Disciplina: Biologia Celular e Genética Profa.: Keyla Christianne Nome: ________________________________________
Síndrome Cornélia de Lange
Em 1916, Winfried Robert Clemens
Brechmann, um jovem médico que trabalhava num Hospital Pediátrico em Dresden, escreveu sobre uma criança com 19 dias que teria morrido com uma pneumonia, mas no seu caderno de notas foi descrito um número significativo de características nunca estudadas em pediatria. Decorreram 17 anos até Cornelia Catharina De Lange descobrir e se debruçar sobre esta doença. No início do século XX, a pediatria ainda não era uma especialidade na Holanda e os médicos interessados em melhorar as suas capacidades nessa área eram frequentemente compelidos a estudar no estrangeiro, e a doutora De Lange foi para a Suíça para trabalhar no “Kinderspital” (Hospital Pediátrico) de Zurique, onde, em 1907, a sua reputação enquanto pioneira no campo da pediatria lhe valeu um lugar no Hospital Nos finais da década de 20, a Dra. De Lange tinha alcançado respeito e aclamação pelo seu trabalho em medicina pediátrica e pelo seu penetrante olho clínico (entre 1929 e 1935, foi presidente da Associação Holandesa de Pediatria). Mas, em 1933, imortalizou o seu nome com um relatório que dava conta de duas crianças (sem qualquer ligação familiar) com características físicas semelhantes – uma com 17 meses e outra com seis – que tinham dado entrada no hospital com semanas de diferença. Não só as duas meninas apresentavam os mesmos problemas de saúde, como a sua semelhança física era notável. A Dra. De Lange descreveu as suas crianças como “typus degenerativus Amstelodamensis”, sendo que em 1941, apresentou um terceiro caso à Sociedade Neurológica de Amsterdã, e a Síndrome de Cornelia de Lange começou a ser reconhecida. Entre 1933 e 1942, foram anunciados, em todo o mundo, cinco casos de CDLS. Nos anos que decorreram entre 1943 e 1952, conheceram-se outros seis. Dezesseis casos foram anunciados entre 1953 e 1962, e no intervalo de cinco anos entre 1963 e 1968, um total de 109 casos. É uma síndrome caracterizada por um retardamento do crescimento, retardamento mental severo, uma baixa estatura, um choro semelhante a um rosnar baixo, braquicefalia, orelhas pequenas, pescoço em cadeia, boca de carpa, ponte nasal diminuída, sobrancelhas atrofiadas, hirsutismo e malformações das mãos. Esta condição pode ocorrer esporadicamente ou estar associada a um padrão de herança autossômica dominante ou duplicação do braço longo do cromossoma. O diagnóstico é feito só depois do nascimento da criança é que se pode identificar a doença, visto que não há um exame pré-natal que permita detectar prematuramente a síndrome; por outro lado, mesmo sendo um bebé muito pequeno, os médicos têm grande dificuldade em aperceber-se que se trata de Cornélia de Lange. Por ser extremamente rara, há pediatras que nunca se cruzam com uma criança com esta patologia. O diagnóstico da Síndrome de Cornelia de Lange é clínico, baseado na face característica e no padrão de anomalias encontrado. A observação das anomalias da face é, em geral, suficiente para o diagnóstico. Devem-se excluir alterações cromossómicas. A maioria dos autores sugere que a incidência da Síndrome de Cornelia de Lange está subestimada, em virtude da mortalidade precoce e da existência de indivíduos com formas mais ligeiras em que o diagnóstico se torna mais difícil. As estimativas da incidência situam-se entre 1 em 10000 e 1 em 50000 nados vivos. A maioria dos casos é esporádica e tem estudos cromossómicos normais. Algumas alterações dos cromossomas 3 e 9 podem originar alterações semelhantes às do Síndrome de Cornelia de Lange. Alguns dos casos de Síndrome de Cornelia de Lange podem ter hereditariedade autossómica dominante. Quando afetados, os recém-nascidos apresentam-se pequenos, com baixo peso, associados normalmente a uma microcefalia e com características faciais particulares, que se misturam com os traços herdados da sua própria família. Têm as sobrancelhas unidas, as pestanas longas, o nariz pequeno, a cara redonda, os lábios finos e ligeiramente invertidos. As mãos e os pés são pequenos, o quinto dedo está geralmente encurvado e, por vezes, as crianças apresentam uma membrana interdigital entre o segundo e o terceiro dedo dos pés. A síndrome caracteriza-se também pela presença de um atraso de