Você está na página 1de 42

MUDANÇAS LEGISLATIVAS

DIREITO ADMINISTRATIVO:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 120 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,

DECRETA:

Art. 1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, ficam atualizados nos seguintes termos:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);

b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

II - para compras e serviços não incluídos no inciso I:

a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais);

b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais); e

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais).

Art. 2º Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

Brasília, 18 de junho de 2018; 197º da Independência e 130º da República.

STJ define tese sobre prescrição intercorrente que afetará mais de 27 milhões de processos

Nesta quarta-feira, 12, a 1ª seção do STJ definiu em julgamento de recurso repetitivo como devem ser
aplicados o artigo 40 e parágrafos da lei de execução fiscal (6.830/80) e a sistemática para a contagem da
prescrição intercorrente. O processo começou a ser julgado em 2014.
 Veja a íntegra do acórdão.
Por maioria, nos termos do voto do relator, ministro Mauro Campbell, o colegiado aprovou as seguintes
teses:
1) O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40,
§§ 1º e 2º da lei 6.830/80 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito
da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem
prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da
execução;
1.1) Sem prejuízo do disposto no item 1, nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de
natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da vigência da LC
118/05), depois da citação válida, ainda que editalícia, logo após a primeira tentativa infrutífera de
localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.
1.2) Sem prejuízo do disposto no item 1, em se tratando de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de
natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido na vigência da LC 118/05) e
de qualquer dívida ativa de natureza não tributária, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do
devedor ou de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.
2) Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronuciamento judicial nesse sentido,
findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável (de
acordo com a natureza do crédito exequendo) durante o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa
na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da lei 6.830/80 - LEF, findo o qual o Juiz, depois de ouvida
a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato;
3) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a interromper o curso
da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a
feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens. Os requerimentos feitos pelo exequente,
dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo de prescrição aplicável (de
acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão ser processados, ainda que para além da soma desses
dois prazos, pois, citad os (ainda que por edital) os devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo –
mesmo depois de escoados os referidos prazos –, considera-se interrompida a prescrição intercorrente,
retroativamente, na data do protocolo da petição que requereu a providência frutífera.
4) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do CPC/73, correspondente
ao art. 278 do CPC/15), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação dentro do procedimento do art.
40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial
- 1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de qualquer causa
interruptiva ou suspensiva da prescrição.
5) O magistrado, ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial por meio da
delimitação dos marcos legais que foram aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao
período em que a execução ficou suspensa.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, a decisão do STJ nessa matéria pode gerar reflexos em mais
de 27 milhões de processos de execução fiscal em curso no país.
O caso tratou da hipótese de falta de intimação da Fazenda Nacional sobre o despacho que determina sua
manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente. A questão jurídica discutida pela
Corte era definir se tal ausência ilidiria a decretação da prescrição intercorrente.
No processo, a Fazenda Nacional recorreu contra decisão do TRF da 4ª região que reconheceu de ofício a
prescrição intercorrente e extinguiu a execução fiscal com base no artigo 40, parágrafo 4º, da LEF. O TRF
sustentou que a falta de intimação da Fazenda quanto ao despacho que determina suspensão da execução
fiscal, ou arquivamento, bem como a falta de intimação para sua manifestação antes da decisão que decreta a
prescrição intercorrente não acarreta nenhum prejuízo à exequente, tendo em vista que ela pode alegar
possíveis causas suspensivas ou interruptivas do prazo prescricional a qualquer tempo.
No recurso ao STJ, a Fazenda alegou que houve violação desse artigo, uma vez que não transcorreu o prazo
de cinco anos exigido para a configuração da prescrição intercorrente, já que toda e qualquer manifestação
da exequente nos autos compromete a caracterização da inércia, e que o TRF considerou como data para
início da prescrição o primeiro momento em que foi determinada a suspensão do processo por 90 dias,
sendo que houve manifestação fazendária posterior.

DIREITO CIVIL

LINDB:

Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018)

Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da


invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis
alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências
jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as
condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses
gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso,
sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os


danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma
natureza e relativas ao mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação
nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito,
deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as
orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos


públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por
prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)

Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão
jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse
geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos
a partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses


gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos
por orientação geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções
aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da
conduta dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento,
sua forma e, se for o caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os
de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados,
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) (Vigência)

§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta
pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. (Incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018) (Vigência)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)

Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a
consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao
órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

CÓDIGO:

DIREITO REAL DE LAJE

Um dos pontos mais relevantes e interessantes da MP 759/2016 é que ela altera o Código Civil e passa a
prever uma nova espécie de direito real: a laje.

No art. 1.225 do CC é acrescentado um novo inciso:


Art. 1.225. São direitos reais:
(...)
XIII - a laje.

Em que consiste este novo direito real?


O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de
titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a
superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída
sobre o solo (novo art. 1.510-A do Código Civil).
Em outras palavras, o Código Civil passa a permitir algo que já existia na prática: alguém tem um imóvel (uma
casa, p. ex.) e cede a outra pessoa a parte de cima deste imóvel (a "laje") para que lá ela construa outra
edificação autônoma em relação à construção existente na parte de baixo.

Veja a íntegra do novo artigo inserido no Código Civil:

Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias
autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário
ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente
construída sobre o solo.

§ 1º O direito real de laje somente se aplica quando se constatar a impossibilidade de individualização de lotes,
a sobreposição ou a solidariedade de edificações ou terrenos.

§ 2º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados
em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou
não pertencentes ao proprietário do imóvel original.

§ 3º Consideram-se unidades imobiliárias autônomas aquelas que possuam isolamento funcional e acesso
independente, qualquer que seja o seu uso, devendo ser aberta matrícula própria para cada uma das referidas
unidades.

§ 4º O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade.

§ 5º As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser alienadas e gravadas livremente
por seus titulares, não podendo o adquirente instituir sobrelevações sucessivas, observadas as posturas
previstas em legislação local.

§ 6º A instituição do direito real de laje não implica atribuição de fração ideal de terreno ao beneficiário ou
participação proporcional em áreas já edificadas.

§ 7º O disposto neste artigo não se aplica às edificações ou aos conjuntos de edificações, de um ou mais
pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não, nos
termos deste Código Civil e da legislação específica de condomínios.

§ 8º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas associadas ao
direito real de laje.

DIREITO REAL DE LAJE

Um dos pontos mais relevantes e interessantes da MP 759/2016 é que ela altera o Código Civil e passa a
prever uma nova espécie de direito real: a laje. No art. 1.225 do CC é acrescentado um novo inciso: Art. 1.225.
São direitos reais: (...) XIII - a laje.

Em que consiste este novo direito real?

