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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
É de competência do STF:
Competência Internacional
No caso deste a decisão proferida em outro país pode ser validado no território
nacional, desde que seja devidamente homologada pelo STJ.
Obs.: A mera propositura de demanda perante tribunal estrangeiro, a respeito de
causas de competência concorrente, não induz litispendência, nem impede que a autoridade
brasileira conheça da mesma causa que lhe forem conexas (art. 90).
Determinação de competência
Quanto à competência fixada pelo valor da causa são sempre absoluto para o mais
e relativo para o menos. Para as causa de competência dos juizados especiais a justiça comum
também é competente, agora o inverso não é recíproco, sendo competência absoluta.
Princípio do juiz natural: entende-se que apenas a lei - geral e anterior - pode
definir a competência dos órgãos jurisdicionais, portanto, é a garantia que a determinação desse
órgão competente se dê por critérios abstratos e previamente estabelecidos, repugnando ao
direito nacional instituição de juízo de exceção.
Prorrogação de competência
Conflito de competência
O exame do conflito sempre caberá a tribunal superior àquele que foi instaurado,
se dá por meio de petição – quando oferecido pelas partes ou MP – ou por oficio – quando
suscitado diretamente por um dos juizes envolvidos -, ambos instruídos com os documentos
necessários à demonstração dos fatos envolvidos no incidente. Encaminhado o conflito ao
tribunal e distribuído, o relator determinará a oitiva dos juízes envolvidos, em prazo designado
para manifesta-se em cinco dias. O relator apresentará o feito em sessão para julgamento. Ao
julgar o conflito, o tribunal determinará o órgão competente como decidirá sobre a validade dos
atos praticados pelo juiz incompetente.
Enquanto o incidente estiver sub judice o processo ficará suspenso, nos casos de
conflito de competência positivo, com isso, será necessário instituir um órgão jurisdicional
provisório para julgamento de questões urgentes.
Procedimentos
Procedimento sumário
Deve ser observado o procedimento sumário nas causas cujo valor não ultrapasse
a 60 salários mínimos; independentemente de qualquer valor nas causa de arrendamento rural e
de parceria agrícola; de cobrança ao condômino de valor devido a condomínio; de ressarcimento
por danos em prédios urbano ou rústico; ressarcimento de danos causados por acidente de
veículos de vias terrestres, assim como cobrança de seguro relativo á esses tipos de acidentes,
ressalvados os casos de execução; de cobrança de honorários de profissionais liberais,
ressalvados casos de lei especial; nos demais casos previstos em lei.
O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não
possam ser aproveitados, art. 250 do CPC. Se o sumário é inadequado e o vício foi conhecido no
início, converter-se-á de sumário para o ordinário abrindo prazo para contestação; a escolha foi
do ordinário, devendo ser sumário, converter-se-á para o sumário mediante aditamento da inicial.
Agora, se percebida durante o processo que o rito sumário é inadequado, deve-se anular os atos
praticados que prejudicam a defesa e aproveitar os outros na conversão para o ordinário; se o
ordinário é inadequado deverá converter para o sumário, se já oferecido defesa não deverá anulá-
la porque não há prejuízo ao réu.
Recebendo o juiz a P.I., deve designar audiência no prazo de 30 dias, ocasião que
será tentada a conciliação, não havendo conciliação, o réu deverá apresentar resposta com
documentos, a resposta pode ser escrita ou oral. Nesse procedimento, o réu deve ser citado pelo
menos 10 dia antes da audiência para apresentar a resposta em audiência. Se a citação ocorrer
durante os 10 dias e o réu aparecer para aguir o vício, entende-se que houve renuncia tácita à
diferença de prazo para a preparação da defesa.
Procedimento especial
Procedimento ordinário
São requisitos da petição inicial são: o juiz e o tribunal a que é dirigida; o nomes,
prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes (qualificação das partes); o
fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir); o pedido com as suas especificações;
o valor da causa; as provas com que o autor pretende demonstrar os fatos alegados; e o
requerimentos de citação do réu (art. 282).
Causa de pedir
Chiovenda afirma que os “fatos constitutivos são aqueles que dão vida a uma
vontade concreta da lei e à expectativa de um bem por parte de alguém”.
Aqueles que fazem cessar uma vontade concreta da lei são fatos extintivos.
Por exemplo: se o autor pede o pagamento de uma divida, e o réu alega que ela foi
parcelada, somente podendo ser exigida em parte, o fato é modificativo; se o réu alega
pagamento, o fato é extintivo; se o réu alega exceção de contrato não cumprido, o fato é
impeditivo.
Há possibilidade de invocação de mais de uma causa de pedir, quando ocorrer
fatos de:
Do pedido
Com efeito, o pedido pode ser considerado em dois aspectos: mediato e imediato.
O art. 290 do CPC afirma que o pedido condenatório abrange prestações futuras,
que ainda não venceram, ou não foram inadimplidas, mas que provavelmente não o serão. É por
isso que se pode falar em pedido condenatório futuro, para o caso de inadimplência da prestação.
