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I – INTRODUÇÃO:

As palavras hebraicas traduzidas na bíblia por “pragas” têm os seguintes sentidos:

(1) - “MAGGEPA” - Ex 9:14 = GOLPE SEVERO ou PESADO;

(2) – “NEGA” - Ex 11:1 = UM TOQUE ou UM GOLPE PESADO;

(3) – “NEGEP” (Ex 12:13) = UM GOLPE SEVERO

As dez pragas foram dez “pesados golpes” desferidos por Deus contra satanás, contra faraó
(com sua pretensão de ser um deus), contra os deuses do Egito e todo o sistema religioso, e
contra os sacerdotes-magos ou bruxos. Revelaram o conflito ou batalha que se travou entre
Deus (por meio de Moisés) e o diabo (operando por meio de Faraó e suas hostes).

II - A PRIMEIRA PRAGA: AS ÁGUAS DO EGITO TORNAM-SE EM SANGUE :

Ex 7:19-25 - O Nilo era considerado sagrado pelos egípcios. Muitos de seus deuses eram
associados direta ou indiretamente àquele rio e à sua produtividade. Por exemplo:

Khnum - "guardião do Nilo";

Hapi - "espírito do Nilo e sua essência dinâmica" - acreditavam que ele se manifestava algumas
vezes nos crocodilos do Nilo;

Osíris - "deus do submundo ou mundo inferior”; o Rio Nilo era a sua corrente sanguínea;

Neith - "deusa guerreira que protegia o maior peixe (lates) do Rio Nilo";

Hathor - "era protetor dos peixes pequenos (chromis)";

Sobek – “deus-crocodilo, muito venerado no Baixo Egito, próximo às margens do Nilo”.

O rio Nilo era um deus para os egípcios e suas águas eram consideradas águas da vida, em
virtude de fertilizarem o solo. Agora, esse deus vai se transformar numa abominação
simbolizadora da morte. Quando isso aconteceu, os egípcios começaram a cavar poços perto
do rio, à procura de água boa, porquanto todas as águas do Egito tornaram-se sangue: todas as
nascentes, todos os rios, lagoas, águas empoçadas, até mesmo as águas dos recipientes
domésticos. De repente, o doador da vida se transformara numa grande ameaça de morte.

A incredulidade culta gosta de tentar destruir os milagres da bíblia. A respeito dessa primeira
praga, intérpretes dizem tratar-se de um fenômeno natural que acontecia no Nilo todos os
anos, um avermelhamento das águas, em virtude de grande quantidade de certo
microorganismo, ou diluição de certos minerais. Pura tolice!!!

A bíblia registra que:

(1º) - O fenômeno ocorreu repentinamente, obedecendo à ordem de Moisés: e

(2º) - O fenômeno atingiu todas as águas do Egito, até mesmo as águas que as famílias
mantinham em recipientes domésticos, que de modo algum poderiam ter sido alcançadas
pelas causas naturais aludidas.

De acordo com Êxodo 17.25, esta praga durou sete dias.

III - SEGUNDA PRAGA: MULTIPLICAÇÃO DE RÃS

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Ex 8:1-15 - Na mitologia egípcia, as rãs eram a corporificação do poder vivificador. Em larga
escala, representavam fartura, bênção e a certeza de boa colheita. Este conceito decorria do
retorno do Rio Nilo ao seu leito normal, após o período de inundação, que deixava muitas
piscinas e poças habitadas por rãs. Estas podiam ser ouvidas em coro nos campos egípcios.

Os agricultores acreditavam que o "som" das rãs era uma evidência de que os deuses estavam
controlando o Nilo (principalmente o deus Hapi - espírito do Nilo), fazendo com que a terra
ficasse fértil, para que pudessem completar o seu trabalho.

Essas associações levaram os egípcios a deificar a rã e fazer a teofania da deusa Heqt - "deusa
rã" -, esposa do deus Khnum, e símbolo de ressurreição e emblema de fertilidade.

Há quem diga que os magos fizeram truques, empregando ilusionismo, transmitindo a


impressão de terem produzido as duas primeiras pragas. Entretanto, a Bíblia diz claramente que
eles FIZERAM O MESMO QUE MOISÉS (Ex 7:22; 8:7). Satanás realizou através de seus ministros
dois sinais, com o fim de dissuadir o Faraó da ideia de permitir a saída do povo.

Deus permite que o diabo vá até certo ponto, mas não a mais do que isso na reprodução de
sinais e maravilhas - Mt 24:24.

Os bruxos conseguiram realizar apenas as duas primeiras pragas, mas não conseguiram desfazê-
las, o que é um sinal a mais da limitação dos poderes das trevas diante de Deus.

Depois que faraó chamou Moisés e Arão e eles oraram, as rãs morreram.

IV - TERCEIRA PRAGA: INVASÃO DE PIOLHOS

Ex 8:16-19 – A palavra “piolhos” (ken) aparece apenas no presente contexto (cf Sl 105:31; Is
51:8).

O filósofo Filo, de Alexandria, o maior judeu escritor da diáspora, indicou que era um inseto
pequeno que não apenas penetrava nos ouvidos e narinas, mas picava a pele, deixando nela
uma coceira intolerável. Em Êxodo 8.17, registra-se que esta praga irritava não só os homens,
mas a todos os animais.