O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de


titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a
superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída
sobre o solo (novo art. 1.510-A do Código Civil). Em outras palavras, o Código Civil passa a permitir algo que já
existia na prática: alguém tem um imóvel (uma casa, p. ex.) e cede a outra pessoa a parte de cima deste imó vel
(a "laje") para que lá ela construa outra edificação autônoma em relação à construção existente na parte de
baixo. Veja a íntegra do novo artigo inserido no Código Civil: Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na
possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma
mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que
terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo. § 1º O direito real de laje
somente se aplica quando se constatar a impossibilidade de individualização de lotes, a sobreposição ou a
solidariedade de edificações ou terrenos. § 2º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de
terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não
contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes ao proprietário do imóvel original. § 3º
Consideram-se unidades imobiliárias autônomas aquelas que possuam isolamento funcional e acesso
independente, qualquer que seja o seu uso, devendo ser aberta matrícula própria para cada uma das referidas
unidades. § 4º O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua
unidade. § 5º As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser alienadas e gravadas
livremente por seus titulares, não podendo o adquirente instituir sobrelevações sucessivas, observadas as
posturas previstas em legislação local. § 6º A instituição do direito real de laje não implica atribuição de fração
ideal de terreno ao beneficiário ou participação proporcional em áreas já edificadas. § 7º O disposto neste
artigo não se aplica às edificações ou aos conjuntos de edificações, de um ou mais pavimentos, construídos sob
a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não, nos termos deste Código Civil e da
legislação específica de condomínios. § 8º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas
edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje.

TÍTULO II
Dos Direitos Reais

CAPÍTULO ÚNICO
Disposições Gerais

Art. 1.225. São direitos reais:

XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)

XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

CAPÍTULO VII
Do Condomínio Edilício

Seção IV
Do Condomínio de Lotes
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que são propriedade exclusiva e partes
que são propriedade comum dos condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 1º A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do solo de cada unidade
autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados no ato de instituição. (Incluído
pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre condomínio edilício neste
Capítulo, respeitada a legislação urbanística. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 3º Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de toda a infraestrutura ficará a cargo do


empreendedor. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

DA LAJE
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de
sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída
sobre o solo. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 1o O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou priva dos,
tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas
edificadas ou não pertencentes ao proprietário da construção-base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)

§ 2o O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua
unidade. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 3o Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída em matrícula própria, poderão dela
usar, gozar e dispor. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 4o A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da
laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 5o Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas


associadas ao direito real de laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 6o O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a instituição de um sucessivo
direito real de laje, desde que haja autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes,
respeitadas as posturas edilícias e urbanísticas vigentes. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

Art. 1.510-B. É expressamente vedado ao titular da laje prejudicar com obras novas ou com falta de
reparação a segurança, a linha arquitetônica ou o arranjo estético do edifício, observadas as posturas previstas
em legislação local. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos condomínios edilícios, para fins do
direito real de laje, as despesas necessárias à conservação e fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao
pagamento de serviços de interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da construção -base e o
titular da laje, na proporção que venha a ser estipulada em contrato. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)

§ 1o São partes que servem a todo o edifício: (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

I - os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes restantes que constituam a estrutura
do prédio; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

II - o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso exclusivo do titular da


laje; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

III - as instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento, ar condicionado, gás, comunicações
e semelhantes que sirvam a todo o edifício; e (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

IV - em geral, as coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)

§ 2o É assegurado, em qualquer caso, o direito de qualquer interessado em promover reparações


urgentes na construção na forma do parágrafo único do art. 249 deste Código. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)
Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência,
em igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem, que serão
cientificados por escrito para que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo
diverso. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

§ 1o O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da alienação poderá,


mediante depósito do respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros, se o requerer no prazo
decadencial de cento e oitenta dias, contado da data de alienação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)

§ 2o Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o
titular das lajes descendentes, assegurada a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser
alienada. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje,


salvo: (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

II - se a construção-base não for reconstruída no prazo de cinco anos. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual reparação civil contra o culpado
pela ruína. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

Seção III
Da Suspensão e Extinção do Poder Familiar

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:

V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: (Incluído pela Lei nº
13.715, de 2018)

I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (Incluído pela Lei nº 13.715, de
2018)

a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de
crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de
mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)

b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; (Incluído pela Lei nº
13.715, de 2018)

II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)

a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de
crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de
mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de
reclusão. (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)

CAPÍTULO V
Dos Excluídos da Sucessão

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada
por sentença.

§ 1o O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da


abertura da sucessão. (Redação dada pela Lei nº 13.532, de 2017)

§ 2o Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a
exclusão do herdeiro ou legatário. (Incluído pela Lei nº 13.532, de 2017)

DIREITO DE FAMÍLIA:

Lei 13.811/2019: altera o Código Civil para acabar com as exceções que autorizavam a realização do
“casamento infantil”
Foi publicada hoje a Lei nº 13.811/2019, que altera o Código Civil para acabar com as exceções que
autorizavam a realização do “casamento infantil”.

Vamos entender o que mudou. No entanto, é importante que façamos antes uma revisão sobre o tema.

Casamento

O casamento é a união afetiva entre pessoas físicas que, cumpridos os requisitos e solenidades previstos na lei,
decidem constituir uma família, gerando entre elas comunhão plena de vida e um vínculo que produz inúmeras
consequências jurídicas.

Segundo Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald,

“(...) o casamento é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas humanas, merecedora de especial
proteção estatal, constituída, formal e solenemente, formando uma comunhão de afetos (comunhão de vida) e
produzindo diferentes efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial.” (Curso de Direito Civil. Vol. 6. 8ª ed.,
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 179).

É possível o casamento entre pessoas do mesmo sexo?

Código Civil: afirma que o casamento envolve pessoas de sexos diferentes:

Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua
vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.

Doutrina: defende que o casamento pode ser celebrado entre pessoas de mesmo sexo. Nesse sentido:
Enunciado 601 da VII Jornada de Direito Civil do CJF/STJ: É existente e válido o casamento entre pessoas do
mesmo sexo.

STJ: possui precedentes afirmando é juridicamente possível o casamento homoafetivo: STJ. 4ª Turma. REsp
1183378/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/10/2011.

STF: não possui um julgado específico sobre casamento, mas já afirmou que é perfeitamente possível a união
estável homoafetiva: STF. Plenário. ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05/05/2011.

Cartórios de Registros Civis de Pessoais Naturais: são obrigados a realizar o casamento de pessoas do mesmo
sexo, desde que, obviamente, estejam atendidos os demais requisitos legais. É o que determina a Resolução
175/2013 do CNJ:

Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de


conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.

Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as
providências cabíveis.

Idade núbil

Como vimos acima, o casamento é uma união que produz efeitos jurídicos. Diante disso, o legislador entendeu
por bem estipular uma idade mínima para que a pessoa possa celebrar este ato (casar). Isso é chamado de
idade núbil (ou capacidade núbil).

A idade núbil consiste, portanto, na idade mínima exigida pelo Código Civil para que a pessoa possa casar.

Qual é a idade núbil?

16 anos.

Vale ressaltar, no entanto, que se a pessoa tiver menor que 18 anos, ela só poderá casar se tiver autorização
dos pais.

É o que prevê o art. 1.517 do Código Civil:

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou
de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

A maioridade civil é atingida com 18 anos completos (art. 5º do CC).

Ambos os pais

Vale ressaltar, mais uma vez, que a autorização deve ser dada por ambos (pai e mãe).
Somente será admitida a autorização unilateral se o outro genitor:

• for falecido;

• tiver sido declarado ausente; ou

• estiver destituído do poder familiar.

Revogação da autorização

O pai ou a mãe poderá revogar a autorização que deram, desde que isso seja feito antes da data da celebração
do casamento (art. 1.518).

