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Vanderson Riciéri Rosa Tótoli

Propriedade Química das Tintas


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Introdução

Este trabalho tem como objetivo, o conhecimento de matérias-


primas para a fabricação de tintas e vernizes.
3

Sumário

Finalidade das tintas .................................................................................... 4

Tipo básico de tintas .................................................................................... 4

Formação de filme ....................................................................................... 5

Composição química da tinta ..................................................................... 6

Composição básica da tinta ........................................................................ 6

Classificação dos solventes .......................................................................... 9

Auxiliares ...................................................................................................... 20

Secantes......................................................................................................... 20

Especiais ....................................................................................................... 20

Resinas .......................................................................................................... 20
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Finalidade das Tintas:

São aplicadas para proteger, decorar ou cumprir alguma função especial.


O valor de proteção das tintas é importante tento em superfícies internas como
externas, mas o ambiente externo requer mais da tinta. É em exteriores que a
tintas esta sujeita aos requisitos mais severos.
Tintas para exteriores devem proporcionar proteção contra umidades, radiações
ultravioletas (UV), poluentes atmosféricos e crescimento de micro-organismos
que podem degradar madeiras, alvenarias e mesmo superfícies metálicas. Isso
não é tão fácil, considerando o fato de a camada de tinta não ter espessura
superior a dois ou três milésimos de polegada (50 –75 mícron),
aproximadamente a espessura de uma folha de jornal.
O valor decorativo da tinta é evidente. Não há maneira mais comum de decorar
o interior ou exterior de um imóvel do que aplicar uma nova camada de tinta.

1. Tipos básicos de tintas: à base de solvente e a base de águas


Há duas classificação gerais para tintas imobiliárias: à base de solvente (a
maioria à base de óleo) e tintas à base de água (tintas látex). Tintas à base de
óleos são fabricadas com óleos vegetais, como linhaça ou tung; a resina
alquidica é feita de óleo (por exemplo, óleo de soja) modificado para
proporcionar maior dureza.
Esses nomes aludem a uma diferença primaria aos dois tipos de tintas – a
porção liquida, ou “veiculo”, da tinta. Enquanto a porção liquida da tinta à base
de solvente geralmente contem destilados de petróleo (por exemplo, aguarrás),
a tinta látex contém água.
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A pigmentação usada em ambos os tipos de tintas é semelhante no sentido de


que usam dióxido de titânio (TiO2) para brancura e poder de cobertura, uma
série de pigmentos coloridos e cargas que “estendem” os pigmentos primários
proporcionam massa à tinta. Caulim é a carga mais utilizada e em tintas de
baixa qualidade serve também como pigmento primário.

2. Formação de filme: tintas à base de solvente X tinta à base de água


A maneira como uma tinta seca, forma filme e desenvolve propriedades
diferentes entre tintas à base de óleo e tintas látex. Isso se deve às diferenças
entre seus ligantes.
 Tintas à base de solvente ou óleos secam e curam em duas fases:
primeiro os solventes evaporam, deixando apenas os sólidos na
superfície do substrato. Ao mesmo tempo, a segunda fase é iniciada: o
ligante à base de óleo ou resina alquidica começa a secar ou curar.
Geralmente leva um dia ou mais para a cura proporcionar as
propriedades desejadas. Essa oxidação do ligante pode continuar
indefinidamente, em alguns casos resultando no amarelamento ou em
dureza excessiva. Isto pode levar ao cracking e ao descascamento da
tinta.
 Tinta á base de água geralmente são feitas com ligantes que são
dispersões de partículas sólidas de resina sintética em água. Este Tipo
de dispersão é chamado látex, daí o termo “tinta látex”. Na medida em
que a tinta seca, as partículas de ligante se aproximam cada vez mais
entre si. Em seguida, unem-se, englobando as partículas de pigmento, e
formam um filme continuo e resistente, inclusive à água. Essa
aproximação das partículas de ligante é chamada coalescência. Isso
constitui o processo de formação do filme. Não há oxidação
subseqüente para endurecer ainda mais o filme da tinta.
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A obtenção de um filme contínuo e bem formado quando uma tinta látex


