação no trabalho da igreja e nos estudos. O pastor precisa procurar compreender o
adolescente e de aplicar métodos apropriados para solucionar os seus problemas. Para isto conta
com a educação religiosa. Para esta idade deve aproveitar as organizações como Embaixadores
do Rei, Mensageiros do Rei, etc. (cada igreja deve escolher a seu modo)
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O instinto da fome na criança está desde o nascimento, mas a libido não. A sexualidade
não está localizado no órgão próprio, mas existe desde o nascimento, pois herdou dos pais. Pode
estar na boca, na pele, no ânus, nos órgãos próprios. A criança vai desenvolvendo e a
sexualidade vai se localizando no órgão próprio da adolescência, havendo, então o que
chamamos de genitalidade. Não quer dizer que depois desta idade o indivíduo perde o prazer
libidinoso de outras partes, como por exemplo – a boca – daí o prazer do beijo – que é um prazer
sexual. O carinho é semelhante.
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menina pode ser desviada nesta idade com facilidade. É preciso orientá-la e protegê-la. A
masturbação também é comum nesta idade entre as meninas.
Os problemas surgem com a genitalidade e com o crescer podem ser vencidos. Aí está o
campo de trabalho do pastor. O pastor deve conhecer muito as crianças e os adolescentes que
terão as idades mais importantes para o seu trabalho. Também foge ao espírito do evangelho
compreender a salvação como um mistério, pois a salvação existe.
Não é a última palavra. Para compreender a salvação temos que partir de Jesus ou do
homem? Depende. Para o nosso caso temos que partir do homem – o doente. Pode-se partir de
Cristo, mas é melhor partir do homem, porque partimos de onde estamos. Quando Jesus lidava
com o indivíduo, partia de onde o indivíduo estava. Exemplo: o moço rico, a samaritana,
Nicodemos, etc. Jesus sempre partia do indivíduo. Este é o grande princípio do evangelismo e a
sua tática. Os sermões objetivos são os que partem do indivíduo. Para o evangelismo o que
interessa é o indivíduo. A salvação se interessa pelo indivíduo, isto é, no sentido aquisição, o
homem é que precisa da salvação. Assim sendo, o ponto de partida tem que ser o próprio
indivíduo.
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A vida compreendida como uma árvore produz sempre bons frutos? Não. Partimos do
ensino de Cristo. O ensino de Cristo, não foi uma dialética trazida do céu, mas foi uma
conceituação espiritual do homem, em que precisa alcançar. Achada a realidade o homem acha-
se a si mesmo. Foi isto o que se deu com o filho pródigo. Sabia que havia mantimento em casa,
mas foi somente com os porcos que achou a si mesmo e voltou para casa. É no encontro desta
realidade que o homem encontra-se a si mesmo. E no momento da aceitação que o homem
encontra-se a si mesmo. Paulo avançou neste conceito e por isso partimos do ponto a que
chegou: fruto do espírito e fruto da carne. Que quer dizer isto? Frutos da carne são aqueles que
vem da natureza má do homem. Fruto do espírito é tudo aquilo que é bom.
O homem é uma unidade. Nesta unidade temos duas partes bem destacadas: (1) a carne e
(2) a parte psíquica que seria o espírito. Estas duas partes são controladas por nós.
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A carne e o espírito são fatos objetivos. Esses frutos se exteriorizam. Agora, toda carne
só produz frutos maus? Não. Todo o espírito só produz bons frutos? Não. Iremos ver frutos bons
na carne e frutos maus na alma (espírito). Isso acontece em relação ao salvo? Sim.
O homem natural sem experiência da salvação pode dinamizar a sua vida num sentido
positivo. Deus vem ao seu encontro. O indivíduo que produz bons frutos, deve estabelecer um
programa de vida que tem como alvo atingir os frutos do espírito. Como conseguir isso? Pela
predominância do espírito sobre a carne. Ele não consegue eliminar a carne, mas consegue dar
uma orientação tal que surjam na sua vida os frutos do espírito. Este processo se faz através do
aperfeiçoamento. É uma operação sumamente psíquica de tal modo que o indivíduo pela parte
psíquica vai controlar a outra parte. Este processo de aperfeiçoamento não é domínio das
tendências boas sobre as más, não como uma escravidão, mas no sentido de controle e
orientação.
