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ESTRATÉGICA
AULA 6
Problematização
420 milhões de pessoas são viciadas em internet, diz estudo
Um estudo da Universidade de Hong Kong afirma que 6% da população
mundial é viciada em internet. Considerando que o planeta tem cerca de 7
bilhões de habitantes, quase 420 milhões de pessoas possuem compulsão em
acessar a web, de acordo com a pesquisa. Vale lembrar que apenas 39% da
população mundial possui acesso à internet. De acordo com os autores do
estudo, o vício em internet é “geralmente visto com preocupação porque as
anomalias neurais e disfunções cognitivas são parecidas com aquelas
relacionadas à dependência em substâncias”. Além disso, o vício em internet é
geralmente acompanhado de outros transtornos mentais, como déficit de
atenção, hiperatividade e depressão. Alguns países já tratam a dependência em
internet como um problema de saúde pública. A China, por exemplo, já mantém
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clinicas para viciados na web. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas mantém
desde 2010 uma terapia em grupo para dependentes por internet.
INTRODUÇÃO
O processo de administração estratégica de uma organização pode ser
considerado um conjunto coordenado de análises, estudos e reflexões a respeito
do momento atual da organização e suas perspectivas de futuro.
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1. Este processo de reflexão tem início com o entendimento da
missão atual da empresa, seus pontos fortes e pontos fracos, sua cadeia de
valor, suas competências distintivas, habilidades, conhecimentos, capacidade e
competências dos recursos humanos.
2. Em uma segunda etapa a organização, em um processo de
inteligência competitiva, procura identificar oportunidades e ameaças oriundas
do ambiente externo, identificando tendências, cenários e o comportamento das
forças competitivas.
3. Na terceira etapa, a partir da coleta de dados dos ambientes interno
e externo, cabe à organização idealizar o seu ambiente pretendido, indicando a
visão de futuro para o negócio.
4. A tomada de decisão estratégica indica a quarta etapa do processo,
implica na tomada de decisão a respeito das estratégias do negócio, de mercado
e aos objetivos de desempenho pretendidos.
5. A quinta etapa do processo implica na mudança organizacional.
Uma vez que os planos foram estabelecidos e os objetivos e metas fixados, cabe
aos gestores do negócio a execução da estratégia e a implantação da Mudança
Organizacional.
Aprendizado
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Com base no aprendizado, uma organização aproxima-se das
características dos organismos vivos e que aprendem a lidar com a incerteza,
eliminando o risco previsível, acompanhando os eventos pré-determinados
(envelhecimento da população, evolução da internet, redução do tamanho das
famílias) e despreocupando-se com os eventos incertos (terremotos,
tempestades e pandemias).
Para construir um futuro de sucesso, os tomadores de decisão necessitam
de decisões acertadas, que permitam a organização sair na frente da
concorrência, e desenvolvam a evolução da visão de futuro e de negócio.
Neste processo evolucionário cabe aos tomadores de decisão testar a
estratégia, reinventá-la, gerar novas estratégias, aprender mais rápido que a
concorrência e assim garantir o futuro da organização.
Planejamento Estratégico e Mudança Organizacional
Analise com atenção o diagrama a seguir, que mostra a visão geral do
planejamento estratégico e sua relação com a missão de valores da empresa:
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Quando se pode afirmar que começa e termina um processo de
mudança?
Tudo que as organizações fazem, desde sempre, para melhorar,
para crescer, não se constitui numa mudança?
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Velocidade da mudança externa: a mudança enquanto imperativo
ambiental é rápida ou lenta? É possível planejar o processo ou precisamos nos
adaptar ao ritmo da mudança?
Temporalidade da mudança: trata-se de uma mudança a ser realizada
rapidamente, podemos nos adaptar, precisamos provocá-la ou fomos forçados
a mudança?
Mudança como construção social: a mudança provocada pode ser
considerada um modismo? Uma onda temporária? Uma tendência consolidada
e perene de transformação da sociedade?
Resposta a demanda interna: uma vez identificada a necessidade de
mudança, qual a velocidade de resposta da organização a mudança? Rápida?
Lenta? De adaptação?
Continuidade/Descontinuidade: ao longo do tempo o processo de
mudança pode ser considerado como parte de um sistema evolutivo, ou trata-se
de uma ruptura no comportamento do consumidor, do governo, da sociedade e
das empresas?
Os limites do processo de mudança
Observe a visão geral do processo de mudança ao longo de sua
implementação:
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TEMA 3 - TIPOS DE MUDANÇA
Embora sempre se busque uma certa categorização dos processos, o que
importa é entendermos a existência de processos formais e informais de
mudança.
