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Apostila de Administração Jurídica 1

ADMINISTRAÇÃO JURÍDICA
Professor: LEANDRO CARAVIERI MARTINS
Licenciatura Plena em Direito, pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza - Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes (2011).
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito Administrativo - Centro Universitário de Rio Preto, UNIRP, São José do Rio Preto, Brasil.
Graduação em Direito - Faculdades Integradas de São Carlos (1998).
Graduação em Tecnologia em Gestão Pública - Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC, Brasil.
Atualmente é professor - ETEC Dr. José Luiz Viana Coutinho.
Advogado Escritório de Advocacia com experiência profissional nas áreas Cíveis, Trabalhistas, Previdenciárias, Administrativas e Trânsito.
Membro da Comissão de Direito Médico - Secção de São Paulo - OAB – SP (ano 2012)
Membro Comissão Direitos Humanos e Cidadania - 63ª Subsecção Jales-SP - OAB-SP (ano 2008/2009)

CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO

JALES/SP - 2012

Curso Técnico em Administração Profº. Leandro Caravieri Martins


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PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO

É o profissional que executa as funções de apoio administrativo:


protocolo e arquivo, confecção e expedição de documentos administrativos e
controle de estoque. Opera sistemas de informações gerenciais de pessoal e
material.

MERCADO DE TRABALHO

Instituições públicas, privadas e do terceiro setor.

COMPONENTE CURRICULAR: ADMINISTRAÇÃO JURÍDICA

CONCEITO

É a matéria que visa dirigir, coordenar e gerir os assuntos jurídicos


básicos de uma empresa.

BASES TECNOLÓGICAS

Direito civil:

 Pessoas Físicas e Jurídicas;


 Direitos e Obrigações;

Direito público:

 Administração Pública
 Direito Tributário

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 Tipos e Competências;

Direito trabalhista:

 Direitos e Deveres dos Empregados e Empregadores

Direito do consumidor.

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS

 a través de exposição oral dialogada;


 auxílio de debates;
 estudos de casos;
 atividades presenciais;
 Interação professor - aluno.

MATERIAL DE ESTUDO

 Apostila elaborada pelo professor;


 Matéria exposta na Lousa;
 Matéria expo ta no Data - Show.

AVALIAÇÃO

 seminários;
 avaliação teórica;
 pesquisas;
 atividades presenciais;
 trabalhos em grupo;
 resolução de situações -problemas

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DIREITO CIVIL

CONCEITO DE PESSOA FÍSICA: é o ser humano ou pessoa


natural, que adquire a sua personalidade com o nascimento com vida e termina a
sua existência com a sua morte.

DIREITOS DAS PESSOAS FÍSICAS (ARTIGOS 14 ATÉ 21 DO


CÓDIGO CIVIL):

 seus direitos são intransmissíveis e irrenunciáveis;


 exigir que termina a ameaça ou a lesão que venha a sofrer;
 reclamar perdas e danos;
 mesmo morto, dá direitos ao marido ou esposa
sobrevivente, ou qualquer parente até o quarto grau de requerer
direitos previstos em lei;
 não ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica;
 direito a um nome, nele compreendidos o sobrenome;
 vida privada é inviolável, só o juiz pode autorizar a quebra
da privacidade.

CONCEITO DE PESSOA JURÍDICA: é uma união de pessoas


naturais ou de patrimônios, visando à obtenção de certos fins, que possuem
direitos e obrigações previstas em lei. (art.40 do Código Civil)

DIREITOS DAS PESSOAS JURÍDICAS (artigos 40 até 52 do


Código Civil)
 direito regressivo contra os causadores do dano;
 são livres para a criação, a organização, a estruturação
interna e o seu funcionamento;

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 escolher a denominação,;
 o nome, os fins, a sede, o tempo de duração e a
individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores;
 o modo de administração e representação judicial e
extrajudicial;
 mudar seu ato constitutivo no tocante à administração;
 se os membros respondem, ou não, pelas obrigações sociais;
 as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do
seu patrimônio.

TIPOS DE PESSOAS JURÍDICAS

DIREITOS E OBRIGAÇÕES

TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO DE CONTRATOS

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CONCEITO DE CONTRATO: é a coincidência de vontades, ou seja,


o acordo entre dois ou mais participantes inclusas em cláusulas contratuais.

CONCEITO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS: são propostas feitas


por pessoas (física ou jurídica), à outras pessoas (física ou jurídica), referente a um
negócio que pretendem realizar, que são imediatamente aceitas por elas, por livre
e espontânea vontade. São regras estipuladas em comum acordo entre as partes.

OBSERVAÇÃO: ATUALMENTE AS NORMAS QUE REGULAM OS CONTRATOS


COMERCIAIS SÃO AS PREVISTAS NOS ARTIGOS 421 E SEGUINTES DO
CÓDIGO CIVIL (TÍTULO V - DOS CONTRATOS EM GERAL - CAPÍTULO I -
DISPOSIÇÕES GERAIS), POIS, O NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO, NO SEU
LIVRO II, PARTE ESPECIAL, QUE TRATA DO DIREITO DE EMPRESA, ABOLIU,
ANULOU, SUPRIMIU A PARTE PRIMEIRA DO CÓDIGO COMERCIAL, QUE
REGULAVA OS CONTRATOS E OBRIGAÇÕES MERCANTIS OU COMERCIAIS.

COMPOSIÇÃO OU REQUISITOS DOS CONTRATOS DE COMPRA


E VENDA

 Partes: são pessoas (física ou jurídica);


 Objeto do negócio;
 Valor do objeto;
 Prazo de entrega/duração;
 Obrigações das partes (cláusulas contratuais)

OBRIGAÇÕES DO COMPRADOR E DO VENDEDOR

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DIREITOS DO COMPRADOR NO CONTRATO DE COMPRA E


VENDA (artigo 477 do Código Civil)

Reter o pagamento do bem comprado depois de concluído o


contrato, quando sobrevier diminuição no patrimônio do vendedor capaz de
comprometer satisfação do negócio.