Isto se passa com o homem salvo, mas nós queremos ver como isso acontece com o
perdido. O indivíduo salvo serve de modelo para o perdido, por isso podemos tomá-las. Este
aperfeiçoamento vai depender de:
(a) A natureza do próprio indivíduo.
(b) O meio ambiente.
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Como é que isso vai se estruturar no indivíduo? Isto depende da parte hereditária. O
indivíduo quando nasce, já nasce com o Soma, psiquismo e moral, e para alguns estudiosos da
área, existe a herança que o indivíduo adquiriu durante as gerações: o que podemos chamar aqui
de tendências. Aqui teríamos a aplicação deste princípio. Com Adão e Eva existia apenas uma
raça. Se isto acontece com o físico, o mesmo acontece com a parte psíquica.
2. Ambiente.
O meio ambiente em que o indivíduo vive e se realiza pode ser compreendido como
sendo: lar, igreja, escola e Sociedade de um modo geral. Tudo isto vai atuando e formando a
personalidade estrutura do indivíduo.
A criança nasce e já depende da pessoa formadora: pais, sendo que vai depender mais da
mãe. Quando vem ao mundo entra em relação com o ambiente externo. Já entra em choque. Está
num bom lugar, e super-protegido. O primeiro contato com a realidade externa (o mundo) já
choca: diferença de temperatura, e por isso a criança chora. Vai crescer sempre em contato com
o ambiente. Como este ambiente vai plasmar a personalidade? É somente através da própria
formação da personalidade. O ambiente (lar, igreja, escola, etc) vai influir no ser em formação
na dependência de uma personalidade formadora.
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A criança a medida que cresce e vai desenvolvendo, passa por todas as fases estudadas na
psicologia infantil e a personalidade formadora vai moldando exigências da personalidade em
formação. Assim vai formando até chegar a uma personalidade completa.
Existem duas personalidades dominantes em todo o indivíduo: pai e mãe – isto do ponto
de vista psicológico. Na sociedade o indivíduo que vai carregar sempre a imagem do pai e da
mãe. A revolta do indivíduo é muitas vezes contra o pai. Se o indivíduo não foi satisfeito pelo
pai ou pela mãe, pode até tornar-se um criminoso. Muitas vezes comete um crime para ser
castigado. Mas relação, o indivíduo pensa em Deus como vingativo, etc. O ateu o é muitas vezes
por causa do pai ou da mãe. Os fanáticos em religião,
os hereges, etc. Também tem influências dos pais. Para o crente, Cristo é a personalidade
formadora. O indivíduo sendo tendo um espírito precisa estar em formação, preparar-se para a
eternidade. Precisa de uma personalidade formadora: Cristo. Há muitas religiões porque o
indivíduo está procurando a personalidade formadora.
O indivíduo perdido tem as mesmas características com o ponto de vista humano que o
crente: frutos bons e frutos maus. Esse indivíduo está preparado com personalidade para
enfrentar os problemas desta vida, e principalmente os do além? Não, porque foi atingido pelo
pecado e como tal está num estado de condenação. Ele adquiriu certas e determinadas qualidades
que devem ser vencidas, modificadas e não poderá estabelecer relações de vida com esta
personalidade eterna: Jesus Cristo. Para isso precisa passar por diversas fases.
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Paulo disse que devemos pregar a tempo e fora de tempo por esse motivo, dando esta
oportunidade de conhecimento, para que o indivíduo se reajuste. Entra primeiro o mecanismo da
sensação, depois o mecanismo da percepção, quando já adquire um conhecimento intelectivo.
Vem depois a:
d) Elaboração – Vamos observar pelo mecanismo do raciocínio, que ele vai orientar a
sua própria personalidade em função desta outra que está no X campo da sua mente. No primeiro
caso o fator mais importante é a tomada do contato, e no segundo (aqui) o raciocínio, um
processo de elaboração intensa.
(1) que é pecador – conhece a si mesmo como pecador.