seca é essencial para se obter as propriedades de desempenho esperadas,
especialmente durabilidade. Se a tinta for aplicada a uma temperatura
excessivamente baixa (inferior a 20°C) as partículas de ligante estarão
demasiadamente duras para se unirem completamente. E se a tinta for
aplicada a condições que a façam secar depressa demais, as partículas não
terá tempo suficiente para coalescer e formar um filme contínuo e durável.
Os níveis de solvente (coalescente) em tinta látex são uma pequena
percentagens do total de líquidos. A maior parte do liquido em uma tinta
látex é água, levando o termo “tinta à base de água”. Nas tintas látex o
ligante é sintético. Atualmente, ligantes látex podem ser acrílico, à base de
cloreto de vinila, acetato de vinila, estireno ou uma combinação desses
materiais em uma única resina.

3. Composição química da tinta

É necessário colocar algumas noções quanto à composição básica das


tintas que assim estão compostas: Veículos ou agregantes, pigmentos ou
corantes, cargas e solventes.

4. Componentes básicos de uma tinta:

4.1 Veiculo ou agregante:


É constituído, normalmente de óleos secativos, resinas naturais ou
sintéticas.

Os principais óleos usados são:


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4.1.1 Óleo de soja: Triglicerideo semi-secativo. Fornece ácido graxos


poliinsaturados, responsável pelo processo de secagem por oxidação.
Seu maior desmérito é a tendência ao amarelamento.

4.1.2 Óleo de linhaça: Óleo secativo que fornece ácidos graxos


poliinsaturados, responsável pelo processo de secagem por oxidação.

4.1.3 Óleo de oiticica: Óleo secativo que tem como principal constituinte o
ácido licânico, apresentando ligas duplas conjugadas e um oxigênio
cetonico. Só tem secagem mais lenta que o óleo de tungue. Em relação a
este tem a vantagem de ser mais fácil de processar por ter menor tendência
a gelatinação. Seu uso é limitado devido a sua cor castanho esverdeado,
pelo preço e pela disponibilidade.

4.1.4 Óleo de tungue: Óleo secativo que tem como principal constituinte o
ácido eleoesteárico, apresentando três instaurações conjugadas. É o óleo
vegetal de secagem mais rápida que se conhece. Apresenta polimerização
térmica muito rápida.

A importância desse óleo esta, em que a tinta exposta ao ar, depois de


algum tempo seca, forma uma película aderente à superfície. Nesta
secagem ocorre uma reação química que pode ser equacionado como
segue:

C C+ ½ O2 C C

O
Oxigênio do ar epóxido
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Modificantes:
A fim de alterar algumas característica das resinas alquidicas elas podem
ser modificadas com diversos tipos de compostos, desde ácidos naturais até
resinas sintéticas.
Breu: Substitui parte dos ácidos graxos. Aumenta a solubilidade em
solventes alifáticos, melhora o brilho e a secagem, mas diminui a
resistência ao exterior e agentes químicos.

Resina fenólicas: Utilizada em pequenas quantidades (cerca de 6% em


peso) sobre a resina alquidica. Melhora a dureza, resistência à água,
gasolina, agentes químicos e o brilho inicial.

Resina hidrocarboneto: Resina derivada do petróleo, tipo cumarona–


indeno, indeno–estireno, etc., têm como destaque a resistência química, o
baixo índice de acidez e a boa compatibilidade com óleo secativos. São
especialmente recomendadas e para uso em seladores para alvenaria.

