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Relações de troca – são as relações entre o quantum de bens exportados suficiente para cobrir as
importações realizadas.
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2 - VANTAGENS COMPARATIVAS DAS NAÇÕES
Vantagens comparativas representam o conceito de custos relativos introduzido na teoria do comércio
exterior por David Ricardo, em 1817, que justifica a especialização internacional.
A Teoria da Vantagem Comparativa defende que, mesmo se dois países possam produzir os mesmos
produtos, a especialização é capaz de aumentar a renda de ambos.
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Vejamos o exemplo abaixo, em que são apresentados dados hipotéticos de custos de produção, em
termos de horas necessárias para a produção de uma saca de 60 kg de café e de uma saca de 60 kg de
soja, no Brasil e na Argentina, respectivamente.
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À primeira vista, pode parecer que o comércio entre Brasil e Argentina seja completamente inviável,
pois o primeiro apresenta vantagem absoluta em ambos os produtos considerados, ou seja, possui
menores custos tanto na produção de café quanto na produção de soja.
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Nessa hipótese, a Argentina poderia ser levada a proteger seu mercado interno, instituindo cotas de
importação, criando tarifas de importação, de forma a equalizar os custos de produção entre os dois
mercados.
Contudo, conforme veremos a seguir, o comércio entre os dois países é capaz de melhorar a situação de
ambos.
Vantagem absoluta é o conceito que envolve a relação entre custos totais de produção de duas
empresas, regiões ou países para dada mercadoria.
Cota de importação é medida adotada para proteger o mercado interno de concorrentes externos,
baseada no estabelecimento de uma quantidade máxima que pode ser importada em determinado
lapso temporal, em geral um ano.
Tarifa de importação é medida adotada para proteger o mercado interno de concorrentes externos,
fundamentada no estabelecimento de um imposto incidente sobre produtos importados. Em
decorrência, tais produtos tornam-se mais caros, o que inibe as importações.
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Remuneração do trabalho na ausência de comércio
O quadro abaixo apresenta a estrutura de produção para dois países, antes de iniciado o comércio
bilateral.
1) considere que o preço desses produtos seja formado exogenamente no mercado internacional;
2) adote que, em dado momento, o preço de uma saca de 60 kg de café seja US$ 50 e que uma saca de
60 kg de soja seja US$ 12;
3) multiplicando esses valores pelos respectivos dados de produção do quadro 2, obtém-se a renda
apresentada no Quadro 3.
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Na ausência de comércio, o trabalhador brasileiro receberia uma remuneração de US$ 1.67 e US$ 0.20
por hora para produzir, respectivamente, café e soja.
Nas mesmas condições, a situação do trabalhador argentino seria pior, pois faria jus a US$ 0.56 e US$
0.10 por hora para produzir, respectivamente, café e soja.
A Teoria da Vantagem Comparativa defende, mesmo se dois países possam produzir os mesmos
produtos, que a especialização é capaz de aumentar a renda de ambos.
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Remuneração do trabalho na presença de comércio
Agora, afastando as barreiras de comércio e tornando livre o comércio entre as duas nações, haverá
uma realocação dos fatores de produção, provocando mudança nos preços relativos.
Como o custo de produção de café na Argentina é três vezes maior, esse país poderia importar café
brasileiro ao custo de 30 horas de trabalho a saca de 60 kg. Com essa medida, poderia direcionar sua
força de trabalho para a exploração de soja.
Podemos notar que, para cada saca de café que a Argentina importa do Brasil, há liberação de 90 horas
de trabalho que poderão ser utilizadas para produzir soja. O Brasil poderia produzir soja a custo mais
baixo que a Argentina. Contudo, interessa ao Brasil adquirir soja da Argentina, mesmo a um custo mais
alto, pois poderá liberar 60 horas de trabalho para utilização na produção de café, pois o país é mais
competitivo neste produto.
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Desse modo, admitamos que o intercâmbio entre as duas economias consideradas provocou a
reestruturação econômica indicada no Quadro 4.
Observe que a produção de soja no Brasil reduziu-se de 30 milhões de sacas para 15 milhões de sacas,
enquanto a produção de café dobrou para 30 milhões de sacas. Na Argentina, por outro lado, houve um
movimento inverso. A produção de café foi reduzida à metade, ficando situada em 5 milhões de sacas,
enquanto a produção de soja mais que dobrou, alcançando 60 milhões de sacas.
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Mantidas as considerações anteriores sobre a formação de preços, a renda ficaria distribuída segundo
indicação disposta no Quadro 5 abaixo.
Observe que houve inquestionáveis ganhos de comércio para ambas as partes. A renda agregada dos
dois países passou de US$ 1.910 milhão para US$ 2.650 milhão.
A renda agregada brasileira passou de US$ 1.110 milhão para US$ 1.680 milhão, ou seja, a redução da
renda gerada pela soja foi mais que compensada pelo aumento da renda gerada pelo café.