No Egito também era adorado o deus Thoth (o deus da sabedoria e do mistério). Era crido como
o deus escrevente, o juiz, cuja sabedoria e autoridade eram marcantes sobre todos os

outros deuses. Ele anotava todos os pensamentos, palavras e ações dos homens durante a sua
vida e as pesava na balança da justiça divina. Atribuíam a ela a invenção da magia ou das artes
secretas, mas nem mesmo este deus pode ajudar os sacerdotes-magos a imitar a terceira praga.
Também pudera! Todo o pó da terra foi usado por Deus; Ele não deixou nenhum resquício de pó
para os magos conseguir imitar o milagre da terceira praga.

Os magos reconheceram a derrota quando se viram incapazes de transformar o pó em


borrachudos, por meio de suas artes secretas (Ex 8:16 a 19). O poder deles foi ultrapassado
pelos representantes de Jeová.

V - QUARTA PRAGA: AS MOSCAS:

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Ex 8:20-32 - A palavra hebraica AROBH, traduzida por moscas tem o sentido de vespas e
escaravelhos. Na septuaginta essa palavra foi traduzida por KUNÓIMA, que não é a simples
mosca caseira, mas uma espécie conhecida como MOSCA CANINA, espécie que ataca
principalmente os seres humanos, e que constitui uma terrível aflição no Egito.

A praga das moscas não alcançou a terra onde estavam os hebreus, e isto deu um aspecto
especial à manifestação de Deus, significando Sua providência em proteger Seu povo.

Faraó, exasperado, propôs a Moisés que oferecesse sacrifícios ao seu Deus ali mesmo, no Egito.

Moisés alegou que os sacrifícios a Deus eram, aos olhos dos egípcios, uma abominação, e isso
os levaria a apedrejarem os hebreus. É que os animais que haveriam de ser sacrificados eram
sagrados para os egípcios. A matança de ovelhas, bodes e bois encheria aquele povo de ódio.
Moisés usou essa alegação como um meio diplomático de rejeitar a proposta do rei. Mas, em
verdade, ele não podia negociar; precisava cumprir uma ordem expressa de Deus: TIRAR O
POVO DO EGITO.

Faraó deu permissão para a partida da terra, mas fez duas exigências:

(1ª) - Não deviam ir muito longe; e

(2ª) - Deviam orar por ele.

Moisés cumpriu a sua parte no acordo, mas Faraó, não. Uma vez livre da humilhação da praga,
endureceu seu coração e mais uma vez proibiu que o povo de Israel partisse.

A 1ª PROPOSTA DE FARAÓ: “Ide, sacrificai ao vosso Deus nesta terra” (Êx 8.25). Esta atitude
representava a falta de santidade, de separação das coisas deste mundo. Deus exige santidade
do seu povo (Lv 20.26). Esta proposta exigia que Israel cultuasse a Deus NO EGITO, em meio aos
falsos deuses. O ecumenismo também parte deste princípio. A proposta de Faraó era para Israel
servir a Deus sem qualquer separação do mundo. Um povo separado por Deus e para

Deus, e ao mesmo tempo misturado com os ímpios egípcios, como sendo um só povo, seria
uma abominação ao Senhor. Esta é uma das causas de haver tantos crentes frios
espiritualmente. O povo de Deus enfrenta “concessões egípcias” semelhantes hoje em dia,
quando buscamos servir ao Senhor. O inimigo nos diz que não precisamos ser separados do
pecado, pois podemos servir a Deus “nesta terra”.

A 2ª PROPOSTA DE FARAÓ: “Somente que indo, não vades longe” (Êx 8.28). Isto representava
uma separação parcial do Egito. Atualmente muitos já aceitaram esta proposta e querem viver
um cristianismo sem compromisso com Deus e sem a cruz. A segunda proposta de Faraó
resultaria em o povo de Deus sair do Egito, mas o Egito não sair deles (Tg 4.4,5; 1 Jo 2.15). Assim
fez a mulher de Ló, que saiu de Sodoma, mas não tirou Sodoma do seu coração e da sua mente,
e perdeu-se (Gn 19.17,26; Lc 17.32). “Não vades longe” significa para o crente hoje o
rompimento PARCIAL COM O PECADO E COM O MUNDO. É a vida cristã sem profundidade, sem
expressão e por isso sempre vulnerável. Equivale ao crente viver sem compromisso com Deus,
com a doutrina do Senhor, com a igreja, com a santidade. É a vida cristã superficial, sem
consagração a Deus e ao seu serviço.

VI - QUINTA PRAGA: A MORTE DO GADO:

Ex 9:1-7 - As pragas no gado eram comuns no Egito e essa pestilência deve ter destruído não
apenas a propriedade egípcia necessária para a vida, mas a santidade dos animais na teologia

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egípcia e a impotência de Faraó em intervir.

As vacas eram sagradas à deusa Ísis e Ápis, este último um dos principais deuses do Egito: Era
um bezerro que vivia num palácio, alimentado com aveia perfumada que era comida em pratos
de ouro e ao som de música.

A morte repentina do gado que estava no campo por ordem do Deus dos hebreus, foi um
pesado golpe no prestígio de Ísis e Ápis. Ainda mais que o gado dos hebreus nada sofreu.

A distinção entre o gado dos egípcios e o dos hebreus aumenta o elemento de miraculosidade
da praga. Era o poder de Deus que, em última análise, se responsabilizava pela diferença entre
os hebreus e os egípcios. Deus não apenas julgou Faraó e os deuses do Egito, mas também
poupou o Seu povo ao mesmo tempo.