O que acontece se houver divergência entre os pais? Ex: a mãe autorizou, mas o pai não.

Em caso de divergência, qualquer um dos dois poderá “recorrer ao juiz para solução do desacordo” (art. 1.517
c/c art. 1.631, parágrafo único).

Em outras palavras, será possível ingressar com um pedido de “suprimento judicial de consentimento”. Trata-
se de um requerimento formulado ao juiz em procedimento voluntário pedindo que o magistrado analise a
situação e veja se as razões invocadas pelo genitor para negar a autorização são justificáveis.

Se o juiz entender que os motivos alegados não são razoáveis, ele irá autorizar a celebração do casamento
mesmo contra a vontade do pai ou da mãe.

E se ambos os pais não quiserem dar a autorização? Ainda hav erá alguma chance de o casamento
ocorrer?

SIM. Aqui também será possível iniciar um procedimento de jurisdição voluntária pedindo o suprimento
judicial do consentimento. Veja o que diz o art. 1.519 do CC:

Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

Apesar de a lei não explicitar, a doutrina afirma que esse pedido de suprimento pode ser formulado:

• pelo(a) filho(a) que não foi autorizado por seus pais;

• pelo outro nubente que quer casar com ele(a); ou

• pelo Ministério Público.

Regime da separação obrigatória

Se um ou ambos os pais não autorizarem e o juiz entender que a recusa foi injusta, ele irá autorizar o
casamento, expedindo um alvará judicial que será juntado no procedimento de habilitação no cartório de
registro de pessoas naturais.
Um ponto interessante a ser ressaltado é que, neste caso, o casamento terá que ser realizado sob o regime da
separação obrigatória de bens (também chamada de separação legal de bens). É o que prevê o art. 1.641, III, do
CC:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

(...)

III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

O que acontece se o indivíduo maior de 16 e menor de 18 anos casar sem autorização dos pais e sem
suprimento judicial?

Esse casamento é anulável, consoante determina o art. 1.550, II, do CC:

Art. 1.550. É anulável o casamento:

(...)

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

A autorização dos pais é necessária mesmo que o indivíduo seja emancipado? A pessoa maior de 16 e
menor de 18 anos, se for emancipada, precisará de autorização dos pais?

Não há resposta na legislação. No entanto, a doutrina majoritária afirma que não:

Enunciado 512-CJF/STJ: O art. 1.517 do Código Civil, que exige autorização dos pais ou responsáveis para
casamento, enquanto não atingida a maioridade civil, não se aplica ao emancipado.

Vimos acima que a idade mínima para casar é 16 anos (idade núbil). Existe alguma exceção a essa regra?
Existe alguma hipótese na qual será permitido o casamento da pessoa mesmo que ela tenha menos que
16 anos?

IDADE NÚBIL: 16 anos


Existe exceção? Existe alguma hipótese na qual se possa casar antes dos 16
anos de idade?

Antes da Lei 13.811/2019: SIM (havia) Atualmente: NÃO

Excepcionalmente, era permitido o A Lei nº 13.811/2019 alterou o art.


casamento da pessoa que ainda não 1.520 do CC e agora não é mais
havia alcançado a idade núbil (ou seja, possível, em nenhuma hipótese, o
o menor de 16 anos) em caso de casamento de pessoa menor de 16
gravidez. anos.

Veja a nova redação do art. 1.520:

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 1.318/2018)
Fica superado o enunciado 329 da Jornada de Direito Civil: A permissão para casamento fora da idade núbil
merece interpretação orientada pela dimensão substancial do princípio da igualdade jurídica, ética e moral
entre o homem e a mulher, evitando-se, sem prejuízo do respeito à diferença, tratamento discriminatório.

Aprofundando. A questão do casamento para evitar “pena criminal”

A redação anterior do art. 1.520 do CC era a seguinte:

Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art.
1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.

Veja que, pela literalidade da lei, havia duas hipóteses excepcionais em que seria permitido o casamento de
pessoa menor de 16 anos:

1) “para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal”; ou

2) “em caso de gravidez”.

No entanto, no quadro comparativo acima, mencionei apenas uma hipótese: em caso de gravidez. Por quê?

Vamos entender com calma:

• Os incisos VII e VIII do art. 107 do Código Penal previam que, se a vítima de um “crime contra os costumes”
(leia-se: crime contra a dignidade sexual), casasse com o autor do delito ou mesmo com terceiro, o agente
poderia ter a sua punibilidade extinta:

Art. 107. Extingue-se a punibilidade:

(...)

VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos Capítulos I, II e III
do Título VI da Parte Especial deste Código; (Redação antes da Lei nº 11.106/2005)

VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem
violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou
da ação penal no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração; (Redação antes da Lei nº 11.106/2005)

• Exemplo: João (18 anos) e Carla (13 anos) são namorados. João manteve relações sexuais com Carla. Mesmo
tendo sido um sexo “consensual”, João praticou crime porque se entende que Carla, em virtude da idade
inferior a 14 anos, não deve estar sujeita a experiências sexuais ainda que, em tese, dê seu consentimento.

• Pela redação do art. 107, VII, do CP, se João e Carla se casassem, João teria extinta a sua punibilidade.

• Desse modo, este trecho do art. 1.520 do CC (“para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal”)
tinha como objetivo abarcar essas situações. Logo, Carla poderia se casar, mesmo tendo 13 anos (abaixo da
idade núbil), porque o art. 1.520 do CC permitia essa hipótese para evitar a “pena criminal” do agente.
• Assim, este trecho do art. 1.520 do CC (“para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal”) estava
umbilicalmente ligado aos incisos VII e VIII do art. 107 do CP. Esta previsão da lei civil só existia para viabilizar
estas hipóteses de extinção da punibilidade.

• Ocorre que a Lei nº 11.106/2005 revogou os incisos VII e VIII do art. 107 do CP. Diante disso, a posição
majoritária foi a de que este trecho do art. 1.520 do CC (“para evitar imposição ou cumprimento de pena
criminal”) também foi tacitamente revogado ou, no mínimo, perdeu aplicabilidade prática considerando que, a
partir da Lei nº 11.106/2005, o casamento da vítima do crime sexual não interfere em nada no delito ou na
pena aplicada.

• Por essa razão, prevalece o entendimento de que, desde a Lei nº 11.106/2005, a despeito da literalidade do
art. 1.520 do CC, somente havia uma hipótese na qual era permitido o casamento de pessoa menor de 16 anos
(abaixo da idade núbil): em caso de gravidez.

Regra: somente é possível o casamento da pessoa maior de 16 anos (idade núbil)


Existem exceções? Há situações nas quais é permitido o casamento de menor de
16 anos?

Até a Lei 11.106/2005 A partir da Lei 11.106 até ATUALMENTE


a Lei 13.811/2019
(a partir da Lei
13.811/2019)

Havia duas exceções: Havia uma exceção: Não há nenhuma


exceção.
• para evitar imposição Em caso de gravidez.
ou cumprimento de pena Menor de 16 anos não
criminal; pode casar em hipótese
alguma.
• em caso de gravidez.

Casamento infantil

A Lei nº 13.811/2019, em sua ementa, falou em “casamento infantil”. Veja:

“Confere nova redação ao art. 1.520 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para suprimir as
exceções legais permissivas do casamento infantil.”