DIREITOS DO VEDEDOR NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA


(artigo 477 do Código Civil)

Se a venda for à vista, o vendedor tem o direito de entregar a coisa


somente depois de receber o preço (artigo 491 Código Civil);
Se a venda for à prazo o vendedor tem direito de suspender a
entrega do bem, se verificar que o comprador faliu (artigo 495 Código Civil );

CONCEITO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


(artigo 594 Código Civil): É uma espécie de contrato em que um dos
contratantes se obriga a prestar serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial,
mediante retribuição.

ELEMENTOS DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


(ARTIGO 596 e 598 C. C.):

 vontade livre dos contratantes;


 forma de pagamento;
 forma e qualidade na realização do serviço;

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 agente capaz;
 serviço lícito e possível;
 forma prescrita ou não proibida pela Lei;
 prazo de início ou término do serviço se as partes quiserem.

CUMPRIMENTO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


(ARTIGO 597, CÓDIGO CIVIL): Cumpre-se o contrato com o pagamento da
prestação de serviço.

OBSERVAÇÃO: SE POR ACORDO DAS PARTES OU COSTUME


NO LOCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, OCORRER PAGAMENTO
ANTECIPADO, NÃO SE CONSIDERA CUMPRIDO O CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.

DIREITOS DO CONTRATADO NO CONTRATO DE PRESTAÇÃO


DE SERVIÇO (ARTIGO 604, C. C.)

 Direito a exigir da outra parte a declaração de que o


contrato está findo;
 Direito de exigir do contratante a declaração de que o
serviço foi realizado, mesmo quando for dispensado sem justa causa, ou houver
motivo justo para deixar o serviço;
 Direito de interromper o prazo de término do contrato, se
houver, quando motivado pelo contratante;
 Direito de praticar todo e qualquer serviço, quando não
especificou no contrato o serviço a ser realizado;

DEVERES DO CONTRATADO NO CONTRATO DE PRESTAÇÃO


DE SERVIÇO (ARTIGO 600 ATÉ 602, C. C.)

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Dever de não ausentar-se do serviço sem justo motivo, quando o


contrato for por tempo certo, ou por obra determina.
MODELO DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE BENS IMÓVEIS

Que pelo instrumento particular de Contrato de compra e venda de bens imóveis que
fazem entre si de um lado o Sr. IVOCORREIA DE MELO, brasileiro, casado, pecuarista, residente e domiciliado
na Br 429, Km 06, zona rural, neste Município de Seringueiras, Estado de Rondônia, portador da cédula de
identidade RG nº635.544 SSP/PR, e devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº 016.301.215-68, neste ato
dominado VENDEDOR, e de outro lado a Snhª MARIAPEREIRA DA SILVA, solteira, pecuarista, residente na Lh 7
pontes, Km17, zona rural, neste Município de Seringueiras, no Estado de Rondônia,portadora da cédula de
identidade RG nº 11.6002 SSP/RO, e devidamente inscrita no CPF sob o nº 333.949.382-00, neste ato
dominado COMPRADOR(A), declara pelo presente haverem justos e contratados o seguinte.

CLAUSULA PRIMEIRO – Objeto da presente compra e venda é um lote urbano, medindo 15


x 40 (quinze metros de frente e fundo por quarenta metros nas laterais), lote de nº 340, setor 05, quadra 10,
localizado na Av.JK esquina com a Av. Brasil, centro, neste município de Seringueiras Estado de Rondônia,
contendo as tais benfeitorias, 01(uma) parabólica, 01 (um)tanque de lavar e 01 (um) poço contendo água
potável.

CLAUSULA SEGUNDO – O preço da venda ora ajustada é de R$5.000,00 (cinco mil reais),
sendo pago da seguinte forma: à vista, ou seja no ato da assinatura do presente contrato.

CLAUSULA TERCEIRA – O comprador entrara em posse do bem ora negociado a partir de


30 (trinta) dias da data do inicio do referido contrato,devendo o vendedor neste período entregara o imóvel
livre e desembaraçado de quaisquer ônus fiscais, despesas com luz e água decorrentes ao referido Imóvel.

CLAUSULA QUARTA – Todas as despesas com as transferências do bem ora negociado,


ocorrerá por conta exclusiva do comprador. Devendo o vendedor ceder toda e qualquer assinatura que for
necessária para a transferência do mesmo.

CLAUSULA QUINTA – Para todos os efeitos de direitos legais, os contratantes declaram


aceitar o presente contrato nos expressos termos em que foi lavrado, obrigando-se a si, seus herdeiros e
sucessores a bem e fielmente cumpri-lo.

CLAUSULA SEXTA – As partes elegem o foro da Comarca de São Miguel do Guaporé – RO,
para dirimir quaisquer questões que não possa ser resolvida amigavelmente entre as partes, sendo que a
parte faltosa pagara as custas que houver com o processo.E por estarem assim justos e contratados, lavram,
datam e assinam o presente contrato em duas vias de igual teor e forma na presença de duas testemunhas
maiores, capazes e cientes do tato.

Seringueiras – RO, 25 de Setembro de 2006

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____________________________________
Vendedor

____________________________________
Esposa do Vendedor

____________________________________
Comprador

TESTEMUNHAS
1º__________________________________

2º_________________________________________

MODELO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS


Pelo presente instrumento particular, as partes abaixo nomeadas e qualificadas, têm entre si ajustado o
presente CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS que será regido pelas cláusulas e condições
seguintes que reciprocamente aceitam e outorgam, a saber:

CLÁUSULA 1 DAS PARTES

- CONTRATANTE: EMÍLIO, brasileiro, casado, motorista, RG nº 11315259, CPF nº 042.521.808-21, residente e


domiciliado na Avenida Getúlio Vargas, nº 1737, Centro, CEP 15.760-000, Urânia, Estado de São Paulo.