Na Argentina, aconteceu fenômeno semelhante. A redução de 50% da renda do segmento de café, cerca
de US$ 250 milhão, foi mais que compensada pelo incremento de US$ 420 milhões de renda gerada pela
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produção suplementar de soja. Portanto, pode-se concluir que ambos os países se beneficiaram com o
intercâmbio comercial.
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Vantagem comparativa: exemplo numérico
Podemos notar que o Chile possui vantagem absoluta em relação ao Peru na produção de minério de
cobre e na produção de minério de prata. No Chile, em uma hora de trabalho, a produtividade per
capita é seis vezes maior (6/1) na produção de cobre e 33,33% maior na produção de prata (4/3).
Certamente, esta vantagem absoluta do Chile em relação ao Peru, em ambos os produtos considerados,
decorre da utilização de processo tecnológico mais avançado e/ou da disponibilidade de jazidas de
minério com maior grau de pureza ou cuja extração envolva menores dificuldades operacionais.
Contudo, nota-se que o Peru possui vantagem comparativa em relação ao Chile na produção de
minério de prata. A produtividade nesse setor é três vezes superior à produção de cobre (3/1).
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O Chile, por sua vez, apresenta vantagem comparativa em relação ao Peru na produção de minério de
cobre, pois a produtividade desse setor é 50% maior em relação à produção de prata (6/4).
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Dessa forma, espera-se que a economia do Chile se especialize na produção de cobre e a economia do
Peru se especialize na produção de prata, o que favorecerá a realização de trocas internacionais.
É importante destacar que as trocas de comércio somente ocorrerão se for possível melhorar a situação
de uma das partes envolvidas sem prejudicar a outra.
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Vejamos, agora, os impactos da seguinte relação de troca:
O Chile troca com o Peru seis toneladas de cobre por seis toneladas de prata.
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Segundo Paul Samuelson, se de duas regiões (ou países) uma for ou não absolutamente mais eficiente
na produção de todos os produtos do que a outra, e se cada uma delas se especializar nas atividades
econômicas em que tiver uma vantagem comparativa (maior eficiência relativa), o comércio será
mutuamente vantajoso para ambas e os salários subirão nas duas.
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Visões equivocadas sobre as vantagens comparativas
Krugman & Obstfeld chamam a atenção para as interpretações equivocadas da teoria de vantagens
comparativas, a saber:
1) o livre comércio é benéfico somente se o país é suficientemente forte para enfrentar a concorrência
estrangeira;
2) a concorrência estrangeira é desonesta e prejudica outros países quando baseada em salários baixos;
3) o comércio explora um país e o torna pior economicamente se seus trabalhadores recebem salários
muito mais baixos que os trabalhadores de outras nações.
Esses equívocos decorrem da confusão que se estabelece entre vantagens absolutas e vantagens
relativas.
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Com efeito, as vantagens competitivas de uma indústria dependem de sua produtividade relativamente
à indústria estrangeira e do salário local relativamente ao salário do estrangeiro.
Finalmente, deve-se destacar que a Teoria das Vantagens Comparativas apresenta a limitação de ser
estática, não levando em consideração a evolução das estruturas da oferta e da demanda, bem como
das relações de preços entre produtos negociados no mercado internacional, à medida que as
economias se desenvolvem e seu nível de renda cresce
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RESUMO
Comércio Internacional é o intercâmbio de bens e serviços entre residentes e não residentes de um país.
A diversidade de possibilidades de produção, as relações de trocas e as relações de dependência são os
motivos da existência do comércio internacional.
A Teoria das Vantagens Comparativas preconiza, ainda, que dois países possam produzir os mesmos
produtos, que a especialização é capaz de aumentar a renda de ambos.
• Não leva em conta a evolução das relações de trocas e das estruturas da oferta e da demanda, sendo,
portanto, estática.
A teoria desenvolvida pelos dois economistas preconiza que as diferentes proporções dos fatores em
distintas regiões do mundo, utilizadas no processo de produção de bens e serviços, explicam a dinâmica
do comércio entre as nações. Diante desse pensamento, o modelo de Heckscher-Ohlin é conhecido
como teoria das proporções dos fatores.
Bertil Ohlin e Eli Heckscher são economistas suecos. Em 1977, Heckscher foi agraciado com o Prêmio
Nobel de Economia.
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Ciência ou teoria da técnica. Abrange o conjunto de conhecimentos aplicados pelo homem para
atingir determinados fins econômicos.
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2 - ESCOLHA DO PROCESSO PRODUTIVO
O processo produtivo envolve a escolha da combinação ótima de recursos (fatores de produção), que
torna mínimo o custo de produção por unidade de produto.
Qualquer ponto ao longo da curva de indiferença de produção é indiferente para a firma; qualquer
combinação de fatores produz a mesma quantidade de produto. Assim, a ilustração mostra que em
qualquer ponto da curva de indiferença produz-se uma tonelada de soja.
O ponto C representa uma situação de ineficiência da economia, pois seria possível produzir mais com
aquela dotação de recursos produtivos.
Lugar geométrico em que são representadas todas as combinações possíveis de fatores de produção
que resultam na produção de uma dada quantidade fixa de produto.