TDI 80/20: Diisocianato aromático que consiste na mistura dos isômeros


2,4 e 2, 6, tolueno diisocianato na proporção de 80/20. Devido a ligação
com o uretano o resina alquidica com ela fabricada recebe o nome de
uralquidica. Também é mais polar resultando em um produto com maior
dureza e maior flexibilidade. Expostas a radiação UV gera aminas
aromáticas cromóforas de tom amarelo e castanho, que limita sua aplicação
em tintas de cores claras, são utilizada em verniz para madeira (verniz filtro
solar, verniz marítimo e vernizes da maior resistência).

Estireno: Quando utilizado em quantidades de cerca de 35% sobre a resina,


faz com que seque quase como uma laca, formando película duras e
resistentes, Estas resinas são compatíveis com pouquíssimos formadores de
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filme, tendo sua aplicação limitada. O estireno se forma a parti do etileno e


do benzeno, como mostra a reação a baixo:

Resina:
São substâncias que tem a finalidade de aumentar a dureza superficial e
brilho da película.

Resinas Acrílicas: São copolímeros de baixo peso molecular fabricadas


utilizando dois ou três tipos de monômeros. Um dos monômeros é o
composto acrílico que contem grupos reativos como: carboxila, hidroxila
ou amida. O outro é um estér acrílico. O terceiro é um monômero do tipo
estireno. Conforme a composição monomérica costuma – se designar as
resinas como acrílicas puras (quando não contém estireno) ou estirenadas.
Em geral, podem ser formuladas de modo a obter-se:
-Lacas acrílicas: Resinas que secam por evaporação do solvente.
-Acrílicas hidrofuncionais: Resinas que curam por reação química com um
componente B tipo isocianato (formando poliuretanos).

Composição das resinas acrílicas:


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Algumas propriedades dos monômeros mais utilizados são:


-Metacrilato de metila: Esse monômero é muito duro. Sua resistência à
gasolina é excelente, mas à umidade é baixa. É utilizado quando necessita
que o filme tenha ótima resistência à radiação ultravioleta.

-Metacrilato de butila: Confere excelente resistência a umidade, entretanto


sua elasticidade é limitada.

-Acrilato de etila: Boa aderência entre camadas e excelente resistência a


solvente, mas pouco resistente a água.

-Acrilato de butila: Tem as propriedades entre o acrilato de etila e o acrilato


de 2-etil hexila.

-Acrilato de 2-etil hexila: Excelente resistência à água, ao frio, e alta


retenção de brilho, mas reduzida resistência a solventes e baixa aderência
entre camadas.

-Estireno: Confere dureza, certa resistência química, mas retenção de brilho


ruim. É muito utilizado devido ao seu baixo custo.

-Monômeros carbofuncionais como ácido acrílico ou metacrilico: Confere


reatividade è resina, sendo usado em cerca de 2,5% sobre a composição
total da fórmula.

-Monômeros contendo nitrogênio como acrilamida: Dão ótima resistência


a solventes e melhoram as propriedades físicas.
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-Monômeros contendo grupo hidroxila ou glicidila: Conferem ótima


resistência química.

Resinas poliuretanas:
Um uretano é essencialmente um éster do ácido carbâmico ou um ácido
carbâmico substituído com a fórmula geral:

Os uretanos que encontram aplicação em tintas são poliuretanos obtidos


pela reação de um poliisocianatos (grupamento NCO) com um poliol
(grupamento OH).
CH
3

NCO

NCO
Os poliuretanos assim obtidos podem ser:
-Bi – componentes: obtidos através da mistura de um componente A
(polímero hidroxilado) com um componente B (poliisocianatos) no
momento da plaicação da tinta.
- Mono – componente: podem ser polímeros com grupo isocianato
bloqueado que são curados em estufas, polímeros cujos grupamentos
isocianato curam durante a aplicação através de reação química com a
umidade do ar ou polímeros modificados com isocianatos como óleo
polimerizado, resinas alquidicas, etc., que curam por oxidação, mas contem
grupo uretano em sua composição.
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Os poliuretanos produzem tintas de alta qualidade e grande variedade,


tendo aplicação sobre vários tipos de substratos.
As principais vantagens destas tintas são:
 alta flexibilidade e dureza;
 alta resistência a abrasão;
 alta resistência a produtos químicos;
 excelente propriedade dielétricas
 baixas temperaturas de cura.
Os principais campos de aplicação desses revestimentos são:
acabamentos claros, industriais, marítimos e pavimentos.
Em tintas decorativas as mais utilizadas são as alquidicas modificadas
com isocianatos ou uralquidicas, os poliuretanos bi-componentes e os
mono componentes curados com a umidade do ar. Esses últimos são
particularmente utilizados em vernizes para assoalho.

