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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes

Escola Técnica Aberta do Brasil

Comércio

Administração Estratégica
Eliana Soares Barbosa Santos

Ministério da
Educação
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil

Comércio

Administração Estratégica

Eliana Soares Barbosa Santos

Montes Claros - MG
2011
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Ministro da Educação Coordenadores de Cursos:
Fernando Haddad Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio
Augusto Guilherme Dias
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenador do Curso Técnico em Comércio
Carlos Alberto Meira
Coordenadora Geral do e-Tec Brasil
Iracy de Almeida Gallo Ritzmann Coordenador do Curso Técnico em Meio
Ambiente
Governador do Estado de Minas Gerais Edna Helenice Almeida
Antônio Augusto Junho Anastasia
Coordenador do Curso Técnico em Informática
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia Frederico Bida de Oliveira
e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal Coordenador do Curso Técnico em
Vigilância em Saúde
Simária de Jesus Soares

Coordenador do Curso Técnico em Gestão


em Saúde
Reitor Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim
Paulo César Gonçalves de Almeida
ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Vice-Reitor e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
João dos Reis Canela
Elaboração
Pró-Reitora de Ensino Eliana Soares Barbosa Santos
Maria Ivete Soares de Almeida
Projeto Gráfico
Diretor de Documentação e Informações e-Tec/MEC
Giuliano Vieira Mota
Supervisão
Coordenadora do Ensino Médio e Fundamental Alcino Franco de Moura Júnior
Rita Tavares de Mello
Diagramação
Diretor do Centro de Ensino Médio e Hugo Daniel Duarte Silva
Fundamental Marcos Aurélio de Almeida e Maia
Wilson Atair Ramos
Impressão
Gráfica RB Digital
Coordenador do e-Tec Brasil/CEMF/
Unimontes Designer Instrucional
Wilson Atair Ramos Angélica de Souza Coimbra Franco
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/
CEMF/Unimontes Revisão
Rita Tavares de Mello Maria Ieda Almeida Muniz
Patrícia Goulart Tondineli
Rita de Cássia Silva Dionísio
AULA 1

Alfabetização Digital
Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes

Prezado estudante,

Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes!

Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola


Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezem-
bro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público,
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e
escola técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e
grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pes-
soas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimen-
to da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente
ou economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes
das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incenti-
vando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas
instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em
escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino téc-
nico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação
profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica,
– não só é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas
também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cul-
tural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Ministério da Educação
Janeiro de 2010

Administração Estratégica 3 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Alfabetização Digital
Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas


de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou


“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada


no texto.

Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades


empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e
outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis


de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu
domínio do tema estudado.

Administração Estratégica 5 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Alfabetização Digital
Sumário

Palavra do professor conteudista..............................................9


Projeto instrucional............................................................ 11
Aula 1 - Globalização e mercado de trabalho.............................. 13
1.1 Introdução à administração estratégica........................... 13
Resumo.................................................................... 18
Atividades de aprendizagem............................................ 18
Aula 2 - Variáveis econômicas, políticas e sociais......................... 21
2.1 Variáveis que afetam o planejamento estratégico.............. 21
Resumo.................................................................... 27
Atividades de aprendizagem............................................ 27
Aula 3 - Planejamento: métodos e técnicas................................ 29
3.1 Práticas de inteligência competitiva.............................. 29
Resumo.................................................................... 36
Atividades de aprendizagem............................................ 36
Aula 4 - Noções e princípios do planejamento estratégico............... 37
4.1 Princípios do planejamento......................................... 37
4.2 Tipos de planejamento ............................................. 39
Resumo.................................................................... 40
Atividades de aprendizagem............................................ 40
Aula 5 - Definição do negócio nas empresas............................... 41
5.1 Conceito de negócio................................................. 41
Resumo.................................................................... 44
Atividades de aprendizagem............................................ 44
Aula 6 - Definição de missão na empresa................................... 45
6.1 Conceito de missão.................................................. 45
Resumo.................................................................... 46
Atividades de aprendizagem............................................ 47
Aula 7 - Plano de ação......................................................... 49
7.1 Conceito de plano de ação.......................................... 49
7.2 Aspectos gerais do plano de ação ................................. 50
Resumo.................................................................... 51
Atividades de aprendizagem............................................ 51
Aula 8 - Plano de negócio..................................................... 53
8.1 Conceito de plano de negócios..................................... 53
8.2 Detalhes de um plano de negócios............................... 54
8.3 Passos para elaboração do plano de negócios................... 56
8.4 Análise SWOT / FOFA no plano de negócio...................... 56
8.5 Benefícios gerados na execução do plano de negócios......... 57
Resumo.................................................................... 58
Atividades de aprendizagem............................................ 58

Administração Estratégica 7 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Aula 9 - Planejamento financeiro............................................ 59
9.1 Conceito de planejamento financeiro............................. 59
9.2 Função do planejamento financeiro............................... 60
9.3 Ferramentas utilizadas no planejamento financeiro............ 61
9.4 Características do planejamento financeiro...................... 62
9.5 Aspectos do planejamento financeiro............................. 62
Resumo.................................................................... 63
Atividades de aprendizagem............................................ 63
Referências ..................................................................... 64
Currículo do professor conteudista.......................................... 66

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 8
AULA 1

Alfabetização Digital
Palavra do professor conteudista

Prezado(a) Acadêmico(a),

Seja bem-vindo aos estudos da Disciplina Administração Estratégica


do Curso Técnico em Comércio. Você já teve a oportunidade de conhecer
os princípios básicos da administração, suas funções e conceitos. Conheceu
também sobre a empresa e o seu meio ambiente, identificou as caracte-
rísticas do empreendedor e suas habilidades na disciplina de Introdução à
Administração.
Agora em nossa disciplina, vamos mostrar como gerenciar uma em-
presa de forma estratégica, conhecer as ferramentas para um bom geren-
ciamento de uma empresa.
Vamos identificar qual o negócio de uma empresa, saber planejá-lo,
conhecer qual a missão de determinada empresa para a sociedade, identi-
ficar os valores e como projetar um futuro para um empreendimento, aonde
se pretende chegar e como chegar, o que fazer para alcançar os objetivos
propostos para a empresa.
Para atingirmos o nosso objetivo, além dos textos colocados na pla-
taforma oferecemos uma série de literaturas complementares.
Para que este aprendizado tenha o efeito esperado, é preciso muita
leitura e perseverança para se alcançar bons resultados.
A você, bons estudos e seja participativo, procure se informar, se
atualizar sempre e coloque em prática os conceitos adquiridos. Faça as
atividades propostas para cada unidade e não deixe de acessar o ambiente
virtual do curso para ter acesso às atividades complementares, aulas, chats
e fóruns.

Tenha um excelente aproveitamento!

Administração Estratégica 9 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Alfabetização Digital
Projeto instrucional

Disciplina: Administração Estratégica (carga horária: 64h).


Ementa: Globalização e mercado de trabalho; métodos e técnicas
de planejamento; noções da teoria e princípios do planejamento estratégico;
definição do negócio, da missão e dos princípios da empresa; planos de ação;
planos de negócios; planejamento financeiro e formação de preço de venda.

AULA OBJETIVOS DE APREN- MATERIAIS CARGA


DIZAGEM HORÁRIA

1. Globaliza- Identificar os conceitos Caderno do e-tec e textos 4h


ção e mercado de mercado e globali- na página virtual
de trabalho zação

2.Variáveis Conhecer os tipos de Caderno do e-tec e textos 6h


econômicas, variáveis econômicas, na página virtual; utilizar
políticas e políticas e sociais sites referentes ao conteúdo
sociais

3. Planeja- Identificar os tipos de Caderno do e-tec e textos 6h


mento: métodos e as técnicas na página virtual; utilizar
métodos e de planejamentos. sites referentes ao conteúdo
técnicas

4.Noções e Conhecer as noções e Caderno do e-tec, textos e 8h


princípios do identificar os princí- exercícios na página virtual
planejamento pios do planejamento
estratégico estratégico.

5.Definição do Definir o negócio nas Caderno do e-tec e textos 8h


negócio nas empresas. na página virtual; utilizar
empresas sites referentes ao conteúdo

6.Definição de Definir e elaborar a Caderno do e-tec e textos 8h


missão missão nas empresas. na página virtual; utilizar
sites referentes ao conteúdo

7. Plano de Identificar os tipos e Caderno do e-tec e textos 8h


ação procedimentos de um na página virtual; utilizar
plano de ação. sites referentes ao conteúdo

Administração Estratégica 11 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


8.Plano de Conhecer e elaborar Caderno do e-tec e textos 8h
negócio um plano de negócio. na página virtual; utilizar
sites referentes ao conteúdo

9.Planejamen- Identificar e elabo- Caderno do e-tec e textos 8h


to financeiro rar um planejamento na página virtual; utilizar
financeiro. sites referentes ao conteúdo

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 12
AULA 1

Aula 1 - Globalização
Alfabetização Digital e mercado de tra-
balho

1.1 Introdução à administração estratégica



“Para se chegar, aonde quer que seja, não é preciso dominar
a força; basta controlar a razão.”
Amir Kink


Figura 1: Globalização.
Fonte: http://goo.gl/uKyJz > acesso em 24/11/2010

Veremos, nesta aula, um breve histórico da globalização e do mer-


cado de trabalho, sua importância nos processos administrativos, compre-
endendo os conceitos básicos, os princípios que norteiam a aplicação dos
conhecimentos voltados à estruturação do planejamento estratégico.