linguagem, deficiência mental, anomalias cardíacas, intestinais, refluxos gastroesofágico, problemas visuais e auditivos e dificuldades de alimentação. As pessoas portadoras desta doença podem possuir uma falta de sensibilidade à dor ou uma sensibilidade táctil mais acentuada. A elevada frequência de dificuldades alimentares e de refluxo gastroesofágico (cerca de 77% dos casos), e ainda a possibilidade de morte por apneia ou por aspiração impõem a observação e o aconselhamento médico precoces no que diz respeito aos cuidados na alimentação e às terapêuticas médicas ou cirúrgicas necessárias. Quando os vómitos apresentados são muito frequentes e o refluxo gastroesofágico é também elevado, devem realizar-se exames imagiológicos, de modo a excluir a falência de outros órgãos. As anomalias cardíacas estão presentes de 13 a cerca de 29% dos doentes, pelo que devem ser avaliadas nos indivíduos com esta síndrome, assim como as anomalias renais. O risco acrescido de otites crónicas e de perda de audição deve ser tido em conta antecipadamente de forma a poderem ser tomadas medidas para a melhoria das capacidades de comunicação. Os problemas relacionados com as dificuldades alimentares, alterações do crescimento, da fala e do desenvolvimento psicomotor dominam a história natural das crianças com Síndrome de Cornelia de Lange. Nas causas de morte, que ocorre em cerca de 4,5% dos casos, incluem-se: apneias (interrupções da respiração), aspiração de alimentos, anomalias cardíacas, hemorragias intracranianas e incidentes no período pós-operatório. A existência de um número baixo de plaquetas é uma alteraç ão raramente encontrada na Síndrome de Cornelia de Lange. A maioria dos doentes não adquire autonomia. Uma das complicações subestimada nesta síndrome, é a dificuldade de alimentação durante a infância, freqüentemente secundária a refluxo gastroesofágico. Estas crianças têm um risco acrescido de otites. A perda de audição é menos freqüente. As alterações oculares mais frequentemente encontradas são: miopia, nistagmo e ptose. A capacidade de comunicação destes doentes pode estar condicionada pelos problemas auditivos ou visuais. Estas crianças têm mãos e pés pequenos e em cerca de 20% ausência de dedos. São frequentes anomalias da mobilização dos cotovelos e das ancas, cardíacas, urinárias e digestivas. Outras medidas preventivas devem ser realizadas nomeadamente: sumário de urina para o despiste de infecções urinárias; cuidados de saúde oral adequados para a detecção e correção de anomalias dentárias; terapêuticas ocupacionais ou físicas para minimizar as alterações articulares. Em crianças em idade escolar, é frequente haver alterações cognitivas (75 a 100%) e do comportamento (57%). A avaliação da puberdade é especialmente importante nos indivíduos do sexo masculino com hipogonadismo, pois pode haver um défice da hormona de crescimento. Os indivíduos mais velhos devem ser sujeitos a avaliações regulares da audição e da visão. As estimativas da incidência situam-se entre 1 em 10000 e 1 em 50000 nados vivos, sendo que a maioria dos casos é esporádica e tem estudos cromossómicos normais, isto é, a Síndrome não deriva de uma alteração cromossómica. No entanto, algumas alterações dos cromossomas 3 e 9 podem originar alterações semelhantes às do Síndrome de Cornelia de Lange, daí que por vezes a doença seja considerada como um caso de hereditariedade autossômica dominante. A etiologia da Síndrome de Cornelia de Lange ainda não está definida e o risco empírico de recorrência é de cerca de 2-5%. Parece haver uma forma menos grave que pode ser autossômica dominante em que o risco de recorrência para filhos de indivíduos afetados é de 50%.
Nistagmo são oscilações repetidas e involuntárias rítmicas
de um ou ambos os olhos. É um tipo de movimento involuntário dos globos oculares, geralmente de um lado para o outro e que dificulta muito o p..rocesso de focagem de imagens. Os movimentos podem ocorrer de cima para baixo ou até mesmo em movimentos circulares e podem surgir isolados ou associados a outras doenças.
Ptose é um termo médico para referir a queda da pálpebra
superior. Pode ser uni ou bilateral. Suas causas incluem a miastenia grave, lesão do nervo oculomotor e lesão da inervação simpática. A ptose também pode ser congênita.
Hirsutismo: aumento excessivo de pelos na mulher, em