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O ponto D representa uma situação de impossibilidade, pois o processo tecnológico somente permite
uma produção inferior para a dotação de recursos produtivos empregados.
No ponto A, produz-se uma tonelada de soja com a utilização da combinação L0 – unidades de mão de
obra – e K0 – unidades de capital. Note que o processo de produção representado pelo ponto A utiliza
maior proporção de capital relativamente ao fator de produção trabalho. Portanto, a relação entre
O retângulo 0K0AL0, preenchido em cor amarela, representa uma tonelada de soja (o produto gerado
pela economia).
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Observamos que, no ponto A, o processo de produção é intensivo em capital, ou seja, utiliza uma
proporção maior de capital relativamente ao fator trabalho. Isto ocorre porque, nessas condições, a
tecnologia de produção adotada procura poupar o fator de produção mais escasso, no caso o trabalho.
Sendo o trabalho o fator de produção mais escasso, seu custo de contratação será maior que o custo de
capital. Portanto, espera-se que o processo produtivo empregue menor proporção do fator trabalho.
No caso de produção de soja, com tecnologia intensiva em capital, poder-se-ia pensar em um processo
produtivo que envolva a utilização de equipamentos de mecanização e automação dos procedimentos
de preparo do solo, tratos culturais, colheita, armazenamento e transporte.
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Nessa modalidade de exploração, menor quantidade de mão de obra seria exigida. A produtividade dos
poucos trabalhadores empregados seria alta, em razão da elevada relação capital trabalho.
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Já no ponto B, seria possível produzir a mesma quantidade de soja que no ponto A (uma tonelada),
mediante a combinação L1 unidades de mão de obra e K1 unidades de capital.
O retângulo 0K1BL1, preenchido em cor laranja, representa, também, uma tonelada de soja.
Resultado da divisão da produção física pela unidade de fator de produção empregada. Em termos
globais a produtividade expressa a utilização eficiente dos recursos produtivos.
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Agora, perceba que o processo de produção representado pelo ponto B utiliza maior proporção de
trabalho relativamente ao fator de produção capital. Portanto, a relação entre capital e trabalho é
No caso de produção de soja, com tecnologia intensiva em trabalho, pode-se pensar em um processo
produtivo que envolva, predominantemente, a utilização de procedimentos manuais de preparo de solo,
tratos culturais, colheita, armazenamento e transporte. Nessa modalidade de exploração, maior
quantidade de mão de obra seria exigida. A produtividade dos muitos trabalhadores empregados seria
baixa, em razão da reduzida relação capital trabalho.
Ainda pensando na escolha do processo produtivo, vejamos a Figura 2 abaixo, a qual apresenta o
resumo das conclusões do modelo de comércio internacional de Hecksher-Ohlin:
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numa região onde a mão de obra apresenta-se mais abundante, seu custo de contratação será
relativamente menor. Portanto, o processo de produção tenderá a ser intensivo no fator
trabalho;
outra região onde o capital apresenta-se mais abundante, seu custo de contratação será
relativamente menor. Portanto, o processo de produção tenderá a ser intensivo no fator capital.
Em regiões com abundância do fator produtivo trabalho, a produtividade da mão de obra é menor.
Portanto, o salário será mais baixo.
Em regiões com abundância do fator produtivo capital, a produtividade da mão de obra é maior.
Portanto, o salário será mais elevado.
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3 - COMÉRCIO INTERNACIONAL
Vejamos a Figura 3 a seguir:
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Agora, considere o seguinte: na ausência de comércio internacional, uma determinada região (ou país)
que apresente vantagem comparativa na produção de determinado produto (soja, por exemplo) estaria
em equilíbrio em que ponto do gráfico? E quando o equilíbrio de mercado aconteceria?
Solução
No ponto B, em que se cruzam as curvas de oferta internas e de demanda. O equilíbrio de mercado
aconteceria quando a produção atingisse a quantidade Q0, comercializada ao preço P0.
Oferta - Quantidade de bem ou serviço que se produz e se oferece no mercado por determinado
preço e em determinado período de tempo.
Demanda - É a quantidade de um bem ou serviço que o consumidor está disposto a adquirir por um
determinado preço e em determinado momento.
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No país estrangeiro, a curva de oferta intercepta a curva de demanda mais à esquerda, pois seus custos
de produção são maiores do que o observado no país nacional.
Caso seja mantido um intercâmbio comercial entre as duas regiões, o equilíbrio de mercado será
deslocado para o ponto C que se situará em algum lugar entre os pontos A e B ao longo da curva de
demanda.
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Efeito do comércio internacional na economia nacional – Suponha que a mão de obra seja o fator
abundante na economia nacional: o processo de produção seria intensivo nesse fator. Assim, observe
que no país nacional, por possuir menor custo de produção, o aumento do preço relativo da soja
beneficia os agentes econômicos que atuam na produção desse produto.
O aumento do preço relativo da soja provoca uma redução da quantidade demandada no plano local,
permitindo que o excedente de produção seja destinado para exportação.
Os agentes econômicos envolvidos na produção de bens cujo processo de produção seja intensivo em
capital sairão prejudicados, pois o preço relativo de seus produtos cairá relativamente ao preço da soja.