(2) Que depende de uma personalidade – Jesus Cristo.
Não quer dizer ainda que aceitou a si mesmo como pecador e Jesus Cristo como de que
precisa. Se continuar aqui ainda não conseguiu o reajustamento necessário. Pode progredir
muito, pode ter percepção da eternidade, etc. É o grupo que chamamos de convencidos e não
convertidos. Então entra o elemento VOLTADE. Esse elemento vontade vai ter duas fases
importantes: quer e decidir.
Se o indivíduo chega até o querer e ficar aí, ainda não está reajustado. Os interessados de
nossas igrejas, geralmente, estão aí, querem, mas falta a decisão, que é o pulo final. Então
entram os elementos: arrependimento e fé.
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Psicologia Cristã
depois a decisão e também a Segunda fase do processo psíquico, do arrependimento, entra a sua
capacidade de aceitação e não só do conhecimento. Aceitar-se como pecador.
É por isso que queremos que o indivíduo ouça. Tudo fazemos para que ouça. Nisto se
assenta a Psicologia do Evangelho, vindo em seguida a segunda fase do Evangelismo.
Fazer uma constante autoanálise. Fazer isto pela leitura e meditação bíblica. Fazer um
estudo de autoanálise, projetando-se um personagem do Novo Testamento. Fazer autoanálise
baseando-se em Cristo. Como fazer estes estudos? É um estudo de autocrítica diante de um
trecho. Este estudo é particular. A medida que vamos nos conhecendo, melhor será o nosso
trabalho.
Tudo isto é feito de um modo que haja responsabilidade pessoal e sem perder a
perspectiva da realidade.
A dependência de seu poder é uma dependência ativa e não passiva. Esta autoanálise em
função do Novo Testamento deve ser feita em função das personalidades que ali se encontram.
Isto geralmente é conseguido através da oração. Até onde vai a oração nesta autoanálise? Jesus
disse que devemos orar sem cessar. O que vem a ser isto? Estar sempre em espírito de oração e
pensando sempre em função do Reino de Deus. Nunca permitir que a nossa problemática
interfira no trabalho que devemos fazer. O seu problema (do pastor) não é problema do rebanho,
mas o problema do rebanho é problema do pastor.
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Psicologia Cristã
O homem só irá adquirir sua maturidade completa aos 35 anos de idade. Isto é usado pela
legislação, deixando que certos campos sejam ocupados por pessoas de idade superior a 35 anos
(como senadores, vice-presidente, presidente da República, magistrados, etc.).
O indivíduo que chega a juventude ajustado é normal. Temos também dois tipos de
pessoas normais: o normal acomodado e o normal agressivo.
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Psicologia Cristã
(2) Normal agressivo criador – estes são os que atingem a acomodação, mas tendo um
curto grau de neurose, atiram-se a uma causa sublimadora, criadora. São neuróticos,
mas não no sentido patológico. É uma neurose de insatisfação. O indivíduo deseja
realizar-se procurando fazer grandes coisas. O neurótico doente se anula, pois, a
sociedade não se molda com o que quer, ele isola-se. Os neuróticos a que nos
referimos agora são os que mais se realizam, os mais neuróticos são os mais
realizadores. Os mais neuróticos são os que mais aparecem. Isto é fundamental para
compreender a conduta do criminoso salvo. Passa a ter uma vida em direção oposta a
que tinha até então, passa a atuar no sentidocriador.
Crentes problemas: são aqueles convertidos que ainda estão sobre a influência psíquica.
Há certas deficiências que não podem ser compensadas pela conversão, como por exemplo a
debilidade mental, os complexos, etc... Estes são desnorteados, ainda não se ajuntaram à vida
cristã. Precisam ser orientados e compreendidos.
14.MATURIDADE.
Vai dos 36 aos 50 anos para as mulheres e de 38 aos 60 anos para os homens. Neste
período não há grandes transições. A maturidade é uma fase de consolidação das bases do
indivíduo. Quando caminha para o fim da maturidade e o começo da velhice é que surge uma
série de problemas.