Vale ressaltar que essa expressão (casamento infantil) não é comum no Direito Civil. Na verdade, desconheço
qualquer autor de Direito de Família que a tenha utilizado em suas obras.

Mas, afinal de contas, o que é o “casamento infantil”?

Casamento infantil (“Child marriage”), segundo definição da UNICEF, é o casamento envolvendo pessoa menor
de 18 anos de idade (https://www.unicef.org/protection/child-marriage).

A explicação para isso se dá pelo fato de que, no âmbito internacional, criança é toda pessoa menor de 18 anos.
É o que prevê, por exemplo, o artigo 1º da Convenção sobre os Direitos da Criança (Decreto nº 99.710/90).
Esta, contudo, não foi a definição adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Segundo a Lei nº 13.811/2019, casamento infantil é aquele envolvendo indivíduo menor de 16 anos, ou seja,
pessoa abaixo da idade núbil fixada pelo Código Civil.

A Lei nº 13.811/2019 proibiu qualquer possibilidade de casamento infantil.

O que acontece se, mesmo depois da Lei nº 13.811/2019, for realizado casamento de pessoa menor de 16
anos? O casamento envolvendo pessoa que não tenha a idade núbil é nulo ou anulável?

Este casamento será anulável, nos termos do art. 1.550, I, do CC:

Art. 1.550. É anulável o casamento:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos poderá ser requerida:

I - pelo próprio cônjuge menor;

II - por seus representantes legais;

III - por seus ascendentes.

Hipóteses nas quais não haverá a anulação

É muito difícil, na prática, que uma pessoa que não tenha a idade núbil (menor de 16 anos) consiga casar. Isso
porque essa situação seria facilmente detectada na fase de habilitação e o Oficial do Registro Civil faria a
oposição (art. 1.529).

No entanto, imaginemos que houve uma falha geral e esse casamento foi realizado mesmo havendo essa
vedação legal.

O casamento será anulável, conforme vimos acima. O Código prevê, no entanto, duas hipóteses nas quais o
casamento infantil será mantido:

1) Quando o cônjuge menor, depois de atingir a idade núbil, confirmar seu casamento:

Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento,
com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial.

2) Se do casamento resultou gravidez:

Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.

Vigência

A Lei nº 13.811/2019 entrou em vigor no dia 13/03/2019, data de sua publicação.


(MUDANÇAS IMPORTANTES – 2019 - CÓDIGO CIVIL)

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta
ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Medida
Provisória nº 881, de 2019)

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios,


caracterizada por: (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-


versa; (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor


proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Medida Provisória nº 881,
de 2019)

§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de


administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de
2019)

§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade
econômica específica da pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

TÍTULO V
Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Seção I
Preliminares

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato,
observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 881, de 2019)

Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerá o princípio da intervenção mínima do
Estado, por qualquer dos seus poderes, e a revisão contratual determinada de forma externa às partes será
excepcional. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução,
os princípios de probidade e boa-fé.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas que gerem dúvida quanto à sua interpretação,
será adotada a mais favorável ao aderente. (Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Parágrafo único. Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, exceto se houver disposição
específica em lei, a dúvida na interpretação beneficia a parte que não redigiu a cláusula
controvertida. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

CAPÍTULO II
Da Extinção do Contrato

Seção IV
Da Resolução por Onerosidade Excessiva

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
retroagirão à data da citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do
contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua
prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

Art. 480-A. Nas relações interempresariais, é licito às partes contratantes estabelecer parâmetros
objetivos para a interpretação de requisitos de revisão ou de resolução do pacto contratual. (Incluído pela
Medida Provisória nº 881, de 2019)

Art. 480-B. Nas relações interempresariais, deve-se presumir a simetria dos contratantes e observar a
alocação de riscos por eles definida. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o
maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
2011) (Vigência)

§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá
figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das


quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal
concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação
de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de
imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade
profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas
para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de


responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do
titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

CAPÍTULO IV
Da Sociedade Limitada

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Parágrafo único. A sociedade limitada pode ser constituída por uma ou mais pessoas, hipótese em que se
aplicarão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato
social. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Seção III
Da Administração

Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em qualquer tempo, do titular, ou
pelo término do prazo se, fixado no contrato ou em ato separado, não houver recondução.

§ 1º Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela
aprovação de titulares de quotas correspondentes a mais da metade do capital social, salvo disposição
contratual diversa. (Redação dada pela Lei nº 13.792, de 2019)

Seção V
Das Deliberações dos Sócios

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as deliberações dos sócios serão
tomadas (Redação dada pela Lei nº 13.792, de 2019)

I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos casos previstos nos incisos
V e VI do art. 1.071;

II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos previstos nos incisos II, III,
IV e VIII do art. 1.071;

III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na lei ou no contrato, se este não
exigir maioria mais elevada.

Seção VII
Da Resolução da Sociedade em Relação a Sócios Minoritários

Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da
metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em
virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social,
desde que prevista neste a exclusão por justa causa.

Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio
somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o
acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de
defesa. (Redação dada pela Lei nº 13.792, de 2019)

Da Propriedade Fiduciária
(Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com
escopo de garantia, transfere ao credor.

§ 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público
ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se
tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de
registro.

§ 2o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o


devedor possuidor direto da coisa.

§ 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a


transferência da propriedade fiduciária.

Do Fundo de Investimento
(Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Art. 1.368-C. O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de
condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Parágrafo único. Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto


no caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Art. 1.368-D. O regulamento do fundo de investimento poderá, observado o disposto no regulamento a


que se refere o parágrafo único do art. 1.368-C: (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

I - estabelecer a limitação da responsabilidade de cada condômino ao valor de suas cotas; e (Incluído


pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

II - autorizar a limitação da responsabilidade dos prestadores de serviços fiduciários, perante o


condomínio e entre si, ao cumprimento dos deveres particulares de cada um, sem solidariedade. (Incluído
pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

Art. 1.368-E. A adoção da responsabilidade limitada por fundo constituído sem a limitação de
responsabilidade somente abrangerá fatos ocorridos após a mudança. (Incluído pela Medida Provisória nº
881, de 2019)

CAPÍTULO II
Da Capacidade PARA O CASAMENTO

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o
disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019)

DIREITO EMPRESARIAL

Lei 13.792/2019: altera o Código Civil para modificar o quórum de deliberação no âmbito das
sociedades limitadas

Olá amigos do Dizer o Direito,


Foi publicada hoje (04/01/2019) mais uma novidade legislativa.

Trata-se da Lei nº 13.792/2019, que altera o Código Civil para modificar o quórum de deliberação no âmbito
das sociedades limitadas.

NOÇÕES GERAIS SOBRE SOCIEDADES LIMITADAS


Sociedades limitadas
As sociedades limitadas são disciplinadas pelos arts. 1.052 e seguintes do Código Civil.
Trata-se da forma mais comum de sociedade empresária.

Administração das sociedades limitadas


A sociedade limitada tem um ou mais administradores.
O administrador poderá ser nomeado:
a) no contrato social;
b) em ato separado (ex: ata de assembleia).

É o que diz o art. 1.060 do Código Civil:


Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pesso as designadas no contrato social ou em
ato separado.

Quem pode ser administrador


O administrador da sociedade limitada pode ser:
a) um sócio (administrador sócio);
b) um indivíduo que não seja sócio (administrador não-sócio).