1.1.1 Conceito de globalização


A globalização apresenta-se como um conjunto de transformações
na política e economia mundial. O marco dessas mudanças é a integração
dos mercados numa “aldeia-global”, explorada pelas grandes corporações
internacionais. Os Estados abrem-se ao comércio e ao capital internacional e
deixam gradativamente as barreiras comerciais para proteger sua produção
da concorrência dos produtos estrangeiros sendo esse processo acompanha-
do de uma intensa revolução nas tecnologias de informação devido ao al-
cance mundial e à crescente popularização das redes sociais. Ultrapassando

Administração Estratégica 13 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


assim os limites da economia e começando a provocar uma homogeneização
cultural entre os povos.
Aldeia Global: O
Você pode observar no seu dia a dia como o conceito de distância
conceito de “aldeia tornou-se relativo, principalmente pelas ferramentas tecnológicas que estão
global”, criado pelo à disposição neste mundo virtual.
sociólogo canadense
Marshall McLuhan
[1], quer dizer que o 1.1.2 Cronologia da globalização
progresso tecnológico
estava reduzindo todo
o planeta à mesma
situação que ocorre
em uma aldeia.
Marshall McLuhan foi
o primeiro filósofo
das transformações
sociais provocadas pela
revolução tecnológica
do computador e das
telecomunicações.
Como paradigma da
aldeia global, ele elegeu
a televisão, um meio de
comunicação de massa
em nível internacional,
que começava a ser
integrado via satélite.

Figura 2: Cronologia da Globalização.


Fonte: http://goo.gl/kYQMl > acesso em 24/11/2010

Vamos conhecer alguns períodos da história em que podemos iden-


tificar que a globalização teve início na antiguidade:

• e la aparece na constituição do Império Chinês;


• na civilização egípcia, que manteve o domínio de todo o conti-
nente africano;
• na Grécia, que apesar das cidades-estado, que mesmo indepen-
dentes viam uma globalização da economia;

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 14
• o s Romanos utilizaram o direito como instrumento de poder,
para organizar e controlar o Estado e com a expansão territorial,
os romanos se veem obrigados a construir uma rede de estrada,
que possibilitou a comercialização e a comunicação entre os
diversos povos;
• os portugueses com as grandes navegações procuravam novas
rotas comerciais de globalização;
• nos séculos (XIV e XV), capacidade de produção é inferior ao
consumo e à falta de alimento para abastecer os núcleos urba-
nos, culmina exploração de novos mercados, para suprir essa
demanda;
• já no século XIX, no Imperialismo quando a economia europeia
entrou em crise, as fábricas estavam produzindo cada vez mais
mercadorias em menos tempo, o mercado não absorvia a super-
produção de mercadorias, os preços e os juros despencaram.
Para superar a crise, países europeus, EUA e Japão buscaram
mercados para escoar o excesso de produção e capitais;
• no século XX e XXI podemos observar que os mercados se unifi-
caram, o fortalecimento de grupos internacionais (como o Mer-
cosul ou a Comunidade Europeia) e o incentivo do governo de
cada país à instalação de empresas estrangeiras em seu terri-
tório coloca a globalização efetivamente nos processos a serem
considerados na administração estratégica das empresas.

Figura 3: Globalização e o Mercado.


Fonte: http://goo.gl/XBETZ

Administração Estratégica 15 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


1.1.3 Globalização
Para alguns pesquisadores, a explicação mais didática da globaliza-
ção está no teorema do economista Eduardo Gianetti da Fonseca: “O fenô-
meno da globalização resulta da conjunção de três forças poderosas:
• a terceira revolução tecnológica (tecnologia ligada à busca, pro-
cessamento, difusão e transmissão de informações; inteligência
artificial; engenharia genética);
• a formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos inte-
grados (como o Mercosul (Mercado Comum do Sul, a União Euro-
peia) e o Nafta (Tratado Norte Americano de livre Comércio));
• a crescente interligação e interdependência dos mercados físi-
cos e financeiros, em escala planetária.
O que podemos observar no nosso dia a dia é que a globalização é a
interligação dos povos, independente de cultura, raça ou o poder aquisitivo.
O mundo passa a quase que falar o mesmo dialeto, que é o da tecnologia.
Você imaginaria poder fazer um curso de formação tão específico
como este, sem a necessidade de se deslocar para outra região, ou mesmo
de casa, se você possui as ferramentas tecnológicas necessárias?
A globalização tem o poder de inclusão e de exclusão social, econô-
mica e cultural. É definitivamente um caminho de mão única, define uma
nova era da história mundial.
A condição de
poder acessar
instantaneamente novas
1.1.4 Comunicação
tecnologias, como
novos medicamentos,
equipamentos
cirúrgicos de
alta qualidade e
técnicas cada vez
mais eficientes, o
aumento na produção
de alimentos e
barateamento no
custo dos mesmos,
tem causado nas
últimas décadas um
aumento generalizado
da longevidade dos
países emergentes e
desenvolvidos.

Figura 4: Comunicação na globalização.


Fonte http://goo.gl/FXmFc > acesso em 24/11/2010

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 16
Verifica-se que a globalização das comunicações tem sua face mais
visível na internet, a rede mundial de computadores, estruturada por acor-
dos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área de telecomuni-
Conhecemos pelo
cações e governos no mundo. O que permitiu um fluxo de ideias e informa- menos os idiomas mais
ções sem limites na atualidade. usuais nos mercados
internacionais, que são
Vejamos, se antes você estava limitado à imprensa e informações
o inglês e o espanhol,
apenas regional, hoje você mesmo pode se tornar parte da imprensa e ob- mais do que uma
servar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de limita- qualificação, uma
exigência do mercado
ção a barreira linguística. de trabalho.
Há também outra característica da globalização das comunicações
que é o aumento da universalização ao acesso dos meios de comunicação,
graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de in-
fraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento
geral da qualidade graças à inovação tecnológica. Na atualidade, uma inova-
ção criada no Japão pode aparecer em vários mercados ao mesmo tempo, e,
em poucos dias, virar sucesso de mercado.

1.1.5 Mercado

Figura 5: Mercado globalizado.


Fonte http://goo.gl/LliJb > acesso em 24/11/2010 Outsourcing (em inglês,
“Out” significa “fora” e
“source” ou “sourcing”
Como vimos, acabaram-se as fronteiras no universo globalizado, significa fonte) designa
sendo os efeitos no mercado de trabalho da globalização cada vez mais evi- a ação que existe
por parte de uma
dentes, com a criação da modalidade de outsourcing de empregos para pa- organização em obter
íses com mão de obra mais baratas para execução de serviços que não é mão de obra de fora da
necessária alta qualificação, com a produção distribuída entre vários países, empresa, ou seja, mão
de obra terceirizada.
seja para criação de um único produto, onde cada empresa cria uma parte, Está fortemente
seja para criação do mesmo produto em vários países para redução de custos ligada a ideia de sub-
e ganhar vantagem competitiva no acesso de mercados regionais. contratação de serviços.

Administração Estratégica 17 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


O ponto mais evidente é o que o colunista David Brooks definiu
como “Era Cognitiva”, na qual a capacidade de uma pessoa em processar
informações ficou mais importante que sua capacidade de trabalhar como
operário em uma empresa graças à automação, também conhecida como
Era da Informação, uma transição da exausta era industrial para a era pós-
-industrial.
Cada vez mais a necessidade de expandir seus mercados leva as
nações a adquirirem produtos de outros países, marcando o crescimento da
ideologia econômica do liberalismo.
Liberalismo pode ser
definido como um
Observa-se então que na globalização, o mercado converte-se aos
conjunto de princípios princípios básicos do liberalismo que são:
e teorias políticas, que • defesa da propriedade privada;
apresenta como ponto • liberdade econômica (livre mercado);
principal a defesa
da liberdade política
• mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da na-
e econômica. Nesse ção (governo limitado);
sentido, os liberais são • igualdade perante a lei (estado de direito).
contrários ao forte O que nos leva a seguinte afirmação: A detenção de conhecimento
controle do Estado na
economia e na vida das e das ferramentas da administração estratégica são elementos fundamen-
pessoas. tais, no gerenciamento das empresas neste cenário mundial.

Resumo
Nesta primeira aula, você pôde conhecer de forma sucinta a histó-
ria da globalização, sua influência no mercado econômico.
Vimos como a globalização faz parte do nosso dia adia. Verificamos,
também, que a tecnologia da informação é um dos fatores primordiais para
a solidificação dos mercados globalizados, verificamos que o conhecimento
das ferramentas da administração será um fator determinante para o geren-
ciamento das empresas.
Então, vamos verificar o quê você aprendeu?

Atividades de aprendizagem
Prezado(a) acadêmico(a), com base na apostila virtual e na bibliografia reco-
mendada, responda às questões a seguir.

1) Defina os conceitos de:

Globalização:
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 18
Blocos econômicos:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________

Rede de comunicação:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
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Administração Estratégica 19 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Aula 2 - Variáveis
Alfabetização econômicas, políticas
Digital
e sociais

2.1 Variáveis que afetam o planejamento estra-


tégico

Figura 6: Variáveis do planejamento estratégico.


