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Introdução
Direito penal são Conjunto de normas jurídicas que associam factos penalmente
relevantes uma determinada consequência jurídica, uma sanção jurídica ou, conjunto de
normas jurídicas que fazem corresponder a uma descrição de um determinado
comportamento uma determinada consequência jurídica desfavorável.
Desde os tempos que se discute pura e simplesmente se o direito penal deve servir para
retribuir um certo mal que foi cometido, ou deve servir para prevenir que as pessoas em
geral cometam crimes, ou que uma pessoa em concreto cometa crimes. Com base nisso
este trabalho tem como objectivo falar sobre a problemática das teorias da finalidade da
pena e qual que se encontra no código penal português e igualmente no código penal
São Tome e Príncipe.
Numa primeira parte, que tem como titulo noções gerais, iremos abordar de uma forma
em geral do direito pena, posteriormente numa segunda, que tem como titulo a
finalidade da pena, conceituaremos a pena, em seguida falaremos da problemática da
teorias da finalidade da pena, e por ultimo o seu enquadramento no sistema penal
português.
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PARTE I
Direito penal é definido como um conjunto de normas que fazem corresponder a uma
certa situação de facto, que se chama crime, uma certa consequência, que se chama
pena. O exemplo que podemos ver para esta definição está no artigo 128.º do Código
Penal da República Democrática de São Tomé e Príncipe que diz “quem matar outrem é
punido com pena de prisão de 8 a 16 anos”. Numa primeira parte temos a previsão,
neste caso quem matar outrem, que é a situação de facto; e numa segunda parte, que diz
é punido com pena de prisão de 8 a 16, é a estatuição, ou seja, a consequência jurídica.
Segundo Fernando Galvão “ o direito penal pode ser entendido com o ramo do direito
público que reúne os princípios e as normas jurídicas que limitam o poder punitivo do
Estado, estabelecendo que a prática de determinadas condutas tenha como consequência a
aplicação de penas ou de medidas de segurança” (2012).
O direito penal é um ramo do direito público, isto porque, só quem tem o poder de punir
é o Estado. Ele detém o ius puniendi, o poder de punir resultante da sua soberana
competência para considerar como crimes certos comportamentos humanos e ligar-lhes
sanções específicas.
É a pena, a qual só pode ser aplicada ao agente do crime que tenha actuado com culpa.
Ao lado da pena prevê porém o direito penal consequências jurídicas de outro tipo: são
as medidas de segurança, as quais não supõem a culpa do agente, mas a sua
perigosidade.
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PARTE II
3. Conceito de Pena
A Pena (do grego poiné, pelo latim poena) é o modo de repressão, pelo poder público, à
violação da ordem social. Consiste numa punição imposta pelo Estado ao delinquente
ou contraventor, por causa de crime ou contravenção que tenham cometido, com o fim
de exemplificá-los e evitar a prática de novas infracções. As penas podem ser: penas de
prisão (art.º 42.º e seguintes); e penas de multa (art.º 48.º e seguintes).
As teorias que existem sobre a finalidade da pena são: teoria absoluta ou teoria da
retribuição, defendida por Kant e Hegel; e teoria relativa ou teoria preventiva, esta que
subdivide-se em teoria de prevenção geral e teoria de prevenção especial.
A teoria da retribuição significa que se impõe um mal a alguém que tenha praticado
outro mal. O seu sentido está portanto ligado a ideia de castigo. Já a teoria da prevenção
baseia-se na ideia de evitar que as pessoas façam qualquer coisa, e dentro desta
distingue-se a prevenção geral, segundo a qual o direito penal pretende evitar que as
pessoas em geral cometam crimes, e a prevenção especial, esta que vem dizer que o
direito penal ao submeter um individuo a uma sanção, por um crime que cometeu,
pretende evitar que esse mesmo individuo comenta outros crimes.
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prevenção especial no sentido negativo tem carácter intimidativo ao autor de uma
infracção penal para que não volte à praticar a ilicitude, e sentido positivo busca a
ressocialização do condenado reinserindo-o na sociedade.