Exemplo: o homem quando atinge seus 45 ou 50 anos, passa por uma série de
transformações. As vezes torna-se muito afetuoso, ou outras angustiado. Economicamente está
estabelecido, procura ter maior proveito possível de todas as coisas. Torna-se muitas vezes
perdulário. Ele está sujeito a todas estas tendências. Os casos de exclusão por adultério atingem
maior índice depois dos 40 anos, do que entre os jovens. Ele faz um balanço na sua vida e há
então um acerto, e para compensar quer aproveitar o máximo. Intelectualmente não gosta de ter
filhos por estar ficando velho. Mas biologicamente gostaria de ter 40 ou 50 filhos. Tudo isto se
dá no inconsciente. Há aqueles que necessitam provar que são homens.
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Psicologia Cristã
É nesta época que os homens mais se reproduzem. Os homens vão tendo certas fixações
afetivas. Que se dá geralmente com as pessoas da família, especialmente com as filhas. Daí não
gostarem dos pretendentes das filhas. As mulheres têm também uma conduta idêntica para o
misticismo e o sentido de medo, especialmente da morte. Nas mulheres agrava-se o problema
por causa da menopausa. Na solteirona o problema pode chegar de tal ordem que ala caí em
angústia. Na mulher tudo gira em torno da maternidade. As que não tiveram filhos tem o seu
problema agravado. Nesta idade a mulher também tem grande tendência para o adultério.
14.1. Velhice.
15.PSICOLOGIA DO EVANGELISMO.
Nós não vamos nos preocupar com os métodos, com os programas de evangelismo;
queremos apenas compreender como se faz estes trabalhos em função do indivíduo. Estudamos
o Evangelismo do ponto de vista psicológico.
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santificação, proteção (amparo e segurança). O evangelismo atinge também o salvo para o seu
aperfeiçoamento. O evangelismo visa em seu trabalho elementos para se sentir seguro e poder
assim realizar o seu ideal. Esta salvação, santificação, proteção e segurança giram em torno do
indivíduo, e o indivíduo em função do meio: o mundo.
Na psicologia da salvação podemos ir até certo ponto, depois somos barrados com um
ponto que não podemos explicar: “como se dá a transformação? ”
É possível explicar como a personalidade reage diante do material que lhe é oferecido
para alcançar o reajustamento, mas como se dá está transformação não é possível.
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1. Psicose.
Isto não quer dizer que ele seja uma pessoa que não saiba conversar. A maioria tem uma
lucidez relativa. Sabem conversar, mas nesse estado de lucidez relativa sempre revela a sua
doença. Conversa, conversa e no fim diz que é Napoleão Bonaparte e que tem certeza disto.
2. Neurose.
A neurose é uma perturbação psíquica que a pessoa tem consciência e deseja sair dela. O
indivíduo pode ter perturbações sérias e chegar a ponto de não querer comer, não poder nem sair
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Psicologia Cristã
do quarto. Pode ficar num cerimonial completo no se vestir. Põe a gravata e depois a camisa e
assim por diante. Pensa que se acerta a vestimenta tira uma nota 100, caso contrário sua nota é
zero.
O neurótico sofre e faz com que os outros sofram. O neurótico tem um comportamento
fixo e não muda, enquanto o psicótico muda. O neurótico de adapta ao ambiente
Parece que o indivíduo cai na psicose porque tem uma predisposição. Às vezes basta um
simples choque para que isto aconteça: reprovação no seminário, morte de um parente, etc. As
causas da neurose são muitas, as mencionadas acima e que não alteram a razão, são as causas.
Aqui também interessa o processa de educação. O neurótico é eterno criador de enfermidades.
Ele ouve falar de reumatismo então ele tem reumatismo. È uma pessoa sugestionável.
2. Em relação ao ministério.
(1) Em relação a profissão de fé. O psicótico não pode dar profissão de fé.
(2) O que fazer com um membro psicótico? Alguns acham que o caso deva ser exclusão.
Somente os que não são perigosos à sociedade podem permanecer na igreja.
(3) O neurótico pode converter-se, pode até melhorar. Pode ser membro, mas só pode ser
aproveitado para determinado serviço. Pode ser utilizado acidentalmente pelo pastor
o qual não tem conhecimento do fato.