Administrador não-sócio
A designação de administradores não sócios dependerá de:
• aprovação da unanimidade dos sócios: se o capital da sociedade ainda não estiver integralizado; ou de
• aprovação de 2/3 dos sócios (no mínimo): se o capital já estiver integralizado.

Término do prazo do exercício do cargo de administrador


O administrador pode ter sido designado para exercer a função com ou sem prazo determinado.
Se o administrador for designado com prazo determinado, o exercício do cargo de administrador cessa pelo
término do prazo.
É possível que haja a recondução do administrador no cargo.

Destituição
Se o administrador for designado com prazo indeterminado, ele pode ser, a qualquer tempo, destituído do
cargo.

QUÓRUM PARA DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR SÓCIO


Se for um “administrador sócio”, que tenha sido designado administrador no contrato social, a sua
destituição precisa de aprovação dos demais sócios. Qual é o quórum, neste caso?
Quórum para destituição de administrador sócio designado no contrato
social
Antes da Lei 13.792/2019 Depois da Lei 13.792/2019
(atualmente)
No mínimo, 2/3 do capital social Mais da metade (1/2) do capital social
Art. 1.063 (...) Art. 1.063 (...)
§ 1º Tratando-se de sócio nomeado § 1º Tratando-se de sócio nomeado
administrador no contrato, sua administrador no contrato, sua
destituição somente se opera pela destituição somente se opera pela
aprovação de titulares de quotas aprovação de titulares de quotas
correspondentes, no mínimo, a dois correspondentes a mais da metade do
terços do capital social, salvo capital social, salvo disposição
disposição contratual diversa. contratual diversa.
Quórum para destituição dos administradores da sociedade limitada
Antes da Lei 13.792/2019 Depois da Lei 13.792/2019
(atualmente)
• Para a destituição de administrador Tanto para a destituição de
não sócio: exigia-se o voto de mais da administrador sócio como não sócio, o
metade do capital social. quórum exigido é de mais da metade
• Para a destituição de administrador do capital social.
sócio: exigia-se o voto de, no mínimo, Houve, portanto, uma redução do
2/3 do capital social. quórum para destituição de
administrador sócio.

RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO A SÓCIOS MINORITÁRIOS


Dissolução de uma sociedade:
A dissolução de uma sociedade pode ser:
a) Parcial: quando um ou alguns dos sócios saem da sociedade, mas ela é preservada.
b) Total: quando a sociedade é extinta.

Dissolução parcial de sociedade


Ocorre, portanto, quando um ou alguns sócios se desligam da sociedade, mas ela continua existindo. A isso
também se dá o nome de “liquidação parcial da sociedade”.

Direito de retirada
Uma das hipóteses de dissolução parcial de sociedade é o direito de retirada (direito de recesso, direito de
denúncia), ou seja, é a saída do sócio por iniciativa própria. Ele simplesmente não quer mais fazer parte
daquela sociedade.
Nesse caso, o sócio que deixar a sociedade receberá a parte que lhe cabe no patrimônio social, continuando a
sociedade em relação aos demais sócios.

Exclusão do sócio minoritário


Outra hipótese de dissolução parcial de sociedade é a exclusão do sócio minoritário. Neste caso, o sócio sai do
quadro societário, não por vontade própria, mas sim por deliberação da maioria da sociedade. Ele é expulso.
Com relação às sociedades limitadas, o Código Civil trata sobre o tema no art. 1.085, afirmando que é possível a
exclusão extrajudicial do sócio por justa causa, desde que isso esteja previsto no contrato social.
Desse modo, para que ocorra a exclusão extrajudicial do sócio, é necessário o preenchimento dos seguintes
requisitos:
1) verifica-se que o sócio está colocando a sociedade em risco por meio da prática de atos de inegável
gravidade;
2) existe no contrato social previsão expressa da possibilidade de exclusão do sócio por justa causa (obs: se
não houver previsão no contrato social, será possível a exclusão do sócio por justa causa, mas isso deverá
ocorrer por meio de ação judicial, não sendo cabível a exclusão extrajudicial);
3) deverá ser especialmente convocada reunião ou assembleia para discutir a exclusão do sócio;
4) o sócio acusado deverá ser cientificado dessa reunião ou assembleia, devendo essa notificação ser feita em
tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa;
5) na reunião ou assembleia, a maioria dos sócios deverá decidir pela exclusão do sócio acusado (obs: quando se
fala em maioria dos sócios significa dizer que eles devem representar mais da metade do capital social).

O sócio excluído terá direito à apuração dos seus haveres, ou seja, ele terá direito ao recebimento do valor da
sua quota, nos termos do art. 1.031 do CC e do art. 599, III, do CPC/2015.

Se a sociedade limitada for formada apenas por dois sócios


Se na sociedade empresária houver apenas dois sócios, a exclusão de um sócio não precisa ser feita em reunião
ou assembleia especialmente convocada para esse fim. Foi o que determinou a Lei nº 13.792/2019, ao alterar
o parágrafo único do art. 1.085 do CC:
Antes da Lei 13.792/2019 Depois da Lei 13.792/2019
(atualmente)
Art. 1.085 (...) Art. 1.085 (...)
Parágrafo único. A exclusão somente Parágrafo único. Ressalvado o caso em
poderá ser determinada em reunião ou que haja apenas dois sócios na
assembleia especialmente convocada sociedade, a exclusão de um sócio
para esse fim, ciente o acusado em somente poderá ser determinada em
tempo hábil para permitir seu reunião ou assembleia especialmente
comparecimento e o exercício do convocada para esse fim, ciente o
direito de defesa. acusado em tempo hábil para permitir
seu comparecimento e o exercício do
direito de defesa.

SOCIEDADES ANÔNIMAS:

CAPÍTULO VII

Constituição da Companhia

SEÇÃO II

Constituição por Subscrição Pública

Registro da Emissão

Lista, Boletim e Entrada

Art. 85. No ato da subscrição das ações a serem realizadas em dinheiro, o subscritor pagará a entrada e
assinará a lista ou o boletim individual autenticados pela instituição autorizada a receber as entradas,
qualificando-se pelo nome, nacionalidade, residência, estado civil, profissão e documento de identidade, ou, se
pessoa jurídica, pela firma ou denominação, nacionalidade e sede, devendo especificar o número das ações
subscritas, a sua espécie e classe, se houver mais de uma, e o total da entrada.

§ 1º A subscrição poderá ser feita, nas condições previstas no prospecto, por carta à instituição,
acompanhada das declarações a que se refere este artigo e do pagamento da entrada. (Incluído pela Medida
Provisória nº 881, de 2019)

§ 2º Será dispensada a assinatura de lista ou de boletim a que se refere o caput na hipótese de oferta
pública cuja liquidação ocorra por meio de sistema administrado por entidade administradora de mercados
organizados de valores mobiliários. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

CAPÍTULO XXV

Disposições Gerais

Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do
Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande
circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia. (Redação dada pela Lei nº
9.457, de 1997) (Vide Lei nº 13.818, de 2019) (Vigência)

Art. 294. A companhia fechada que tiver menos de 20 (vinte) acionistas, com patrimônio líquido de até R$
10.000.000,00 (dez milhões de reais), poderá: (Redação dada pela Lei nº 13.818, de 2019)
I - convocar assembléia-geral por anúncio entregue a todos os acionistas, contra-recibo, com a
antecedência prevista no artigo 124; e

II - deixar de publicar os documentos de que trata o artigo 133, desde que sejam, por cópias autenticadas,
arquivados no registro de comércio juntamente com a ata da assembléia que sobre eles deliberar.