VII - SEXTA PRAGA: ÚLCERA:

Ex 9:8-12 – Os egípcios eram conscientes da possibilidade de doenças infecciosas e chagas. Isto


era refletido no fato de Sekhmet (a deusa cabeça de leão, que supostamente tinha o poder de
criar e extinguir epidemias) e os deuses Tot, Ísis e Ptah, considerados com habilidades curativas.
Um sacerdócio especial era devotado a ela, chamado Sunu.
Amuletos e outros objetos eram empregados pelos egípcios contra males em suas vidas.

A recusa de Faraó em não libertar o povo de Israel trouxe a sexta praga, sendo esta a terceira
vinda sem anúncio.

Iniciou-se através do lançamento simbólico de cinzas da fornalha por Moisés e Arão, e tumores
arrebentaram em úlceras nos homens e nos animais, por toda a terra do Egito.

A palavra ÚLCERA significa PÚSTULA, FURÚNCULO.

Os dicionários definem uma pústula com um furúnculo ou borbulha, e sugerem que as pústulas
malignas são características do antraz. A terminologia usada para descrever a doença
identificada com a sexta praga sugere uma erupção da pele de natureza violenta. Ela não era
leprosa ou maligna, mas devia ser igualmente temida, e, com toda a probabilidade, era mortal.
Essa enfermidade feriu tanto os homens quanto os animais.

Os representantes de Faraó não apenas foram incapazes de duplicar os atos de Moisés,


embaixador de Jeová, mas eles também foram feridos. O arrogante Faraó (que se considerava
divino), os príncipes, os sacerdotes-magos, todos se viram, de repente, desprotegidos de seus
deuses dentro do palácio, cheios de úlceras; e, lá fora, todo o povo e também os animais.
Entretanto, os hebreus nada sofreram.

Esta praga culminou com grandes implicações teológicas para os egípcios. Enquanto não trazia
mortes, buscavam ajuda dos muitos deuses responsáveis por curas. Além das já citadas, havia
ainda os deuses Serafi e Imhotep (o deus da medicina e o guardião da ciência da cura). A
inabilidade desses deuses em agir em favor dos egípcios certamente proporcionou profundo
desespero e frustração. Mágicos, sacerdotes, príncipes e plebeus estavam todos igualmente
afetados pelas dores deste julgamento, fazendo-os saber que o Deus dos hebreus era o Deus
Todo Poderoso e superior a todos os ídolos feitos por mãos de homens.

Desta forma, o que podemos vislumbrar é o poder ilimitado do Senhor Deus, em cujas mãos os
homens são como barro nas mãos do oleiro.

VIII - SÉTIMA PRAGA: SARAIVA:

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Ex 9:13-35 – Antes de desferir mais este duro golpe, Deus mandou mensagem ao Faraó:

(1) - Ele podia ser facilmente destruído por Deus;

(2) - A sua vida estava sendo mantida pelo próprio Deus;

(3) - As pragas tinham o fim de levá-lo, bem como a todo o seu povo a compreenderem que
nenhum de seus deuses tinha qualquer valor; nenhum poderia comparar-se a Jeová;

(4) - Através da obstinação do Faraó e das pragas, Deus estava mostrando Seu poder e
anunciando Seu nome a toda a terra.

(5) - Faraó e seus servos poderiam evitar um grande prejuízo, se cressem em Deus, recolhessem
seu gado do campo, para que não morresse com a saraiva.

Saraiva é o mesmo que chuva de pedras de gelo.

A vida e a economia do povo egípcio estavam diretamente ligadas ao sucesso nas colheitas. As
grandes chuvas trouxeram prejuízos e desespero àqueles. Os adoradores de Nut (deusa do céu)
avistaram não as bênçãos do sol rogadas a ela, mas a tragédia de tempestades e violência. Esta
praga também humilhou Ísis e Seth, (deuses responsáveis pelas colheitas na agricultura). A forte
saraivada envergonhou também os deuses considerados como tendo controle sobre os
elementos naturais.

Os egípcios também acreditavam que o deus Reshpu controlava os raios, e o deus Tot possuía
poder sobre a chuva e os trovões.

A promessa dizia que no dia seguinte o Senhor traria uma grande tempestade sobre o Egito,
devendo todos os animais, que estavam no campo, serem recolhidos para proteção. Esta
recomendação foi obedecida por vários servos e seguidores de Faraó, irritando o rei do Egito.

De acordo com inscrições, estes animais foram trazidos de países vizinhos, como Síria e Líbia,
após a quinta praga, a qual exterminou todo o rebanho egípcio.

Os trovões e relâmpagos foram tão violentos que o fogo destruiu muitas plantações. O aspecto
miraculoso deste evento pode ser notado em Ex 9.26, onde encontramos que somente na terra
de Gósen não choveu.
A severidade da tempestade, a infrequência desse fenômeno no Egito e a sincronização da
chuva de pedras em relação à advertência de Moisés combinaram para criar a reação de Faraó –
Ex 9.27.

Faraó também apelou para Moisés para rogar ao Senhor pedindo o fim da tempestade, e, o que
é mais importante, concordou com uma liberação incondicional dos hebreus: “Eu vos deixarei ir,
e não permanecereis mais aqui”.

Moisés não creu em sua declaração (Ex 9.28-32). Entretanto, levantou as mãos para o céu e a
saraiva cessou. A oração de Moisés pode abrir e fechar os céus, mas não o coração de um
homem voluntarioso. Não obstante, até mesmo a posição dos inimigos de Deus é obrigada a
contribuir para Seu plano redentor.

Mais uma vez ficou demonstrado que não é Faraó quem controla a terra - nem mesmo os
deuses do Egito. Jeová, o Deus de Israel, é o Senhor da criação - Sl 24:1.