Possui vantagem comparativa o país em que for menor a relação dos custos de produção.
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Efeito do comércio internacional na economia estrangeira – No país estrangeiro haveria uma redução do
preço relativo da soja, o que provocaria um crescimento da quantidade demandada. Os produtores de
soja, assim como os trabalhadores empregados nesse setor produtivo, teriam sua renda reduzida.
Observe que a redução do preço relativo da soja beneficiaria os consumidores.
De uma maneira geral, a importação de soja, a um preço menor, liberaria a escassa mão de obra
disponível no país estrangeiro para a produção de produtos intensivos em capital.
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Conclusão: o comércio internacional entre as nações pode beneficiar, simultaneamente, as duas partes
envolvidas no processo de trocas. Cada economia será especializada nos produtos que façam uso dos
fatores de produção mais abundante. O comércio internacional gera efeitos assimétricos na distribuição
de renda, beneficiando o fator de produção mais abundante.
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Resumo
O modelo de trocas internacionais desenvolvido por Heckscher-Ohlin defende a tese de que a economia
do país será mais eficaz na produção de bens e serviços que façam uso de fatores de produção
largamente disponíveis em seu território em dado período.
A teoria do modelo afirma que as diferentes proporções dos fatores em distintas regiões do mundo,
utilizadas no processo de produção de bens e serviços, explicam a dinâmica do comércio entre as
nações.
A escolha do processo de produção depende do custo relativo de contratação dos fatores de produção
disponível. Assim, a tecnologia adotada será intensiva em capital nas regiões onde o custo da mão de
obra é mais alto. De forma idêntica, a tecnologia será intensiva no fator trabalho em regiões onde o
custo de contratação da mão de obra for mais baixo.
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Os países não produzem tudo o que precisam. Necessitam, portanto, adquirir mercadorias e serviços
produzidos em território estrangeiro. Assim, os consumidores brasileiros, por exemplo, demandam
automóveis japoneses, relógios suíços, calças jeans americanas e milho argentino.
Contudo, os consumidores dispõem apenas de reais (moeda nacional brasileira) para pagar as
importações, visto que o Estado brasileiro (assim como os demais) proíbe a livre circulação de moedas
estrangeiras. Por outro lado, os produtores americanos exigem receber sua remuneração
em dólares dos Estados Unidos da América.
Câmbio é uma operação financeira que consiste em vender ou trocar valores em moedas de outros
países ou papéis que representem essas moedas.
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Os produtores japoneses preferem receber seu rendimento em ienes, embora, em determinadas
condições, seja de interesse aceitar dólares americanos ou euro, pois essas moedas poderiam ser
utilizadas, mais adiante, para cumprir obrigações de importações japonesas oriundas dos Estados
Unidos e/ou da Europa. Muito remotamente, eles aceitariam o peso ou real, em virtude da inexpressiva
participação da Argentina e do Brasil no mercado mundial de câmbio.
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Desse modo, para cumprir as obrigações geradas por transações originadas no exterior, os residentes no
Brasil demandam moedas estrangeiras.
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2 - DEMANDA DE MOEDA ESTRANGEIRA
A demanda de divisas estrangeiras envolve a procura por letras de câmbio, cheques, ordens de
pagamento etc., que sejam conversíveis em moeda estrangeiras, e as próprias moedas estrangeiras.
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Caso a taxa de câmbio seja TC1 (mais elevada), a quantidade demandada de moeda será Q1 (menor).
Para uma taxa de câmbio mais baixa, TC2, a quantidade demandada de moeda será Q2 (maior).
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No mercado externo
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Observe que, no processo de conversão de dólar para real, a unidade de moeda estrangeira aparece no
numerador e no denominador, desaparecendo do resultado final. Caso haja uma desvalorização
cambial de 15%, a taxa de câmbio subiria para R$ 3,47/US$ 1.00. O custo de importação de trigo
aumentaria para R$ 27,76.
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Com esse novo preço, os consumidores reduziriam o consumo de derivados de trigo e,
consequentemente, a demanda agregada por divisas estrangeiras.
Quanto maior for a taxa de câmbio, menor será a demanda por produtos importados. Portanto, menor
a demanda por divisas estrangeiras.
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3 - OFERTA DE MOEDA ESTRANGEIRA
A oferta de divisas estrangeiras depende das relações de troca do país com os agentes econômicos do
resto do mundo. Caso sua economia seja competitiva, mantido o mesmo padrão de qualidade
observado no mercado, o preço de seus produtos será menor do que a média de seus concorrentes.
Assim, o país terá sucesso nas exportações, o que permite o ingresso regular de divisas estrangeiras em
seu território.
Da mesma forma, se a taxa média de retorno sobre o capital aplicado for elevada, o país receberá
aportes de recursos sob a modalidade de investimentos externos, o que também contribui para a
formação da oferta de moeda estrangeira.
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As firmas estrangeiras sediadas fora do país que pretendem realizar obras de investimentos
produtivos no país.