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Psicologia Cristã
O pastor lida com as massas. Devemos notas que as multidões funcionam como um só
indivíduo, o que se passa nada mais é do que uma massa. Esta massa perde a sua vontade. Há
uma absorção da massa. Esta massa pode ser manobrada facilmente para determinados fins. Isto
pode ser para crimes, para fins místicos, etc... A massa pode ser sugestionada para determinados
assuntos nas grandes concentrações. Há manifestações históricas coletivas.
Observamos isto nas grandes manifestações humanas, como por exemplo congresso da
eucarístico. Essa massa podia ser orientada para coisas tremendas, no entanto é uma massa
fixada somente num ponto da hóstia.
Num comício quando se exalta determinada pessoa, leva-se a massa em delírio. Nos
estádios de futebol, em dias de grandes jogos, podemos observar isto, daqui a pouco a pessoa vai
com a massa e começa também a gritar. O mesmo fato verifica nas igrejas pentecostais.
Diante deste fenômeno conhecemos que eles são reais e o líder da massa tem que usá-los
para o aproveitamento espiritual. O líder deve ser moderado para não levar a massa a cometer
tolices. No caso dos avivamentos, devemos cuidar para que o povo não chegue a delírios. È
justamente isto que muitos líderes fazem e não chega a sua finalidade. Quando saem do delírio o
resultado é contra-producente. Por exemplo: uma campanha simultânea ou uma série de
conferências em que os apelos são respondidos aos montões. Sabemos que existem decisões
sinceras, porém, mais da metade vai pela emotividade. Até onde vai a influência da multidão não
podemos ver porque depende muito do estado de cada personalidade que está ali.
Por aí encontramos a razão para as grandes massas das igrejas pentecostais. Se o pastor
está informado disto ele tem que usar esses meios, seja no culto ou no trabalho evangelístico,
seja numa série de conferências, em concentrações, etc. Ele tem que aproveitar a oportunidade e
deve influenciar as massas para o bem. Como então organizar e manobrar as massas?
É muito fácil. É claro que há os líderes na direção da massa e estes são os que devem
organizar a massa. Há líderes que dão ordens. Qual será o aproveitamento da parte de líder? Se
ele vai explorar um determinado assunto, que deve ser apresentado diante da massa com o
objetivo que levante o interesse da mesma, como agir? Ele irá se deparar com duas coisas:
(1) Há oportunidade em que o indivíduo já está com o interesse voltado para um certo
assunto.
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(2) Quando não tem o interesse da massa voltada para o assunto (exemplo: culto ao ar
livre); se este o caso, é preciso explorar as emoções. O líder vai conduzir estas
emoções que vão influir nas massas.
A terceira fase é a de ditar a resolução à massa. A massa por si não toma nenhuma
resolução. Quando o pastor leva uma massa a uma decisão então já é uma decisão que aponta
para o indivíduo, é pessoal. Quando o indivíduo se incorpora na massa fica sem vontade porque
há uma contaminação intensa dos afetos dos indivíduos que estão reunidos em grupo. Isto
acontece especialmente se o assunto que os agregou foi de interesse geral. No caso das reuniões
de avivamento vejamos o que acontece com a massa:
(1) Há sensação do aumento do poder pessoal.
(2) O desaparecimento do medo.
Há uma sincronização dos afetos da vontade de todos. O líder chorou, todo mundo chora;
quando ele se alegra, todos se alegram. É a imanização de todos por um. Princípio de
humanidade dando uma constituição de um rebanho. Aí o indivíduo é pedacinho da massa e a
massa aniquila o indivíduo. O reavivamento só vem pela vontade de Deus. Os métodos que o
pastor deve usar são: hinos, orações, sermões, vigílias, etc.
É um ato pelo qual o indivíduo procura anular a sua própria vida. Temos a história de
suicídios deste os tempos memoriais. Quando fazemos um estudo dos tempos memoriais
deparamos com os indivíduos que se suicidaram por causa de perturbação mental.