– CONTRATADO: LEANDRO, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/SP sob o nº 226.987, CPF nº
181466938-81, com endereço profissional na Avenida João Amadeu, n° 2985, Centro, CEP 15700-000, Jales,
Estado de São Paulo.

CLÁUSULA 2 DO OBJETO DO CONTRATO

O contratante nos termos destas cláusulas, contrata os serviços advocatícios do contratado para o fim de
representá-lo, a partir desta data, para o foro em geral e administrativamente, ficando estabelecido entre as
partes que:

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1º - A representação será feita através do acompanhamento e atuação na Ação de Obrigação de Fazer e Não
Fazer com Tutela Antecipada c/c Reparação de Danos Morais a ser ajuizado na comarca de Urânia, Estado de
São Paulo, referente a apreensões sob seu veículo.

2º - O contratado prestará os serviços em seu escritório profissional, pessoalmente ou através de seus


prepostos.

3º - Poderá o contratado, mediante prévia anuência do contratante, contratar profissionais de outras


disciplinas ou de conhecimento técnico especializado para auxiliar o contratado na execução dos serviços. Os
custos dessas contratações serão suportados pelo contratante.

CLÁUSULA 3 DAS DESPESAS ADVINDAS DO PRESENTE CONTRATO

Todas as despesas decorrentes do presente contrato, tais como: cópias simples e autenticada, despesas com
correio, despesas com cartório de registro de imóveis, cartório de protesto de títulos, reconhecimento de
firma, gastos com viagens (combustível, passagens, refeições e pernoites), telefonemas etc., serão suportadas
pelo contratante e deverão ser pagas mediante apresentação pelo contratado dos comprovantes das despesas
todo final de cada mês que houver despesas.

CLÁUSULA 4 DOS HONORÁRIOS E FORMA DE PAGAMENTO

Pelos serviços prestados, o contratante pagará ao contratado o valor equivalente a R$ 1.000,00 (um mil reais)
que devem ser pagos em cinco parcelas de R$ 200,00 (duzentos reais) cada, com vencimento todo dia 20
(dez) de cada mês (20/11/2006; 20/12/2005; 20/01/2007; 20/02/2007; 20/03/2007), vencendo a primeira em
20/11/2006 e a última em 20/03/2007.
Caso ocorra atraso no pagamento, serão acrescentados juros de 1,5% por cento a cada dia de atraso,
cobrados junto com a parcela do mês subseqüente.
Em caso de acordo ou conciliação, a quantia R$ 1.000,00 (um mil reais), será paga após a assinatura do
acordo ou conciliação em audiência.
Caso o contratante queira antecipar o pagamento dos honorários advocatícios ao contratado, poderá fazê-lo,
comunicando com 30 (trinta dias) de antecedência o contratado.
No caso de sucumbência da ação, o contratante pagará ao contratado o valor equivalente a um salário mínimo
vigente na época, mais as despesas do item 3 desse contrato.

CLÁUSULA 5 DA RESCISÃO DO CONTRATO

O presente contrato poderá ser rescindido por qualquer das partes contratantes, mediante aviso por carta,
com antecedência de 30 (trinta) dias.
Após o aviso sobre a rescisão do contrato, por qualquer das partes, obriga-se o contratante a indicar outro
profissional, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data do aviso, para acompanhar a ação trabalhista ação de
indenização por cobrança indevida em andamento, mediante o substabelecimento dos poderes outorgados ao

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contratado, sem reservas, desobrigando-se imediatamente o contratado quanto ao cumprimento de quaisquer


prazos ou à promoção de atos na causa em andamento.
As verbas honorárias estipuladas no item 4 serão devidas integralmente ao contratado se a rescisão contratual
for de iniciativa do contratante.
As despesas advindas do contrato, estipuladas no item 3, serão pagas pelo contratante ao contratado, no
momento da rescisão do contrato de honorários advocatícios, se a rescisão contratual for de iniciativa do
contratante.

CLÁUSULA 6 DO PRAZO E DO FORO

O presente contrato é celebrado sem prazo determinado, devendo encerrar-se com o cumprimento integral de
seus objetivos.
As partes elegem o foro da comarca de Jales, Estado de São Paulo, com renúncia de qualquer outro, por mais
privilegiado que seja, para nele serem dirimidas todas as questões resultantes do presente contrato.
E por estarem assim justos e contratados, as partes firmam o presente contrato em duas vias de idêntico teor
e forma, para todos os fins de direito.

Jales, 10 de outubro de 2006.

CONTRATANTE: ________________________________

CONTRATADO: _________________________________

TESTEMUNHA 1:____________________________

TESTEMUNHA 2:____________________________

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DIREITO PÚBLICO

CONCEITO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: é todo o aparelhamento do Estado


ou o conjunto de órgãos com sua estrutura de funcionamento e gerenciamento dos
serviços que visam um objetivo comum que é o interesse público.

CARACTERÍSTICA DOS PODERES

Legislativo
Executivo
Judiciário

Futuro Legislar
Presente Administrar
Passado Decidir

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CARACTERÍSTICA DO PODER LEGISLATIVO

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CARACTERÍSTICA DO PODER EXECUTIVO

Sanção: é a aquiescência do Presidente da República aos termos


de um projeto de lei. A sanção pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando
o Presidente manifestar-se, concordando, no prazo de 15 dias. Tácita, quando
silencia naquele mesmo prazo.

Veto: é o ato pelo qual o Chefe do Executivo nega aquiescência à


formação da lei, por entendê-la inconstitucional ou contrária ao interesse público.
Essa manifestação deve ser feita no prazo de quinze dias a partir do recebimento
do projeto e deve ser sempre motivada. O silêncio importará na sanção.