IX - OITAVA PRAGA: OS GAFANHOTOS:

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Ex 10:1-20 – A praga de gafanhotos era muito temida no Egito, tanto que os camponeses
tinham o hábito de orar a um deus gafanhoto e ao deus Min, que era encarado como protetor
das colheitas.
Os gafanhotos são, talvez, o maior exemplo natural de força coletiva destrutiva de uma espécie.
Um gafanhoto adulto pesa, no máximo, dois gramas e sua força destrutiva pode levar milhares
de pessoas a passarem fome por anos.

Através de um forte vento oriental, que soprou durante todo o dia e toda a noite, gafanhotos
foram trazidos do norte da Arábia em grande número. Mais uma vez, nota-se a natureza
miraculosa do evento, pois nunca se viu nada igual na terra do Egito (Ex 10:14). Os gafanhotos
destruíram, além das plantações, árvores frutíferas e de outras espécies.

O horror e o desespero assolaram o coração dos egípcios quando o restante de suas lavouras foi
destruído por milhões de gafanhotos voadores. Seus recursos agrícolas eram considerados
limitados e já tinham sofrido outras destruições causadas pelas pragas anteriores. Seus
rebanhos tinham sido esgotados e muitos dos homens estavam incapazes de trabalhar, em
decorrência das doenças trazidas pelas pragas.

Buscando manter seu orgulho e dignidade e não aparentar ser cego e obstinado quanto aos
problemas em suas mãos, Faraó propôs a Moisés e Arão um terceiro acordo: Liberar os adultos
para partirem, mas que deixassem as crianças (Ex 10:10 e 11).

Obviamente, esta oferta não foi aceita por Moisés, que saiu da presença de Faraó.

Talvez, não por profunda convicção espiritual, mas interessado em alívio imediato desta praga,
Faraó convocou Moisés e Arão novamente à corte. A despeito de Faraó demonstrar obstinação
e desonestidade, Moisés tornou da corte real e orou pedindo o fim da praga, que se findou com
um forte vento ocidental.
A 3ª PROPOSTA DE FARAÓ: “Deixai ir os homens” (Êx 10.7). Isto fala de divisão familiar. Deus
criou a família e deseja que ela viva unida, pois nenhum reino (ou instituição) dividido pode
estar de pé (Mc 3.24), porém o Inimigo trabalha sempre para separá-la. Essa proposta atingia os
chefes de família e demais adultos. Os demais membros da família ficariam no Egito (Êx
6.14,15,17,19). A família é universalmente a unidade básica da sociedade humana. A saída
parcial do povo, como queria Faraó, resultaria no fracionamento e fragilização das famílias,
dividindo-as. O propósito de Deus é sempre abençoar toda a família, no sentido de que ela seja
salva, unida, coesa, forte, feliz e saudável. O Diabo quer a separação e a ruína do casamento (Êx
1.16).
X - NONA PRAGA: AS TREVAS:

Ex 10:21-29 – A nona praga, assim como a terceira e a sexta, veio sem aviso prévio. Moisés
estendeu sua mão ao céu e as trevas cobriram a terra por três dias (Ex 10:21 e 22).

À luz da teologia e prática egípcia, esta praga foi muito significativa:

(A) - O deus-sol Rá era considerado um dos maiores deuses do Egito. Tinham grande alegria e
prazer pela fé que possuíam a este deus que provia, dia após dia, sem falhar, o calor e a luz do
sol.

(B) - Outro significado importante com respeito a esta praga era o prestígio do deus Amon-Rá, a
maior divindade de Tebas e um deus-sol. No período do Novo Reinado, este era o deus
nacional, parte da trindade de deuses que incluía Amon-Rá, sua esposa Mut, e seu filha
Khons. Amon-Rá era comumente representado por animais sagrados, como a ovelha e o ganso.

(C) - Inúmeras outras deidades eram associadas ao sol, céu e lua, como, por exemplo, Aten, o

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divino sol-disco. Este deus foi proclamado ser o único deus.
(D) - Atum era também outro importante deus, adorado principalmente em Heliópolis. Era o
deus do pôr-do-sol e usualmente descrito em forma humana. Animais sagrados associados com
este deus eram a cobra e o leão.

(E) - O deus Khepre, que sempre aparecia na forma de um besouro, era uma das formas do
deus-sol Rá.

(F) - Outro muito importante deus era Hórus, sempre simbolizado por um disco de sol alado.

Era considerado ser filho de Osíris e Isis, mas também o filho de Rá e o irmão de Seth.

(G) - Harakhte, outra forma de Hórus e identificado com o sol, era venerado principalmente em
Heliópolis, a cidade do sol, e era representado por um falcão.

(H) - Entre as várias deidades afetadas por esta trágica escuridão estava Hathor, uma deusa do
céu, além de deusa do amor e da alegria. Era a divindade titular da necrópole de Tebas,
venerada particularmente em Denderah, e retratada com chifres de vaca ou como uma figura
humana com chifres de vaca na cabeça.

(I) - A deusa do céu Nut também estava envolvida na humilhação desta praga.

(J) - E o que dizer do prestígio de Thoth, um deus-lua em Hermópolis? Ele também era o deus
que escrevia e computava o tempo.

(K) - O prestígio do próprio Faraó também foi afetado, pois, dentre seus atributos divinos, ele
era representante de Rá.