O número de suicidas aumenta com o decorrer dos tempos. Quanto mais aumenta o
número de psicóticos e neuróticos, mais aumenta o número de suicidas. Nos países pobres o
número de suicidas é menos que os ricos. O suicídio pode dar-se em qualquer época da vida do
indivíduo, desde a fase de criança até a velhice. O maior número de suicídios vamos encontrar
no meio da juventude. O suicídio é mais comum no sexo feminino do que no masculino. O
suicídio se dá a qualquer classe social e atinge a todas as religiões. Existe até mesmo a história
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Psicologia Cristã
de alguns pastores que se suicidaram (Estados Unidos da América), e existem também muitos
crentes que se suicidam.
Há também as que acham que os suicidas que sabem o que estão fazendo. São os
perturbados de emoção. Estas causas da perturbação da emoção levam o indivíduo a perder a
orientação situacional. Perdem a orientação de sua situação e isto os leva ao suicídio.
Um suicida terá sempre um dos dois aspectos: (1) uma perturbação mental ou (2) uma
perturbação emocional.
Freud já procurava dar outra explicação sobre isto. Diz ele “O indivíduo herda dois
instintos”: (1) o instinto da vida e (2) o instinto da morte. Seria então um desequilíbrio resultado
da insatisfação da libido, passando predominar o tanato sobre o eros (libido) e o indivíduo mata-
se. Observamos isto entre personalidades psicopatas.
1. Causa econômica. Assim por ocasião da libertação dos escravos, muitos fazendeiros
suicidaram-se.
2. Casamentos mal feitos. Dificuldade no matrimônio.
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3. A não satisfação sexual – impotência. Tanto no homem como na mulher ou mesmo uma
anormalidade genital descoberta depois do casamento.
4. As guerras que atingem os soldados como o civil. As guerras totais.
5. As condenações por causa de crimes. Suicidam-se não por causa do crime mas por
causa da condenação ou pela pena de morte.
6. Coisas mínimas. Término do noivado, namoro, jogos, etc.
7. Compromissos de honra. Os japoneses são exemplos disso.
8. O fanatismo religioso – o fanatismo esportivo, o patriotismo fanático, o espiritismo, o
catolicismo, etc.
Os meios que o indivíduo lança mão para praticar o ato: envenenamento, arma de fogo,
enforcamento, gases venenosos, etc. Geralmente dão um tiro no ouvido. Alguns suicidas antes
do ato se arrependem devido a reação da natureza, notam o seu erro. Quanto mais senhor de si
mesmo é o indivíduo, tanto mais será eficiente o ato do suicídio.
Os evangélicos que se suicidam, os doentes mentais são salvos? São salvos sim. Mesmo
um salvo pode proceder assim pela perturbação emocional. Morrendo vai para o céu, isto porque
a pessoa doente não é mais senhor de si mesmo.
1. Histórico.
Desde a antiguidade vemos o homem fazendo esforço neste sentido. Havia antigamente
as regiões consideradas sagradas onde o indivíduo ficava para uma cura. Era um lugar onde ele
não se preocupava e por isso voltava melhor no seu estado de saúde, porque era um lugar de
repouso, um lugar onde nada mais se fazia do que uma higiene mental.
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No Velho Testamento encontramos a aplicação da higiene mental. Saul quando teve duas
fases maníacas depressivas escutava bela música tocada por Davi e assim era feita a sua higiene
mental. A religião que contribui muito para a higiene mental é sem dúvida o evangelho. Isto
num sentido puro e sublime. Naturalmente depende da maneira de ser apresentado. Há
pregadores que só falam no diabo. Também só ameaça não resolve, mas o evangelho na sua
íntegra funciona como higiene do espírito.
Na Grécia havia a confederação de Delfos. Achava que eram lugares santos e que se
poderia experimentar milagres, mas na realidade eram lugares de higiene mental. Às vezes
apenas uma dificuldade psíquica torna a pessoa doente.
Durante a Idade Média não havia higiene mental, até o contrário, havia desigiene mental.
