Você está na página 1de 14

Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar a aplicação do filme como um importante recurso
didático no ensino de História em cinco escolas públicas do município de São Gonçalo. As
dificuldades e os benefícios da utilização dessa ferramenta pedagógica no âmbito dessas
unidades serão avaliados através dos dados coletados em questionário respondido pelos
professores de História dessas instituições. Este artigo não pretende fazer uma amostra
quantitativa do uso do filme como recurso audiovisual, e sim refletir sobre as possibilidades
didáticas do seu uso para estimular o aprendizado e auxiliar os alunos na compreensão do
conhecimento histórico.

Palavras-chave: Filme –Recurso - História - Didática


Introdução

A proposta de elaborar esta reflexão surgiu da observação dos alunos na


prática do Estágio Supervisionado em História e também dos pedidos desses mesmos
estudantes para a exibição de filmes nas aulas. O argumento usado para essa
reivindicação era de que as imagens ajudavam a compreender a matéria, pois, havia um
distanciamento muito grande dos fatos históricos estudados e o presente, o que
dificultava as interpretações e a assimilação do conteúdo, e na opinião desses alunos o
filme com suas imagens, sua sonoridade e sua representação conseguia fazer esta
aproximação.
O uso do filme em sala de aula não é uma novidade em termos
metodológicos, já que os recursos audiovisuais fazem parte das práticas pedagógicas
que foram introduzidas como maneira de estimular e tornar interessante o aprendizado
dos alunos. A História enquanto disciplina escolar também passou por transformações
significativas a partir do ingresso de novas abordagens e novas tecnologias que servem
de auxílio na compreensão do conhecimento histórico, e neste sentido o uso do filme se
mostra uma ferramenta de valor na prática do ensino da disciplina de História.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – História (PCN):

A História tem permanecido no currículo das escolas, constituindo o que se


chama de saber histórico escolar. No diálogo e no confronto com a realidade
social e educacional, no contato com valores e anseios das novas gerações, na
interlocução com o conhecimento histórico e pedagógico, o saber histórico
escolar tem mantido tradições, tem reformulado e inovado conteúdos,
abordagens, métodos, materiais didáticos e algumas de suas finalidades
educacionais e sociais... (PCN História,Brasília : MEC/1998).

Embora o PCN não faça referência ao filme especificamente, pode-se


considerar a utilização desse recurso em sala de aula e dentro da disciplina de História
como um método que trouxe a possibilidade de inovar, dinamizar e diversificar os
conteúdos das aulas, além de torná-las mais produtivas e prazerosas. Conforme
menciona Marília da Silva Franco, na coletânea Lições com Cinema da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE:

Cada vez mais se amplia o número de educadores e especialistas que


defendem a utilização de qualquer tipo de produção audiovisual na escola,
isto é, já não se busca mais o filme didático, mas sim aquele produto que
proporcione um melhor estímulo ao conhecimento. Desse ponto de vista
qualquer filme é educativo. (Coletânea Lições com Cinema. p. 15, 1993)
O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas considerações sobre a
utilização de um recurso que serve como via de acesso ao conhecimento da história. O
filme está presente na realidade de crianças e jovens de forma muito intensa, seja
através do cinema, dos vídeos e da televisão, por isso se torna um aliado no processo de
construção do conhecimento histórico. Durante todo o período do estágio, não houve
exibição de nenhum filme nas turmas observadas. Por esta razão o questionamento e a
especificidade do objetivo: analisar como é aplicado o aproveitamento de um meio
didático/pedagógico eficaz no processo de aprendizagem dos conteúdos de História e
quais são as avaliações feitas pelos professores que usam este recurso. A metodologia
aplicada foi uma pesquisa realizada com professores de cinco escolas públicas do
município de São Gonçalo.
Breve história do cinema