Fonte: http://goo.gl/6HiIF > acesso em 24/11/2010

O objetivo desta nossa aula é conhecer as variáveis econômicas,


políticas e sociais que interferem na administração estratégica da empresa.
Então, agora que já conhecemos alguns conceitos da globalização e
de mercado, conheceremos os pontos que afetam as movimentações desses As alterações
ocorridas no mercado
mercados. financeiro no mundo
Como exemplo dessa afirmação pode-se observar que, quando há globalizado acarretam
pontualmente a
aumento do petróleo no mercado mundial, nossa gasolina sofre alguma va-
economia nacional e,
riação, verificando assim a necessidade de conhecermos algumas variáveis consequentemente, a
importantes no desenvolvimento do planejamento estratégico de uma em- economia regional.
presa.

Administração Estratégica 21 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


2.1.1 Variáveis ambientais

Figura 7: Ambiente empresarial.


Fonte: http://goo.gl/tZc1y > acesso em 24/11/2010
A forma como se
caracteriza o ambiente
vai determinar a Dentro do processo de criação do planejamento estratégico ela é a
execução ou não de
um novo projeto;
primeira a ser analisada, pois se faz necessário conhecer o ambiente onde
sendo que estudos a empresa opera a sua atividade, suas características, tais como tamanho,
podem apontar locais área de atuação e operacionalização. Deve ser realizada com a participação
e épocas corretas para
se disponibilizar um de agentes representativos do setor ou da organização, as quais devem ana-
produto ao consumidor. lisar e verificar aspectos inerentes à realidade interna e externa.

“Nenhuma abundância de recursos resiste ao impacto de


uma exploração sem retorno.”
Paulo Nogueira Neto

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 22
2.1.2 Variável econômica

Figura 8: Variável econômica.


Fonte: http://goo.gl/lOxdN >acesso em 22/11/2010

Quando falamos em variável estamos falando em alguma grandeza


que precisa ser definida e mensurada. E ao falarmos em variável econômica,
podemos definir como um grupo de grandezas determinadas pela disposição
do sistema econômico, como exemplo, a riqueza produzida, o capital inves-
tido, os preços, as taxas de juros, a política de câmbio.
• Riqueza produzida: O PIB (Produto Interno Bruto) constitui
um dos principais indicadores da economia, pois demonstra o
valor de toda riqueza produzida, num determinado período de
tempo.
• Capital investido: É o somatório de recursos inscritos e coloca-
dos à disposição para geração de riquezas em uma organização.
• Preços: É a base de custo de determinada oportunidade.
• Taxas de juros: São os percentuais de juros cobrados pela utili-
zação de um crédito. É o valor pago como compensação pelo uso
de dinheiro alheio.

Administração Estratégica 23 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


• P olítica de câmbio: São conjuntos de ações desenvolvidas pelo
governo para controle das alterações na taxa de câmbio, que
representa o valor de uma unidade monetária de uma moeda
estrangeira para conversão em moeda nacional.
• Taxa de desemprego: É o percentual de pessoas em condições
de exercer uma profissão remunerada, que estão fora do mer-
cado de trabalho. Corresponde ao número de trabalhadores de-
sempregados divididos pela força de trabalho.

2.1.3 Variáveis sociais

Figura 9: Variável social.


Fonte: http://goo.gl/De6yt >acesso em 22/11/2010

As variáveis sociais é um dos pontos fortes na elaboração de um


planejamento estratégico, conhecer e identificar as condições sociais de de-
terminada população é fator determinante para elaboração das estratégias.
• Grau de escolaridade: Define-se como a realização de um ciclo
de estudos, é a composição dos níveis escolares.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), em seu
artigo 21, define o termo “escolaridade” no Título 5, Capítulo I: “Composição
dos Níveis Escolares”, referindo:
“Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino funda-
mental e ensino médio;
II - educação superior “
• Classe social: Karl Marx foi o primeiro sociólogo a desenvolver
uma teoria das classes sociais. Marx faz da relação de proprie-
dade a relação social determinante que opõe, no modo de pro-
dução capitalista, os proprietários dos meios de produção e os
proletários detentores unicamente da sua força de trabalho.
A classe social é definida como o conjunto dos agentes sociais colo-
cados nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades
ideológicas e políticas.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 24
Você sabia: Que Karl Heinrich Marx foi um intelectual e revolucio-
nário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como
economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
• Poder aquisitivo: Considerado como a capacidade de uma pessoa
para adquirir bens, acumular riquezas, é a relação monetária
de um individuo pelo número de individuo de uma determinada
população.

2.1.4 Variáveis políticas

Figura 10: Políticas públicas.


Fonte: http://goo.gl/aPNlk >acesso em 22/11/2010

Sendo outro identificador para a implantação do planejamento es-


tratégico, corresponde ao fator político de determinado contexto, onde se
observa fatos e ações pontuais dos poderes executivo, judiciário e legisla-
tivo. Alguns fatores são muito importantes nessa variável, como estrutura
ideológica, sindical, instituições religiosas, também se deve levar em conta
a estrutura de poder, bem como as políticas resultantes desse poder, sejam
políticas monetárias, tributárias, de distribuição de rendas, políticas de se-
gurança, entre outras.

Administração Estratégica 25 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


2.1.5 Variáveis psicológicas

Figura 11: Consumidora ativa.


Fonte: http://goo.gl/Ivhvy >acesso em 22/11/2010

Refere-se à maneira de pensar, as necessidades e desejos do consu-


midor, é nesse ponto que se aplica um estudo em conjunto com a Teoria de
Maslow, para compreender os anseios do consumidor.

Teoria de Maslow:
Corresponde a uma
teoria de motivação.
Para Maslow, as
necessidades dos seres
humanos obedecem a
uma hierarquia, ou seja,
uma escala de valores a
serem conquistados.

Figura 12: Teoria de Maslow.


Fonte: http://goo.gl/WivRV > acesso em 22/11/2010

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 26
Resumo

Quadro resumo da aula 2


Variáveis ambientais

Variáveis que afetam o planejamento Variáveis econômicas


estratégico Variáveis sociais
Variáveis psicológicas

Quadro I: Resumo dos tipos de variáveis que afetam o planejamento


Fonte: Próprio autor

Bem, agora é hora de praticar, vamos lá!

Atividades de aprendizagem
Prezado(a) acadêmico(a), com base na apostila virtual e na bibliografia reco-
mendada, responda às questões a seguir.

1) Quanto à variável econômica , cite 4 tipos, comente sobre eles e dê


exemplos de situações que afetam um planejamento estratégico.

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Administração Estratégica 27 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Alfabetização Digital
Aula 3 - Planejamento: métodos e técnicas

O objetivo desta nossa aula é identificar os tipos de métodos e as


técnicas do planejamento estratégico.
Então, observaram que antes de fazermos um planejamento estra-
tégico precisamos fazer uma análise das variáveis que afetam a construção
do projeto.
Mas está faltando algo; precisamos conhecer, agora, os métodos e
técnicas para a elaboração do planejamento.
Para iniciar, vamos entender o significado de métodos e técnicas.
Método: Conjunto dos meios dispostos convenientemente para al-
cançar um fim e especialmente para chegar a um conhecimento científico ou
comunicá-lo aos outros.
Técnica: Conjunto dos métodos e pormenores práticos essenciais à
execução perfeita de uma arte ou profissão.
Ao estudarmos sobre a globalização, vimos que a velocidade de
informação e conhecimento delas é um fator determinante para o bom de-
sempenho das empresas.
No mercado globalizado, onde os dados que percorrem o mundo,
chegam a frações de segundos, a transformação de informações em atitude
prática de apoio às decisões tomadas nas empresas são de fundamental im-
portância para a liderança no mercado.
Os profissionais da área de inteligência cognitiva coletam, analisam
e aplicam, legal e eticamente, informações relativas às capacidades, vulne-
rabilidades e intenções de seus concorrentes e monitoram acontecimentos
do ambiente competitivo geral. Não há maneira de as organizações operarem
eficazmente sem um sistema de coleta e análise de informações (MILLER, 2002).

3.1 Práticas de inteligência competitiva


As empresas direcionadas ao planejamento adotam práticas, ferra-
mentas e técnicas de análise para que possam acompanhar o que fazem os
seus concorrentes e as condições gerais do ambiente externo e interno.
A utilização dessas técnicas é fundamental para a tomada de de-
cisão, proporcionando uma visão integrada do que acontece, otimizando o
tempo, racionalizando o uso de recursos e minimizando os riscos nas empresas.
Os empregos de técnicas e ferramentas de análise convergem para
a monitoração de informações ambientais, que pode se concretizar na estru-
turação de sistemas de informação para a tomada de decisão (TARAPANOFF,
2001). Para Prescott e Miller (2002, p. 190), “técnicas analíticas especialmen-
te projetadas para a inteligência permitem uma interpretação confiável do
ambiente externo e, assim, dão apoio à tomada de decisões estratégicas”.

Administração Estratégica 29 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Essas técnicas devem coletar e interpretar informações que captem
o comportamento dos concorrentes, reguladores, tecnologias e outros fato-
res de influência externa de forma que permita uma análise rigorosa e disci-
plinada por parte de profissionais formados. O resultado final desta atividade
analítica é uma avaliação do que está ocorrendo externamente e do que isso
significa para a empresa (PRESCOTT e MILLER, 2002).
Destacaremos no quadro abaixo algumas práticas, que são referên-
cia para muitos autores.