CARACTERÍSTICA DO PODER JUDICIÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO

CONCEITO LEGAL DE TRIBUTO: é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada (artigo 3º Código Tributário Nacional).

FATO GERADOR: O fato gerador é uma expressão utilizada em


Direito tributário que representa um fato ou conjunto de fatos a que o legislador
vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. O
CTN faz menção ao fato gerador nos artigos 114 e 115. De acordo com o texto do
artigo 114 do CTN, fato gerador da obrigação principal é a hipótese definida em lei
como necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária. Por sua
vez, o artigo 115 diz que fato gerador da obrigação acessória é a hipótese que, na
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não
configure obrigação principal.

TIPOS DE TRIBUTOS

IMPOSTOS: é uma espécie de tributo cuja obrigação tem por fato


gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte (artigo16 C.T.N.).

TAXA: a taxa, por sua vez é um tributo vinculado, pois necessita de


uma atuação estatal no exercício do poder de polícia ou pelo fornecimento, efetivo
ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição (art. 145, II da CF/88, art. 77 do CTN).

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: é uma espécie de tributo vinculado


a uma atuação estatal, qual seja, a construção de obra pública que acarrete
valorização imobiliária ao patrimônio do particular, desta forma, é um tributo

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decorrente de obra pública que gera valorização em bens imóveis do contribuinte.


Assim, se o Poder público (União, Estados, Distrito federal e Municípios) promove a
pavimentação de vias, acarretando esta obra à valorização dos imóveis
circunscritos.

CONCEITO DE IMPOSTOS (artigo16 C.T.N.)

É uma espécie de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

IMPOSTOS FEDERAIS

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (artigo 19 até 22 C.T.N.): é aquele


imposto cobrado em cima das mercadorias que entram no Brasil. Esse imposto é
formalizado no desembaraço aduaneiro (desembarque da mercadoria).

IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (artigo 23 até 29 C.T.N.): é o imposto


cobrado pelo governo federal no momento da saída de qualquer tipo de
mercadoria para o exterior. A formalização se dá com a expedição de guia de
exportação.

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IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (artigo 46 até 51


C.T.N.): é o imposto cobrado pela união sobre produtos que tenham sido
submetidos a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, seja
ele vindo do exterior ou não (borracha transformada em pneu).

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS - I.O.F . (artigo 63 até


67, C.T.N.): É o imposto cobrado pela União sobre qualquer tipo de movimentação
financeira, seja ela pela entrega total ou parcial do montante em dinheiro (nacional
ou estrangeira) ou operações de seguro efetivado pela emissão da apólice.

IMPOSTO SOBRE PROPRIEDAD E TERRITORIAL RURAL (artigo 29 até


31 C.T.N.): é o imposto cobrado sobre as pessoas que possuem a propriedade ou
aposse de imóvel localizado fora da zona urbana do município.

OBSERVAÇÃO: 50% DO QUE FOR ARRECADADO NESTE


IMPOSTO PERTENCE AO MUNICÍPIO ONDE SE LOCALIZAM AS
PROPRIEDADES RURAIS (ARTIGO 158, INCISO II, C. F.).

IMPOSTOS ESTADUAIS

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO “causa mortis” E DOAÇÃO DE


QUAISQUER BENS OU DIREITOS – I.T.C.M.D. (artigo 35 até 42): é o imposto cobrado
sobre a transmissão de bens de pessoas falecidas para os seus herdeiros.

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE


MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE
INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL – I .C .M .S . (DECRETO-LEI, Nº 406/1968): É o
imposto cobrado sobre a circulação de coisas móveis, desde a sua saída do
estabelecimento comercial até a sua destinação ao comércio e a cobrança sobre
transporte interestadual e intermunicipal.

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IMPOSTOS SOBRE PROPRIEDADE DE VE ÍCULOS AUTOMOTORES –


IPVA (artigo 155, inciso III, C.F.): É o imposto cobrado sobre as pessoas que são
proprietárias de veículos terrestres, aeronaves e embarcações.

OBSERVAÇÃO: 50% DA ARRECADAÇÃO DESSE IMPOSTO FICA


DESTINADO AO MUNICÍPIO ONDE OS VEÍCULOS TERRESTRES, AERONAVES
E EMBARCAÇÕES FOREM REGISTRADOS.

IMPOSTOS MUNICIPAIS

IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO “inter vivos” DE BENS IMÓVEIS –


ITBI (artigo 156, inciso II, C.F.): é o imposto cobrado s obre as pessoas que queiram
transferir em vida, direitos sobre bens imóveis.

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA


(I.P.T.U. – ARTIGO 32 ATÉ 34, C.T.N.): é o imposto cobrado sobre as pessoas que
possuem a posse ou propriedade de imóvel urbano.

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUERNATUREZA – ISS (LEI


COMPLEMENTAR nº 116/2003): é o imposto cobrado sobre as pessoas que
exerçam prestações habituais e remuneradas através de empresas ou como
profissionais autônomos de serviços.

DIREITO TRABALHISTA

CONCEITO DE EMPREGADO

A CLT, em seu art. 3º, dispõe que “considera-se empregado


toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. A doutrina
acrescenta a essa definição outro requisito: a prestação pessoal do serviço.

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Apostila de Administração Jurídica 20

Assim, podemos conceituar empregado como a pessoa física que


presta pessoalmente a outrem serviços não eventuais, subordinados e
assalariados.

DIREITOS BÁSICOS DOS EMPREGADOS

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Apostila de Administração Jurídica 21

REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

A distinção clássica entre os dois institutos, salário e remuneração


é aquela que aponta como elemento diferenciador a inclusão ou não das gorjetas.
A CLT, em seu art. 457, adota essa linha, ao dispor que a remuneração
compreende o salário mais as gorjetas.
O salário corresponde ao valor econômico pago diretamente pelo
empregador ao empregado.
A remuneração inclui o salário indireto, pago por terceiros
(gorjetas), e o salário direto pago pelo empregador (em dinheiro ou utilidades).

