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João Pessoa
2018
Introdução
A grande demanda de pacientes que tem procurado profissionais da área da
saúde com queixas compatíveis com o diagnóstico de fibromialgia o que
justifica o grande interesse que esse síndrome tem despertado.
Por vezes o nível da dor é tão intenso que interfere no trabalho, nas atividades
de vida diária e na qualidade de vida dos pacientes.
Resumo
A Fibromialgia é uma síndrome comumente observada na prática médica diária
e possuem causas ainda indefinidas. Caracterizada por dores em todo o corpo
durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos,
nos tendões e em outros tecidos moles, ela pode gerar também fadiga,
distúrbio de sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade. As causas da
fibromialgia ainda são desconhecidas, mas existem vários fatores que estão
frequentemente associados a esta síndrome, como a genética, sedentarismo,
trauma físico ou emocional. O fato de não se saber ao certo qual a sua causa
especifica, torna o seu tratamento mais difícil. Pela relevância do tema, este
trabalho tem o objetivo de estudar os principais aspectos clínicos e de
tratamentos, dando ênfase a fisioterapia como um meio de terapia.
Etiopatogenia
Os motivos e origem da FM permanecem ainda obscuros. As hipóteses atuais
salientam os mecanismos centrais de modulação e amplificação da dor na
gênese da FM. Tem sido aceito um modelo de fisiopatologia, que integra
muitas das ideias publicadas e que sugere que o distúrbio primário na FM seria
uma alteração em algum mecanismo central de controle da dor, o qual poderia
resultar de uma disfunção de neurotransmissores. Tal disfunção neuro-
hormonal incluiria uma deficiência de neurotransmissores inibitórios em níveis
espinhais ou supraespinhais (serotonina, encefalina, norepinefrina e outros), ou
uma hiperatividade de neurotransmissores excitatórios (substância P,
glutamato, bradicinina e outros peptídeos). Possivelmente, ainda, ambas as
condições poderiam estar presentes. Tais disfunções poderiam ser
geneticamente predeterminadas e desencadeadas por algum estresse não
específico como, por exemplo, uma infecção viral, estresse psicológico ou
trauma físico. O eixo hipófise-hipotálamo-adrenal e o sistema nervoso
simpático, que compreendem os principais sistemas de resposta ao estresse,
juntamente com suas interações com as disfunções neuro-hormonais, também
são implicados na fisiopatologia. A vulnerabilidade ao desenvolvimento de FM
parece ser influenciada por fatores ambientais, hormonais e genéticos,
causando alterações ao nível de receptores neuro-hormonais. Algum fator
estressante agudo poderia desencadear o desenvolvimento de perturbação no
eixo hipófise-hipotálamo-adrenal por mecanismos ainda não esclarecidos que
poderiam envolver o sistema nervoso simpático. Assim, acredita-se que o eixo
hipófise-hipotálamo-adrenal pode desempenhar um papel importante na
mediação e na perpetuação dos sintomas da FM.
Diagnóstico clínico
O diagnóstico é essencialmente clínico, uma vez que não existem testes
específicos para a Fibromialgia. Os exames laboratoriais e radiológicos são
utilizados para avaliar as condições gerais dos pacientes e para afastar outras
doenças causadoras de dor. A dor associada à Fibromialgia muitas vezes é
descrita como uma dor difícil de caracterizar, nem forte nem aguda, que
poderíamos chamar de dor “cansada” e constante, com duração de pelo menos
três meses. Para ser considerada generalizada, a dor deve ocorrer em ambos
os lados do corpo e acima e abaixo da cintura. As pessoas com FM muitas
vezes despertam cansadas, mesmo que tenham dormido por longos períodos -
é o famoso “sono não reparador”. Muitos pacientes com Fibromialgia têm
outros distúrbios do sono, como a síndrome das pernas inquietas e apneia do
sono. Lacunas de memória, conhecido por muitos como “Fibro Fog” ou “Névoa
Fibro” é um termo usado para descrever os prejuízos da memória vividos por
uma parte das pessoas que sofrem de Fibromialgia. Pode incluir perda de
memória de fixação, falta de concentração e raciocínio prejudicado, assim
como problemas de linguagem, tais como dificuldade para se recordar e falar
palavras comuns. As pessoas que possuem essa doença também podem
sofrer de depressão, dores de cabeça, e dor ou cólicas no abdome inferior.
Tratamento
Uma vez que não existe um tratamento específico para a Fibromialgia, a
ênfase está em minimizar os sintomas e melhorar a saúde geral. O tratamento
tem como objetivo o alívio da dor, a melhora da qualidade do sono, a
manutenção ou restabelecimento do equilíbrio emocional, a melhora do
condicionamento físico e da fadiga e o tratamento específico de desordens
associadas. O tratamento da FM deve ser multidisciplinar, individualizado,
contar com a participação ativa do paciente e basear-se na combinação das
modalidades não farmacológicas e farmacológicas, devendo ser elaborado de
acordo com a intensidade e características dos sintomas. Como parte inicial do
tratamento deve ser fornecida aos pacientes informações básicas sobre a FM
e suas opções de tratamento, orientando-os sobre controle da dor e programas
de autocontrole. O tratamento farmacológico da FM, além do controle da dor,
tem como objetivos induzir um sono de melhor qualidade, e tratar os sintomas
associados como, por exemplo, a depressão e a ansiedade. No Brasil há dois
dos três medicamentos aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration)
para o tratamento da FM: pregabalina e duloxetina. A pregabalina é um
modulador do canal de cálcio, que diminui a liberação de neurotransmissores
excitatórios da dor nas terminações nervosas, particularmente a substância P e
o glutamato. Os estudos demonstram alívio significativo da dor, fadiga,
ansiedade e dos distúrbios do sono com este fármaco48. A duloxetina é um
inibidor da receptação da serotonina e da noradrenalina que também tem se
mostrado eficaz na redução da dor e na melhora da capacidade funcional na
FM, independentemente da presença de depressão. O tratamento não
farmacológico tem papel crucial no controle dos sintomas da FM.
Referências
Fibromialgia o mal-estar do século XXI, volume único, 2014. Santos, A
Hidroterapia no Tratamento da Fibromialgia- Artigo de revisão da literatura.
Elsevier Editora Ltda, 2012. Junior, Goldenfum, Siena. Fibromialgia: aspectos
clínicos e ocupacionais
Rev Bras Relmatol, vol. 42, n° 1, 2012. Pasqual, Akemi, Alves, Lage Furtado.
A Fisioterapia no Tratamento de Pacientes com Fibromialgia: uma revisão da literatura