Métodos e práticas aplicadas ao planejamento


SWOT / FOFA;
Cenários;
Delphi;
Painel de especialistas;
Balanced Scorecard (BSC).
Quadro II - Métodos e práticas aplicadas ao planejamento
Fonte: Próprio autor

Prestem muita atenção nos conceitos que iremos trabalhar, pois a


escolha do método a ser aplicado pela empresa identifica detalhes específi-
cos para o sucesso do planejamento.

3.1.1 Análise SWOT

É uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas como


parte do plano de negócios. O termo SWOT vem do inglês e representa as
iniciais das palavras Strength (Força), Weakness (Fraqueza), Opportunities
(Oportunidades) e Threats (Ameaças).

S Strengths
W Weakness
O Opportunities
T Threats
F Forças
O Oportunidades
F Fraquezas
A Ameaças
Quadro III - Análise SWOT
Fonte: Próprio autor

Esta análise permite que o analista pense como um tomador de de-


cisões e identifique momentos para a ação corporativa. Destaca os riscos e
oportunidades com que a empresa se depara ao tentar influenciar uma dada
situação competitiva.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 30
Quadro IV - Ambientes na Análise FOFA
Fonte: Próprio autor

Podemos observar que as forças e fortalezas são inerentes da em-


presa, ou seja, acontece no ambiente interno. Ao fazer um planejamento
é possível observar como forças: as competências, os recursos, a posição
alcançada, a vantagem competitiva; e as fraquezas (aspectos que limitam ou
reduzem a capacidade de desenvolvimento e competitividade).

3.1.1.1 Ambientes interno e externo na análise SWOT / FOFA

É dividida em duas partes, sendo o ambiente interno e o ambiente


externo à organização. Ela é necessária porque a organização tem que agir
de forma diferente para cada caso.
Verifica-se que o ambiente interno pode ser controlado pela ad-
ministração da empresa, já que ele é o resultado de estratégias de atuação
definidas pela própria empresa.
Porém o ambiente externo está fora do controle da organização. O
que não significa que não seja útil conhecê-lo. Mesmo não podendo controlá-lo,
conseguimos monitorá-lo e procurar reverter esse resultado para a empresa.

Administração Estratégica 31 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Ambiente interno

O ambiente interno deve ser monitorado constantemente, é impor-


tante fazer uma relação de quais são as variáveis que devem ser monitora-
das, em seguida, devemos criar uma escala para avaliar cada tópico.
O passo seguinte é determinar a importância de cada um desses
itens em relação aos objetivos da organização.
O ambiente interno corresponde às forças e fraquezas, como segue
abaixo:
Forças: correspondem aos recursos e capacidades da empresa que
podem ser combinados para gerar vantagens competitivas em relação a seus
competidores. Incluem:
• marcas de produtos;
• conceito da empresa;
• participação de mercado;
• vantagens de custos;
• localização;
• fontes exclusivas de matérias-primas;
• grau de controle sobre a rede de distribuição.
Fraquezas: os pontos mais vulneráveis da empresa em comparação
aos mesmos pontos de competidores atuais ou em potencial:
• pouca força de marca;
• baixo conceito junto ao mercado;
• custos elevados;
• localização não favorável;
• falta de acesso a fontes de matérias-primas;
• pouco controle sobre a rede de distribuição.
De qualquer modo, deve-se atentar que muitas vezes forças e fra-
quezas se confundem. Uma força atual pode se transformar em fraqueza no
futuro, pela dificuldade de mudança que a mesma provoca.

Ambiente externo

Vários fatores externos à organização podem afetar o desempenho


da empresa. E as mudanças no ambiente externo podem representar opor-
tunidades ou ameaças ao desenvolvimento do plano estratégico de qualquer
organização.
A avaliação do ambiente externo pode ser dividida em duas partes:
• Fatores macroambientais – questões demográficas, econômicas,
tecnológicas, políticas, legais, etc.
• Fatores microambientais – beneficiários, suas famílias, as organi-
zações congêneres, os principais parceiros, os potenciais parcei-
ros, etc.
As organizações que percebem mudanças no ambiente externo e
que tenham agilidade para se adaptar a essas mudanças, com certeza terá
um melhor aproveitamento das oportunidades e sofrerá menos consequên-
cias das ameaças, sendo tão fundamental a análise do ambiente externo
para as empresas.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 32
A análise deve ser permanente, porque o ambiente externo é muito
dinâmico e está sendo alterado constantemente. O ambiente externo corres-
ponde às oportunidades e ameaças, como segue abaixo:
Oportunidades – correspondem às oportunidades para crescimento,
lucro e fortalecimento da empresa, tais como:
• Necessidades não satisfeitas do consumidor;
• Aumento do poder de compra do mercado;
• Disponibilidade de linhas de crédito.
Ameaças – correspondem a mudanças no ambiente que apresentam
ameaças à sobrevivência da empresa, tais como:
• Mudanças nos padrões de consumo;
• Lançamento de produtos substitutivos no mercado;
• Redução no poder de compra dos consumidores.
Bem como vimos uma coisa é perceber a mudança no ambiente
externo, outra é ter competência para adaptar-se a estas mudanças, apro-
veitando as oportunidades e/ou enfrentando as ameaças.

3.1.2 Análise por cenários


São descrições apresentadas em forma narrativa focalizadas de di-
ferentes futuros prováveis, pode ser uma descrição de ocorrências futuras,
em termos de variáveis e questões-chave, ou pode ser formado em combina-
ções com outras técnicas de previsão.
A utilização do desenvolvimento de cenários oferece aos tomadores
de decisões vestígios de possibilidades futuras que podem contribuir subs-
tancialmente para o planejamento estratégico da empresa. Através dessa
análise, verificam-se continuamente as estatísticas vitais da empresa, como,
situação financeira, vendas, orçamentos.
Podemos ainda definir como conjunto formado pela descrição, de
forma coerente, de uma situação futura e do encaminhamento dos acon-
tecimentos que permitam passar da situação de origem à situação futura
(GODET, 1996).

Algumas características da análise de cenários:

• é um método para ordenar as percepções acerca de alternativas


futuras, visando à tomada de decisão e planejamento;
• é um método de previsão estratégica, que mostra uma preocu-
pação integral por todas as variáveis da atividade organizacional;
• é um método especulativo que contempla o futuro como uma
realidade múltipla e indeterminada;
• é um método qualitativo que demanda um esforço temporal e
econômico.

Administração Estratégica 33 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


3.1.3 Análise pelo método Delphi
Segundo Oliveira (2001) o método foi idealizado no século XX por
Dalkey, Gordon, Helmer e Kaplan que produziram quatorze documentos con-
siderados o prenúncio da aplicação do método, sendo que em 1968 Olaf Hel-
mer apresenta uma forma estruturada, onde utiliza as diversas informações
identificadas e obtidas pelo julgamento intuitivo das pessoas, com a finalida-
de de delinear e realizar previsões.
O método se baseia na utilização do julgamento intuitivo, sendo
utilizadas opiniões de especialistas, que são refinados em um processo inte-
rativo e repetidos algumas vezes até se alcançar o consenso interdisciplinar
e correspondente à redução do viés individual e situações de respostas que
evidenciem ignorância sobre o assunto abordado.

3.1.3.1 Características do método DELPHI

• é um método de previsão do futuro que realizado de forma sis-


temática, obtém o consenso entre diferentes especialistas;
• permite conhecer as opiniões de um conjunto de especialistas
para avaliar situações sobre o que não existe conhecimento exato;
• os especialistas não conhecem a resposta, mas são capazes de
estimar/prever riscos e incertezas de um determinado problema;
• propor estratégias de ação;
• tem como objetivo obter o consenso;
• o grupo de especialistas deve ser formado por pessoas altamente
qualificadas;
• todo o processo é dirigido por uma equipe coordenadora;
• o anonimato dos especialistas deve ser preservado;
• o processo deve ser estruturado e sistemático;
• as respostas são analisadas estatisticamente;
• o método permite modificar uma opinião inicial ou reafirmá-la.

3.1.4 Análise pelo método painel de especialistas


Constitui uma forma de obter impressões de especialistas. Os pai-
néis de especialistas permitem uma grande interação entre os participantes
e garante uma representatividade equilibrada dos segmentos interessados,
como as empresas, terceiro setor, governo, entre outros. Devem ter a mes-
ma integridade e conduta de outros estudos científicos e técnicos e devem
buscar o consenso, mas não a ponto de eliminar todas as discordâncias.

3.1.4.1 Características do método painel de especialista

• D eterminar a área temática, sendo que os especialistas devem


ter competências essenciais na área definida, com um conheci-
mento considerável da área em questão;
• o número de participantes varia entre 10 a 15 pessoas;

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 34
• e
quilíbrio quanto a faixa etária, gênero, local de origem e tam-
bém a profissão;
• deve se ter um cuidado quanto as pessoa com personalidades
dominantes;
• ter Habilidade de comunicação, expressão e síntese, criativida-
de, imaginação;
• capacidade de auto-avaliação;
• flexibilidade e autonomia;
• capacidade de trabalhar em grupo, de liderança e também de
resolução de conflitos;
• habilidades em confrontar pontos de vista e opiniões;
• utilizar a realidade vivenciada para avaliar as tendências;
• deliberar formas de atuação e estratégias de ação.