È a idade demonológica. Até o cantar dos pássaros era constatado como obra de demônio. Daí
resultava a loucura. A antiguidade taxava isto de possessões demoníacas. E isto era considerado
ainda como um castigo. Por isso os loucos eram castigados. Eram castigados da seguinte
maneira: ora amarrados e postos debaixo de uma goteira de água até que morressem. Havia
outros tipos de tortura: esticar, queimar, etc. Na Idade Moderna surgem os primeiros centros de
higiene mental em que são separados os doentes mentais. Eles agora não constituem mais perigo.
Os remédios aplicados eram purgantes e sangrias. Não havia ali ainda higiene física e mental.
No século XVIII vão surgir rumos definidos. A higiene mental vai atingir os hospitais
dos loucos e outros hospitais bem como escolas. Em 1880 aparece um médico francês de renome
PINEL. Pinel dedicou seus estudos a higiene mental. Trabalhou nos hospitais de Salpetriers e
Bicetre. Chegou nos hospitais e viu os loucos todos amarrados. Ele teve o auxílio da guarda
Pussim. Soltaram todos e deixou os loucos passearem na chácara. Os mais perigosos deixaram
numa sala. Com isto ele conseguiu restaurar inúmeros deles. Estes métodos foram aplicados na
Inglaterra e na Alemanha. Na Inglaterra surgiu um rico que deu sua fortuna para a restauração
dos doentes mentais.
O sucesso de Pinel foi o grande Esquirol. Houve na França uma região onde os caçadores
pagaram um garoto bárbaro que comia ervas e frutas e trepava em árvores. Apanharam-no e
levaram-no a Paris e Esquerol que nada pode fazer com o mesmo. Surgiu um educador, Itaque,
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que resultados. O menino dava uivos e não falava. Levaram então o menino para os Estados
Unidos e lá se destacou uma senhora DoroteaDix.
Depois se fundaram várias ligas de higiene mental que se estenderam em todo o mundo
inclusive no Brasil. Destacou-se no Brasil o Dr. Juliano Moreira, que traçou planos fundamentais
para os hospitais de higiene mental juntamente com Teixeira Brandão.
A higiene mental recebeu uma contribuição da Psicologia Dinâmica que revolucionou até
a Educação. Sendo assim a higiene mental tornou-se uma ciência que estuda os princípios que
visa conservar a saúde mental e confunde-se com a psicologia, psiquiatria e a pedagogia.
Apresenta-se como arte na aplicação prática destes princípios atingindo todas as esferas de
atividades humanas, como sendo as escolas, fábricas, igrejas, lares, meios de transporte,
construções de casas, etc.
Qual é o valor da higiene mental para o Pastor? O valor é imenso porque o pastor é um
agente de higiene mental. São focos da higiene mental pela natureza do seu trabalho. Higiene
mental aparelha o pastor para o melhor cumprimento do seu trabalho.
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1. Na própria igreja – na escola dominical, preparando os líderes, saber como se lida com as
crianças, com os adolescentes, com a mocidade. O pastor vê todos os problemas desta gente:
morais e espirituais. Vai então preparar os professores para este trabalho. Vai colocar todos
em seus devidos lugares. Isto é higiene mental ao lado de uma didática pedagógica. Para
alcançar isto o pastor vai fazer suas palestras sob determinados assuntos. O sermão é higiene
mental absoluto. O sermão inspirativo é para os crentes higiene mental. A salvação é higiene
mental. As campanhas de Evangelização, de oração, as concentrações ao ar livre são meios
de higiene mental.
2. No trabalho direto – atuando nas visitas aos lares, hospitais, nas conversas particulares, nas
visitas às fábricas, etc. Orientando sempre as pessoas que carecem de seu auxílio. Nas
situações anormais. Não para resolver os seus problemas, mas ajudando as pessoas,
amparando-as para que elas mesmas resolvam os seus problemas.
O homem se molda por três fatores: (1) psicológico, (2) biológico e (3) Social. Do ponto
de vista biológico o homem é o que ele herda.
As doenças também têm a sua influência como epidemias, endemias, tifo, malárias,
doenças crônicas, etc...