O pedido mediato e imediato tem que ser certo e determinado (art. 286). Admite-
se, contudo, que o pedido mediato, ou seja, o bem da vida, seja indeterminado ou genérico, nas
seguintes hipóteses:
- nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens
demandados;
Nesses três casos o juiz poderá proferir sentença ilíquida, e que portanto, deve ser
liquidada antes do cumprimento da sentença (art. 475ª e 475 J)
O pedido será alternativo quando pela natureza da obrigação poderá ser cumprida
de mais de um modo. Ex.: Pagamento para a reconstrução de um muro ou a construção.
É possível a cumulação de pedidos ainda que não haja conexão entre eles. Para
isso, devem preencher os seguintes requisitos:
Ocorre quando o segundo pedido somente pode ser julgado se o primeiro for
procedente; o primeiro pedido é prejudicial ao segundo, este depende daquele. Ex.: pede-se a
decretação de nulidade do contrato em primeiro e a devolução das contraprestações pagas; só
será admitido o segundo pedido se o primeiro for procedente.
Cumulação alternativa não se confunde com a hipótese de obrigação que pode ser
cumprido de dois modos distintos.
Naquela hipótese são mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz
conheça do posterior em não podendo acolher o anterior.
Nesses casos fica claro que a redução do pedido não fica subordinada ao limites
temporais, definidos pela citação e pelo saneamento do processo.
Partes
Apenas os sujeitos que disputam o litígio, e nesse sentido dele fazem parte, devem
ser designados como partes do processo.
Aquele que toma parte ou dele faz parte deve ser considerado parte; aquele que é
estranho ao litígio ou dele não faz parte, embora a sentença produza efeitos contra ele, deve ser
considerado terceiro.
Ao litígio posto em juízo deve ser dado um valor. Ainda que o litígio não tenha
um valor econômico imediato, ou não configure propriamente um litígio – pó não haver conflito
de partes -, toda causa que deva ser objeto de prestação jurisdicional deve ser valorada.
O valor da causa pode ser legal ou estimado. A primeira ocorre quando a lei
apresenta critérios (259 e 260) para que o valor da causa seja fixado, sendo que, na outra
hipótese, diante da ausência de critérios, somente resta ao autor estimá-la.
O valor da causa sempre deve retratar o estado de fato e de direito que existe no
momento da apresentação da petição inicial. Isto significa que qualquer alteração posterior à
propositura da ação, que possa repercutir no valor atribuído à causa, não deve ser tomada em
conta.
Afirma o art. 260 que o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação
anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a um ano. Se por
tempo inferior, será igual à soma das prestações.
Afirma, assim, o art. 284 que verificando juiz que a petição inicial não preenche
os requisitos do 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou complete, no prazo de 10 dias.
O juiz tem o dever de conferir ao autor possibilidade de emendar a petição inicial,
caso haja algum vício. Havendo essa oportunidade e o autor manter-se inerte, deverá, aí, o juiz
indeferir a peça.
De acordo com o art. 295, a petição inicial será indeferida quando for:
- inepta (295);
- manifestamente ilegítima;
O CPC define a citação como sendo o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou
interessado a fim de se defender. Efetivamente, a citação é o ato de convocação inicial do
processo, capaz de angularizar a relação processual, em face de quem se pede a atuação do
direito.
A lei processual veda a citação em certas situações especiais (art. 217), que são
elas:
- as de culto religioso;
Espécies de citação
Quando a citação for ficta e não havendo comparecimento do réu, a fim de evitar
prejuízo á defesa, prevê o CPC a nomeação de curador especial, que será responsável pela defesa
do revel (art. 302).
a) Pelo correio (221, I), esse é o meio padrão, admitido em qualquer feito, exceto:
nas ações de estado, pessoa incapaz, quando a ré é de direito público, nos processo de execução,
quando o réu não residir em local atendido pelo serviço de correio, e quando o autor requerer a
citação por outra forma.
Conterá cópia da petição inicial e do despacho de sua admissibilidade, advertindo-
o do prazo que tem para a resposta e da sanção prevista para a sua inação (presunção da
veracidade dos fatos alegados pelo autor).
Esta correspondência será encaminhada ao réu por carta registrada, devendo ser
recebida pelo citando que assinará o recibo de entrega. Com a juntada do recibo aos autos
considerar-se-á perfeita e acabada a citação.
b) por oficial de justiça (art. 221, II), deve ser utilizada quando frustrada a citação
pelo correio, ou nos casos de requerimento do autor, ou nos casos de exceção da modalidade a
cima.
Caso por três vezes o oficial tenha tentado a citação, não conseguido, e
suspeitando que o réu tenha se ocultado para evitar o feito, o oficial deve intimar qualquer
parente, na falta vizinho, de que voltará àquele local no dia seguinte em hora determinada para
citar o réu. Encontrando o réu realizará a citação real, não o encontrando considerará o agente
público citado o réu, certificando o fato no mandado e deixando a contrafé com alguém da
família ou algum vizinho, cujo nome também constará na certidão.