A oferta de moeda estrangeira é determinada, basicamente, pela taxa de câmbio. Espera-se que, quanto
maior a taxa de câmbio, maior será a oferta de moeda estrangeira. Portanto a oferta de divisas
estrangeiras e a taxa de câmbio são variáveis diretamente associadas.
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Vejamos o exemplo seguinte, ilustrando as razões econômicas:
Na Bolsa de Nova Iorque, uma tonelada de açúcar é cotada em US$ 201,60. Dado que a taxa de
câmbio se situa em R$ 3,02/US$ 1.00, o exportador receberia uma renda de R$ 608,83 por
tonelada do produto.
Vamos admitir que esse preço cubra todos os custos de produção e de remuneração do capital próprio.
Caso haja uma desvalorização cambial de 15%, a taxa de câmbio subiria para R$ 3,47/US$ 1.00, o que
aumenta a margem de ganho dos exportadores brasileiros.
Solução
O produtor brasileiro de açúcar teria maior poder de barganha para negociar descontos junto aos
importadores alienígenas. Digamos que o preço efetivo do açúcar brasileiro se reduza para US$ 195,20
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em razão da adoção de uma política de preço que permite a concessão de descontos de 3,1746%. Os
concorrentes mantêm o preço base de US$ 201,60. Nessas condições, a receita de exportação do
açúcar aumentaria para R$ 677,34 por tonelada.
Desta forma, o valor das exportações de açúcar seria expandido em 11,25% e uma maior quantidade de
moeda estrangeira ingressaria no país, contribuindo para o aumento da oferta de divisas estrangeiras,
conforme mostra a Figura 2, a seguir.
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Caso a taxa de câmbio seja TC1 (mais baixa), a quantidade ofertada de moeda será Q1 (menor). Para
uma taxa de câmbio mais elevada,TC2, a quantidade ofertada de moeda será Q2 (maior).
Quanto maior for a taxa de câmbio, maior será a oferta de moeda estrangeira.
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4 - EQUILÍBRIO DO MERCADO DE CÂMBIO
O equilíbrio do mercado de câmbio é alcançado no ponto em que a quantidade de moeda ofertada é
igual à quantidade demandada de moeda estrangeira, conforme observamos na Figura 3, a seguir.
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Mas, admitindo que a renda disponível do país tenha apresentado crescimento, as pessoas desejarão
aumentar o consumo de produtos importados. Para tanto, demandarão uma quantidade maior de
moeda estrangeira. Para a taxa de câmbio TC1, a procura de câmbio será Q3 no ponto AA que se
localiza na curva de demanda de moeda estrangeira D2.
Como a curva de oferta não se alterou, a oferta de moeda estrangeira será Q1. Haverá um excesso de
demanda, representado pelo segmento Q3Q1. Esse desequilíbrio temporário, causado pela escassez de
moeda estrangeira, provocará uma desvalorização cambial.
Solução
Solução - O novo equilíbrio ocorrerá no ponto B, em que se cruzam a curva de demanda D2 e a curva
de oferta S1. A taxa de câmbio subirá para TC2 e os demandantes e ofertantes concordarão em realizar
trocas de moeda no montante Q2. Neste caso, a desvalorização cambial foi causada por pressão de
demanda.
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Vamos supor, agora, que ocorreu uma “quebra” de safra agrícola. Em decorrência, o país reduziu o
volume exportado de commodities. Portanto, a oferta de divisas estrangeiras sofreu contração,
deslocando-se para a esquerda (curva de oferta S2).
Para a taxa de câmbio TC1, a oferta de moeda será Q4, enquanto a demanda se mantém inalterada
em Q1. Outrossim, no ponto AAA, o mercado de câmbio estará desequilibrado, pois há insuficiência de
oferta representada pelo segmento Q4Q1. Esse desequilíbrio temporário, causado pela escassez de
moeda estrangeira, provocará uma desvalorização cambial.
Produtos primários (minérios, algodão, soja, milho, trigo, açúcar, petróleo etc.) cujas características
gerais são homogêneas e classificáveis. Por esta razão, seus preços são definidos pelas cotações das
principais Bolsas de Valores: Nova Iorque, Londres, Chicago, São Paulo.
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Variação real da taxa de câmbio - A taxa de câmbio real mede a competitividade dos produtos nacionais
no comércio exterior. Define-se como a relação entre preços externos e preços domésticos, ambos
medidos na moeda nacional (no caso brasileiro, em reais).
em que
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Suponha que, em dado ano, a taxa de câmbio apresente desvalorização nominal de 5%. Se, no mesmo
período, a taxa de inflação do país tenha sido 7% e a taxa de inflação internacional tenha sido 2%, não
ocorreu variação cambial em termos reais, pois a desvalorização nominal corresponde à diferença entre
a inflação interna e a inflação externa.
Exemplo:
Suponha que, em 2006, a taxa de inflação do país A foi de 8%. A taxa de inflação mundial foi de 3%.
Considerando que no país a taxa de câmbio desvalorizou-se de N$2,10/US$1.00 para N$2,40/US$1.00,
qual foi a variação da taxa de câmbio real?