Existe uma enorme lista do grande número de outras deidades relacionadas com o sol, estrelas
e luz, mas a relação acima é suficiente para indicar a tremenda importância do sol e de sua luz
para os egípcios. O deus RÁ (o sol) havia sido derrotado pelo Deus dos hebreus.

Enquanto os egípcios não podiam deixar suas casas, pois nada podiam ver de tão escuro, os
israelitas tinham luz e continuavam suas vidas normalmente. Foi o prenúncio amedrontador do
juízo de Deus que se abateria sobre Faraó e seu povo, a saber, a morte de todos os
primogênitos.

Em desespero de causa, Faraó propôs que saíssem deixando todo o gado. Ante a insistência de
Moisés, Faraó, ardendo em ira, o protestou de morte, se novamente viesse perante sua face.

Faraó decretara a sentença para si mesmo, sua corte e seu povo: em cada casa o filho mais
velho morreria. Faraó não queria ter conhecimento que a praga das trevas é derrotada pela luz
de Jeová e que a praga da morte é anulada pelo sangue do Cordeiro.

A 4ª PROPOSTA DE FARAÓ: “Ide, servi ao Senhor; somente fiquem ovelhas e vossas vacas” (Êx
10.24). Esta atitude representava a falta de sacrifícios, de entrega ao Senhor e de adoração.
Evangelho sem a cruz de Cristo não é evangelho autêntico. A quarta e última proposta. A ovelha
e a vaca eram animais cerimonialmente “limpos” para oferendas de sacrifícios a Deus na época
da Lei (1 Pe 2.25; Hb 13.15,16). Sem as ovelhas e vacas não haveria sacrifícios. Não haveria
entrega ao Senhor.

XI - DÉCIMA PRAGA: A MORTE DOS PRIMOGÊNITOS:

Ex 11:1-10; 12:29-42 – A última praga se baseia na ação de Deus, sem depender de mediação
de Moisés ou de Arão. Omitindo Moisés e Arão da narrativa, o escritor sugere que a situação

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havia alcançado um ponto tão extremo que o próprio Senhor interveio mais diretamente na
praga. O próprio Senhor iria atravessar a terra do Egito, permitindo a ação do destruidor (Ex
11:4 cf 12:23, 27).
Ex 12.13 - Muitos tem entendido mal este versículo. As palavras aqui contidas não significa que
Deus fosse o destruidor, e passasse pela casa espargida de sangue. Exatamente o contrário:
Deus é o Salvador! Não é Ele que passa pela porta! A figura é a de um pássaro que voa sobre
seu ninho para o defender - Ex 12.23 cf Is 31.5.

A morte dos primogênitos resultou na maior humilhação para os deuses egípcios:

(A) - Nekhbet, deusa-abutre, protegia com suas asas os soberanos do Alto Egito.

(B) - Os governantes do Egito realmente chamavam a si mesmos de deuses e filhos de Rá ou


Amon-Rá.

(C) - Afirmava-se que Rá ou Amon-Rá tinham relações sexuais com rainha. O filho nascido era,
portanto, considerado como um deus encarnado e era dedicado a Rá ou a Amon-Rá em seus
templos. Assim, a morte do primogênito de Faraó realmente significava a morte de um deus (Ex
12:29).
Somente este fato já teria sido um duro golpe na religião do Egito. A completa incapacidade de
todas as deidades se evidenciou em seres incapazes de impedir que todos os primogênitos do
Egito morressem de uma só vez.

De acordo com as palavras de Moisés, a morte dos primogênitos causaria tristeza e luto como
nunca se vira no Egito (Ex 11:6).

Como apontado, à meia-noite o Senhor completou o que tinha prometido, subjugando os


primogênitos na terra do Egito. Não houve respeito à classe social ou status civil nesta praga.
Tanto o primogênito de Faraó, quanto o de qualquer homem na prisão, morreram. Importante
também é a citação da morte dos primogênitos dos animais.

Faraó pode encontrar escape para as pragas anteriores, ou talvez providenciar satisfatória
racionalização delas. Mas não havia o que fazer agora. Seus efeitos e implicações eram
perfeitamente claros. Seu filho, sempre tratado com carinho, "nascido dos deuses", agora jazia
na cama, pálido e sem vida.

O coração e o desejo de Faraó estavam quebrantados. Seu espírito agora mudou daquela
arrogância e resistência, para uma grande preocupação. Assim, chamou Moisés e Arão no meio
da noite e, sem discussão ou diálogo, simplesmente declarou que os filhos de Israel deveriam
partir, sem imposições, condições ou exigências, nos termos de Moisés.

O reconhecimento do poderio do Senhor pode ser concluído com o pedido de Faraó a Moisés,
contida na última frase do verso 32 do capítulo 12 de Êxodo: "...abençoai-me também a mim."
Ao Deus cuja existência e poder foram diversas vezes questionadas (Ex 5:2) ele agora rogava
que o abençoasse.

XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Deus abate os soberbos, mas dá graça aos humildes. Esta é a grande lição que aprendemos nos
episódios das Dez Pragas do Egito. Todos os homens que quiserem endurecer seus corações
contra o Todo-Poderoso serão implacavelmente abatidos, pois o Senhor não se deixa
escarnecer. Se agirmos como o Faraó desta lição, com certeza seremos abatidos e, talvez, não
haja qualquer esperança de cura. Por este motivo, temos que nos mostrar sempre humildes e,
quando o Senhor falar conosco, respondamos como o menino Samuel: - “Fala, Senhor, que o

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Teu servo ouve”.

