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Separação de Misturas

I - ANÁLISE IMEDIATA

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Em função disso, é necessário utilizarmos métodos de
separação se quisermos obter uma determinada substância.

Para a separação dos componentes de uma mistura, utilizamos um conjunto de processos físicos denominados
análise imediata. Esses processos não alteram a composição das substâncias que formam uma dada mistura.

Para escolher o melhor método de separação para uma mistura é necessário:

 Conhecer algumas das propriedades das substâncias presentes.

Ex: se tivermos uma mistura de açúcar e areia, devemos saber que o açúcar se dissolve na água,
enquanto a areia não se dissolve.

 Saber que algumas vezes é necessário usar vários processos diferentes, numa seqüência que se
baseia nas propriedades das substâncias presentes na mistura.

01. SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURAS HETEROGÊNEAS

I - SÓLIDO - SÓLIDO

a) Catação: usando a mão ou uma pinça, separam-se os componentes sólidos.

b) Ventilação: o sólido menos denso (mais leve) é separado por uma corrente de ar.

c) Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse processo é utilizado em larga escala para
separar alguns minérios de ferro de suas impurezas.

d) Cristalização fracionada: todos os componentes da mistura são dissolvidos em um líquido que, em seguida,
sofre evaporação provocando a cristalização separada de cada componente. A cristalização fracionada é usada,
por exemplo, nas salinas para a obtenção de sais a partir da água do mar. A evaporação da água permite a
cristalização de diferentes sais, sendo que o último a ser obtido é o cloreto de sódio (NaCl), usado na
alimentação.

e) Dissolução fracionada: um dos componentes sólidos da mistura é dissolvido em um líquido. Por exemplo, a
mistura sal + areia. Colocando-se a mistura em um recipiente com água, o sal irá se dissolver e a areia se
depositar no fundo do recipiente, podendo agora ser separados pelos seguintes processos: a filtração separa a
areia (fase sólida) da água salgada (fase líquida) e com a evaporação da água obteremos o sal.

f) Peneiração: usada para separar sólidos constituintes de partículas de dimensões diferentes. São usadas
peneiras que tenham malhas diferentes. Industrialmente, usam-se conjuntos de peneiras superpostas que
separam as diferentes granulações.

g) Sublimação: é usada quando um dos sólidos, por aquecimento, se sublima (passa para vapor), e o outro
permanece sólido. Exemplo: sal e iodo ou areia e iodo (o iodo se sublima por aquecimento). Obs.: As principais
substâncias que podem ser separadas por sublimação são: o iodo, o enxofre e a naftalina (naftaleno).

II- SÓLIDO - LÍQUIDO

a) Decantação: a fase sólida, por ser mais densa, sedimenta-se, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente

Obs.: a separação das duas fases pode ser feita de duas maneiras:

 vira-se lentamente a mistura em um outro frasco;


 com o auxílio de um sifão, transfere-se a fase líquida para um outro frasco (sifonação)
a) Centrifugação: é uma maneira de acelerar o processo de decantação, utilizando um aparelho denominado
centrifuga. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, as partículas de maior densidade, por inércia, são
arremessadas para o fundo do tubo.

b) Filtração simples: a fase sólida é separada com o auxílio de papéis de filtro. A preparação do café e o filtro
de água são dois exemplos do uso da filtração no dia-a-dia.

c) Filtração a vácuo: O processo de filtração pode ser acelerado pela filtração à vácuo, onde uma trompa de
vácuo "suga" o ar existente na parte interior do kitassato, o que permite um mais rápido escoamento do líquido.
Observe o esquema ao lado.

III- LÍQUIDO - LÍQUIDO

Decantação: separam-se líquidos imiscíveis com densidades diferentes; o líquido mais denso acumula-se na
parte inferior do sistema. Em laboratório usa-se o funil de bromo, também conhecido como funil de decantação,
ou ainda, funil de separação. Num sistema formado por água e óleo, por exemplo, a água, por ser mais densa,
localiza-se na parte inferior do funil e é escoada abrindo-se a torneira de modo controlado. A decantação pode
ser feita de uma maneira mais rudimentar, utilizando-se um sifão (sifonação).

IV- GÁS - SÓLIDO

a) Decantação: a mistura passa através de obstáculos, em forma de zigue-zague, onde as partículas sólidas
perdem velocidade e se depositam.

Industrialmente, esse processo é feito em equipamento denominado câmara de poeira ou chicana.

b) Filtração: A mistura passa através de um filtro, onde o sólido fica retido. Esse processo é muito utilizado nas
indústrias, principalmente para evitar o lançamento de partículas sólidas na atmosfera. A filtração é também
usada nos aspiradores de pó, onde o sólido é retido (poeira) à medida que o ar é aspirado.

02 . SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURA HOMOGÊNEA

I- SÓLIDO - LÍQUIDO

Nas misturas homogêneas sólido-líquido (soluções), o componente sólido encontra-se totalmente dissolvido no
líquido, o que impede as sua separação por filtração. A maneira mais comum de separar os componentes desse
tipo de mistura está relacionada com as diferenças nos seus pontos de ebulição (PE). Isto pode ser feito de duas
maneiras:

a) Evaporação: a mistura é deixada em repouso ou é aquecida até o líquido (componente mais volátil) sofra
evaporação. Esse processo apresenta um inconveniente: a perda do componente líquido.

b) Destilação simples: a mistura é aquecida em uma aparelhagem apropriada, de tal maneira que o
componente líquido inicialmente evapora e, a seguir, sofre condensação, sendo recolhido em outro frasco.