13º SALÁRIO (Constituição Federal, artigo 7º, VIII)

CONCEITO: É uma gratificação compulsória devida a todo


empregado no mês de dezembro de cada ano. O seu valor eqüivale a 1/12 da
remuneração devida em dezembro, por mês de serviço. Considerando-se a fração
igual ou superior a 15 dias como mês inteiro.
O 13º salário sofre a incidência do FGTS e das contribuições
previdenciárias.

FORMA DE PAGAMENTO

A gratificação natalina deve ser paga em duas parcelas:

A primeira parcela, é paga entre os meses de fevereiro e novembro


ou, se o empregado o requerer no mês de janeiro do correspondente ano, por
ocasião de suas férias, e equivale à metade do salário do empregado no mês
anterior ao do pagamento;

A segunda parcela, deve ser paga até o dia 20 de dezembro, e


eqüivale à remuneração do mês de dezembro, compensando-se a importância
paga a título de adiantamento (1ª parcela), sem nenhuma correção monetária.

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13º SALÁRIO PROPORCIONAL

O empregado tem direito a receber o 13º salário proporcional aos


meses trabalhados no ano, quando extinto o seu contrato de trabalho, nas
seguintes hipóteses:
 Dispensa sem justa causa;
 Dispensa indireta;
 Término do contrato a prazo determinado;
 Aposentadoria;
 Extinção da empresa;
 Pedido de demissão.

Todavia, se o empregado for despedido por justa causa, ou por


culpa recíproca, perde o direito à percepção do 13º salário proporcional e, se já
recebeu a primeira metade, a lei autoriza a compensação desse valor com
qualquer crédito trabalhista, tais como saldo de salário e férias vencidas.

FÉRIAS INDIVIDUAIS (artigos 129 a 138 da CLT)

As férias correspondem ao período do contrato de trabalho em que


o empregado não presta serviços, com o fim de restaurar suas energias, mas
recebe remuneração do empregador.
O legislador, considerando que o trabalho contínuo é prejudicial à
saúde, confere um período de descanso prolongado ao trabalhador, após o período
de doze meses, a fim de assegurar sua saúde física e mental.
Diz-se que as férias são individuais quando esse direito é
concedido a apenas um empregado ou a alguns empregados simultaneamente.
Não a todos ao mesmo tempo, hipótese de férias coletivas.

PERÍODO AQUISITIVO

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Apostila de Administração Jurídica 23

Para o empregado ter direito às férias, há necessidade de cumprir


um período que é denominado de período aquisitivo daquele direito.
No momento em que é admitido na empresa, começa a correr o
período aquisitivo, e somente após 12 meses de vigência do contrato de trabalho
do empregado é que haverá o direito às férias (CLT, art. 130).
O cumprimento do período aquisitivo constitui condição para a
concessão das férias ao trabalhador.

PERÍODO CONCESSIVO

Completado o período aquisitivo, que é de 12 meses, o


empregador terá de conceder as férias nos 12 meses subseqüentes, período a que
se dá o nome de período concessivo.
A concessão das férias é ato exclusivo do empregador,
independendo de pedido ou concordância do empregado. É o empregador que irá
determinar a data da concessão das férias do empregado, da forma que melhor
atenda aos interesses da empresa. O empregado, salvo as exceções dos
parágrafos 1º e 2º do art. 36 da CLT, não tem direito de escolha.

DURAÇÃO DAS FÉRIAS

As férias dos empregados em geral são gozadas em dias corridos,


úteis e não úteis, sendo que a sua duração depende da assiduidade do
empregado, sofrendo diminuição na proporção das suas faltas injustificadas.

Nº de faltas injustificadas no período Duração do período de férias


aquisitivo
Até 5 30 dias corridos
De 6 a 14 24 dias corridos
De 15 a 23 18 dias corridos
De 24 a 32 12 dias corridos
Acima de 32 Nenhum dia de férias

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Apostila de Administração Jurídica 24

O empregado doméstico está sujeito à regra própria, que lhe


concede o direito de vinte dias úteis de férias após cada doze meses de trabalho.
O período de férias é computado como tempo de serviço do
empregado na empresa, para todos os efeitos.

INSALUBRIDADE (art. 189 da CLT)

São atividades ou operações que por sua natureza, condição ou


métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima
dos limites de tolerância fixados em lei.
O exercício do trabalho em condições insalubres assegura ao
trabalhador o direito ao adicional de insalubridade, que será de 40, 20 ou 10%, do
salário mínimo regional.

PERICULOSIDADE (art. 193 da CLT)

São atividades ou operações que por sua natureza ou métodos de


trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em
condições de risco acentuado.
O trabalho nessas condições dá o empregado o direito ao adicional
de periculosidade, cujo valor é de 30% sobre seu salário contratual.

ADICIONAIS NOTURNOS

São devidos, com o adicional mínimo de 20% para o trabalhador


urbano e 25% para o trabalhador rural e para os advogados, sempre que o
trabalhador laborar em jornada noturna. A hora noturna para o trabalhador urbano
é reduzida, correspondendo a 52 minutos e trinta segundos para cada 60 minutos
diurnos. Para o trabalhador rural e para os advogados a hora noturna não é
reduzida. Estes adicionais são devidos sempre, mesmo que o trabalhador não
labore diretamente em horário noturno.