3.1.5 Análise pelo método Balanced Score Card (BSC) /


Indicadores Balanceados de Desempenho
Método baseado em mediação e gestão de desempenho desenvol-
vido por Kaplan e Norton em 1992, baseado em estudos referentes à neces-
sidade dos administradores de uma ferramenta que pudesse fornecer uma
opção balanceada de indicadores e lhes permite analisar o desempenho de
suas organizações simultaneamente a partir de diferentes perspectivas que
refletem a visão e estratégia empresarial:

Figura 13: As quatro perspectivas de desempenho do BSC (Kaplan e Norton, 1992)


Fonte: http://goo.gl/fu9SB >. Acesso em 24/11/2010

Administração Estratégica 35 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


3.1.5.1 Características do método Balanced Score Card (BSC)

• V isa complementar o controle financeiro tradicional, que moni-


tora as estratégias organizacionais a longo prazo, por meio de
mecanismos de indicadores;
• visa implementar uma estrutura para alinhar e evidenciar a or-
ganização na execução de sua estratégia;
• auxilia a tradução da missão e da estratégia organizacional em
conjunto de medidas de desempenho bem determinadas.

Resumo
Nesta aula, você conheceu os métodos e técnicas que possibilitam a
análise das informações em uma empresa. Identificou as características bá-
sicas de cada método e sua aplicabilidade em um planejamento estratégico.
Bem, agora é hora de praticar, vamos lá!

Atividades de aprendizagem
1) Complete o texto com as devidas análises do planejamento estratégico
correspondentes às características abaixo:

a) __________________________________É uma ferramenta de gestão


muito utilizada pelas empresas como parte do plano de negócios. Suas ini-
ciais significam em português: força, fraqueza, oportunidade e ameaças.

b) Podemos definir a ________________________________ como conjun-


to formado pela descrição, de forma coerente, de uma situação futura e do
encaminhamento dos acontecimentos que permitam passar da situação de
origem à situação futura.

c) O método_________________________________ foi idealizado no


século XX por Dalkey, Gordon, Helmer e Kaplan que produziram quatorze
documentos considerados o prenúncio da aplicação do método, sendo que
em 1968 Olaf Helmer apresenta uma forma estruturada, em que utiliza as
diversas informações identificadas e obtidas pelo julgamento intuitivo das
pessoas, com a finalidade de delinear e realizar previsões.

d) Os _______________________________________ permitem uma


grande interação entre os participantes e garante uma representatividade
equilibrada dos segmentos interessados, como as empresas, terceiro setor,
governo, entre outros. Devem ter a mesma integridade e conduta de outros
estudos científicos e técnicos e devem buscar o consenso, mas não a ponto
de eliminar todas as discordâncias.

e) ________________________________Método baseado em mediação


e gestão de desempenho desenvolvido por KAPLAN e NORTON em 1992,
baseado em estudos referentes à necessidade dos administradores de uma
ferramenta que pudesse fornecer uma opção balanceada de indicadores.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 36
AULA 1

Aula 4 - NoçõesDigital
Alfabetização e princípios do planeja-
mento estratégico

Figura 14: Planejamento estratégico.


Fonte: http://goo.gl/HXMpH >> acesso em 24/11/2010

O objetivo desta nossa aula é conhecer noções e identificar os prin-
cípios do planejamento estratégico.
Entraremos agora no início da construção do nosso planejamento
estratégico, nas aulas anteriores conhecemos os métodos e técnicas utiliza-
dos no planejamento, bem como ferramentas para a escolha da metodologia
que melhor se aplica a determinada empresa, bem como os ambientes mer-
cadológicos.

4.1 Princípios do planejamento


Oliveira (2007) cita que o planejamento dentro de uma empresa
deve respeitar alguns princípios, para que o resultado de sua operacionaliza-
ção sejam os esperados.

4.1.1 Princípios gerais de planejamento


Segundo Oliveira (2007) são quatro os princípios gerais para os quais
os executivos devem estar atentos:

Administração Estratégica 37 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


• O princípio da contribuição aos objetivos: nesse aspecto o pla-
nejamento deve sempre visar aos objetivos máximos da empre-
sa. No processo de planejamento devem-se hierarquizar os ob-
jetivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade,
tendo em vista a interligação entre eles.
• O princípio da precedência do planejamento: corresponde a
uma função administrativa que vem antes das outras (organiza-
ção, direção e controle). Na realidade, é difícil separar e sequen-
ciar as funções administrativas, mas pode-se considerar que, de
maneira geral, o planejamento “do que é como vai ser feito”
aparece na ponta do processo. Como consequência, o planeja-
mento assume uma situação de maior importância no processo
administrativo.
• O princípio da maior influência e abrangência: o planejamen-
to pode provocar uma série de modificações nas característi-
cas e atividades da empresa. As modificações provocadas nas
pessoas podem corresponder às necessidades de treinamento,
substituição, transferências, funções, avaliação, etc.; na tecno-
logia pode ser apresentada pelas evoluções dos conhecimentos,
pelas novas maneiras de fazer os trabalhos, etc.; e nos sistemas
podem ocorrer alterações nas responsabilidades estabelecidas
nos níveis de autoridade, descentralização, comunicações, pro-
Você consegue
perceber, como a cedimentos, instituições, etc.
elaboração de um • O princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade: O pla-
planejamento faz parte nejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar
do nosso dia a dia? as deficiências. Através desses aspectos, o planejamento procu-
Quando fazemos uma
análise na atualidade, ra proporcionar a empresa uma situação de eficiência, eficácia
para obtenção de e efetividade.
ganhos futuros, estamos Após conhecermos esses princípios, ou seja, algumas característi-
fazendo um plano de
ação para obtermos cas básicas de um planejamento estratégico identificaremos agora as espe-
uma realização. cificidades do planejamento.

4.1.2 Princípios específicos do planejamento


Ackoff (1974) sugere quatro princípios de planejamentos que podem
ser considerados como específicos:

• P lanejamento participativo: o principal benefício do planeja-


mento não é o seu resultado, ou seja, o plano, mas o processo
envolvido. Nesse sentido, o papel do responsável pelo planeja-
mento não é simplesmente elaborá-lo, mas facilitar o processo
em sua elaboração, pela própria empresa e deve ser realizado
pelas áreas pertinentes ao processo.
• Planejamento coordenado: todos os aspectos envolvidos de-
vem ser projetados de forma que atuem interdependentemente,
sendo que nenhuma parte ou aspectos de uma empresa pode ser
planejado eficientemente se o for de maneira independente de
qualquer outra parte ou aspecto.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 38
• P
lanejamento integrado: os vários escalões de uma empresa
devem ter seus planejamentos integrados. Nas empresas volta-
das para ambiente, nas quais os objetivos empresariais dominam
os dos seus membros, geralmente os objetivos são escolhidos
de “cima para baixo” e os meios para atingi-los “de baixo para
cima”, sendo esse fluxo usualmente invertido em uma empresa
cuja função primária é servir aos seus membros.
• Planejamento permanente: essa condição é exigida pela pró-
pria turbulência do ambiente, pois nenhum plano mantém seu
valor com o tempo.

4.2 Tipos de planejamento


Veremos a seguir os tipos de planejamento:

Figura 15: Tipos de planejamento.


Fonte: http://goo.gl/Wib2y > acesso em 24/11/2010

Podemos destacar três tipos de planejamento em relação aos níveis


hierárquicos:
• Planejamento estratégico: possibilita ao empreendedor estabe-
lecer o norte a ser seguido pela empresa, como modo de obter
um nível de melhores condições na relação com seu ambiente.
Diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção
dos cursos de ação a serem seguidos para sua execução, levando
em consideração as condições externas e internas à empresa e
sua evolução esperada.

Administração Estratégica 39 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


• P lanejamento tático: é o meio empregado em determinado
processo, desenvolvendo habilidades para sair-se bem nos re-
sultados do projeto e não na empresa, é desenvolvido a níveis
organizacionais inferiores.
• Planejamento operacional: verifica-se os procedimentos relati-
vos à execução das metodologias de desenvolvimento e imple-
mentação dos planos de ação dentro da empresa.
Veja como é essencial conhecermos os tipos de planejamento. Ao
conceituarmos cada um percebe-se a importância e a interrelação entre eles
e como aplicá-los na empresa.
Nas próximas unidades, focaremos a análise da empresa pelo méto-
do SWOT / FOFA, nos planos de ação e planos de negócio.

Resumo
Conhecemos, nesta aula, noções e os princípios do planejamento,
começamos a identificar os tipos e características relacionadas a metodolo-
gias aplicadas no plano de ação para desenvolvimento da empresa.
Então, como está o seu aprendizado?

Atividades de aprendizagem
1) Faça uma pesquisa sobre eficiência, eficácia e efetividade, explicitando
principalmente suas diferenças em um planejamentos estratégico.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 40
AULA 1

Aula 5 - Definição
Alfabetização do negócio nas em-
Digital
presas

Figura 16: Negócio de sucesso.


Fonte: http://goo.gl/ZdIUV

Para compreendermos a definição do negócio nas empresas, iden-


tificaremos os elementos que compõem a construção desse item que, é tão
importante para a empresa, suas características e sua elaboração.
Você pode estar se perguntando o porquê de ter uma unidade es-
pecífica para conhecer o negócio de uma empresa. Pois bem, penso ser essa
aula que mais irá mexer com a capacidade cognitiva na construção do pla-
nejamento estratégico.

5.1 Conceito de negócio


No sentido literal da palavra negócio teremos: sm 1 Comércio, tráfi-
co, transação comercial. 2 Contratos, ajuste. 3 Empresas (Dicionário Micha-
elisn on line), mas no momento em que estamos falando em planejamento
em uma empresa, significa entender todas as razões que levam os clientes a
elegê-la como fornecedora preferencial de um determinado produto.