§ 1º A companhia deverá guardar os recibos de entrega dos anúncios de convocação e arquivar no registro
de comércio, juntamente com a ata da assembléia, cópia autenticada dos mesmos.

§ 2º Nas companhias de que trata este artigo, o pagamento da participação dos administradores poderá
ser feito sem observância do disposto no § 2º do artigo 152, desde que aprovada pela unanimidade dos
acionistas.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica à companhia controladora de grupo de sociedade, ou a ela
filiadas.

Art. 294-A. A Comissão de Valores Mobiliários, por meio de regulamento, poderá dispensar exigências
previstas nesta Lei, para companhias que definir como de pequeno e médio porte, de forma a facilitar o acesso
ao mercado de capitais. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

FALÊNCIA E REPURERAÇÃO DE EMPRESAS:

Art. 82-A. A extensão dos efeitos da falência somente será admitida quando estiverem presentes os requisitos
da desconsideração da personalidade jurídica de que trata o art. 50 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
- Código Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:

X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular de lajes
anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)

XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-base.
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

DIREITO PENAL

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual
ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)

I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de


2016) (Vigência)

II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de


2016) (Vigência)

III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei nº 13.344, de


2016) (Vigência)

IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)

§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)

I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-
las; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com


deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de


dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego,
cargo ou função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016) (Vigência)

§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização
criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO
Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de


produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de
2016)

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que
sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a
finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

CAPÍTULO IV
DO DANO

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços
públicos; (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)

Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,


fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.” (NR)

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe
ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de
estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei nº 13.445, de
2017 Vigência

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência

§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem
econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país
estrangeiro. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência

§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído pela Lei nº 13.445, de
2017 Vigência

I - o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência

II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído pela Lei nº 13.445, de


2017 Vigência

§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às infrações
conexas. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência

TÍTULO V
DAS PENAS

CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 92 - São também efeitos da condenação:

II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à
pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou
outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Art. 121. Matar alguem:

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora
de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação
dada pela Lei nº 13.771, de 2018)

III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº
13.771, de 2018)

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas
ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº
9.426, de 1996)

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,


possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654,
de 2018)

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo


que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)


I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído
pela Lei nº 13.654, de 2018)

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)

CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
e forma legal ou convencional:

§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº
13.718, de 2018)

CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou
ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei nº
13.772, de 2018)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.


Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou
qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo. (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Sedução

Art. 217 -

Estupro de vulnerável

§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do


consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de


pornografia (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo,
nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº
13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal
pública incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada
pela Lei nº 11.106, de 2005)

II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação
dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

TÍTULO II

DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
conterá: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)


III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos
suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e
intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de


2016) (Vigência)

I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de


autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30
(trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência)

§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente


requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência)

DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será
qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado
pela pessoa presa (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua
assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela
Lei nº 11.113, de 2005)

§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
DA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016)

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

TÍTULO I

DO PROCESSO COMUM

CAPÍTULO I

DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 394. O procedimento será comum ou especial.

Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as
instâncias. (Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016)..

TÍTULO IX

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA


(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada
por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares
preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o
período de puerpério imediato. (Redação dada pela Lei nº 13.434, de 2017)

TÍTULO VII

DA PROVA

CAPÍTULO II

DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime
que envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)

II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº
13.721, de 2018)

TÍTULO IX

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA

CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças
ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei nº
13.769, de 2018).

I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº
13.769, de 2018).

II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído pela Lei nº 13.769, de
2018).

Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei
nº 13.769, de 2018).

ECA:

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre
medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na
adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)

Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação
básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais.

Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de estabelecimentos


congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de
drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização
judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)


anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei
nº 13.812, de 2019)

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela
Lei nº 13.812, de 2019)

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por
dois anos.

Título V

Do Conselho Tutelar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros,
escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos
de escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
suspensão do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente
será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de
2018)

CONSUMIDOR:
CAPÍTULO IV
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos

SEÇÃO I
Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou
segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a
seu respeito.

§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este
artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação dada pela Lei nº
13.486, de 2017)

§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos


ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando
for o caso, sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei nº 13.486, de 2017)

Das Práticas Abusivas

XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de


consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº
13.425, de 2017)

Das Infrações Penais

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente:

Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte. (Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017)

§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017)

EAOAB

Lei 13.247/2016: cria a sociedade individual de advocacia

Olá amigos do Dizer o Direito,

Temos mais uma novidade legislativa.

Trata-se da Lei nº 13.247/2016, que altera os arts. 15, 16 e 17 do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94).

Vejamos, em linhas gerais, o que mudou.

ARTIGO 15

Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94)


ANTES AGORA
Art. 15. Os advogados podem reunir-se Art. 15. Os advogados podem reunir-se
em sociedade civil de prestação de em sociedade simples de prestação de
serviço de advocacia, na forma serviços de advocacia ou constituir
disciplinada nesta lei e no regulamento sociedade unipessoal de advocacia, na
geral. forma disciplinada nesta Lei e no
regulamento geral.

Agora, mesmo que o advogado trabalhe sozinho ele poderá constituir uma sociedade unipessoal (de uma só
pessoa) para prestar seus serviços de advocacia. Isso traz vantagens especialmente no campo tributário
considerando que este advogado poderá recolher os tributos pelo sistema do SIMPLES, o que será mais vantajoso
para ele do que a tributação de pessoa física, que possui alíquotas mais altas.
Além disso, existem outros benefícios indiretos porque o advogado terá uma "pessoa jurídica" com a qual poderá
comprar carros mais baratos, ter acesso a determinados tipos de financiamento em condições especiais, planos de
saúde empresarial etc.

§ 1º A sociedade de advogados adquire § 1º A sociedade de advogados e a


personalidade jurídica com o registro sociedade unipessoal de
aprovado dos seus atos constitutivos no advocaciaadquirem personalidade
Conselho Seccional da OAB em cuja jurídica com o registro aprovado dos
base territorial tiver sede. seus atos constitutivos no Conselho
Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede.
§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados § 2º Aplica-se à sociedade de
o Código de Ética e Disciplina, no que advogados e à sociedade unipessoal de
couber. advocacia o Código de Ética e
Disciplina, no que couber.
§ 3º As procurações devem ser Não houve alteração neste § 3º
outorgadas individualmente aos
advogados e indicar a sociedade de que
façam parte.
§ 4º Nenhum advogado pode integrar § 4º Nenhum advogado pode integrar
mais de uma sociedade de advogados, mais de uma sociedade de
com sede ou filial na mesma área advogados,constituir mais de uma
territorial do respectivo Conselho sociedade unipessoal de advocacia, ou
Seccional. integrar, simultaneamente, uma
sociedade de advogados e uma
sociedade unipessoal de advocacia, com
sede ou filial na mesma área territorial
do respectivo Conselho Seccional.
§ 5º O ato de constituição de filial deve § 5º O ato de constituição de filial deve
ser averbado no registro da sociedade e ser averbado no registro da sociedade e
arquivado junto ao Conselho Seccional arquivado no Conselho Seccional onde
onde se instalar, ficando os sócios se instalar, ficando os sócios, inclusive o
obrigados à inscrição suplementar. titular da sociedade unipessoal de
advocacia, obrigados à inscrição
suplementar.
§ 6º Os advogados sócios de uma Não houve alteração no § 6º.
mesma sociedade profissional não
podem representar em juízo clientes de
interesses opostos.