Para Ouro (2005) estamos diante de uma realidade onde o pé no
acelerador da tecnologia puxa o fenômeno da mudança econômica, social e
cultural. Mesmo informalmente mudamos nosso comportamento, nossos
valores, nossa cultura e a forma como fazemos negócios, nos comunicamos e
nos socializamos. Trata-se de um processo de adaptação, às vezes formal e às
vezes informal, ao qual somos convocados a participar.
Interessa-nos neste aspecto a mudança formal acontecida nas
organizações, muitas vezes vinda das mudanças sociais e comportamentais da
sociedade.
Planejamento da Mudança
Planejar o processo de mudança significa se comprometer com uma
agenda de mudanças internas na organização, sendo que muitos
questionamentos surgem a partir desta necessidade de mudança, e isto envolve
definir quem serão os responsáveis pela mudança, qual a sequência de etapas
que deverão ser seguidas, em que datas e prazos os objetivos deverão ser
atingidos, como se dará o processo de acompanhamento da execução do plano
proposto, entre outros fatores.
Para facilitar o processo de gestão da mudança recomenda-se a utilização
de ferramentas de gestão como o 5W2H [(WHAT (O que) / WHO (Quem) / WHY
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(Por que) / WHERE (Onde) / WHEN (Quando) / HOW (Como) / HOW MACH
(Quanto)] associadas a um bom sistema de avaliação e acompanhamento da
implantação de projetos, com reuniões de revisão dos resultados alcançados
com periodicidade preestabelecida.
Veja um exemplo a seguir:
Sistema de Avaliação
Para Ouro (2005) o processo deve estar baseado em um bom sistema de
avaliação.
Clique nos itens do diagrama para conhecê-los:
Avaliação de resultados: alcançados, em andamento e em execução
Avaliação das estratégias: definidas e adotadas, necessidades de
mudanças e adoção de novas estratégias
Avaliação dos esforços: cumprimento das metas, principais dificuldades
encontradas, acompanhamento por projeto, plano e programa
Avaliação dos métodos de trabalho: que são e serão utilizados para o
alcance das metas e objetivos da estratégia
Avaliação da capacidade de reprogramação da estratégia: a
redefinição dos rumos organizacionais a partir de novos cenários, barreiras e
entraves encontrados
Avaliação de novas oportunidades: quais serão os critérios para
avaliação de novas oportunidades que surgirão no decorrer do processo de
mudança, quais devem ser aproveitadas e quais devem ser descartadas
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Avaliação da capacidade de atingimento das metas: saber se temos
as condições e os recursos necessários ao atingimento das metas
organizacionais
Avaliação da visão de futuro da organização: como saber se o que
estamos buscando é pertinente, se estamos nos aproximando ou distanciando
de nossa visão de futuro estabelecida
Foco da Estratégia
O foco tradicional da estratégia voltada para custos, preços baixos,
eficiente, estável, rígida e vertical, tem se mostrado pouco versátil para lidar com
a incerteza do momento atual.
Empresas inovadoras, empreendedoras, achatadas, velozes, flexíveis e
com alta capacidade para o trabalho em rede estão ditando uma nova realidade
dos negócios. Mas como saber se a empresa ainda é tradicional ou já se tornou
emergente?
Para Ouro (2005, p. 290) alguns cuidados precisam ser tomados:
1. O sentido da mudança como um valor, facilitando a chegada de
novas ondas de mudanças, fato irreversível nos negócios da atualidade
2. A gestão do conhecimento, que envolve a criação de espaços de
compartilhamento de conhecimento, de criação de comunidades de prática, de
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transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito e outras
formas de preservação e criação de novas competências distintivas para a
organização
3. A aprendizagem organizacional, permitindo a entrada do novo, sem
receios, com a criação de força e ousadia de quem sabe que sobreviver significa
inovar
4. A criação de um ambiente favorável (clima de confiança) baseado
na premissa de que o maior capital é o humano
5. A estratégia do negócio alinhada à estratégia dos recursos
humanos, a valorização explícita das pessoas no ambiente empresarial, de
forma a abrir espaços para contribuírem utilizando todo o seu potencial e
permitindo a descoberta dos talentos invisíveis na organização
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No âmbito individual, as causas da resistência a mudança podem
envolver:
Hábito / Zona de Conforto (Terei que trabalhar mais? Pensar?)
Perda da Segurança (duvido que eu seja capaz...)
Medo do Desconhecido (após a mudança, o que acontecerá?)
Fatores Econômicos (não farei horas extras, terei promoção?)
Informação Seletiva: ignorar a mudança
Tipos de Organizações
Para Ouro (2005) as organizações enfrentam a mudança de diferentes
maneiras e podem ser classificadas de acordo com um grupo de características
que as diferenciam.