II - LIQUIDO - LÍQUIDO

a)Destilação fracionada: consiste no aquecimento da mistura de líquidos miscíveis (solução), cujos pontos de
ebulição (PE) não sejam muito próximos. Os líquidos são separados na medida em que cada um dos seus
pontos de ebulição é atingido. Inicialmente, é separado o líquido com menor PE; depois, com PE intermediário e
assim sucessivamente até o líquido de maior PE. A aparelhagem usada é a mesma de uma destilação simples,
com o acréscimo de uma coluna de fracionamento ou retificação.

Obs.: Esse processo é muito utilizado, principalmente em indústrias petroquímicas, na separação dos diferentes
derivados do petróleo. Nesse caso, as colunas de fracionamento são divididas em bandejas ou pratos. Esse
processo também é muito utilizado no processo de obtenção de bebidas alcoólicas (alambique).

Existem casos de misturas homogêneas de líquidos que não podem ser separadas por processos físicos como
porque tais misturas destilam em proporções fixas e constantes, como se fossem uma substância pura. Essas
misturas são denominadas misturas azeotrópicas. Assim, o álcool etílico forma com a água uma mistura
azeotrópica (95,5% de álcool e 4,5% de água) que destila à temperatura de 78,1° C.
Então, para obtermos o álcool anidrido ou álcool absoluto (álcool puro) utilizamos processos químicos. Observe
na tabela abaixo, alguns casos de misturas azeotrópicas:

MISTURA AZEOTRÓPICA PONTO DE EBULIÇÃO

álcool etílico (95,5%) + água (4,5%) 78,1° C

acetona (86,5%) + metanol (13,5%) 56° C

álcool etílico (7%) + clorofórmio (93%) 60° C

ácido fórmico (77,5%) + água (22,5%) 107,3° C

III - GÁS - GÁS

a) Liquefação fracionada: a mistura de gases passa por um processo de liquefação e, posteriormente, pela
destilação fracionada.

Obs.: Uma aplicação desse processo consiste na separação dos componentes do ar atmosférico: N 2 e O2. Após
a liquefação do ar, a mistura líquida é destilada e o primeiro componente a ser obtido é o N 2, pois apresenta
menor PE (-195,8 ° C); posteriormente, obtém-se o O2, que possui maior PE (-183 ° C).

b) Adsorção: Consiste na retenção superficial de gases.

Alguma substâncias, tais como o carvão ativo, têm a propriedade de reter, na sua superfície, substâncias no
estado gasoso. Uma das principais aplicações da adsorção são as máscaras contra gases venenosos.

Classificação periódica moderna

Além de ser mais completa que a tabela de Mendeleyev (organizada por ordem crescente de massa atômica -
A), a Classificação Periódica Moderna (dada por Moseley) apresenta os elementos químicos dispostos em
ordem crescente de números atômicos.

Períodos

As linhas horizontais que aparecem nas tabelas são denominadas períodos. São 07 períodos ao todo, cada um
representando uma camada (nível) eletrônica.

Colunas, grupos ou famílias

As linhas verticais que aparecem na tabela são denominadas colunas, grupos ou famílias de elementos. É ainda
importante considerar o seguinte:

1. O hidrogênio (H), embora apareça na coluna 1A, não é um metal alcalino. Pelo contrário, o hidrogênio é
tão diferente de todos os elementos químicos que algumas classificações preferem colocá-lo fora da
tabela.
2. As colunas A são as mais importantes da tabela. Seus elementos são denominados elementos
representativos. Em cada coluna A, a semelhança de propriedades químicas entre os elementos é
máxima.
3. Os elementos das colunas 3B, 4B, 5B, 6B, 7B,8B, 1B e 2B constituem os chamados elementos de
transição. Note que, em particular, a coluna 8B é uma coluna tripla.
4. Outra separação importante que podemos notar na Classificação Periódica é a que divide os elementos
em metais, não-metais (ou ametais) e semimetais.

Como podemos notar, dos elementos considerados na tabela o número de metais supera bastante o
número de não-metais, semimetais e gases nobres. Lembrando que o hidrogênio, devido às suas propriedades
muito especiais, deve ser deixado fora dessa classificação.

Configurações eletrônicas dos elementos ao longo da classificação periódica

É muito importante notar o seguinte:

1. Cada linha ou período da tabela periódica corresponde a uma camada eletrônica. Sendo assim,
quando encontramos um elemento químico no quarto período, já sabemos que ele possui quatro
camadas eletrônicas
2. Nas colunas A, o número de elétrons na ultima camada eletrônica é igual ao próprio número da coluna
e seu elétron mais energético está no subnível s ou p. Por exemplo: o nitrogênio esta na coluna 5A e a
sua ultima camada eletrônica tem 5 elétrons.
3. Nas colunas B, o número de elétrons na ultima camada é, em geral, dois, estando seu elétron mais
energético no subnível ou f.
4. Quando um elemento ganha 1,2,3... elétrons e se transforma num íon negativo (ânion). Ao contrário,
quando um elemento perde 1,2,3... elétrons e se transforma num íon positivo (cátion).

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