Administração Estratégica 41 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Segundo Abell (1993) uma empresa deveria definir o seu negócio
levando em conta três dimensões:
• Quem será beneficiado, o grupo de consumidores;
• O que será o beneficio, qual a necessidade dos consumidores;
• Como satisfazer as necessidades dos consumidores.
Pela aplicação dos conceitos de Abell a empresa pode aproveitar as
mudanças ocorridas no ambiente, para ajudar a responder à questão: “Qual
será o nosso negócio?”.

Figura 17: Construir o negócio.


Fonte: http://goo.gl/UxMHi

A definição do negócio implica conhecer:

• s clientes - quem são e onde estão;


o
• os nossos clientes no futuro - quem serão;
• as necessidades que os nossos produtos/serviços satisfazem;
• as tecnologias necessárias;
• os canais de distribuição que utilizamos. Os que utilizaremos no
futuro, os mais eficientes.
Os motivos por que comprar são definidos no momento do entendi-
mento claro dos interesses percebidos pelas empresas e pessoas, que deci-
dem por consumir determinado item, seja bens ou serviços.
Para entendermos melhor, vamos exemplificar:
Se você for definir o negócio de um cinema, talvez a sua resposta
imediata fosse filmes. Essa seria a lógica simplista para um empreendedor.
Como você agora é um técnico em comércio, irá se questionar;
quem são os meus clientes? Quais os clientes que espero ter? Que produtos
irão satisfazê-los? Quais as tecnologias aplicadas ao meu produto? De que
forma o meu produto vai chegar até meus clientes?
Nossa viu quantos questionamentos virão?

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 42
Além do filme o que mais você estará oferecendo? Balas, pipocas,
refrigerantes, ar condicionado, poltronas confortáveis, ou seja, você está
indo muito além de simplesmente oferecer filmes, seu negócio é entreteni-
mento, você está oferecendo diversão, lazer.
Percebeu a abrangência destes questionamentos; após concluir o
verdadeiro significado do seu negócio será muito mais fácil fazer o planeja-
mento estratégico para a empresa.
Quando for definir o negócio de uma empresa, questione sempre,
insira perguntas que vai levá-lo em suas respostas à satisfação do cliente, o
motivo pelo qual ele prefere a sua empresa.
Para a construção de um plano de negócio, é necessário definir:

Figura 18: Visão de futuro.


Fonte: http://goo.gl/6TluK

Visão: Onde se pretende chegar. Percepção de determinada coisa.


Valores: O preço atribuído a uma coisa; estimação valia. Caráter
dos seres pelo qual são mais ou menos desejados ou estimados por uma pes-
soa ou grupo. Estimativa econômica da riqueza. Apreciação feita pelo indi- Valia: Valor intrínseco
víduo da importância de um bem, com base na utilidade e limitação relativa ou inerente à substância
do objeto de que se
da riqueza, e levando em conta a possibilidade de sua troca por quantidade trata.
maior ou menor de outros bens.
O entendimento desses dois pontos e a definição do negócio serão
os pontos cruciais para que a empresa efetue seu plano de marketing, é
fundamental para o sucesso de quem produz e de quem usa um determinado
insumo.
Como vimos representa os princípios e a ética que a empresa deve
respeitar para se manter no competitivo mercado, com o intuito de fazer
uma gestão estratégica e ampla, para os negócios, produtos e serviços da
empresa.

Administração Estratégica 43 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Resumo
Nesta aula, conceituamos o negócio da empresa e sua aplicabilida-
de; verificamos a necessidade de conhecer a visão e os valores da empresa.
Bem, agora é hora de praticar, vamos lá!


Atividades de aprendizagem
Prezado(a) acadêmico(a), com base na apostila virtual e na biblio-
grafia recomendada, responda às questões a seguir.

1) Constitua uma empresa de pequeno porte no gráfico abaixo, de-


finindo seu negócio, sua visão de futuro e os valores.

Definição do negócio:

Visão de futuro:
Empresa:

Valores da empresa:

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 44
AULA 1

Alfabetização Digital
Aula 6 - Definição de missão na empresa


Figura 19: Missão: Reconhecimento global.
Fonte: http://goo.gl/O51kK

O objetivo desta aula é definir e elaborar a missão nas empresas.

6.1 Conceito de missão


É uma afirmação clara e resumida daquilo que a empresa quer ser
e, no que ela quer se transformar, e qual o valor que ela vai gerar para a so-
ciedade ou o mercado. É uma forma de comunicação com a sociedade, onde
se revela os benefícios que ela traz para o mercado.
Missão significa responder às seguintes perguntas:
• Por que a empresa existe? Em que ambiente ela está?
• Para que propósito a empresa existe?
• Que valores a empresa oferece para a sociedade?

Administração Estratégica 45 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Definir a missão da empresa é uma tarefa difícil, pois você precisa
identificar os limites que são propostos, aonde a empresa que chegar, e prin-
cipalmente definir os princípios num mercado tão competitivo.
É um dos pontos do gerenciamento, muito discutido, mas pouco
compreendido, onde raramente é aplicado com propriedade. O que muitas
vezes leva a um planejamento inadequado e sem consistência.
Ela deve responder o que a organização se apresenta a fazer e,
principalmente, para quem irá fazer.
A missão demonstra a preocupação de que o resultado da empresa
é maior que o que foi feito para atingir esses resultados. O que se apresenta
é algo com muito mais significado do que a simples descrição do que é feito.
Segundo Oliveira (2007) a missão é a razão de ser da empresa,
é uma forma de se traduzir determinado sistema de valores e crenças em
termos de negócios e áreas básicas de atuação, considerando as tradições e
filosofias da empresa.
Para se formular a missão, algumas proposições são essenciais que
sejam definidas, entre elas:
• a razão de ser da empresa;
• o negócio da empresa;
• as atividades de concentração dos seus esforços no futuro;
• o produto a ser colocado no mercado;
• os fatores que influenciam as vendas;
• os mercados, os clientes com os quais ela vai atuar;
• a região de atuação da empresa;
• suas crenças e valores.

Definindo essas assertivas, facilitaremos o esboço dos principais


temas a serem considerados na elaboração da missão, originando tais situ-
ações:
A elaboração do
• determinação em que pontos devem ser aplicados os recursos
plano de negócios,
com a definição do disponíveis;
negócio, valores e • um acordo na administração de que os recursos e esforços para
missão fica evidente atingir a missão serão bem sucedidos.
quando a empresa
inicia um processo de
Então podemos dizer que toda empresa possui uma missão?
descentralização de Com certeza sim, o que ocorre é que algumas empresas utilizam
decisões, seja porque na elaboração do plano de negócios e outras têm apenas informalmente, ou
ela está crescendo, seja
porque o proprietário seja, o proprietário não descreveu sua missão, por não perceber a necessi-
está se preparando dade de explicitar essa informação.
para transferir as A missão representa a essência do que a empresa se propõe ao ser
decisões aos sucessores
da família ou a constituída, bem definida, ela indica os rumos a serem seguidos pela admi-
profissionais. nistração na organização e delineia as ações a serem desenvolvidas.

Resumo
Nesta aula, identificamos as características da missão, os propósi-
tos da missão na empresa, como construir uma missão.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 46
Atividades de aprendizagem
1) Elabore a missão para as seguintes empresas:

a) Uma empresa de cosméticos:


__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
_________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________

b) Uma padaria:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________

c) Um supermercado de grande porte:


__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________

Administração Estratégica 47 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Alfabetização Digital
Aula 7 - Plano de ação

Figura 20: O poder das engrenagens.


Fonte: http://goo.gl/SvyHX

Os objetivos desta aula são identificar os tipos e os procedimentos


para a elaboração de um plano de ação.
Para início, vamos identificar o que é um plano de ação.

7.1 Conceito de plano de ação


Segundo Oliveira (2007) plano de ação é um conjunto das partes
comuns dos diversos projetos ao assunto que está sendo tratado (recursos
humanos, tecnologia, etc).
É o planejamento das ações essenciais para alcançar um resultado
desejado. Sendo nesse período, um momento de reflexão sobre sua missão,
seus valores e sua visão de futuro.

Administração Estratégica 49 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Para elaboração de um plano de ação, a empresa deve delinear os
procedimentos a serem executados tais como:
No meio empresarial se
popularizou a utilização • como e quando será cumprido o plano;
da sigla 5W1H, é um • quem será o responsável pela execução;
micro-ckeck-list – para • quem irá direcionar cada ação;
nos ajudar a lembrar • o porquê da realização de cada ação;
dos seis pontos
principais de um Plano • onde serão realizadas.
de Ação. As proposições e sugestões dos usuários e também o cenário que
Origina-se das seis abrange a organização, são fatores essenciais na elaboração do plano de
palavras em inglês:
WHAT – WHEN – WHO – ação.
WHY - WHERE – HOW.
Em português:
O QUE – QUANDO – 7.2 Aspectos gerais do plano de ação
QUEM – PORQUE – ONDE
– COMO

A definição e o
cumprimento de datas Figura 21: Metas de um plano de ações.
Fonte: http://goo.gl/6gpJ0
em um plano de ação
são importantíssimos
para a realização e Vamos ver agora, alguns pontos que um plano de ação deve con-
sucesso da organização.
templar:
Objetivo: São deliberações específicas, resultados a serem alcan-
çados em determinado tempo, que, resultarão no cumprimento da missão
que a organização se propôs.
Estratégias: São os rumos eleitos pela organização para indicar
como ela pretende realizar seus objetivos.
O plano de ação é um
documento descritivo Cronograma: Gráfico demonstrativo do início e do término das di-
que deve ser sucinto versas fases de um processo operacional, dentro das faixas de tempo previa-
nas suas diversas
seções, mas que não
mente determinadas, deve:
deve deixar margens a • indicar o tempo necessário para a execução;
interpretações que não • estimar o tempo em relação aos recursos disponíveis;
sejam claras. • verificar a conexão entre as atividades a serem realizadas.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 50
Responsável: Deve indicar o responsável pelo projeto e também os
responsáveis pela execução de cada ação.
Recursos necessários: Devem expressar os meios apropriados para
chegar ao resultado esperado.