Nos §§ 1º a 6º acima transcritos não houve nenhuma mudança substancial. O texto foi apenas atualizado para
prever que agora, além da sociedade de advogados, existe também a sociedade de um só advogado (sociedade
unipessoal).
Não havia § 7º § 7º A sociedade unipessoal de
advocacia pode resultar da
concentração por um advogado das
quotas de uma sociedade de advogados,
independentemente das razões que
motivaram tal concentração.

Este § 7º apenas deixa claro que a sociedade unipessoal pode resultar:


• de uma escolha inicial do advogado. Ex: advogado inicia sua carreira e decide, desde logo, constituir uma
sociedade unipessoal; ou
• da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados. Ex: dois advogados possuíam
uma sociedade simples de advocacia (os dois eram sócios). Um deles morreu. Esta sociedade simples poderá ser
transformada em sociedade unipessoal com a concentração das quotas do sócio morto na figura do sócio q ue
permanece vivo.

ARTIGO 16

Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94)

ANTES AGORA

Art. 16. Não são admitidas a registro, Art. 16. Não são admitidas a registro
nem podem funcionar, as sociedades de nem podem funcionar todas as espécies
advogados que apresentem forma ou de sociedades de advogadosque
características mercantis, que adotem apresentem forma ou características de
denominação de fantasia, que realizem sociedade empresária, que adotem
atividades estranhas à advocacia, que denominação de fantasia, que realizem
incluam sócio não inscrito como atividades estranhas à advocacia, que
advogado ou totalmente proibido de incluam como sócio ou titular de
advogar. sociedade unipessoal de
advocacia pessoa não inscrita como
advogado ou totalmente proibida de
advogar.

Apenas atualiza a redação para o plural, considerando que agora, além da sociedade simples de advocacia, existe
também outra espécie: a sociedade unipessoal. Atualiza também a redação por conta do advento do "Direito
Empresarial" em substituição ao "Direito Comercial" (ou mercantil) com o CC 2002. Assim, a expressão
"mercantis" é substituída por sociedade empresária (mais atual).

Não havia. § 4º A denominação da sociedade


unipessoal de advocacia deve ser
obrigatoriamente formada pelo nome
do seu titular, completo ou parcial, com
a expressão ‘Sociedade Individual de
Advocacia’.

Ex: João da Silva Carvalho Sociedade Individual de Advocacia.


ARTIGO 17

Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94)

ANTES AGORA

Art. 17. Além da sociedade, o sócio Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o
responde subsidiária e ilimitadamente titular da sociedade individual de
pelos danos causados aos clientes por advocacia respondem subsidiária e
ação ou omissão no exercício da ilimitadamente pelos danos causados
advocacia, sem prejuízo da aos clientes por ação ou omissão no
responsabilidade disciplinar em que exercício da advocacia, sem prejuízo da
possa incorrer. responsabilidade disciplinar em que
possam incorrer.

Nenhuma mudança no conteúdo. A redação foi apenas atualizada para incluir a nova espécie de sociedade
individual (unipessoal) de advocacia.

CAPÍTULO VI

Dos Honorários Advocatícios

Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários
convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de


impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo
juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixado s por arbitramento judicial, em


remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos
estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço
até a decisão de primeira instância e o restante no final.

§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de
levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia
a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado para
defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.

§ 6º O disposto neste artigo aplica-se aos honorários assistenciais, compreendidos como os


fixados em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo
aos honorários convencionais. (Incluído pela Lei nº 13.725, de 2018)

§ 7º Os honorários convencionados com entidades de classe para atuação em substituição


processual poderão prever a faculdade de indicar os beneficiários que, ao optarem por adquirir os
direitos, assumirão as obrigações decorrentes do contrato originário a partir do momento em que este
foi celebrado, sem a necessidade de mais formalidades. (Incluído pela Lei nº 13.725, de 2018)
TÍTULO II

Da Ordem dos Advogados do Brasil

CAPÍTULO I

Dos Fins e da Organização

Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e
forma federativa, tem por finalidade:

§ 6º Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados ou de administração interna, devem ser
publicados na imprensa oficial ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo. (Vide Lei nº 13.688, de
2018) (Vigência)

TÍTULO III

Do Processo na OAB

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros, nos processos em
geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos.

§ 2º Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil
seguinte. (Vide Lei nº 13.688, de 2018) (Vigência)

Lei nº 13.793/2019: advogados podem visualizar e imprimir processos eletrônicos mesmo sem estarem
funcionando nos autos

Olá amigos do Dizer o Direito,

Foi publicada hoje a Lei nº 13.793/2019, que permite que os advogados possam visualizar e imprimir
processos eletrônicos mesmo sem estarem funcionando nos autos.

Vamos entender.

Direito de acesso aos autos dos PROCESSOS sem procuração


O Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) prevê, em seu art. 7º, XIII, que:
Em regra, é direito do advogado examinar...
- em qualquer órgão do Poder Judiciário
- em qualquer órgão do Poder Legislativo
- ou em qualquer órgão ou entidade da Administração Pública
- os autos de processos judiciais (cíveis/criminais) e
- os autos de processos administrativos
- que ainda estejam em andamento
- ou que já tenham sido encerrados
- mesmo sem procuração.

Exceção: se o processo estiver sujeito a sigilo ou segredo de justiça, o advogado somente po derá ter acesso aos
autos se possuir procuração.
Autos de flagrante e investigações
Esse direito do advogado de acesso aos autos vale também para o flagrante, o inquérito e outras investigações
de qualquer natureza?
SIM, conforme assegura o art. 7º, XIV, da Lei nº 8.906/94:
Art. 7º São direitos do advogado:
(...)
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos
de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº
13.245/2016)

No caso deste inciso XIV, a situação da procuração é a mesma:


• Em regra: o advogado pode ter acesso aos autos dos processos e procedimentos mesmo que não tenha
procuração das partes envolvidas.
• Exceção: será necessário que o advogado apresente procuração caso os autos estejam sujeitos a sigilo (art.
7º, § 10, do Estatuto da OAB).

Documentos relacionados a diligências de investigação em andamento


Algumas vezes, pode acontecer de estarem sendo realizados determinados tipos de diligências que, se forem
reveladas ao investigado, se tornarão completamente inúteis.
Ex: o telefone do investigado, com autorização judicial, está interceptado.
Ex2: o Delegado está organizando uma busca e apreensão na casa do indiciado.

Se tais informações forem transmitidas ao advogado, a eficácia das diligências estará frustrada, considerando
que o investigado, em tese, não irá falar nada ao telefone que possa incriminá-lo e retirará de sua casa
qualquer documento que lhe seja prejudicial. Pensando nisso, o legislador autoriza que, nestas hipóteses, a
autoridade responsável pela investigação não junte aos autos os documentos relacionados com as diligências
ainda em andamento. É o que dispõe o § 11 do art. 7º do Estatuto da OAB, acrescentado pela Lei nº
13.245/2016:
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos
elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando
houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.