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Apostila de Administração Jurídica 25

HORA EXTRA OU HORA EXTRAORDINÁRIA (Constituição


Federal, artigo.7º, inciso XVI e art. 59º da CLT)

CONCEITO: é todo período de trabalhado excedente à jornada


contratualmente acordada. Podendo ocorrer antes do início, no intervalo do
repouso e alimentação, após o período, dias que não estão no contrato (sábado,
domingo ou feriado). Não se faz necessário o exercício do trabalho, mas estar à
disposição do empregador ou de prontidão, configura-se a hora extra.
Para que existam as horas extras, o legislador dimensionou o
período mínimo de trabalho - Entende como mínimo para configurar as horas
extras – CLT art. 58 § 1º “Não serão descontadas nem computadas como
jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos
diários.”
A execução das horas extras está vinculada à autorização
previamente acordada. Este acordo pode se dar entre as partes – empregador e
empregado – ou ainda estar previsto no acordo ou convenção coletiva da categoria
a qual o empregado pertence.
É prudente, quando da assinatura do contrato de trabalho, firmar o
referido termo de prorrogação de horas o qual define a forma e valor das horas
extras, dando ciência explícita ao empregado dos detalhes. Este termo é um
formulário emitido por um programa de gestão de pessoa ou adquirido numa
papelaria, devendo conter os dados do empregador, do empregado e as
informações do valor e adicional das horas extras. A emissão do termo deve ser
realizada por empregado e não de forma coletiva.
Importante, nenhum empregado é obrigado a exercer horas extras,
sendo nulo o contrato que estipular tal obrigação. Exceção é a necessidade
imperiosa do empregador fundamentada no art. 61 da CLT:

“Art. 61. Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do


trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face
a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de
serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto.

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Apostila de Administração Jurídica 26

§ 1º. O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido


independentemente de acordo ou convenção coletiva e deverá ser
comunicado dentro de dez dias, à autoridade competente em matéria
de trabalho, ou antes desse prazo, justificado no momento da
fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.

§ 2º. Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a


remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos
demais casos de excesso previsto neste artigo, a remuneração será,
pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e
o trabalho não poderá exceder de doze horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.

§ 3º. Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas


acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua
realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo
necessário até o máximo de duas horas, durante o número de dias
indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda
de dez horas diárias, em período não superior a quarenta e cinco dias
por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade
competente”.

RESCISÃO CONTRATUAL DE TRABALHO

O término da relação contratual de trabalho pode ocorrer


principalmente:

EXTINÇÃO DIRETA

EXTINÇÃO INDIRETA

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Apostila de Administração Jurídica 27

Rescisões como podem perceber, é precedida da relação


contratual. Sua terminologia serve para definir o término da relação. Encontramos
nos estudos da relação contratual, tanto no trabalho, como nas demais, outras
terminologias que definem mais adequadamente a forma do fim do contrato.

RESOLUÇÃO DO CONTRATO: é uma forma que cabe à parte usar


para por fim ao contrato por via judicial. Podemos entender que ocorre quando o
empregado pede na justiça o fim do contrato, podendo ser utilizado o art. 483 da
CLT.

RESILIÇÃO DO CONTRATO: é a declaração de vontade de uma


das partes , ou de ambas, para por fim ao contrato de forma convencional.
Exemplo: despedido sem justa causa, o pedido de demissão e o término
do contrato por prazo determinado.

RESCISÃO DO CONTRATO: é a forma de por fim ao contrato em


razão de lesão contratual. Forma-se pelo descumprimento das partes, recíproca ou
não, sendo válidos os artigos 482 e 483 da CLT.

CESSAÇÃO DO CONTRATO: é o fim da relação contratual por


motivo de morte. Isso pode ocorrer sendo empregado ou empregador.
Mas o que temos praticado é simplesmente denominar rescisão,
para qualquer forma de fim do contrato de trabalho, talvez pela facilidade em se
dizer que “acabou”, independente do motivo.
Para qualquer situação acima mencionada a empresa deve
confirmar se a relação contratual possui:

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Apostila de Administração Jurídica 28

Podemos definir que a rescisão é o momento de rompimento


contratual, onde o empregador ou empregado resolve não dar continuidade à
relação de emprego, devendo saldar os direitos legais.
Deverá ser pago na rescisão os direitos assegurados por lei,
podendo também ser efetuado os devidos descontos.
O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja
a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de
cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a
quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas, CLT art. 477 § 2º.
Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo
anterior não poderá exceder o equivalente a um mês de remuneração do
empregado, CLT art. 477 § 3º.
Visando facilitar a interpretação das verbas rescisórias a serem
pagas por lei, considerando a extensão de cada instituto, como férias, décimo
terceiros, FGTS, aviso prévio, etc.

DESCONTOS: contribuição previdenciária, imposto de renda,


pensão alimentícia, contribuição sindical, vale transporte são atribuídos por força
de lei. Outros descontos, como por exemplo, vale refeição, assistência médica,
cesta básica, seguro de vida, danos, etc, devem possuir autorização por escrito do
empregado.
Deve-se usar de cautela quando a rescisão ocorrer com contratos
com menos de um ano dos com mais de um ano, pois há diferença de direitos
também em relação ao tempo, não só na forma.
A rescisão deve ser sempre pré-avisada, tanto pelo empregador
como pelo empregado, constituindo o aviso prévio.

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Apostila de Administração Jurídica 29

O pagamento da rescisão deverá ser feito:

OBSERVAÇÃO: Ocorrendo atraso no pagamento da rescisão, deverá


a empresa pagar multa para o empregado e para o governo.