Após esta citação, determina a lei que o escrivão envie a este carta, telegrama ou
radiograma, dando-lhe ciência do procedimento adotado e de suas conseqüências. De toda a
sorte, mesmo assim não comparecer o réu citado sob essa forma para o processo, ser-lhe-á dado
curador especial.
c) Por edital (221, III). Essa é a forma típica de citação ficta. Tem cabimento
quando desconhecido ou incerto o réu, quando for desconhecido, incerto ou inacessível o
paradeiro, ou ainda nos demais casos contemplados pela lei (art. 231), como é o caso de
usucapião (art. 942), ou no não cumprimento de carta rogatória ou sua impossibilidade.
O edital deverá ser publicado no prazo máximo de 15 dias, uma vez no órgão
oficial pelo menos duas vezes em jornal local (art. 232, III), sendo a publicação neste dispensável
quando o autor for beneficiário de justiça gratuita. (art. 232, §2º). Alei impõe prazo para a
fixação no edital de 20 a 60 dias, a contar da primeira publicação. Somente escoado esses prazos
que começará a contar o prazo para a defesa (art. 241, V).
Efeitos processuais:
- não é mais lícito o autor modificar a causa de pedir nem o pedido após a citação
do réu, a chamada estabilidade da demanda.
Efeitos materiais:
- Constituir em mora o devedor. Uma vez feita a citação, o réu está formalmente
constituído em mora, sofrendo com isso os efeitos materiais dessa situação.
Sempre que tiver por nula a citação, sem que tenha sido convalidada, será
necessário repetir-se o ato citatório.
Entretanto, quando a audiência tem sua data remarcada, sem sequer ser iniciada,
surge nova oportunidade para apresentação de rol de testemunhas, o que não acontece no decurso
da audiência.
SENTENÇA
Conceito
De acordo com o art. 162 do CPC, os atos do juiz podem consistir em sentenças,
decisões interlocutórias e despachos. Decisão interlocutória, segunda o §2º, do art. 162, continua
sendo o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. E despachos, de
acordo com o §3º do art. 162 – que também não sofreu qualquer alteração -, são todos os demais
atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não
estabelece outra forma; o §4º diz, ainda, que os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a
vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de oficio pelo servidor e
revisto pelo juiz, quando necessário.
Diante das alterações provocadas pela Lei 11.232/2005, sentença passou a ser “o
ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos art. 267 e 269 (...)” (art. 162, §1º).
Aquele se refere à extinção do processo sem resolução de mérito, ao passo que este leva a
resolução de mérito, embora possa não conduzir à extinção do processo.
A sentença pode não encerrar o processo, porém coloca fim apenas à fase de
conhecimento, mas nenhum ato que trate do mérito no interior da fase conhecimento pode ser
admitido como sentença.
Requisitos da sentença
Relatório
Fundamentação
Da mesma forma, é inadmissível que o juiz julgue baseado em fatos que conhece,
mas não está demonstrado nos autos. Estaria ferindo principio do devido processo legal e do
amplo contraditório.
Parte dispositiva
A parte dispositiva é aquela que fica revestida pela autoridade da coisa julgada
material. O art. 469 do CPC não considera para revestimento da coisa julgada a fundamentação,
embora importante, podendo ser revista em face de outra ação.
Vícios da sentença:
Falta de requisitos
Com fulcro no art. 93, IX, da CF, considera-se nula a sentença que faltar um dos requisitos
essenciais da sentença.
Alias, não apenas a sentença como qualquer decisão deve ser fundamentada, sob
pena de nulidade.
É nulo o acórdão que mantém a sentença pelos seus próprios fundamentos, por
falta de motivação, tendo o apelante o direito de ver solucionadas as teses postas na apelação
(STJ Resp 149.771/RJ, Resp 450.123/PR, Resp 10.046/RS). O art. 165 afirma que as decisões
que não sejam sentença devem ser fundamentadas ainda que de modo conciso.
Entretanto, quando o autor requerer sentença líquida, mas for impossível a sua
concessão, pode o juiz proferir sentença ilíquida, obviamente explicando essa razão, segundo
entendimento do STJ (Resp 2.230/PR).
O art. 460 afirma que é defeso o juiz proferir sentença de natureza diversa ou em
quantia ou objeto diverso que lhe foi demandado.
Mesmo quando é requerida uma ordem sob pena de multa, o juiz, em vista da
situação de urgência que envolve o bem a ser protegido, pode proferir outra modalidade de
sentença e até mesmo conceder algo diverso daquilo que foi pedido, para que se alcance a
efetividade da tutela jurisdicional nas hipóteses do art. 461 do CPC e 84 do CDC.
Não é possível que a sentença condicione sua eficácia a evento futuro e incerto
por ela mesma criado. É nula a sentença que condiciona a eficácia da condenação ao
preenchimento de certos requisitos.
É nesse sentido que o art 460, § único, afirma que sentença deve ser certa, ainda
quando decida relação jurídica de direito material que contemple condição, ela deve ser certa.
Classificação de sentença
Uma sentença que ordena, sob pena de multa, atua sobre a vontade do
demandado, dá maior poder juiz e coloca de lado a idéia de que essa forma de atuação
representaria uma agressão á liberdade, como acreditava o Estado Liberal – que inadimitia
intervenção do Estado na vida do particular.