Resumo
Nesta aula, pudemos identificar todos os elementos que compõem
a elaboração de um plano de ação, sua metodologia e utilização.

Atividades de aprendizagem
Elaborar um plano de ação da seguinte empresa:
PLANO DE AÇÃO DA EMPRESA XYZ LTDA – 1ª Fase

Meta: Implantar o Programa “5S” de qualidade em 100% das instalações da


XYZ LTDA até abril de 2011

O que fazer Quem Como Jan Fev Mar Abr


1
2
3
4
5
6
Onde Por que Jan Fev Mar Abr
1
2
3
4
5
6

Administração Estratégica 51 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


AULA 1

Alfabetização Digital
Aula 8 - Plano de negócio

Figura 22: Plano de negócios: a bússola da empresa.


Fonte: http://goo.gl/QgwtQ

Já aprendemos a construir um plano de ação, vamos então conhe-


cer e elaborar agora o plano de negócios de uma organização.

8.1 Conceito de plano de negócios


Para alguns empreendedores, o plano de negócio é o principal do-
cumento a ser elaborado antes do início das atividades das organizações,
pois é nele que se vai estruturar todas as informações para a realização de
um projeto e para fazer um prognóstico dos problemas e a viabilidade de
soluções.

Administração Estratégica 53 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Como vimos, é valer-se da ideia do empreendedor e transformá-la
numa ação exequível. Para isso, são necessárias algumas informações im-
portantes, tais como, as características do empreendimento, quais as partes
Exequível: adjetivo que
se pode executar. envolvidas, as oportunidades a serem conquistadas, quais os pontos que
podem ser ameaças para realização do projeto.
Nicho: corresponde
Quando se vai iniciar um negócio, e se você pretende solicitar re-
a um segmento
de mercado curso a investidores ou órgão de fomento, o seu plano de negócios passa a
constituído número ser essencial, pois através dele você poderá explicitar os sonhos e idéias de
de consumidores
com características uma maneira formal e estruturada. Sendo que é uma de suas principais fi-
e necessidades nalidades, ou seja, persuadir o investido do poder de realização do negócio,
homogêneas através da informação.
e facilmente
identificáveis. A elaboração do documento em si, não é das mais complexas, mas
a base de todo o formato do projeto é obter informação fidedigna para a
realização das proposições.

8.2 Detalhes de um plano de negócios


• d efinir o que é o negócio, quais os produtos e serviços serão
propostos, quais os motivos que levam a achar que o empreendi-
mento será um sucesso, quais as oportunidades que se percebe
ou se pretende explorar;
• definir quem administrará o negócio, qual o grau de formação
esta pessoa tem, que qualificação será necessária para a equi-
pe, quantos funcionários precisará, suas atividades e também a
remuneração, qual será a estrutura organizacional, sua missão e
a visão;
• presumir quem são os clientes potenciais, onde eles estão e
como atraí-los, identificar qual será o diferencial do negócio
para a fidelização dos clientes, é fato que se deve conhecer tam-
bém quem são os seus concorrentes, conhecer quais os fatores
de manutenção dele no mercado, identificar qual o seu nicho,
demonstrar qual o seu ambiente externo, descrever como divul-
gar e promover o seu negócio, de que forma será a distribuição
do produto ou serviço;
• identificar as fontes do capital inicial do empreendimento, pro-
jeção de faturamento, investimentos e gastos, definir em quanto
tempo terá o retorno deste investimento, projetar o fluxo de
caixa e o volume de negócio esperado para alcançar o ponto de
equilíbrio no resultado operacional, definir o capital permanente
que será investido;
• elaborar um cronograma com todos os procedimentos propostos
para que se possa acompanhar a execução deles;
• elaborar um resumo de forma a conquistar, investidores, par-
ceiros, não se esquecendo de sempre pontuar com veracidade e
organização;
• a construção do plano de negócios deve conter o máximo de
informações para que o empreendedor identifique fatores que o
levarão ao sucesso ou antecipe falhas que poderiam levá-lo ao
fracasso;

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 54
• o
plano de negócios além de ser uma excelente ferramenta na
iniciação do empreendimento, poderá ser feito para uma empre-
sa em funcionamento, como ferramenta de marketing interno e
gestão.
Para Bolson (2003), plano de negócio é uma obra de planejamento
dinâmico que descreve um empreendimento, projeta estratégias operacio-
nais e de inserção no mercado e prevê os resultados financeiro. Segundo o
mesmo autor, a estratégia de inserção no mercado talvez seja a tarefa mais
importante e crucial do planejamento de novos negócios.

Figura 23: Ações cruciais da empresa.


Fonte: http://goo.gl/MNZyS

Para elaborar o plano de negócios utilizaremos os conceitos apre-


endidos na aula 3, onde identificamos alguns métodos e técnicas utilizados
como ferramentas na elaboração de projetos e planos, estas ferramentas
irão compor o plano de negócio para analisar o ambiente externo e interno
da organização.
A seguir colocaremos em prática os conteúdos até então apreendi-
dos, vamos fazer um modelo de plano de negócios utilizando a técnica de
análise SWOT, poderíamos utilizar outras das estudadas, a metodologia a ser
usada vai depender do tipo de empreendimento.

Administração Estratégica 55 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


8.3 Passos para elaboração do plano de negó-
cios
1. Definir o conceito do negócio;
2. identificar seu principal diferencial, os objetivos financeiros e
estratégicos;
3. detalhar O QUE será feito, POR QUEM será feito e COMO será
feito, para que os objetivos do negócio sejam atingidos;
4. definir os produtos que serão ofertados no mercado;
5. identificar A QUEM vai ser oferecido e QUEM vai competir com o
novo negócio;
6. posicionar COMO o cliente vai ser localizado e atendido;
7. levantar QUANTO será necessário investir no novo negócio, e
QUANDO será o retorno financeiro previsto;
8. definir QUANDO poderão ser realizadas as atividades e como se-
rão atingidas as metas;
9. identificar os riscos, e até mesmo evitá-los através de um plane-
jamento adequado;
10. estabelecer os pontos fortes e fracos da organização e compará-
-los com a concorrência e o ambiente de negócios em se que atua;
11. reconhecer o mercado de atuação e definir estratégias de ma-
rketing para seus produtos e serviços;
12. avaliar o desempenho financeiro do negócio, analisando os in-
vestimentos, e o retorno sobre o capital investido.

8.4 Análise SWOT / FOFA no plano de negócio


PONTOS POSITIVOS

AMBIENTE FORÇAS OPORTUNIDADES AMBIENTE


INTERNO (Strenghts) (Opportunities) EXTERNO
FRAQUEZAS (We-
akness)
PONTOS NEGATIVOS

Quadro I – Análise SWOT / FOFA
Fonte: próprio autor

Como vimos nas aulas anteriores, esta ferramenta estrutural auxilia


na análise do ambiente interno e externo da empresa.
A análise SWOT fornece segundo Machado (2005), uma orientação
estratégica bastante significativa, pois permite:
• eliminar pontos fracos nas áreas pelas quais a empresa enfrenta
ameaças graves da concorrência e tendências desfavoráveis pe-
rante o negócio;
• compreender oportunidades descobertas a partir de seus pontos
fortes;

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 56
• c orrigir pontos fracos nas áreas em que a organização vislumbra
oportunidades potenciais;
• monitorar áreas onde a organização possui pontos fortes afim de
não ser surpreendida futuramente por possíveis riscos e incertezas.
O empreendedor deverá elencar os pontos positivos e os pontos
negativos da organização, após esta tarefa que não é das mais simples, pois,
identificar os problemas e até mesmo valorizar os pontos positivos requer
um processo bastante minucioso, muitas vezes, gerando conflitos e posicio-
namentos contrários a administração da empresa.
Após o diagnóstico, eis o momento de produzir resultados para a
alavancagem da empresa no mercado.

8.5 Benefícios gerados na execução do plano de


negócios

Figura 24: Geração de resultados.