Ninguém duvida que uma das mais importantes invenções da era moderna
seja o cinematógrafo, aparelho aperfeiçoado pelos irmãos Lúmiere em 1895 na França.
O cinematógrafo, conforme o dicionário significa “denominação atribuída a uma
máquina precursora que surgiu no século XIX, que tinha capacidade de projetar uma
sucessão de fotografias ou imagens a um elevadíssimo ritmo, numa tela, dando a
sensação de movimento entre as imagens.”1
Esta ”sensação de movimento das imagens” feita pela intermediação de uma
câmera trouxe a possibilidade de reproduzir a realidade física, a ponto de fazer com que
nas primeiras imagens exibidas em Paris, no ano de 1895, as pessoas que assistiam a
projeção das imagens de um trem chegando à estação, saíssem correndo do local com a
nítida impressão de que seriam esmagadas pela máquina, que naquele momento parecia
ser extremamente verdadeira. Essa experiência fez com que o cinema se configurasse
como uma excelente ferramenta de comunicação “que não deixou nunca de se
transformar incorporando novas técnicas, abordando novos temas e desenvolvendo
novas linguagens”. (Coletânea Lições com Cinema, p. 35, 1993).
No início do século XX o cinema já aparecia como um veículo de
comunicação revolucionário, já que sua área de influência ultrapassava os limites da
arte e adentrava o mundo do trabalho, pois, novas profissões surgiram com o advento do
cinema como indústria de entretenimento. Desde então o cinema se consolidou como
um meio de comunicação de grande utilidade na difusão das informações e de valores
culturais.

1
Dicionário Lexico de Português online
Cinema e educação no Brasil

Por não haver ainda uma organização no sistema de educação no Brasil, a


década de 1930 foi uma época propícia para elaboração de novas propostas
educacionais que tinham a finalidade de repensar as formas tradicionais do ensino. Com
o objetivo de renovar a educação do Brasil surgiu o movimento de educadores que
lançaram as bases da reconstrução educacional no país, esse grupo recebeu o nome de
Movimento da Escola Nova. Em 1932, foi divulgado um documento com propostas de
reforma na educação brasileira, esse documento foi denominado Manifesto dos
Pioneiros da Escola Nova. Dentre as muitas propostas contidas no Manifesto, havia a
recomendação da reorganização didática com o intuito de despertar o interesse do aluno.
De acordo com o fragmento de texto extraído do Manifesto dos Pioneiros, já era
possível observar a importância dos novos meios para o aprendizado:

A escola deve utilizar em seu proveito, com maior amplitude possível, todos
os recursos formidáveis, como a imprensa, o disco, o cinema e o rádio, com
que a ciência, multiplicando-lhe a eficácia, acudiu à obra de educação e
cultura e que assumem, em face das condições geográficas e da extensão
territorial do país, uma importância capital. 2

A utilização deste recurso de imagens como se pode notar, é uma discussão


que vem de longa data no campo da educação. A criação do Instituto Nacional do
Cinema Educativo (INCE) em 1936, pelo presidente Getúlio Vargas fortaleceu os ideais
propostos pelos educadores da Escola Nova, já que estes defendiam novos caminhos e
novos métodos para a educação desde tempos anteriores ao Manifesto, conforme
descrito no texto da reforma realizada por Fernando de Azevedo no ensino do Distrito
Federal. De acordo com Franco (2004):
As escolas de ensino primário, normal, domestico e profissional, quando
funccionarem em edifícios próprios, terão salas destinadas à installação de
apparelhos de projecção fixa e animada para finas meramente educativos.

O cinema será utilizado exclusivamente como instrumento de educação e


como auxiliar de ensino que facilite a acção do mestre sem substitui-lo

O cinema será utilizado, sobretudo para o ensino scientífico, geográphico,


histórico e artístico.

A proejecção animada será aproveitada como apparelho de vulgarização e


demonstração de conhecimentos, nos cursos populares nocturnos

2
http://download.inep.gov.br/download/70Anos/Manifesto_dos_Pioneiros_Educacao_Nova.Pdf
A Directoria Geral de Instrução Pública orientará e procurará desenvolver por
todas as formas, e mediante acção directa dos inspectores escolares, o
movimento em favor do cinema educativo. nos cursos de conferências”.
(Franco, 2004, pág 23)

Essa e outras iniciativas promoveram o aparecimento de uma nova


ferramenta pedagógica para o ensino, ainda que por motivações políticas, econômicas e
sociais não tenha alcançado o objetivo inicial proposto por aqueles que o idealizaram, o
cinema educativo se mostrou uma experiência bastante audaciosa para os padrões da
época, e seguramente, sua contribuição para o desenvolvimento e melhoria da educação
teria sido eficiente não fossem os motivos anteriormente citados.
Muitos anos se passaram até que os audiovisuais novamente aparecessem
incluídos nos projetos de educação do Brasil. Na primeira Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) de 1961, que foi posteriormente reformada pelas leis 5.540/68 e
5.692/71 nada constava sobre a utilização desses métodos pedagógicos. Na sua mais
recente reformulação, a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, recebeu alteração no seu artigo 26, onde foi
adicionado o parágrafo oitavo através da Lei 13.006 de 2014, cuja autoria é do senador
Cristóvan Buarque, congressista do Partido Democrático Trabalhista do Distrito
Federal. Diz o texto:

§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente


curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a
sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais”. (Lei
9.394/96, capítulo II. Seção I. Art.26.)