FONTES DE CONSULTA:

Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre de 1991 – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

A Bíblia Livro por Livro – JUERP – Delcyr de Souza Lima

Estudo Bíblico – “As Dez Pragas do Egito” – de Lídia Pereira Gonçalves Correia e Marcellus
Gonçalves Correia

AS ARDILOSAS PROPOSTAS DE FARAÓ

AO POVO DE DEUS

CONSEQUENCIAS

AS

PROPOSTAS

Banalização espiritual e

moral. Ecumenismo. Perda

da identidade espiritual.-
"Ide e
Um povo separado por Deus e
sacrificai ao
para Deus, e ao mesmo tempo
vosso
misturado com os ímpios
Deus nesta
egípcios, como sendo um só
terra" (Êx
povo, seria uma abominação
8:25).
ao Senhor. Deus exige

santidade do seu povo: "E ser-

me-eis santos, porque eu, o

14
Senhor sou santo, e separei-

vos dos povos, para serdes

meus" (Lv 20:26).

Ecumenismo? Em absoluto!

Parcialidade com o pecado.

Vida cristã sem

compromisso, sem

santidade - "Um pé na

igreja outro no mundo".-

"não vades longe" significa

para o crente hojeo


"somente
rompimento parcial com o
que
pecado e com o mundo. É
indo, não
uma vida cristã sem
vades
profundidade, sem
longe; orai
compromisso com Deus, com a
também por
doutrina autêntica, com a
mim" (Êx
igreja, com a santidade; é uma
8:28).
vida superficial, sem

consagração a Deus e ao seu

serviço; é uma vida cristã sem

expressão e por isso sempre

vulnerável.

Miscigenação devastadora -

14
perda de identidade dos

hebreus como povo do

Senhor.- Com esta proposta,

Faraó garantiria a próxima

geração de escravos no Egito.

Com esta proposta, que é o

mesmo desejo de Satanás,

haveria uma miscigenação

"Deixa ir os devastadora: as jovens

homens, deixadas no Egito se casariam

para que com os incrédulos egípcios; por

sirvam ao sua vez, os jovens hebreus a

SENHOR, seu caminho de Canaã se casariam

Deus" (Êx com moças pagãs, idólatras.

10:7) Para ambos os casos as

consequências seriam

devastadoras aos

descendentes de Abraão, pois

haveria perda de identidade

dos hebreus como povo do

Senhor.

Incompletude - Ausência de

sacrifícios, de entrega ao

"Ide, servi Senhor e de adoração. Culto

ao Senhor; desvalioso para Deus.- Deus

somente queria ser adorado com tudo o

14
que o povo de Israel possuía, e

isso incluía os animais para o

sacrifício. Se o nosso tesouro

estiver no Egito, a nossa

fiquem adoração não terá nenhum

ovelhas e valor (vide Mt 6:24-34).

vossas Evangelho sem a cruz de Cristo

vacas" (Ex não é evangelho autêntico.

10:24). Qualquer acordo com Satanás

jamais resultará em vitória

total ou liberdade completa

para os filhos de Deus.

Comentário:
O Egito tinha sofrido bastante por não atender a voz de Deus por meio do seu profeta Moisés. A situação
estava caótica imagino os rumores da população questionando a liderança de Faraó, porém, mesmo assim, o líder
egípcio faz uma última proposta a de “ide, servi ao Senhor; somente fiquem ovelhas e vossas vacas” (Êx 10.24), isto
é, Faraó queria ligar os israelitas com as suas propriedades, porém, o que Deus tinha ordenado era a saída do povo
para fazer sacrifício e sem os animais para o holocausto não adiantaria a saída do povo. Texto da revista: “esta
proposta também significa os nossos negócios e interesses materiais, não santificados e não sujeitos à vontade de
Deus”.
A palavra dos mensageiros do Senhor a Faraó foi categórica: Nem uma unha ficará (Êx 10.26).
O que Deus tem para nós ninguém tirará. “E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus” Romanos 12.2.

As Pragas Divinas e as Propostas Ardilosas de Faraó

Uma das palavras hebraicas que se traduzem por "praga" no Êxodo significa dar golpes ou ferir. Podendo significar também "sinais" e "juízos".

A manifestação do juízo de Deus no Egito através das Dez Pragas revela a Maestria Universal do Todo-Poderoso, pois todas as pragas
envolveram alteração no mudo natural-físico, ou seja, quem criou a natureza tem O Poder sobre ela para manipulá-la conforme sua Soberana e
Excelente Vontade! Aconteceram na hora predita por Moisés, representante de Deus na terra. Além disso, Deus fez distinção entre o que pertencia
aos egípcios e os hebreus, poupando estes e castigando àqueles.

Ninguém pense em brincar com o Altíssimo ou simplesmente dizer que não O conhece, porque Faraó ousou fazê-lo e saiu morto nas águas do
Mar Vermelho com todo o seu arsenal de guerra e melhores soldados-guerreiros (conf. Êx 5.2; 14.28).

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Na verdade o Altíssimo estava ansioso para humilhar e fazer-se conhecido entre todos os deuses da terra egípcia, como o Único Deus
verdadeiro!, pois cada praga significa que nem Faraó nem o Egito tem o controle sobre aquilo que eles adoravam.

Calcula-se que o período das pragas tenha durado pouco menos de um ano.

As pragas estão classificadas em três grupos, e cada um deles inicia com a ordem divina de enfrentar Faraó logo de manhã. No primeiro grupo
temos a praga da transformação do rio Nilo em sangue (7.15); no segundo, a praga das moscas (8.20); e no terceiro, a praga das saraivas (9.13).
A intensidade dessas pragas vai se tornando ainda mais forte até culminar com a morte dos primogênitos do Egito:

Transformação da águas em sangue (7.14-21): O Nilo era um dos principais deuses do Egito, mas Deus o transformou numa abominação.