Solução
Conclusão: houve uma desvalorização real da taxa de câmbio de 9%. Portanto, melhorou a
competitividade externa do país porque os produtos comercializáveis (tradebles) produzidos tornaram-
se mais baratos no mercado internacional, enquanto os produtos não-comercializáveis (non-tradebles)
se prejudicam.
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RESUMO
O comércio de divisas estrangeiras tem o objetivo de permitir o cumprimento de obrigações geradas por
transações comerciais ou financeiras realizadas entre residentes e não residentes de um país.
A demanda de divisas estrangeiras envolve a procura por letras de câmbio, cheques, ordens de
pagamento etc., que sejam conversíveis em moeda estrangeiras, e as próprias moedas estrangeiras.
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Quanto maior for a taxa de câmbio, menor será a demanda por produtos importados. Portanto, menor a
demanda por divisas estrangeiras.
A oferta de moeda estrangeira é determinada, basicamente, pela taxa de câmbio. Espera-se que quanto
for maior a taxa de câmbio, maior será a oferta de moeda estrangeira. Portanto, a oferta de divisas
estrangeiras e a taxa de câmbio são variáveis positivamente correlacionadas.
São ofertantes de moeda estrangeira: exportadores; turistas estrangeiros em viagem no país; credores
de recursos aplicados no exterior; firmas estrangeiras que aportam capitais em filial instalada no país.
Desvalorização cambial define-se por: quanto maior for a taxa de câmbio, menor será a demanda por
produtos importados. Portanto, menor a demanda por divisas estrangeiras. Ocorre quando: a taxa de
câmbio é desvalorizada, ou seja, precisa-se de uma maior quantidade de moeda nacional para adquirir
uma unidade de moeda estrangeira; ou quando a taxa de câmbio é valorizada, ou seja, precisa-se de
uma menor quantidade de moeda nacional para adquirir uma unidade de moeda estrangeira.
Ainda que haja argumentos favoráveis ao livre comércio, quase todas as nações adotam medidas com o
objetivo de proteger seu mercado interno contra concorrentes estrangeiros. Assim, é possível que se
obtenha maior nível de renda e de geração de emprego, mediante o adequado gerenciamento da
política comercial.
A proteção do mercado doméstico contra a concorrência estrangeira pode ser feita por meio de barreira
tarifária (imposição de tributo sobre bens importados) ou por barreira não tarifária. A quota de
importação (limitação da quantidade máxima permitida de bens importados) é a principal barreira não
tarifária utilizada pelas nações atualmente. Entre os demais mecanismos de proteção não tarifária,
destacam-se: restrições voluntárias às exportações; regulamentações técnicas, administrativas e outras;
normas sanitárias, cartéis internacionais; dumping e subsídios às exportações.
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Como veremos nas seções seguintes, as políticas de proteção da economia nacional buscam alcançar
maior bem-estar socioeconômico.
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2 - MELHORIA DOS TERMOS DE TROCA
Segundo Kindleberger, a imposição de uma tarifa externa pode, em circunstâncias apropriadas,
melhorar as relações de troca da economia nacional, isto é, a obtenção de importações a preços mais
baixos.
Agora, vejamos uma situação hipotética, analisando o efeito das relações de troca entre dois países, por
exemplo, Brasil e Argentina. Os produtos considerados são soja em grãos e óleo vegetal. Ambos os
países produzem tais produtos e realizam trocas comerciais entre si. Evidentemente, as conclusões do
estudo podem ser estendidas a um número maior de países e de produtos.
Relações de troca – Relação entre o índice dos preços de exportação e o índice dos preços de
importação, o que dá a medida do poder aquisitivo das exportações do país
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Considere, agora, que o Brasil resolveu adotar uma tarifa sobre o preço da soja em grãos proveniente da
Argentina. Essa medida está representada pela nova curva de oferta brasileira situada à esquerda da
curva de oferta original, pois a distorção provocada pela tributação modifica os preços relativos das
mercadorias envolvidas no processo de troca. O deslocamento da curva de oferta para a esquerda
modifica as relações de troca de AO para OB. Isto constitui uma melhora dos termos de troca do Brasil.
Para adquirir a quantidade OW de soja em grãos, o Brasil pagará a quantidade WB de óleos vegetais e
cobra BC em impostos, quando anteriormente pagava WC.
Melhora nas relações de troca significa que, mantido o mesmo volume de exportações, há um aumento
da capacidade de importação.
É importante destacar que a política externa agressiva de um país somente surte efeito se não houver
retaliação da contraparte.
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No caso hipotético que estamos examinando, a Argentina poderia reagir, estabelecendo também tarifas
mais elevadas para suas importações, o que reduziria o volume das transações comerciais. No limite,
como resultado da guerra comercial, o intercâmbio comercial seria interrompido, prejudicando os
consumidores das duas nações.
Para que um país possa melhorar seus termos de comércio, isto é, o preço relativo de suas exportações,
deve ter algum poder de monopólio. Isto significa que, de maneira semelhante a uma firma
monopolista, deve possuir uma demanda relativamente inelástica. Assim, se um país possui algum
poder de monopólio, pode usar este poder com o objetivo de melhorar os termos de trocas.