Composição das resinas poliuretanas:


Os polímeros mais utilizados como componente A (hidroxilado) e
componente B (isocianato).
a) Polímero hidrofuncional

-Poliésteres: poliésteres hidroxilados baseados em ácidos dibásicos de


cadeia linear como o ácido adipico, bem como polióis poliméricos
especiais são os mais comuns. Estes dois tipos de poliol produzem
filmes de poliuretanos muito resistente sob condições apropriadas de
cura, mas é essencial garantir a completa ausência da contaminação por
água. A água presente reagira com o isocianato, formando dióxido de
carbono que ficara retido no filme, causando assim bolhas que
prejudicam o aspecto e a resistência do filme. Os poliésteres conferem
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ao sistema poliuretano elevada dureza e flexibilidade com excelente


retenção de cor.

-Acrílicas: Muito populares em sistemas bi-componentes são as


acrílicas hidrofuncionais e poliésteres modificados com acrílicas.
Possuem boa solubilidade em solventes ésteres, enquanto solventes
aromáticos como o xileno podem ser usados como diluentes.

b) Poliisocianatos
-Aromaticos: TDI (tolueno diisocianato), MDI (difenilmetano
diisocianato), p-TMXDI (para-tetra-metilxileno diisocianato e seu
isômero meta).
-Cicloalifáticos: IPDI (isoforona diisocianato).
-Alifaticos: HDI (hexametileno diisocianato).
-Adutos São obtidos através da reação de um excesso de diisocianato
com um poliol, resultando em isocianato.

-Isocianuratos: É capaz de sofrer polimerização, ou auto-condensação.


A trimerisação leva a formação de isocianuratos que são muito estáveis.
Em tintas são usados em sistemas bi-componentes e levam produtos
com maior resistência ao amarelamentoe rápida velocidade de cura. São
comuns os isocianuratos de TDI (aromáticos) e HDI ( alifáticos).
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-Biuretos: A volatilidade de um diisocianato pode ser efetivamente


reduzida e seu peso molecular aumentado pela reação com uma pequena
proporção de água. Sob condições controladas, três moléculas de
diisocianatos podem ser reagidas com uma molécula de água para
produzir um isocianato terminado em biureto.

Resinas Epóxi

Apresenta em forma de liquido viscoso ou sólido quebradiços. Obtido


pela reação de condensação da epicloridrina e do bisfenos A
(difenilopropano), usando um catalisador alcalino como hidróxido de
sódio, sendo também conhecido como diglicidilésteres do bisfenos A. O
excesso de bisfenol A formará polímeros de mais alto peso molecular e
o excesso de epicloridrina favorecerá a formação de maiores quantidade
de DGEBA, obtendo-se um produto de peso molecular mais baixo.
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Sob a ação de certos agentes endurecedores, o grupo epóxi abre-se para


iniciar uma ação de ligação de acadeia a qual cura a resina que, assim,
passa a ser uma resina termoendurecível.

Tipos e característica das Resinas Epóxi:

Possuem muitas características notáveis incluindo dureza extrema, o


baixo encolhimento durante a cura devido à ausência de ateriais
voláteis, excelente resistência térmica e quimica especialmente aos
solventes e à água, alta aderência a qualquer superficiee alto poder de
molhabilidade.
Há três tipos de tintas epóxi com elas produzidas:

1. Tintas epóxi bi-componentes (catalisadas) modificadas (quando o


componente A – epicloridrina/bisfenos é fisicamente modificada
com outras resinas).
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2. Tintas epóxi bi-componentes (catalisadas) não modificadas (as


mais comuns).