Organizações prospectivas: inovadoras, influenciam o setor onde
atuam, usam a mudança radical e a incremental como um valor.
Organizações proativas: criativas dentro dos parâmetros
tradicionais do setor onde atuam, adotam a mudança incremental com um valor.
Organizações analíticas: adotam o novo somente após a
experimentação de outras companhias, absorvem a mudança com maior
facilidade do que provocam a mudança. Mudar sim, somente quando não for
mais possível adiar a mudança.
Organizações defensivas: seu foco está na sobrevivência, os
resultados são poucos, mas duradouros, reagem a mudança, os esforços para
a realização da mudança são poucos, de preferência que ela aconteça ao longo
de muito tempo.
Organizações apáticas: sobrevivem, não agregam valor ao
negócio, não suportam a mudança, tendem a desaparecer antes de promover e
aceitar a mudança.
Resistência à Mudança
A resistência à mudança, tanto em indivíduos quanto em organizações,
pode ser verificada mediante comportamentos das pessoas em relação à
mudança, o que poderíamos chamar de “um cemitério de boas ideias”, como os
exemplos abaixo:
“Já tentamos isso antes e não funcionou”.
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“Não fui chamado para fazer parte da equipe de mudança, logo não
funcionará”.
“Não fui eu que fiz, portanto não serve”.
“Existem outras soluções possíveis e melhores”.
“Deixa eles tentarem, quando não funcionar faremos do nosso jeito”.
“Enquanto tivermos alguém para culpar pelos fracassos, o problema não
é nosso”.
“Sempre que algo não funciona chamamos alguém de fora... para na
sequência fazermos funcionar”.
“Desde que não interfira no meu trabalho, podem fazer o que quiserem”.
“Os novos sistemas tendem a apresentar mais problemas que os
anteriores, os quais já dominávamos”.
“As mudanças previstas alteram a estrutura de poder da organização, os
novos poderosos não estão preparados para liderar”.
“Esta equipe responsável pela mudança é muito imatura”.
“Estão fazendo tempestade em copo de água, não temos a necessidade
de uma mudança tão radical”.
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TEMA 6 - PROJETOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL
No processo da estratégia, os projetos de mudança organizacional,
correspondem aos caminhos que serão trilhados para a implantação da
estratégia. Eles respondem a seguinte questão:
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Definição das linhas mestras do projeto: propósitos, objetivos e valor a ser
incorporado pela organização
Planejamento
Quais ações serão empreendidas, considerando-se recursos humanos,
financeiros, físicos e de tempo
Desenvolvimento
Esta é fase de ação efetiva do projeto, aqui tem início efetivo a nova ordem
organizacional
Implementação
A estratégia sai do plano das intenções e efetiva-se no mundo real
Consolidação
A partir desta etapa consolidam-se aspectos como constância de
propósitos, efetividade de ações, avaliação de resultados, correção de
distorções. O monitoramento do sistema tende a criar a nova realidade
empresarial
Fonte: elaborado com base em Renilda Ouro (2005, p. 109).
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TROCANDO IDEIAS
Vivemos um momento de grande transformação nas organizações
públicas, privadas, ONGs, pequenas, médias e grandes empresas. Este
momento de transformação, que inspira pela riqueza de possibilidades, pela
diversidade de pessoas envolvidas e pelos desafios, pode significar para alguns
um oceano de possibilidades e para outros um estreito caminho a ser seguido.
Cada organização, indústria, região ou país são únicos. Desta forma,
também não existem duas estratégias idênticas; elas podem ser parecidas, mas
não são iguais.
NA PRÁTICA
Processo de Elaboração da Estratégia
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Sejam as organizações passivas, reativas, preativas ou proativas, elas
dependem de um conjunto de quatro fatores intervenientes no processo de
elaboração da estratégia.
O Processo de Estratégia
A tabela a seguir nos indica uma sequência de etapas e possibilidades
estratégicas a serem analisadas pelas organizações.
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SÍNTESE
Seja qual for a característica dominante na organização, o importante é
que a elaboração da estratégia siga um processo planejado, sistematizado,
coerente e entendido como funcional para as necessidades e aspirações da
organização.
A elaboração da estratégia não pode ser dar ao acaso, deve seguir um
processo racional, elaborado com base nas competências dos gestores. Afinal
de contas, não existe uma única maneira correta de elaborarmos a estratégia,
mas sim passos, etapas e estudos que podem auxiliar a organização a elaborar
sua própria estratégia.
Diante disso, só nos resta desejar a você bons estudos e muito sucesso
na elaboração das estratégias de sua organização.
Sucesso e Bons Negócios!
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