Monopólio – Situação em que a oferta é controlada por um único produtor.
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A expansão de uma indústria protegida pode reduzir os custos de produção à medida que desenvolve
uma força de trabalho treinada e acumula conhecimentos de técnicas de produção.
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O investimento social em capacitação da força de trabalho e em desenvolvimento tecnológico tornaria
lucrativa a expansão da produção para as firmas da indústria, sem incorrer em custos que não produzem
benefícios exclusivamente para firmas individuais.
Os custos privados são maiores do que os custos sociais. Por essa razão, a curva de oferta privada situa-
se à esquerda e acima da curva de oferta social.
Nessas condições, caso o preço no mercado interno seja P1, o equilíbrio estará situado no ponto A, pois
os custos privados são maiores que o custo social. A indústria nacional produzirá, então, a
quantidade 0Q1.
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Desta forma, buscando proteger a indústria nacional, o governo poderia realizar investimentos sociais
que seriam indiretamente apropriados pela indústria, tais como:
Na presença das referidas externalidades, a curva de oferta seria deslocada para a direita e para baixo,
indicando uma redução global do custo de produção em termos sociais. O novo equilíbrio estaria
localizado no ponto B em que o preço de consumo seria P2 e a produção nacional, mais expandida, seria
representada pelo segmento 0Q3.
A diferença entre P2P1 representa o subsídio a ser transferido para a indústria protegida. O uso de
políticas de proteção industrial deve ser utilizado com cautela e deve estar associado a um compromisso
formal de desenvolvimento tecnológico capaz de tornar a indústria beneficiária autossuficiente, de
forma que possa, num futuro breve, competir com indústrias estrangeiras.
Caso essa condição não se concretize, o instrumento não será eficaz e servirá apenas para esconder
ineficiências internas cujo ônus seria transferido ao consumidor ou ao contribuinte.
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4 - DEFESA DO EMPREGO
A defesa da manutenção do emprego da mão de obra e do capital nacional é um forte argumento contra
o livre comércio.
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A restrição de entrada de produtos estrangeiros gera uma demanda insatisfeita que poderá ser suprida
por fornecedores nacionais menos eficientes.
A expansão dos investimentos em atividades produtivas cria novos postos de trabalho no país,
amenizando a difícil situação social dos agentes econômicos que atuam em setores econômicos menos
dinâmicos.
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5 - DEFESA NACIONAL
Não é incomum a preocupação política em garantir a autossuficiência da nação, notadamente quando
se trata de questões envolvendo interesses político-militares. Em geral, regiões que viveram conflitos
bélicos têm grande preocupação em se manterem autônomas nos seguintes setores: agropecuária,
transporte, comunicações e energia.
Tal volatilidade da oferta internacional faz com que os preços apresentem grandes variações, podendo
constituir fonte de perturbação no ajustamento do balanço de pagamentos e no equilíbrio monetário do
país.
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RESUMO
Apesar dos argumentos favoráveis ao livre comércio, as nações fazem uso de políticas comerciais com o
objetivo de proteger o mercado interno da concorrência externa.
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Durante o processo de industrialização de uma nação, é comum proteger-se a indústria nacional contra
a concorrência externa, mediante a adoção de benefícios como isenções fiscais, crédito subsidiado e
prestação de serviços externos.
São objetivos do protecionismo: a melhora das relações de trocas; a proteção do emprego; a proteção à
indústria nascente; a defesa nacional e o equilíbrio das contas externas.
Melhora nas Relações de trocas significa que, mantido o mesmo volume de exportações, há um
aumento da capacidade de importação. Para que um país possa melhorar seus termos de comércio, isto
é, o preço relativo de suas exportações, deve ter algum poder de monopólio.
efeito protetor;
efeito do consumo;
efeito de receita fiscal;
efeito renda;
efeito balanço de pagamento.
Para análise do efeito de proteção, considere a estrutura econômica representada na Figura 1, a seguir,
no qual estão representadas a curva de oferta agregada e a curva de demanda agregada da economia.
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Ao preço OP, os produtores locais estão dispostos a ofertar a quantidade OQ. Por outro lado, os
consumidores estão dispostos a consumir a quantidade OQ3. Caso a economia mantenha livre
intercâmbio comercial com o exterior, a quantidade Q3-Q representa as importações realizadas ao
preço OP.
Agora considere que, pressionado pelos produtores nacionais, o governo adote uma tarifa P-P1. Dado
que a participação do país é suficientemente pequena em relação ao volume do comércio internacional,
esta tarifa não é capaz de alterar o preço do produto no mercado externo nem sua oferta. Ao preço OP
a oferta internacional é infinitamente elástica.
02
Estimulados pela implantação da tarifa de proteção (ou quota de importação), os produtores nacionais
aumentarão sua produção emQ-Q1. O consumo interno se reduz de Q2- Q3. As receitas fiscais do
governo elevam-se. O Retângulo C representa os tributos devidos ao governo, produto da tarifa adotada
(P-P1) pelas importações (Q1-Q2).