3. Tintas epóxi monocomponentes – ésteres de epóxi.

Epóxi bi-componentes (1 e 2): São resinas epóxi curadas através de


reação quimica, com um agente de cura, normalmente polialquilamina,
aduto de amina, poliamida ou aduto de poliamida, sendo possível
diversas combinações entre eles. Quando estes componentes misturados
terão um tempo de vida útil limitado (pot-life) para uso em condições
normais.
Quando aplicada à temperatura ambiente estas tintas normalmente
alcançarão suas propriedades físicas finais e máxima resistência
quimica a solventes, dentro de sete dias subseqüentes. Este tempo de
cura pode diminuir se a temperatura for suficientemente aumentada. O
principal uso para essas tintas é em manutenção industrial onde sua
excelente adesão, resistência a álcalis, muito boa resistência à água,
ácidos minerais e a solventes além de boa resistência a temperatura
moderadamente altas, permitem seu uso com maior amplitude.
Tintas epóxi modificada com alcatrão tem encontrado largo uso quando
necessário filme de alta espessura e baixo custo, e onde a cor preta pode
ser aceita.Outras modificações físicas possível no componente A são:
com resina vinilicas (para melhorar a repintura) ou resina elastomérica
(para permitir que a tinta acompanhe as dilatações superficiais do
substrato pintado).

-Epóxi mono componente: Seca por oxidação dando um revestimento


superior às alquidicas no que se refere a resistência à água, álcalis e à
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névoa salina, mas nem se aproxima do sistema epóxi bi-componentes no


que se refere a resistência ao calor., solventes e produtos químicos.
A película formada pela aplicação das tintas epóxi endurecem com o
tempo, dando acabamento resistente à forte abrasão. Para a repintura de
revestimento epóxi envelhecidos com nova demão de epóxi,
recomenda-se um bom lixamento para assegurar uma boa adesão entre
demãos.

4.2 Pigmentos ou corantes:


São as substâncias que conferem à película proteção e a cor desejada.
A classificação desses corantes é:
4.2.1 Inorgânicos: óxidos
4.2.2 Orgânicos: naturais: vegetais e animais
sintético: petroquímico

FÓRMULA NOME DO COR


COMPOSTO
TiO2 Dióxido de Pigmento branco
titânio
PbCO3 Carbonato de Pigmento branco
chumbo
ZnO Óxido de zinco Pigmento branco
FeO Óxido de ferro Pigmento de cor
diversa
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4.3 Cargas:
São substancia cuja função é baratear a composição das tintas sem alterar
suas propriedades. As principais substancias usadas como carga são: talco,
caulim, sílica magnésia, carbonato de cálcio.

4.4 Solventes:
São usados com a finalidade de dar fluidez a tinta, contribuindo para a
formação de uma camada uniforme e seca. Um solvente muito volátil pode
ocasionar uma capa pouco uniforme e sem aderência.
São compostos totalmente voláteis que devem possuir ação de solvência
sobre as resinas ou pelo menos ser compatível com elas. Após a secagem
ou cura completa sobra à tinta, os solventes devem ter deixado totalmente a
película. Portanto, os solventes auxiliam na fabricação e na aplicação da
tinta, mas não têm participação na sua vida útil.

4.4.1 Solventes Latentes:


São aqueles que só dissolvem ou se misturam com uma resina em conjunto
com outro solvente, numa relação bem balanceada.