Sem adentrar nos méritos da referida lei e dos inúmeros questionamentos


possíveis à sua aprovação, a inclusão deste parágrafo na LDB 9.394/96 demonstra a
importância pedagógica deste recurso. Contudo, é passível de crítica a justificativa feita
pelo senador na apresentação do projeto de lei, que não cita no seu discurso os
benefícios pedagógicos e didáticos dessa ferramenta de ensino. Sua motivação em pedir
a aprovação se manteve na possibilidade de ampliação da indústria cinematográfica,
conforme o documento do projeto de lei apresentado ao Senado Federal em 2008: “O
Brasil precisa criar gosto pelo cinema e ampliar a indústria cinematográfica.” No texto,
fica expressa a preocupação com a questão econômica das indústrias cinematográficas e
com a possibilidade de criar uma nova massa consumidora de filmes:
A única forma de dar liberdade à indústria cinematográfica é criar uma massa
de cinéfilos que invadam nossos cinemas, dando uma economia de escala à
manutenção da indústria cinematográfica. Isso só acontecerá quando
conseguirmos criar uma geração com gosto pelo cinema, e o único caminho é
a escola. (Projeto de Lei do Senado, nº 185, 2008)

Ainda que a utilização dos filmes na escola não seja percebida neste
documento como fonte de aprendizado e instrumento de socialização no ambiente
escolar, a lei aprovada servirá de incentivo para um maior aproveitamento dessa
tecnologia educacional nas escolas do Brasil, o que deverá propiciar aos estudantes a
possibilidade de participarem ativamente da construção do conhecimento através de
uma metodologia eficaz e prazerosa.

O cinema na sala de aula

A linguagem audiovisual está cada vez mais presente em todos os espaços


da vida contemporânea. Vive-se uma época de imagens, a todo o momento um novo
elemento é introduzido para fazer parte dessa dinâmica visual e sensorial. As crianças,
adolescentes e jovens são rotineiramente apresentadas a este mundo imagético. Muitas
vezes são eles que primeiramente levam suas experiências com o cinema e o vídeo para
dentro da sala de aula, seja um bate papo sobre o filme do fim de semana ou através de
algum conteúdo da disciplina que os faça recordar das imagens, dos diálogos, da
música, do cenário e de tantos outros elementos dispostos pelo filme.
A introdução de um material pedagógico como o filme permite ao professor
trabalhar com novas questões no ensino de História. Especialmente, na faixa etária do
Ensino Médio, onde os alunos já têm um maior contato com o cinema, é possível
desenvolver trabalhos orientados para que estes jovens aprendam a analisar, por meio da
proposta fílmica, diversos temas de cunho social e psicológico, e dessa maneira,
incentivar o senso crítico nesse público que apresenta nesta idade um momento de
formação da personalidade.
A disciplina de História tem uma estreita relação com o cinema. Inúmeros
são os filmes produzidos com temática histórica. Muitas dessas produções são
consagradas na história do cinema, por isso a importância da pré visualização do filme
pelo professor a fim de que não aconteçam distorções ou anacronismos, conforme
orienta os Parâmetros Curriculares Nacionais:

No caso de trabalho com filmes que abordam temas históricos é comum a


preocupação do professor em verificar se a reconstituição das vestimentas é
ou não precisa, se os cenários são ou não fiéis, se os diálogos são ou não
autênticos. Um filme abordando temas históricos ou de ficção pode ser
trabalhado como documento, se o professor tiver a consciência de que as
informações extraídas estão mais diretamente ligadas à época em que a
película foi produzida do que à época que retrata. É preciso antes de tudo ter
em mente que a fita está impregnada de valores, compreensões, visões de
mundo, tentativas de explicação, de reconstituição, de recriação, de criação
livre e artística, de inserção de cenários históricos construídos
intencionalmente ou não por seus autores, diretores, produtores,
pesquisadores, cenógrafos etc. (PCN – 5ª a 8ª séries – História, MEC, 1998,
p. 88)