Fonte: http://goo.gl/nEu3Z

• o rienta o empreendedor no início de sua atividade econômica ou


na expansão do negócio;
• concede ao empreendedor estruturar as principais visões para
uma análise de viabilidade do negócio pretendido e minimizar os
riscos já identificados;
• contribui para a formulação de uma vantagem competitiva que
pode representar a sobrevivência da empresa;
• figura como um instrumento de solicitação obtenção de créditos
junto a investidores e instituições financeiras;

Administração Estratégica 57 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


• q
uando proposto a uma organização já em andamento, além
dos objetivoscomuns à implantação de um negócio, preocupa-
-se com a expansão da empresa, seja com um produto novo ou
Na página aumento na receita operacional.
http://www.
geranegocio.com.
Então percebeu que para construir um plano de negócios, não há
br/html/peqneg/ uma receita pronta e acabada, não se tem uma estrutura obrigatória e for-
p3.html#ele2, você mal, porém, ele deve possuir o máximo de informação para um entendimen-
encontrará um modelo
de Plano de Negócios. to completo pelos seus usuários.
Acesse e conheça as
peculiaridades deste
plano. Resumo
Nesta aula, conhecemos como elaborar um plano de negócio, suas
características e sua aplicabilidade. Vimos que a metodologia de análise
SWOT é uma das ferramentas auxilia na confecção do plano de negócio,
identificamos os benefícios gerados para a organização que entra no merca-
do com metas e objetivos a serem alcançados.
Vamos colocar a casa em ordem e praticar.

Atividades de aprendizagem

Prezado(a) acadêmico(a), com base na apostila virtual e na biblio-
grafia recomendada, monte um plano de negócios de uma empresa de sua
escolha, utilizando a matriz de análise SWOT / FOFA.

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 58
AULA 1

Alfabetização Digital
Aula 9 - Planejamento financeiro

Figura 25: Planejamento Financeiro.


Fonte: http://goo.gl/kb7vZ

O objetivo desta aula é conhecer planejamento financeiro, suas ca-


racterísticas e função dentro do ambiente organizacional.
Nas aulas anteriores, conhecemos os conceitos do planejamento
estratégico, suas características, os planos de ação e de negócio.
Percebemos o quanto a palavra “planejamento” é importante den-
tro de uma organização, o quanto é essencial para a manutenção das empre-
sas no mundo globalizado.
Vamos compreender agora, como executar financeiramente as
ações para o crescimento da organização.

9.1 Conceito de planejamento financeiro


É uma ferramenta por meio da qual se projeta quanto de recursos é
necessário para operacionalizar uma organização e se decide quando e como
a necessidade de fundos será financiada.
A empresa precisa calcular gerenciar e controlar seu caixa, princi-
palmente frente às futuras situações econômicas e financeiras que ocorrerão
em um planejamento estratégico.

Administração Estratégica 59 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


A inexistência de um planejamento financeiro sólido pode causar
insuficiência de recursos, levando a organização até mesmo à falência, é
necessário fazer um planejamento cuidadoso para avaliar as necessidades ao
longo de um plano de negócios de uma organização.
É considerado como um processo evidente que leva o empreende-
dor a acompanhar as indicações de mudanças e a reorganizar, as metas e
objetivos estabelecidos em um plano de negócios. Segundo Gitman (1987),
os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os obje-
tivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para
coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de
controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível
avaliar os eventos reais.

9.1.1 Planejamento financeiro a curto prazo


São ações planejadas para um período curto, normalmente de um
a dois anos, cercado de previsão de seus reflexos sobre os recursos finan-
ceiros.
Reflete a preocupação de antecipar criteriosamente as entradas e
saídas de dinheiro geradas pela atividade operacional da organização.
São feitas previsões de receitas operacionais e gerados dados ge-
renciais e financeiros; os resultados mais importantes incluem inúmeros or-
çamentos operacionais, o orçamento de caixa e fluxo de caixa.

9.1.2 Planejamento financeiro a longo prazo


São ações planejadas para um período distante, cercadas de pre-
visão de seus reflexos sobre os recursos financeiros. Sendo que sua cobertura
afeta um período entre 2 a 10 anos.
Procura identificar previamente o impacto da implementação de
ações projetadas na empresa na área financeira, prospectando ao adminis-
trador a variação entre o excesso ou insuficiência dos recursos financeiros.
Planos financeiros em longo prazo são parte de um plano estraté-
gico integrado que, utilizam-se de estratégias e metas para orientar a em-
presa a alcançar seus objetivos. São feitos com base em orçamentos e planos
de metas de uma organização.
Verifica-se que o planejamento financeiro, não só norteia os rumos
para atingir os objetivos e metas dos planos de ação e negócio da empresa,
tanto a curto como a longo prazo, proporciona um controle financeiro de
toda a geração de receita da organização.

9.2 Função do planejamento financeiro


A função do planejamento financeiro é indicar o grau de liquidez da
organização para que ela possa investir, quitar dividas, efetuar empréstimos,

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 60
ou seja, diminuir os riscos de insucessos nos planos de ações e negócios e
sugerir planos alternativos, para possíveis necessidades de ocorrerem impre-
vistos na implantação do planejamento estratégico. Superávit: O excesso da
Geralmente são propostos planos com objetivos a longo prazo e receita sobre a despesa
depois são visados os de curto prazo, sendo que o plano de longo prazo num orçamento, saldo
positivo entre a receita
acompanha o planejamento estratégico e o de curto prazo o planejamento e despesa.
operacional.
Permite prevê um superávit ou déficit de recursos financeiros na Déficit: O excesso da
despesa em relação
organização, permitindo uma flexibilidade na aplicação dos recursos, ha- à receita, em um
vendo necessidade de alteração por meio de fatores inerentes ao ambiente orçamento; saldo
negativo entre a receita
externo à organização. e a despesa.

9.3 Ferramentas utilizadas no planejamento


financeiro
Parece óbvio que uma
Para se fazer um planejamento financeiro, é necessário ter infor- empresa necessite de
mações demonstradas nos orçamentos de caixa e nos demonstrativos de re- um controle financeiro
adequado não é
ceita, onde se verifica as variações ocorridas nos períodos para a realização mesmo? Porém fazer
de metas e dos fluxos orçamentários da organização. um planejamento
Processo de elaboração do Fluxo Orçamentário: financeiro com todas
as características e
projeções para um
bom desempenho da
organização, ainda é
para muitas empresa
de médio e pequeno
porte um processo
a ser utilizado com
maior frequência,
principalmente a
ferramenta fluxo de
caixa.

Figura 26: Fluxo financeiro.


Fonte: http://goo.gl/2JmuI

Administração Estratégica 61 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


• istórico das realizações;
h
• argumentações propostas;
• previsões orçamentárias;
• cálculos através de planilhas eletrônicas;
• relatório formal.

9.4 Características do planejamento financeiro


• P rojeções financeiras para o futuro: Através dos dados coleta-
dos, tanto analíticos quanto estatísticos, possibilita antever ris-
cos ou acertos nas tomadas de decisões pelo gestor financeiro.
• Flexibilidade na aplicação: Permite mudanças nos planos da em-
presa, de acordo com as variações dos cenários e ambientes da
organização.
• Cooperação entre os gestores da empresa: Os gestores financei-
ros necessitam das informações econômico-financeiras dos con-
tadores das organizações, e também de quem executa as linhas
gerais propostas no planejamento financeiro.

9.5 Aspectos do planejamento financeiro


• Planejamento das entradas e saídas de dinheiro: Verifica-se os
recebimentos em dinheiro e a utilização para pagamento de gas-
tos ou investimentos na organização;
• planejamento dos tributos: Visa a compreensão e aplicação de
impostos federais, estaduais e municipais, verificando a melhor
maneira de diminuir as despesas tributarias dentro da legalida-
de, conhecendo melhor a legislação pertinente a cada tributo;
• planejamento e administração de riscos: gerencia o uso de pro-
dutos e estratégias de seguro pela organização;
• planejamento e administração de investimentos: projeções e
metas para aquisição de bens permanentes.

Figura 27: Confiança no planejamento financeiro.


Fonte: http://goo.gl/vEanv

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 62
O planejamento financeiro deve ser uma ferramenta para alocar
recursos para iniciativas estratégicas nas organizações, bem como rever
atividades que no decorre da implantação dos planos de negócio e ações,
necessitarem de alterações ou mesmo a não realização das ações ou metas
propostas.

Resumo
Nesta aula conhecemos a importância do planejamento financeiro
na administração estratégica, identificamos suas características e funções,
bem como os principais aspectos do planejamento financeiro.

Atividades de aprendizagem
1. Numere a 1ª coluna de acordo com a 2ª, no que se refere aos concei-
tos dos controles administrativos.

1. Flexibilidade na ( ) Através dos dados coletados, tanto analíticos


aplicação quanto estatísticos, possibilita antever riscos ou
acertos nas tomadas de decisões pelo gestor finan-
ceiro.

2. Planejamento e ( ) Permite mudanças nos planos da empresa, de


administração de acordo com as variações dos cenários e ambientes
investimentos da organização.

3. Cooperação entre os ( ) Os gestores financeiros necessitam das infor-


gestores da empresa mações econômico-financeiras dos contadores das
organizações, e também de quem executa as linhas
gerais propostas no planejamento financeiro.

Administração Estratégica 63 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Referências

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publicação:Pioneira.1ª Edição - 1993

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ral: UNB, 2001.

Administração Estratégica 65 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes


Currículo do professor conteudista

Eliana Soares Barbosa Santos

Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de


Montes Claros/Unimontes (1989), Licenciatura Plena para a Graduação de
Professores pelo CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica de Mi-
nas Gerais (1993), especialização em Contabilidade pela Universidade Es-
tadual de Montes Claros/Unimontes (1996) e aperfeiçoamento em Capaci-
tação em Ensino a Distância pela Universidade Estadual de Montes Claros/
Unimontes (2008). Atualmente, é professora assistente da Universidade
Estadual de Montes Claros. Tem experiência na área de Administração,
com ênfase em Ciências Contábeis.

e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 66
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 68

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