4.4.2 Solventes Inativos:


São os que não dissolvem nem se misturam com uma resina, isoladamente
ou em conjunto com solventes latentes ou com outros solventes inativos.
Assim o conceito de solvente verdadeiro, latente e inativo é sempre relativo
a um determinado tipo de resina. Por exemplo, éteres, cetonas e a maior
parte de solventes orgânicos de função mista são solventes verdadeiros para
resina acrílica.
Os hidrocarbonetos aromáticos e álcoois são solventes latentes, já que
misturas bem balanceadas dos dois dissolvem a resina. Os hidrocarbonetos
alifáticos, tais como hexana, heptana, nafta, e aguarrás, não são solventes
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do nitrato de celulose e só podem ser incorporados a esta resina em


quantidades limitadas.

Classificação dos solventes em grupos:


Os solventes se classificam quimicamente nos seguintes grupos:
 Terpenos
 Hidrocarbonetos -alifáticos
-naftênicos
-aromáticos
 Oxigenados -álcoois
-ésteres
-cetonas
-glicóis
 Furanos
 Nitroparafinas
 Clorados

Terpênicos:
Os solventes terpênicos mais importantes são aqueles obtidos de pinho. São os
mais antigos utilizados em tintas e eram conhecidos como essência de terebina.
Trata-se de misturas de compostos insaturados cíclicos contendo 10 átomos de
carbono e 16 de hidrogênio.
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C H 3 C H 2 C H 3

C C C
H C C H H C C H 2 H C C H
H 3 C C C H 3 H 3 C C C H 3

H 2C C H 2 H 2C C H 2 H 2C C H 2

C C H
H H C
C
H 3C C H 2

α – Pinemo β- Pinemo Dipenteno

Hidrocarbonatos:
Os hidrocarbonatos são amplamente utilizado no campo de tintas devido ao seu
custo relativamente baixo e indicação para a maioria das resinas.
Os hidrocarbonatos se subdividem em:
 Alifáticos: n-parafina
Isoparafinas
 Cicloparafinas
 Aromáticos

Alifáticos
Os dois tipos de parafinas (n-parafina e isoparafinas) possuem poder de
solvência e volatilidade baixos, pois são compostos de alto peso molecular.
As n-parafina se caracterizam pelo baixo poder de solvência e suave odor.
Exemplos típicos são os aguarrás e a nafta alifática. Quanto às isoparafinas,
que são isômeros das n-parafina, caracterizam-se por serem insípidas a
partir de 9 carbonos.
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H3CCH2CH2CH 2CH2CH3
n-Hexano

CH3

H3CCHCH2CH 2CH 2CH 3


2 – metil-hexano

Cicloparafinas
As cicloparafinas se caracterizam pela estrutura cíclica que confere poder
de solvência maior e menor volatilidade em relação aos alifáticos.
H
C
H
HC CH2
2

HC CH2
2
H
C
H
CICLO - HEXANO

Aromáticos
Hidrocarbonetos aromáticos se baseiam na estrutura de anel insaturado de
seis carbonos (benzeno), e se diferenciam em relação aos alifáticos pelo
forte poder de solvência e odor.
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CH3 CH3 CH3

CH3 CH3

CH3
Benzeno Tolueno Orto-xileno Meta-xileno
CH3
Para-xileno
Solventes oxigenados
Soa denominados solventes oxigenados aqueles que possuem átomos de
oxigênio na molécula. Estes átomos contribuem para o aumento da
polaridade do composto. Esta é a maior diferença entre solventes a base de
hidrocarbonetos e oxigenados. Devido à polaridade, muito deles são
hidrossolúveis. Os mais importantes são álcoois, ésteres, cetonas e os
glicóis.

Álcoois
A fórmula genérica para álcoois é CnH2n +1 (OH). Diferem dos
hidrocarbonetos alifáticos pela substituição de um hidrogênio por uma
hidroxila. Uma característica genérica dos álcoois consiste em sua
hidrossolubilidade. Os álcoois com pequeno numero de carbonos, são
infinitamente solúveis em água, enquanto membros com numero de
carbonos acima de quatro são parcialmente solúveis e até insolúveis em
água. Esta diferença se relaciona diretamente com a polaridade da
molécula, ou seja, quanto menor o tamanho da molécula, maior a
polaridade.