IMPORTANTE

Há situações que se desenvolvem, quando do pagamento da


rescisão, que impossibilitam a forma de crédito para o credor ex-empregado
(ordem de pagamento, depósito em dinheiro em conta corrente ou poupança) e
surge a questão de como agir nesses casos.
A CLT não prescreve nenhuma forma, mas a empresa pode se valer
do Código Civil e utilizar da forma de pagamento por CONSIGNAÇÃO, que existe
disponível, principalmente, nos Bancos do Estado.
Essa forma permite que a empresa deposite o crédito em nome do
ex-empregado, até a data limite originalmente prevista na CLT, cumprindo a
exigência do prazo e evitando o pagamento de multa.
A exigência legal, para finalizar essa possibilidade de crédito, é
documentar junto à empresa e provar que enviou mensagem ao ex-empregado da
localidade e valor onde o crédito se encontra disponível. Código Civil (Lei n.°
10.406/2002) art. 334 e seguintes.
No caso de morte do empregado, o pagamento da rescisão se dá
no prazo de até 10 (dez) dias da data do óbito pela impossibilidade de se aplicar o
aviso prévio. Mas em razão da circunstância surge a questão de quem tem direito
ao crédito rescisório. Tal questão é respondida pela Lei 6.858/80, esclarecendo que
o crédito será pago àquele autorizado perante a Previdência Social ou na forma da

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Apostila de Administração Jurídica 30

legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos


sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independente de
inventário ou arrolamento.

DIREITO DO CONSUMIDOR

CONCEITOS

CONSUMIDOR: é toda pessoa física ou jurídica que adquire, possui


ou utiliza um bem ou serviço colocado no centro do sistema econômico por um
profissional sem perseguir ela própria a fabricação, a transformação, a distribuição
ou a prestação no âmbito de um comércio ou de uma profissão como destinatário
final.
PRODUTO (artigo 3º. § 1º do C.D.C.): Produto é qualquer bem,
móvel ou imóvel, material ou imaterial.
SERVIÇO (artigo 3º. § 2º. do C.D.C.): Serviço é qualquer
atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
FORNECEDOR: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO

É o negócio jurídico no qual o vínculo entre as partes se estabelece


pela aquisição ou utilização de um produto ou serviço, tendo o adquirente a
qualidade de destinatário final e o vendedor a qualidade de fornecedor.

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Apostila de Administração Jurídica 31

DIREITOS BASILARES DOS CONSUMIDORES

São apresentados no art. 6 do CDC e, constitui patamar mínimo de


direitos atribuídos ao consumidor que devem ser observados em qualquer relação
de consumo. São eles:

 proteção de vida, saúde e segurança,


 educação e informação
 proteção contra publicidade enganosa ou abusiva e práticas
comerciais condenáveis
 modificação de cláusulas contratuais
 prevenção e reparação dos danos individuas e coletivas
 facilitação da defesa de seus direitos
 adequada e eficaz prestação de serviços públicos

RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Circunstâncias há em que uma das partes envolvidas em uma


relação jurídica qualquer pode causar danos à outra. A reparação desse dano
sempre foi discutida no âmbito da responsabilidade civil, a partir da modernização
do direito.
O vocábulo responsabilidade (do latim respondere) tem sentido
equivocado é por este motivo que o significado do termo não é pacífico. Assim,
que “responsabilidade é, na acepção jurídica do termo, o dever jurídico de
recomposição do dano.
O Código de Defesa do Consumidor, trata da responsabilidade por
danos no capítulo IV, dividido em cinco seções53, buscando proteger desde a
saúde e segurança do consumidor até a desconsideração da personalidade
jurídica, com o fim de tornar efetiva a proteção.

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Apostila de Administração Jurídica 32

A responsabilidade pode ser objetiva ou subjetiva. Na incidência da


primeira, diz se que a vítima não precisa demonstrar a culpa do agente, pois a sua
responsabilidade decorre da lei (ou do contrato). Na segunda, a presunção da
culpa do agente, depende da prova.
É no art. 1255, do Código, que vamos encontrar o dispositivo legal
que estabelece ser objetiva a responsabilidade civil na defesa do Direito do
Consumidor.

RESPONSABILIDADE POR DANO PATRIMONIAL

A responsabilidade civil por dano patrimonial é a obrigação de


reparar o dano causador de diminuição patrimonial da outra parte por qualquer
evento.
Neste sentido, portanto, o acidente de consumo ocasiona a
obrigação de reparar todo e qualquer ano patrimonial que tenha causado às
vítimas do evento, já que equiparadas a consumidor pelo artigo 17 do Código de
Defesa do Consumidor, conforme já vimos.

DEFESA DO CONSUMIDOR – ERRO NO MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA –


DEVOLUÇÃO EM OBRO
É cabível a dobra na devolução do excesso cobrado no fornecimento de
energia elétrica por erro do medidor, porque a hipótese se enquadra
com exatidão na previsão do parágrafo único do art. 42 do CDC (TJ – RJ –
Ac. unân. da 16.ª Câm. Cív. julg. em 27.03.2001 – AP. 2000.001.18717 –
Capital – Rel. Des. Miguel Ângelo Barros; in ADCOAS 8201044).

TARIFA – ÁGUA CONSUMO MÍNIMO PRESUMIDO – ILEGALIDADE Em


havendo hidrômetro instalado e em perfeita condições, justo é que o
consumo seja por ele aferido, em lógica proteção ao direito do usuário
consumidor, e não com base em valor mínimo (TJ-RJ – Ac.

RESPONSABILIDADE POR DANO MORAL

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Apostila de Administração Jurídica 33

O chamado dano extrapatrimonial (dano moral) encontra-se


previsto na Constituição Federal, artigo 5º,56 incisos V e X, devendo ser reparado
por aquele que der causa e, no caso específico das relações de consumo, pelo
fornecedor ou fornecedores envolvidos na relação em que ocorrer o fato que
causar o dano.
Já amplamente debatida a questão da reparação do dano moral,
nos limitaremos a oferecer à análise alguns julgados, a seguir, que ilustram e bem
demonstram a tendência dos Tribunais, nas relações de consumo envolvendo o
dano moral:

