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213/91, devido
aos dependentes dos segurados do RGPS que estão presos em regime fechado. O benefício é pago
enquanto o segurado estiver preso e não pode ser concedido se ele receber salário ou outro benefício
previdenciário.
Insta destacar que o benefício sofreu alterações recentes, por meio da Medida Provisória-MP
871/2019. Com ela, o auxílio-reclusão passou a ter carência de 24 (vinte e quatro) contribuições, antes
bastava apenas uma contribuição. Além disso, não será devido ao preso em regime semiaberto, e a
comprovação de baixa renda será feita a partir da média dos últimos 12 (doze) salários do segurado e
não somente a do último mês antes da prisão.
Como ao cálculo do benefício aplicam-se as regras da pensão por morte, o cálculo da Renda
Mensal Inicial do auxílio-reclusão será 100% (cem por cento) do valor correspondente à
aposentadoria por invalidez que o segurado receberia se estivesse assim aposentado na data de
recolhimento à prisão.
Importante destacar que o instituto sofreu recentes alterações, primeiro com a Lei 13.135/15,
que alterou o tempo de duração do benefício para cônjuges e companheiros, de acordo com o tempo
de contribuição do segurado e a idade desses dependentes. Com isso, para cônjuge ou companheiro
ter pensão vitalícia, passou a ser necessário que o casamento ou união estável tenha 2 anos ou mais
e o dependente 44 anos ou mais de idade.
Além dessa Lei, a Medida provisória 871/2019 também trouxe alterações na pensão por morte.
Antes, o judiciário reconhecia relações de união estável ou de dependência econômica com base em
prova testemunhal e concedia o benefício. Nesse sentido, já existia entendimento consolidado pela
Turma Nacional de Uniformização-TNU, na súmula 63. Contudo, agora a MP exige comprovação
documental.
Ademais, para o recebimento desde a data da morte do segurado, filhos menores de 16 anos
precisarão requerer o benefício em até 180 dias após o falecimento. Pela regra anteriormente em
virgor, o prazo não existia para fins de retroatividade.
O cálculo da Renda Mensal Inicial do benefício em questão será 100% (cem por cento) sobre
o valor que o segurado recebia a título e aposentadoria. Caso o segurado não esteja aposentado na
data do óbito, a RMI corresponderá a 100% (cem por cento) do valor que teria direito se fosse
aposentado por invalidez.
Cabe salientar que o cálculo do benefício poderá ser revisto em caso de vício existente. No
caso da pensão por morte, havia divergência acerca do termo inicial do prazo decadencial para o
pedido de revisão de benefício concedido a menor, cujo vício no cálculo datava da concessão da
aposentadoria do segurado.
A decisão em questão nos parece acertada, haja vista que a aposentadoria e a pensão por morte
são benefícios distintos e autônomos com titulares diferentes, muito embora decorram do mesmo
critério de cálculo. Assim sendo, conclui-se que seus titulares possuem, de forma independente, o
direito de requerer a revisão do benefício.
AGUIAR, Joice Souza. A (im)possibilidade de devolução ao INSS dos valores recebidos no caso
da perda do benefício de pensão por morte: um estudo jurisprudencial à luz do Tribunal
Regional Federal da 4ª região. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/6061>. Acesso
em 23/02/19.
PEREIRA, Edcarlos Salles. Limitação do auxílio reclusão no quesito baixa renda. Disponível em:
<http://ojs.santacruz.br/index.php/JUSFARESC/article/view/1968/1761>. Acesso em 23/02/19.
STJ-Resp: 1736480 RN 2018/0092012-0, Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Data de
publicação: DJ 01/06/2018.