Praga da rãs (8.1-15): A rã era sagrada para os egípcios, porém Deus os transtornou ao enviá-las.

Praga de piolhos (8.16-19): O pó também era sagrado para os egípcios, todavia foi transformado em piolhos que cobriam toda a terra de Faraó. A
partir dessa terceira praga, os magos de Faraó não puderam imitar os sinais de Jeová operados por intermédio de Moisés e Arão; então,
reconheceram a origem divina da missão de Moisés, dizendo: "isto é o dedo de Deus" (8.19).

Praga das moscas (8.20-32): A mosca, (zebub) em hebraico, além de ser divindade para os egípcios, era também deus de Ecrom, uma das cinco
cidades-estados dos filisteus e cujo deus nacional era Baal-Zebube (2 Rs 1.2-6), além de tudo isso, representa a face mais nojenta do inimigo de
nossas almas. Essa pseudo divindade foi também envergonhada pelo poder de Jeová.

Peste da mortandade dos animais (9.1-7): O culto do bezerro era muito comum no Egito, era o símbolo de força e fecundidade. O carneiro e o
bode eram também cultuados. No entanto, essas divindades falsas são desmascaradas.

Praga das úlceras (9.8-12): Até as cinzas que os sacerdotes egípcios usavam para espalhar como sinal de bênçãos produziam úlceras.

Saraivas (9.13-35): Para os egípcios, Ísis era a deusa da água e Osíris, deus do fogo, mas nada puderam fazer para conter as saraivas.

Praga dos gafanhotos (10.1-20): Os egípcios acreditavam que Ísis e Serápis eram divindades protetoras dos gafanhotos, todavia não puderam
reagir diante do poder de Deus.

Praga das trevas (10.21-29): O sol era também uma divindade para os egípcios, no entanto, ele escureceu-se para mostrar a Faraó e a seu povo
que o poder de Jeová é sobre todas as coisas, até sobre os astros.

Morte dos primogênitos (11.1-12.36): Os egípcios estavam acostumados a oprimir os primogênitos dos hebreus. Jeová estava, por meio dessa
praga, agora retribuindo aos egípcios o que eles fizeram com os filhos de Israel.

As três principais divindades do Egito eram o Nilo, o sol e o próprio Faraó; cada uma tinha imensos templos, os seus sacerdotes exerciam grande
poder sobre o povo e os políticos egípcios. A circuncisão era um dos seus ritos mais notáveis. Todas as divindades foram atingidas pelo Poder de
Deus. O Nilo tornou-se em sangue, o sol perdeu a sua luz e Faraó não teve forças para deter o poder da morte que sobreveio aos primogênitos do
Egito, inclusive o seu primogênito.

Essa última praga marcou o início da libertação de Israel. Deus ordenou a Moisés que instituísse a Páscoa para ser comemorada de geração a
geração em memória desse grande livramento (Êx 12.14). Essa festa cumpriu-se em Jesus, "O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"
(Jo 1.29; 1 Co 5.7). Os judeus comemoram ainda hoje esse evento.

Sobre as propostas ardilosas de Faraó...

1. Em (Êxodo 8.25) Faraó propõe que os hebreus adorassem na terra egípcia sem precisar necessariamente sair de lá, porém, em
outras palavras estava oferecendo uma falsa solução, pois caso os hebreus aceitassem, estariam se conformando com a situação de
servidão!
2. Já no versículo 28, o rei do Egito sugere que "somente que indo, não vades longe", outra proposta perigosa, porque apontava para
que os hebreus tivessem saudades da terra egípcia, não hebreus! tenham saudades da pátria celestial e não do Egito, do pecado e nem do
cheiro de morte!

3. A terceira proposta registrada em (Êxodo 10.7) nesse caso, Faraó tenta aprisionar o lado sentimental dos homens hebreus, pois se
fossem sozinhos, seus corações estariam ligados no Egito, pois, seus filhos estavam lá!

4. A última proposta se referia ao combustível para adoração a Deus, ou pior, porque os hebreus eram conhecidos por serem "pastores",
pastores sem ovelhas e vacas não são pastores, isso traduz que Faraó queria tirar a identidade hebréia!

O método para vencer as astutas ciladas do Diabo está registrado em (Ef. 6.11; Tg 4.7), é com armadura e resistência, ou seja, armadura
representa proteção e bloqueio ou não aproximação e a resistência é não se deixar levar pelas palavras dóceis, a cada dia recebemos cantadas
diabólicas, mas rejeitêmo-las, pois em Cristo somos mais do que vencedores e as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor!