O Quadrilátero A representa o efeito distributivo da renda adicional paga aos produtores nacionais já
existentes, mais o arrendamento econômico adicional aos novos produtores acima de seu preço de
oferta.
Quota de importação é a limitação da quantidade máxima de certo produto que pode ser importada
em dado período.
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2 - EFETIVIDADE DA PROTEÇÃO TARIFÁRIA
A dimensão do efeito protetor, em relação a uma dada tarifa comercial, é determinada pela elasticidade
da curva de oferta.
Caso o preço de mercado seja P0, equivalente ao preço internacional, numa economia aberta, e a oferta
seja inelástica, a indústria interna produzirá Q0. Nessas condições, a produção interna é insuficiente
para satisfazer a demanda interna e as importações serão correspondentes a Q6-Q0.
Contudo, na hipótese de a curva de oferta ser elástica, ao nível de preço P0, a indústria interna
produziria Q1 e as importações corresponderiam a Q6-Q1.
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Agora, considere ter sido adotada uma tarifa para proteção da indústria nacional contra a concorrência
estrangeira. Note que o preço interno torna-se maior do que o preço internacional. O novo preço é P1 (a
tarifa é P1- P0).
Note que, quando a curva de oferta é elástica, os produtores nacionais reagem mais rapidamente ao
novo preço, elevando a produção interna (Q3-Q1). Esta variação é maior que a verificada para a situação
em que a curva de oferta é inelástica (Q2-Q0).
Para obter o mesmo efeito em um mercado que apresente curva de oferta inelástica, a tarifa deverá ser
mais elevada, muitas vezes impeditiva.
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No Quadro 1, a seguir, são apresentados os equilíbrios parciais para as situações descritas na Figura 2.
Se a curva de oferta for altamente elástica, o efeito protetor será grande; se a curva de oferta for
inelástica, o efeito protetor será pequeno.
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Uma tarifa será proibitiva quando o efeito protetor for suficientemente alto para expandir a produção
nacional até o ponto em que toda a demanda interna possa ser atendida sem que se faça uso de
importações.
Note que na hipótese de a curva de oferta ser elástica, ao nível de preço P2, a indústria interna
produziria Q4 e não seria realizada nenhuma importação do produto.
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3 - EFEITO DA PROTEÇÃO TARIFÁRIA SOBRE O CONSUMO
O efeito final da adoção de uma política de proteção tarifária é a redução do tamanho do mercado
interno. E por que isto ocorre? Porque a implementação de uma tarifa sobre o produto importado
provoca um aumento no preço interno do produto cuja indústria se pretende favorecer.
O que o quadro 2 nos mostra? Os efeitos da política de proteção tarifária sobre o consumo para as
situações representadas na Figura 2.
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Note-se que o efeito direto de uma tarifa de proteção comercial é o aumento do preço interno do
produto majorado. Além disso, a elevação do preço provoca uma redução da quantidade demandada,
pois os consumidores que detêm menores rendimentos são afastados do mercado. A excessiva proteção
tarifária somente se justifica por período limitado de tempo e em determinadas situações.
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Tão logo a indústria nacional adquira escala adequada e reúna condições suficientes para dominar o
processo tecnológico, deve-se, paulatinamente, promover uma gradual abertura econômica, mediante
redução das tarifas de importações.
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4 - EFEITO DA PROTEÇÃO TARIFÁRIA SOBRE A RENDA
O efeito da adoção de uma política de proteção tarifária sobre a distribuição de renda, conforme mostra
a Figura 2, consiste na transferência de renda dos consumidores para os produtores internos já
existentes e potenciais. Também, há aumento de participação da indústria nacional no mercado, pois as
importações se reduzem em virtude da redução do mercado.
O déficit da balança comercial será atenuado (ou o superávit será incrementado), atuando
favoravelmente no ajustamento do balanço de pagamentos do país.
Na oportunidade, cumpre destacar que as considerações feitas nos parágrafos anteriores são válidas
quando a economia está operando abaixo do pleno emprego dos fatores de produção.
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Em condições de pleno emprego, é possível que a elevação de preço decorrente da cobrança de tarifa
aduaneira gere inflação, provocando perda do poder de compra.
Déficit da balança comercial - Ocorre quando os gastos realizados com importações superam os
obtidos com exportações.
Balança Comercial - Diferença entre o total das exportações e o total das importações realizadas em
determinado período.
Inflação designa o aumento contínuo e generalizado do nível de preços provocado por excesso de
demanda ou choque externo que majore os custos de produção.
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RESUMO
A política comercial exerce influência significativa na determinação dos preços relativos e,
consequentemente, na distribuição da renda. As razões que justificam a adoção de políticas comerciais
restritivas são as seguintes:
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Como a tarifa tem o efeito de elevar os preços internos, verifica-se uma redução da demanda agregada.
O aumento dos preços promove um crescimento da oferta interna, o que contribui para redução das
importações do produto. Desse modo, a balança comercial tende a tornar-se mais favorável,
melhorando o balanço de pagamentos do país.
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