Se uma pessoa herda fatores hereditários maus, eles permanecem. Na igreja vamos
encontrar todos os tipos. Temos que conhecer todos estes problemas. Quando as crianças são
subnutridas devemos arranjar leite para tomarem. Outras vezes o problema é a falta de trabalho,
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então é preciso arranjar um trabalho para aquele irmão. As vezes não é a falta de recurso, é falta
de orientação.
Outro fator observado pelos pesquisadores é ainda não suficientemente explicado é o fato
biológico de que qualquer fator que interfira na vida do homem para encurtá-la traz uma
tendência para proliferação.
Isto é mais usado nas classes cultas. As mulheres não querem perder a sua elegância.
Outra razão é que os filhos aborrecem, ou então pela questão financeira. Agora, qual deve ser a
posição do pastor nestes casos? Vejamos alguns casos que podemos discutir e a atuação do
pastor.
1. O caso do Aborto.
Aqui ele não pode ficar de braços cruzados, pois o aborto é um crime homicídio e é
também um crime contra as leis sociais. Os abortos podem ser feitos por tóxicos fortes e assim a
mulher perde o feto. Há também o aborto da raspagem do útero, é um tipo de aborto que é feito
em grande parte nos primeiros meses. Este aborto é também chamado de provocado. Um caso
assim não se pode tolerar.
2. Os meios Anticoncepcionais.
O pastor deve intervir? Aqui se deve tomar conhecimento do caso. Desde que haja
gravidez neste caso intervir (pessoa Solteira). Nos outros casos não é bom tomar conhecimento
porque devemos condenar o ato sexual fora do casamento. O pastor deve tomar conhecimento
das causas que levam as pessoas a agirem assim.
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Se for por causa econômica então deve deixar. Se a questão for por causa da elegância ou
incômodo deve ser condenado. Se for um motivo de saúde, então deve ser respeitado. Os meios
anticoncepcionais são:
(a) Esterilização temporal: este processo é por meio de uma injeção no útero feita
mensalmente. Este meio não é aconselhável, porque todos os métodos que levam uma pessoa à
esterilização são condenados pela biologia.
(b) Meios pensários: também de um modo geral são condenáveis. Evitar por meio do
diafragma que fecha a fossa uterina. Outro meio é a camisa de Vênus, este resolve o caso e pode
ser usado na doença. Ainda existem meios químicos comprimidos para o homem e para a
mulher. É uma capsula que destrói a fertilidade do espermatozoide. Estas capsulas contém
ácidos. Existem também os métodos de obstrução por pastas neutras. Todos são meios que
podem falhar.
(c) Finalmente temos o método cíclico, este é o aconselhável e mais indicado. É baseado do
princípio de animais. Aqui o homem faz o oposto. A primeira a saber é o ciclo menstrual da
mulher. Suponhamos que seja de 28 dias, no dia 28 de setembro vem a menstruação, demorou 4
dias, termina no dia 01. Os primeiros 7 dias estão fora de perigo, depois de 14 dias depois da
menstruação o óvulo está maduro e caí no útero para receber o espermatozoide. Esta é uma fase
perigosa que dura de 7 a 8 dias.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GAY, Peter. FREUD.Uma vida para o nosso tempo.Companhia das Letras.São Paulo – SP.
(1988).
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Nome Nota
1. Como era chamada a psicologia antigamente. Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Filosofia
b) ( ) Antropologia
c) ( ) Psicanálise
2.Um dos maiores filósofos que deu desenvolvimento ao pensamento psicológico foi...? .
Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Sócrates.
b) ( ) Descartes.
c) ( ) Melanchton.
3. Os fatos volitivos acontecem no campo da?. Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Vontade.
b) ( ) Sentimento.
c) ( ) Sensação.
4. Quando a consciência funciona bem, dizemos que é ?.Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Lúcida
b) ( ) É capaz de fixar e aprender bem alguma coisa
c) ( ) Indivíduo entra em contato com a realidade.
5.De acordo com a formação social do homem, ele se molda em três fatores e são eles?.
Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) biológico, social e emocional.
b) ( ) psicológico, biológico e social.
c) ( ) psicológico, biológico e emocional.
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TEOLOGIA - CAPELANIA - PSICANÁLISE
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DIRETOR: OTONIEL PINHEIRO