A exibição do filme não deve ocorrer sem um planejamento prévio dos


objetivos a que se destina, ou seja, tem que haver um caráter didático na escolha do
tema proposto. Não é admissível a mostra de filmes para cobrir falta de professores ou
como forma de lazer, uma vez que há o reconhecimento positivo do auxílio da
linguagem audiovisual no processo de aprendizagem. Por isso, o filme deve sempre ser
exibido sob a mediação do professor, a fim de que todos os benefícios desta técnica
sejam aproveitados nos seus variados contextos. Segundo Napolitano (2013), “a partir
desta primeira manifestação é preciso que o professor atue como mediador, não apenas
preparando a classe antes do filme como também propondo desdobramentos articulados
a outras atividades, fontes e temas.” (Napolitano, 2013, p. 15)
Certamente, com a correta aplicação do recurso, a figura mediadora do
professor poderá despertar um senso crítico mais apurado nos estudantes, promover
discussões e debates sobre o tema abordado e fazer relações do conteúdo escolar com o
filme exibido.

O filme no livro didático

Os livros didáticos tão conhecidos dos professores, há tempos adotaram a


prática de fazerem indicações de filmes nas suas edições. Nas resenhas redigidas no
Guia de Livros Didáticos PNLD 2015 História3- Ensino Médio, em todos os livros
apresentados para as avaliações dos professores havia a proposta de indicações de
filmes ou endereço de sites da internet com links para acessar a documentários e vídeos.
Estas referências audiovisuais funcionam como complemento às atividades pedagógicas
da disciplina e sua presença no PNLD confirma os benefícios deste recurso. O Guia de

3
http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/guias-do-pnld/item/5940-guia-pnld-2015
Livros Didáticos PNLD são produzido pelo Ministério da Educação, Secretaria da
Educação Básica e Fundação Nacional do Desenvolvimento da Educação e anualmente
apresentam as coleções que serão analisadas para serem escolhidos os livros didáticos
de cada disciplina que farão parte do programa.
Cabe ressaltar que os livros didáticos de outras disciplinas curriculares
também apresentam as indicações de filmes, o que demonstra a interdisciplinaridade do
recurso. Cada uma, dentro do seu campo de atuação pode planejar e contextualizar suas
aulas com a ajuda do cinema.

A pesquisa nas cinco escolas públicas de São Gonçalo

No cumprimento do objetivo deste artigo, foi desenvolvida uma pesquisa


com cinco professores de História. Estes profissionais atuam em escolas públicas do
município de São Gonçalo na rede Estadual ou Municipal de Ensino, nas modalidades
do Ensino Fundamental e Médio. As respostas destes professores, que não serão
identificados neste trabalho, servem de base apenas para as análises deste artigo e não se
propõe a servir de parâmetro para todo o município. As escolas se localizam em bairros
periféricos da cidade e serão identificadas neste documento com seus nomes, rede a que
pertencem e modalidade de ensino.

 Escola Estadual Vital Brasil – Ensino Fundamental, Tribobó;


 Escola Municipal Leda Vargas Gianerinni – Ensino Fundamental,
Tribobó;
 Colégio Estadual Coronel Francisco Lima – Ensino Médio, Gradim;
 Colégio Estadual Dalila de Oliveira Costa – Ensino Fundamental e
Médio, Arsenal.
 Colégio Estadual Dorval Ferreira da Cunha – Ensino Fundamental e
Médio, Rio do Ouro.

Foi apresentado aos docentes da disciplina de História um questionário


contendo dez afirmações sobre o uso do filme como recurso didático no ensino de
História, as afirmações teriam como resposta a serem assinaladas, as opções: Discordo
Totalmente, Discordo Parcialmente, Sem Opinião, Concordo Parcialmente e Concordo
Totalmente. Os resultados são os seguintes:
1ª. O filme é um recurso didático/pedagógico eficiente para o ensino de
História.
Cinco professores concordaram totalmente com esta afirmação.
2ª. Os alunos conseguem apreender melhor o conhecimento histórico
através do filme.
Quatro professores concordam totalmente e um professor concorda
parcialmente.
3ª. O filme propicia estímulo ao conhecimento ao conhecimento da
História.
Cinco professores concordaram totalmente.
4ª. O filme contribui para o aprendizado do aluno.
Os cinco professores concordaram totalmente.
5ª. Esta escola possui equipamento para a exibição de filmes.
Quatro professores concordaram totalmente e um professor concorda
parcialmente.
6ª. A exibição de filmes também é uma experiência de socialização.
Quatro professores concordam totalmente e um professor concorda
parcialmente.
7ª. Sempre uso filmes em sala de aula.
Três professores concordam totalmente e dois professores concordam
parcialmente.
8ª. Não uso filmes em sala de aula.
Quatro professores discordam totalmente e um professor concorda
parcialmente.
9ª. O uso exagerado do filme empobrece as aulas.
Quatro professores discordam totalmente e um professor discorda
parcialmente.
10ª. A exibição de filmes na escola ajuda também na formação dos
professores.
Quatro professores concordam totalmente e um professor concorda
parcialmente.