A teoria da retribuição está ligada a lei de talião (olho por olho, dente por dente). Se o
fim da pena, segundo a teoria da retribuição, é retribuir um certo mal com outro mal,
logicamente esse mal que se impõe a alguém que praticou um mal deve ser idêntico,
neste caso se uma pessoa matar deve ser morto também, neste caso aplica-se a pena de
morte.
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ser proporcional ao delito e nenhuma deve passar da pessoa do delinquente. Por isso
foram abolidos todas a penas cruéis e infamantes.
O iluminismo penal que tinha como propósito a eliminação das penas arbitrárias, e a
limitação dos poderes do Estado absoluto no que respeita a medida da pena. A
legitimidade e o direito penal só pode provir agora dos termos do contrato social e nos
permiti indicar a pena uma finalidade primária de prevenção geral de intimidação,
limitando o caso por uma ideia de proporcionalidade com a gravidade do crime e a
culpa do agente. Nesta medida se podia perceber que a finalidade da pena residia em
alcançar a prevenção geral.
As penas do condigo penal código penal de 1852 tinha como finalidade primaria a
prevenção geral, na verdade de prevenção geral de intimidação limitado pelo principio
da proporcionalidade. Contudo foi feita uma reforma ao código dando origem ao código
de 1886l, através da qual se procurava harmonizar, como finalidades da sanção
criminal, a retribuição, a prevenção especial e a própria prevenção geral. Nos limites de
uma pena retributiva visava-se satisfazer tanto as necessidades de reinserção social do
delinquente, como as exigências de intimidação individual e colectiva.
Depois de 25 de Abril de 1974, em 1976 o código foi revisto de novo, e foi publicado o
código em 1982. Neste código as penas tinham uma finalidade exclusivamente
preventiva, com objectivo de protecção de bens jurídicos e visava alcançar em toda
medida possível a socialização do delinquente e a culpa. Contudo este ainda foi alvo de
revisão que culminou na reforma de 1995 onde veio lhe dar uma exclusiva finalidade
preventiva.
Então segundo Figueiredo Dias “A base da solução aqui defendida para o problema
dos fins da pena reside em que estes só podem ter natureza preventiva – seja de prevenção
geral, positiva ou negativa, seja de prevenção especial, positiva ou negativa –, não
natureza retributiva. O direito penal e o seu exercício pelo Estado fundamentam-se na
necessidade estatal de subtrair à disponibilidade (e à “autonomia”) de cada pessoa o
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mínimo dos seus direitos, liberdades e garantias indispensável ao funcionamento, tanto
quanto possível sem entraves, da sociedade, à preservação dos seus bens jurídicos
essenciais; e a permitir por aqui, em último termo, a realização mais livre possível da
personalidade de cada um enquanto indivíduo e enquanto membro da comunidade. Se
assim é, então também a pena criminal – na sua ameaça, na sua aplicação concreta e na
sua execução efectiva – só pode perseguir a realização daquela finalidade, prevenindo a
prática de futuros crimes
Segundo os termos do artigo 40.º n.º 1 do código penal de Portugal (art.º 41º no código
Penal de São Tome e Príncipe) A aplicação de penas e de medidas de segurança visa a
protecção de bens jurídicos e a reintegração do agente na sociedade. Podemos encontrar
neste artigo a prevenção geral, neste caso, a parte que fala – a aplicação de penas e
medidas de segurança visa a protecção de bens jurídicos; e a prevenção especial quando
se fala na reintegração do agente na sociedade.
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6. Conclusão
Em suma, vimo que a pena consiste numa punição imposta pelo Estado ao
delinquente ou contraventor, por causa de crime ou contravenção que tenham
cometido, com o fim de exemplificá-los e evitar a prática de novas infracções e
que podem ser penas podem ser: penas de prisão e penas de multa.
Depois verificamos qual foi a finalidade da pena adoptada pelo código português,
depois de todas aquelas reformas que teve o código. Neste caso foi a teoria
preventiva, de prevenção geral, positiva ou negativa, prevenção especial, positiva
ou negativa, não a retributiva.
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Bibliografia
GALVÃO, Fernando – Direito Penal: Parte Geral. 5ª ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2012.