DANO MORAL – PESSOAS ESCURAS PROIBIDAS DE EXPERIMENTAR


ROUPAS EM LOJA – CABIMENTO
Restando demonstrados a intensa dor, vexame e humilhação que
suportou a autora, que, no momento em que experimentava uma peça
de roupa na loja de propriedade do réu, foi surpreendida e ofendida
com a agressiva afirmação feita pelo réu à sua mulher, no sentido de
que não deveria deixar pessoas escuras ficarem experimentando roupa
na loja, já que elas têm um odor muito forte, obrigando-o a ter que
mandar a roupa para um orfanato, o dever de indenizar se impõe (TJ –
RJ – Ac. unân, da 7.ª Câm. julg. em 17.04.2001 – Ap. 21.312/2000 –
Belford Roxo – Rel.ª Des.ª Marly Macedônio França; in ADCOAS
8201040).
DANOS MATERIAIS E MORAIS – INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRA-
UTERINO – POSTERIOR GESTAÇÃO – DESCABIMENTO
Os métodos de contracepção utilizados na atualidade não são 100%
seguros, reservando margem de ineficácia. Não responde por falha de
método quem realiza a inserção de dispositivo intra-uterino, presta
informações e proporciona o devido acompanhamento à paciente (TRF-
4ª R. –Ac. unân. da 4ª T. publ. no DJ de 11.07.2001 – AP. cív.
2001.04.01.008263-7 – SC – Rel. Juiz Valdemar Capeletti – Advs. Isabel
Cristina de Novelli e José Diogo Cyrillo da Silva; in ADCOAS 8202675.

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA

O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 14, § 4º, dispor


que a responsabilidade do profissional liberal fosse subjetiva.
Não é nossa intenção aqui esgotar a análise pormenorizada de
cada elemento da relação de consumo com o profissional liberal. Mas, é primordial
identificar o profissional liberal a que se refere o dispositivo do Código de Defesa
do Consumidor da relação de consumo, sob pena de se fazer uma má
interpretação da regra.

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Apostila de Administração Jurídica 34

O profissional liberal é aquele que exerce sua profissão


regulamentada por conta própria, podendo ter seu escritório ou não instalado. É o
Médico, o Advogado, o Perito, o Engenheiro, o Topógrafo, o Anestesita, o Dentista,
etc., exercendo a função de profissional autônomo, sem vínculo empregatício e
atuando como total autonomia.
Os casos mais comuns aforados, no que diz respeito à relação de
consumo com profissionais liberais, dizem respeito a cirurgiões plásticos, que
assumindo uma postura de promessa de resultado ao seu cliente, quando não
alcança, gera a demanda. É o caso, por exemplo, do julgado a seguir:

CIRURGIA PLÁSTICA – INSUCESSO – DANOS MATERIAL E MORAL


A responsabilidade do cirurgião plástico é subjetiva, mas, em se
tratando de obrigação de resultado e não de meio, em que fica
invertido o ônus da prova, prevalece a presunção da culpa dos médicos
pelo insucesso ou pela imperícia na cirurgia de melhoramento
executada na autora, sem que houvesse prova idônea que ilidisse tal
culpa. Assim, o resultado nefasto da cirurgia plástica e prova pericial
não favorável aos réus enseja a reparação de danos material e moral
(TJ-RJ – Ac. unân. da 7ª Câm. Cív. publ. no DJ de 06.09.2001 – Ap.
2001.001.03886 – Capital – Rel. Des. Paulo Gustavo Aorta; in ADCOAS
8204735).

A atividade meio nem sempre é compreendida pelo consumidor,


pois quando procura um profissional para contratar, entende estar no caminho da
busca de solução adequada ao seu caso. É o que ocorre, por exemplo, com os
advogados, que muitas vezes se vêem às vexas com determinados clientes que
cobram resultados que, na verdade, não dependem do seu trabalho.
Porém, é importante notar que o profissional liberal não está
eximido de qualquer responsabilidade no exercício do seu ofício.
Infelizmente, profissionais não muito sérios existem em todas as
profissões, haja vista os célebres escândalos envolvendo médicos, juízes e outros.
O que se ressalta, pois, é que, como profissional liberal, o zelo para com o cliente,
o atendimento à ética da profissão e o crescente interesse do profissional em se
aperfeiçoar são fatores que o levam ao cumprimento das normas do Código de
Defesa do Consumidor.

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Apostila de Administração Jurídica 35

EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE

O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 25, veda


qualquer cláusula contratual que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de
reparação do dano pelo fornecedor ao consumidor.
Assim, para efeito do Código de Defesa do Consumidor, uma vez
tratando-se de responsabilidade objetiva, exceto nos casos dos profissionais
liberais, somente é possível nos seguintes casos:

QUANDO RESPONSABILIDADE OBJETIVA

– Por culpa exclusiva da vítima;


b) – Por culpa exclusiva de terceiro; e
c) – Em caso fortuito ou força maior.

QUANDO RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

– Por legítima defesa;


b) – Por estado de necessidade;
c) – Por exercício regular do direito;
d) – No estrito cumprimento do dever legal;
e) – Por motivo de força maior; e
– Em caso fortuito

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Apostila de Administração Jurídica 36

BIBLIOGRAFIA

BARBOZA, Jovi Vieira. Dano Moral – O Problema do Quantum Debeatur nas


indenizações por Dano Moral. Curitiba : Juruá, 2006.

SARAIVA, Editora. Vade Mecum. 9ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

SARAIVA, Editora. Comentários À Consolidação Das Leis do Trabalho - 37ª Ed.


2012.

LISBOA, Roberto Senise. Relações de Consumo e proteção jurídica do


Consumidor no Direito Brasileiro. São Paulo : Editora Juarez de Oliveira, 1999.

LISBOA, Roberto Senise. Responsabilidade civil nas relações de consumo.


São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2001.

RIZZATTO NUNES, Luiz Antonio. Comentários ao Código de Defesa do


Consumidor. São Paulo : Editora Saraiva, 2000.

ROSA, Josimar Santos. Relações de consumo. São Paulo : Editora Atlas, 1995.

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