Alguns exemplos de álcoois:


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H C OH

H
Metanol (Álcool metilico)

H H

H C C OH

H H
Etanol (Álcool etilico)

H H H

H C C C OH

H H H

Propanol (Álcool propilico)


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H OH H

H C C C H

H H H

Isopropanol (Álcool isopropilico)

H H H H

H C C C C OH

H H H H

n-Butanol (Álcool n-butilico)

OH
H H
H C H

H C C C H

H H H

Isobutanol (Álcool isobutilico)


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Ésteres
Os ésteres mais importante para a aplicação em tintas e em seus derivados
são os acetatos, visto que se trata de excelentes solubilizadores à resina
sintéticas (acrílicas, poliuretanas, polímeros celulósicos, etc.). Os acetatos
se caracterizam por um odor agradável. Exemplo:
H O
H
H C C
O C H
H H
H
Acetato de metila

H O
H H
H C C
O C C H
H H
H H
Acetato de etila
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H O
H H H H
H C C
O C C C C H
H H
H H H H
Acetato de butila

Cetonas
O

As cetonas se caracterizam pelo grupo C


São solventes para uma variedade maior de resinas do que os ésteres e se
distinguem em relação a estes pelo maior poder de solvência. As cetonas
são usadas em resinas insolúveis em hidrocarbonetos e álcoois. São
geralmente utilizada como solventes ativos resinas vinilicas e epóxi. Com
nitrocelulose obtêm-se viscosidades mais baixas comparativamente aos
ésteres. Exemplo:
H O H

H C C C H

H H
Propanona (acetona)
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H O H H

H C C C C H

H H H
Butanona metil-etil-cetona (MEK)

H
CH
H O H H
H C C C C H
H
H H CH
H
4-metil-2-pentanona metil-isobutil-cetona (MIBK)

Glicóis
Os solventes glicóis são compostos geralmente bifuncionais que possui a
função éster ( -O- ), álcool (-OH-) ou éster (-COOR).
Possuem bom poder de solvência devido ao fato de possuírem estes dois
grupos que conferem alta polaridade à molécula e, portanto, miscibilidade
em água. Uma limitação do seu é sua baixa taxa de evaporação. No entanto,
esta característica pode ser interessante quando a tinta é aplicada em
lugares muito quente ou com elevada umidade do ar, necessitando de
solventes pesados para regular a sua secagem. Geralmente, os solventes
glicólicos são misturados com outros mais leves.
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Éteres glicólicos
H H H H

H C C O C C OH

H H H H
Monoetil-éter de etileno glicol (cellosolve) ou etil-glicol

H H H H H H

H C C O C C O C C OH

H H H H H H
E t il -d ig l ic o l ( c a r b ito l )

Ésteres glicólicos
H O H H H H

H C C O C C O C C H

H H H H H
Acetato do etil-glicol (acetato de cellsolve)
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Furanos
São éteres cíclicos cuja aplicação é especifica no campo analítico. Possuem
alto poder de solvência.

H H

C C

H C C H
O
Furano

H2C CH2

H 2C CH2
O
Tetra-hidrofurano

Nitroparafinas
As nitroparafinas são compostos alifáticos que possuem um grupo nitro
(NO2). A taxa de evaporação é aproximadamente igual à do acetato de
butila. Os nitrocompostos podem substituir parcialmente solventes
aromáticos. Exemplo:
H NO2 H

H C C C H

H H H
2-nitro-propano
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Referências bibliográficas

Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinatas) Vol 2 e 3

Polígrafo Curso Básico de Tintas – Tintas Renner S/A

Ploigrafo de Química Aplicada aos Materiais da Construção Civil – Prof.


Jane Proszek gorninski

Trabalho de Mestrado Profissionalizante em Engenharia – Cenira Cristine


Verona – UFRGS.
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Conclusão
Após a realização deste trabalha, obtivemos o conhecimento dos diversos
tipos de componentes que são empregados em uma tinta.

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