Como exposto na introdução deste trabalho, a reivindicação dos alunos para


a apresentação de filmes nas aulas de História contribuiu para que este trabalho fosse
desenvolvido. Entretanto, as respostas dos professores que assinalaram positivamente
que sempre utilizam a exibição de filmes na sala de aula entram em conflito com os
questionamentos dos estudantes e com a minha experiência durante o estágio em duas
escolas pesquisadas, já que em nenhum período do estágio nestas duas unidades de
ensino o filme foi exibido em sala.
Partindo das análises dos dados obtidos é possível afirmar que o uso do
filme nestas cinco escolas é uma prática comum, uma vez que os estabelecimentos
possuem aparelhos que permitem essa exibição e que os professores pesquisados se
valem desta tecnologia nas suas aulas. A contradição se é possível classificar dessa
maneira, foram às respostas assinaladas na nona afirmação, onde a maioria dos
professores discorda sobre o uso exagerado dos filmes como forma de empobrecimento
das aulas. Como foi relatada na parte teórica deste artigo, a utilização dos filmes na sala
de aula prevê critérios para sua exibição. Esses critérios devem ser consonantes com o
conteúdo escolar, sendo assim, seu uso exagerado não observa as recomendações
teóricas e pedagógicas que servem para nortear o bom uso da técnica audiovisual. Em
todos os outros quesitos referentes à facilitação do aprendizado por parte do aluno
houve concordância dos professores, o que justifica a eficácia dessa ferramenta no
ambiente escolar.
Considerações Finais

Ao realizar este trabalho buscou-se a compreensão da aplicação prática do


uso do filme como recurso didático/pedagógico nas unidades de ensino citadas neste
artigo. Pôde-se concluir, tendo por base as respostas obtidas na pesquisa, que esta
ferramenta é sempre utilizada e produz bons resultados na apreensão do conhecimento
da história, porém, seu emprego deve ser metódico, de forma que contribua eficazmente
para o ensino da disciplina. Convém destacar uma questão bastante importante: a
reivindicação dos alunos pela exibição dos filmes. Os professores devem direcionar
seus olhares para os métodos e técnicas disponíveis que os auxiliem no trabalho em sala
de aula, uma vez que um dos maiores desafios para os docentes atuais é atrair o
interesse do aluno para o conteúdo disciplinar, demonstrado este interesse, cabe ao
professor proporcionar este momento de aproveitamento do uso do cinema. O cinema,
quando associado à História, e tendo o professor como mediador, permitirá aos
estudantes adquirirem um novo olhar sobre os conteúdos dos filmes que eles certamente
verão fora da escola, um olhar mais crítico e autônomo que saberá identificar as
intencionalidades e as finalidades da produção dessas películas. Ao adquirir essa
criticidade, inspirada pelas observações do professor, o aluno deixa de ser somente o
espectador e se torna agente na construção do próprio conhecimento.
Referências Bibliográficas

_ FRANCO, Marília Silva. in: A Cultura da Mídia na Escola – Ensaios sobre Cinema e

Educação. São Paulo: Annablume, 2004.

_ FRANCO, Marília Silva. in: Coletânea lições com cinema – São Paulo: FDE.

Diretoria Técnica, 1993.

_ NAPOLITANO, Marcos. Como Usar o Cinema na Sala de Aula, São Paulo:

Contexto, 2013.

_ Guia do Livro Didático PNLD 2015. Disponível

<http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/guias-do-pnld/item/5940-guia-pnld-

2015 > acesso em 31/05/2015

_ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996

_ Parâmetros Curriculares Nacionais - História, Brasília: MEC/1998).

_ Projeto de Lei do Senado, nº185. 2008


<Disponível em http:// legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-pdf/13153.pdf>
acesso em 25/05/2015

Você também pode gostar