Esse direito do advogado de ter acesso aos autos existe também nos processos eletrônicos?
SIM. Mesmo antes da Lei nº 13.793/2019, eu penso que isso já era permitido, considerando que não havia
motivo razoável para uma diferenciação, ou seja, para se permitir o acesso do advogado sem procuração aos
autos de processo físico e vedar no caso de processo eletrônico. A forma dos autos é indiferente.
Esse aliás, já era o entendimento da maioria dos Tribunais de Justiça que, em seus sistemas informatizados,
permitia que o usuário, na internet, após se cadastrar como advogado, tivesse acesso a quaisquer proc essos
não sigilosos, mesmo sem procuração.
O legislador, contudo, optou por deixar isso expresso. Assim, a Lei nº 13.793/2019 incluiu o § 13 ao art. 7º do
Estatuto da OAB prevendo o seguinte:
Art. 7º (...)
§ 13. O disposto nos incisos XIII e XIV do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos e a
procedimentos eletrônicos, ressalvado o disposto nos §§ 10 e 11 deste artigo.

O § 10 exige procuração caso os autos estejam sujeitos a sigilo e o § 11 prevê a possibilidade de se proibir o
acesso do advogado às diligências em curso.

Além disso, a Lei nº 13.793/2019 alterou também o dispositivo mais “polêmico” e que era utilizado por
aqueles que sustentavam não ser possível ao advogado, sem procuração, ter acesso a processos eletrônicos.
Refiro-me ao § 6º do art. 11 da Lei nº 11.419/2006 (Lei do Processo Eletrônico) que, de fato, era muito mal
redigido. Compare a redação anterior com a atual:

Lei nº 11.419/2006 (Lei do Processo Eletrônico)


Redação anterior Redação atual (dada pela Lei
13.793/2019)
Art. 11 (...) Art. 11 (...)
§ 6º Os documentos digitalizados § 6º Os documentos digitalizados
juntados em processo eletrônico juntados em processo eletrônico
somente estarão disponíveis para estarão disponíveis para acesso por
acesso por meio da rede externa para meio da rede externa pelas respectivas
suas respectivas partes processuais e partes processuais, pelos advogados,
para o Ministério Público, respeitado o independentemente de procuração nos
disposto em lei para as situações de autos, pelos membros do Ministério
sigilo e de segredo de justiça. Público e pelos magistrados, sem
prejuízo da possibilidade de
visualização nas secretarias dos órgãos
julgadores, à exceção daqueles que
tramitarem em segredo de justiça.

Cadastro e demonstração de interesse


Antes de o advogado, procurador ou membro do MP ter acesso ao processo eletrônico, o sistema deverá exigir
que ele faça um cadastro para que se prove a condição profissional e como uma forma de controle do acesso
aos dados.
Vale ressaltar que esse cadastro não está sujeito à aprovação discricionária. Ao fazer o cadastro, o profissional
comprova a sua condição de advogado, procurador ou membro do MP e, automaticamente, já terá acesso ao
processo eletrônico, salvo se estiver em segredo de justiça.
É isso que se interpreta do § 7º do art. 11, inserido pela Lei nº 13.793/2019:
Art. 11 (...)
§ 7º Os sistemas de informações pertinentes a processos eletrônicos devem possibilitar que advogados,
procuradores e membros do Ministério Público cadastrados, mas não vinculados a processo previamente
identificado, acessem automaticamente todos os atos e documentos processuais armazenados em meio
eletrônico, desde que demonstrado interesse para fins apenas de registro, salvo nos casos de processos em
segredo de justiça.

O que significa a expressão “desde que demonstrado interesse para fins apenas de registro”?
A redação não foi muito feliz. Penso, no entanto, que o objetivo deste trecho foi dizer que os sistemas que
gerenciam os processos eletrônicos (exs: PROJUDI, EPROC, SAJ etc.) devem permitir que advogados,
procuradores e membros do MP cadastrados acessem automaticamente os autos eletrônicos, mesmo que não
estejam vinculados àquele processo, desde que o profissional demonstre interesse em acessá-lo (clicando no
número do processo, p. ex.), ocasião em que esse acesso ficará salvo no histórico do sistema para fins de
registro, como uma forma de segurança e controle.

Mudança no CPC
O CPC/2015 possui um artigo no qual trata sobre alguns direitos dos advogados (art. 107).
No inciso I deste artigo, é previsto justamente o acesso aos autos de quaisquer processos, mesmo sem
procuração, repetindo, com outras palavras, aquilo que já era assegurado pelo art. 7º, XIII, do Estatuto da OAB.
Veja o inciso I do art. 107 do CPC:
Art. 107. O advogado tem direito a:
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer
processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de
anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos
autos;

A Lei nº 13.793/2019, a fim de manter a coerência no sistema e sendo extremamente cautelosa, também
inseriu o § 5º a esse artigo dizendo, expressamente, que “qualquer processo” inclui “processos eletrônicos”.
Confira o parágrafo incluído:
Art. 107 (...)
§ 5º O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos eletrônicos. (Incluído pela
Lei nº 13.793/2019)

Defensores Públicos
A Lei nº 13.793/2019 falhou ao não incluir expressamente os Defensores Públicos no § 6º do art. 11 da Lei nº
11.419/2006.
Contudo, os Defensores Públicos, apesar de não serem advogados, possuem as mesmas prerrogativas
funcionais que os advogados, considerando que os membros da Defensoria Pública precisam dos instrumentos
necessários para oferecer aos necessitados assistência jurídica integral e gratuita (inclusive quanto à
orientação jurídica), nos termos do art. 134 da CF/88.
Assim, mostra-se inconstitucional qualquer ato normativo ou medida concreta que confira ao Defensor Público
menos prerrogativas funcionais que aos advogados, considerando que isso viola o dever estatal imposto pela
Constituição Federal de fornecer assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. Ora, a assistência
jurídica não será integral se o necessitado estiver sendo assistido por um Defensor Público que não goza das
mesmas garantias que um advogado particular.
Vale ressaltar, como reforço, que o inciso XIV do art. 7º da LC 80/94 prevê expressamente o direito dos
Defensores Públicos de examinar autos de flagrantes, inquéritos e processos não sendo necessário, em regra,
procuração para isso:
Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública da União:
(...)
VIII – examinar, em qualquer repartição pública, autos de flagrantes, inquéritos e processos, assegurada a
obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos;
(...)
XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial, independentemente de mandato, ressalvados os
casos para os quais a lei exija poderes especiais;

Vigência
A Lei nº 13.793/2019 entrou em vigor na data de sua publicação (04/01/2019).

MUDANÇAS OAB 2019

Art. 7º São direitos do advogado:

XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral,
autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo
ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar
apontamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019)

§ 13. O disposto nos incisos XIII e XIV do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos e a
procedimentos eletrônicos, ressalvado o disposto nos §§ 10 e 11 deste art

XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral,
autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo
ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar
apontamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019)

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos
de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;

§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de
que trata o inciso XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado
aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos,
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.

Você também pode gostar