AS PRAGAS DIVINAS DIANTE DA DUREZA DE FARAÓ


Diante da dureza de coração de Faraó Moisés anuncia que Deus enviaria uma grande peste sobre os animais do Egito
(Ex. 9.1-7). A mensagem profética se cumpriu e todos os animais morreram, escaparam somente os animais
pertencentes aos hebreus, que viviam na terra de Gósen. Mesmo assim Faraó não permitiu que o povo seguisse
adiante, ele se negou a temer a Palavra de Deus, a consequência, como sempre, foi o mal (Pv. 28.14). A praga
seguinte não teve qualquer aviso, Moisés e Arão se dirigiram aos fornos de cal, e jogaram cinzas no ar,
transformando-as em úlceras, que atingiu os egípcios e seu gado (Ex. 9.8-12). Mas Faraó mostrava-se insensível ao
sofrimento do povo, pensava apenas em suas regalias, e na manutenção do seu poder. Em seguida, Deus envia uma
praga mais terrível, uma chuva grande de pedras, como nunca houve no Egito (Ex. 9.18). Posteriormente, Deus envia
trovões e chuvas, granizo e raios, que corriam pelo chão (Ex. 9.33). As consequências foram drásticas, os animais
morreram, e a plantação destruída. Como qualquer governante ardiloso, Faraó mandou chamar Moisés e Arão, e

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demonstrou arrependimento, em virtude da destruição da sua terra (Ex. 10.17). Moisés sabia que aquele homem não
temia a Deus, estava apenas tirando proveito da situação. Essa é uma lição para a qual devemos atentar,
principalmente nos dias que antecedem as eleições. Os políticos se aproximam das igrejas, a fim de agradarem os
pastores, e seduzirem os incautos. Alguns deles, querem demonstrar identificação com os evangélicos, saúdam como
se fossem crentes, leem trechos das Escrituras, tudo para causarem boa impressão. Esses, no entanto, não temem ao
Senhor, não têm compromisso com o povo de Deus, nem mesmo com a comunidade, querem se eleger apenas para
garantirem suas regalias.

3. AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ


A fim de manter o povo de Israel cativo no Egito Faraó apresenta algumas propostas ardilosas a Moisés. Isso mostra
como Satanás, com suas astúcias, tenta desvencilhar os servos de Deus do plano do Senhor. Tais propostas também
revelam a astúcia dos governantes a fim de manter o povo cativo em seus interesses. Os discursos de muitos políticos
da atualidade ecoam as falas daquele líder egípcio. A primeira proposta de Faraó estava fundamentada em um
sincretismo religioso, o povo poderia adorar o Deus de Israel, e ao mesmo tempo, os deuses egípcios (Ex. 8.28). Mas
o Deus de Israel não divide a sua glória com outros deuses, principalmente porque Ele mesmo havia separado aquele
povo para adorá-Lo (Lv. 26.26). Essa tem sido uma prática evidente no cristianismo contemporâneo, muitos líderes
estão fazendo concessões em relação ao engano a fim de serem aceitos na sociedade. Jesus é o único caminho, é a
verdade e a vida, ninguém pode se aproximar de Deus se não for por Ele (Jo. 14.6). Como bem lembrou Pedro, em
seu discurso em Jerusalém em nenhum outro há salvação, somente em Jesus (At. 4.12). Como diz o ditado, todos os
caminhos levam à Roma, mas há apenas um que conduz ao céu, e esse é Jesus Cristo. A segunda proposta de Faraó
foi a de que o povo não fosse muito longe (Ex. 8.28). As estratégias de Satanás, e de alguns líderes tiranos, é a de que
não nos afastemos dos seus interesses. Eles não se importam em fazer concessões, abrem mãos do supérfluo, mas não
do que consideram mais importante. Satanás detesta mudanças significativas, ele não admite mudanças drásticas (Tg.
4.4,5; I Jo. 2.15). A mulher de Ló é um exemplo de alguém que sai do lugar, mas não deixa que o lugar saia dela. Ela
abandonou geograficamente a cidade de Sodoma, mas em seu coração os prazeres daquele local a acompanhavam
(Gn. 19.17,26; Lc. 17.32). Na terceira proposta Faraó sugeriu uma divisão nas famílias, apenas os mais velhos
partiriam, os mais novos permaneceriam no Egito (Ex. 10.7). Isso mostra que as famílias hebreias eram organizadas,
e viviam em harmonia (Ex. 6.14-19). A fragmentação familiar seria uma estratégia utilizada por Faraó para atingir os
valores daquele povo. Nos dias atuais as famílias têm sido solapadas por valores satânicos que estão sendo repassados
pelas mídias, e patrocinados pelos governantes. As famílias cristãs, mesmo diante dos ataques, devem permanecer
alicerçadas dos fundamentos exarados na Palavra de Deus (Ef. 6.10-18). A quarta proposta de Faraó tinha a ver com a
aceitação da calamidade, o líder egípcio admitia a tragédia, contanto que o povo permanecesse (Ex. 10.21-23).
Muitos governantes agem de igual modo, principalmente no período das eleições, ao invés de socorrer o povo, tiram
vantagem da desgraça. Há aqueles que acham que quanto pior melhor, para cooptarem o povo na manutenção dos
seus interesses. Por fim, Faraó propôs a ida do povo hebreu, mas se ficassem as ovelhas e as vacas (Ex. 10.24). Essa
proposta reflete o foco em mercadoria, e menos nas pessoas, bastante comum nessa sociedade que somente ver bens,
e não o bem das pessoas. Mamom, o deus deste século, está destruindo muitas vidas, o deus-mercado é quem
determina as regras e os relacionamentos (Mt. 6.24).

CONCLUSÃO
Faraó, como alguns governantes que conhecemos, despreza a Palavra de Deus, a menos que essa satisfaça seus
interesses. Satanás tem usado vários desses para seduzirem a igreja, com suas propostas ardilosas, substituindo a
verdade pelo engano. Mas nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as potestades do Inimigo, por isso,
devemos permanecer firmes, com toda, para resistir no dia mau (Ef. 6.10-12). E como fez Faraó, não devemos
endurecer nosso coração, antes ouvir a voz do Senhor (Hb. 3.7,8), pois dura coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb.
10.31).

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